terça-feira, 8 de abril de 2008

Página Resposta

Tive que escrever uma página resposta para a faculdade. De início achei que ia ser chato, mas até que foi divertido.
Em alguns momentos eu esquecia que era pra faculdade e usava um pouco do meu jeito de escrever aqui.
Bom, ignorando as poucas referências ao texto lido, é entendível meu texto mesmo sem ler o texto.
Segue:






O texto menciona a formação do psicólogo, seu currículo, o que é algo que eu também sou um crítico. Temos, na nossa faculdade um currículo de curral, que guia o rebanho no caminho desejado não pelo estudante e sim pelos formadores da grade curricular. Muito é visto de psicanálise em detrimento de um aprofundamento em outras correntes teóricas ou, pior ainda, do mero contato com algumas práticas possíveis ao psicólogo.
Acredito que este currículo deveria se aproximar do estilo que é o de artes visuais da UFRGS, no qual existe a obrigatoriedade de se cursar as cadeiras do primeiro e segundo semestre, os quais dão uma base para o entendimento e possibilitam a escolha de um rumo ou de um leque de interesses. Passado este estágio o aluno é responsável por decidir quais cadeiras fazer, qual linha seguir, que conhecimentos adquirir.
Não seria melhor se aquele aluno que percebe que psicanálise, psicologia escolar ou mesmo psicologia comunitária, não é algo que lhe atrai, que lhe interesse como futuro profissional, o possibilitando, assim, a focar seu tempo e esforços em outras áreas do conhecimento que, assim como as que ele não tenha se interessado, ele tenha tido pelomenos o contato e aprendido o básico, sendo assim capacitado de escolha?

Outro fato que li no texto que me chamou a atenção foi o fato de que o psicólogo internaliza a psicologia na sua vida. Todos estão constantemente analisando tudo e todos, se tornou hábito. Detectamos de longe características, patologias ou mesmo prevemos comportamentos. Não chego a dizer que isto seja algo ruim, porém é algo que nos (psicólogos) afasta “do resto” da população, levando muitos a temerem que os leiamos a mente ou nos considerar chatos por estarmos sempre analisando.
Por outro lado nos é posto nas costas o grande peso da profissão. Todas nossas atitudes são relacionadas ao fato de sermos psicólogos, como se, ao tornar-se psicólogo ou estudante de psicologia, deixamos de ser um ser humano, de ser “normal” e viremos um ser que não falha, que não se descontrola, que não faz loucura, que não brinca... enfim, um robô. Qualquer atitude incoerente com este comportamento de robô é rapidamente reprimida pela frase: “Um psicólogo fazendo isso!” ou “E olha que faz psicologia”.

Se referindo ao dito no texto sobre o aspecto de culto do curso de psicologia não tenho nem como discordar. Todos conhecimentos são só para quem cursa. Testes não podem ser vendidos para quem não tiver a carterinha do curso. É como se estivéssemos recebendo segredos universais (a maioria dos “segredos” nem é tanto assim) e que, na condição de “escolhidos” devemos proteger tais segredos. Detalhe: Qualquer um pode entrar no curso. Genial, não?

Por fim me deparei com algo que eu sempre pensei, o fato dos aspectos históricos e individuais de cada um e do julgamento que é feito a determinadas características. O psicólogo muito em inúmeras vezes é um “corretor” da sociedade, servindo para que os que não se enquadram no que as pessoas devam ser, sejam “consertados” para poderem voltar ao convívio normal. O que não é pensado neste momento que, algo que é considerado doença para alguns pode ser considerado normal para outros. Quantidade de uma característica para uns pode ser em nível doentio, enquanto para outros pode ser apenas o seu jeito de ser. Muito se popularizou as vontades dos “loucos” com filmes de esquizofrênicos, nos quais os personagens se recusavam a tomar remédios que os “consertavam” pois estes lhe tiravam aspectos que eram de extrema valia para os mesmos.





Postado por Ricardo Ceratti, o cara que não organiza direito os pensamentos de dia.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Todos os posts lidos e digeridos. Só não vou comentar sobre os conteúdos porque estou num péssimo humor. Motivo? Pai dizendo indiretamente (e com razão) que as contas duplicaram e que estamos gastando demais. Não é o fato dele constatar isso que me deixou mal, mas a minha constatação de que eu sou um buraco-negro financeiro e não dou valor ao dinheiro que ele ganha trabalhando. Hora de crescer? Malditas faculdades. Primo, hoje estou um grande e pesado saco. =\