segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Adiante

Um passo adiante dolorido é melhor que a inércia anestesiada.




Postado por Ricardo Ceratti.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Quem imita quem?

Há anos que tenho uma dúvida que me perturba.
Noto que existe uma semelhança muito grande entre os comportamentos cotidianos das pessoas "normais", e os comportamentos expostos pela televisão, cinema, revistas, até livros, dependendo do caso.
Recai com grande peso sobre mim a dúvida do Ovo e da Galinha. Quem diabos veio primeiro nessa história?
É a arte imitando a vida? Sendo assim, as pessoas são assim mesmo e está meramente sendo feita uma espécie de fotografia do paradigma atual.
Ou será a vida imitando a arte? As pessoas, no ápice de sua insegurança, buscando com o que se identificar, buscando formas de serem aceitas, acabam buscando nestas amplas difusões onde se espelhar.
Talvez seja ambos. Talvez haja uma sinergia na qual uma hipótese alimente a outra, gerando um ciclo constantemente retroalimentável.
Tenho minhas dúvidas de como a dinâmica se balanceia.
Se a arte meramente imita a vida, teria realmente graça suficiente para ser tão comprada? Para ser tão interessante?
Alguém iria assistir um filme no qual por horas um sujeito acorda de manhã cedo, toma café da manhã, se veste, pega um meio de transporte, vai ao serviço, almoça, fica mais um tempo no serviço, volta para casa, lava uma roupa, uma louça, assiste um pouco de televisão, toma um banho, janta, e vai dormir?
Ok, obviamente que qualquer coisa que fuja da mesmice rotineira, que desperte alguma emoção, que surpreenda, fica muito mais interessante. Mas aí meio que perde o senso de onipresença que parece existir, não?
A hipótese da vida imitar a arte parece um bocado viável, uma vez que em nossa espécie existe uma coisa chamada "adolescência".
Esta tal de adolescência é um período no qual as pessoas não possuem a menor ideia de quem são, de como devem se portar, do que devem pensar ou acreditar, gerando uma insegurança tão, mas tão grande, que as impele a ridicularizar umas às outras de forma a usar o ataque como bomba de fumaça para que os atacantes não sejam o foco do olhar, ou seja, não sejam atacados. O que obviamente gera mais insegurança (é tipo viver a guerra fria, com sua corrida armamentista, no cenário "colégio").
Como resolver esse amontoado de dúvidas? Ora, se inspirando em alguém. Ou em alguém popular (o que parece ser a principal "condição de vitória" nessa época) da vida real, ou alguém mais popular ainda: alguém que o seja, e seja aceito/a por quase uma unanimidade de pessoas num número infinitamente maior do que aquele que qualquer pessoa possa ser vista, conhecida ou conhecer pessoas - alguém da ficção, especialmente aquela audiovisual.
Minha teoria pode estar completamente furada, uma vez que a adolescência acaba, os objetivos, os valores, as motivações, mudam. Mas, da mesma forma que tal fato pode invalidá-la, é possível argumentar que os efeitos não cessam simplesmente da noite para o dia. Eles perduram e, uma vez que a imensa maioria se comporte de determinada maneira, uns irão influenciar os outros (sem nem mais precisar da arte que possivelmente deu o pontapé inicial).
Veja só, somos uma espécie bem retardadinha. Por economia de pensamento partimos do pressuposto de que a maioria está certa e que não é preciso pensar a respeito disto. Logo, uma vez convencendo a maioria a se portar de uma determinada maneira, esta maioria exercerá uma influência ativa e passiva nas minorias divergentes, bem como uma influência ainda maior nas minorias ainda indecisas.
Caso eu esteja certo, uma dúvida parece pertinente: Não seria melhor influenciar a população em coisas mais saudáveis? Mais naturais? Mais solidárias? Mais sinceras, diretas, honradas, relevantes, respeitosas?
"Melhor pra quem, Ricardo?"
Tenho uma ideia ainda mais louca! Não seria mais interessante encontrar uma forma de simplesmente não exercer tal influência e ver qual caminho será seguido?
"Segues sonhando com um mundo sem engenharia social, seu tolo?"
Complicadíssimo de testar tais teorias. Mas que eu gostaria de pô-las em prática, ah gostaria!




Postado por Ricardo Ceratti.

sábado, 30 de novembro de 2013

Bobo

Sabe por que às vezes sou tão bobo?
É porque gosto de te ver rindo... nem que seja de mim.




Postado por Ricardo Ceratti.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Nascimento

Às veze me pergunto se nasci na década errada, ou se foi no século errado mesmo...




Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Filtragem

Tuas aspirações... Tens certeza que são tuas mesmo?




Postado por Ricardo Ceratti.

Mimados

A natureza nos oferece tanto, e nos cobra tão pouco.
E, ainda assim, não somos capaz de oferecer o que nos é esperado, e reclamamos de escassez.
Somos, sem sombra de dúvidas, a mais mimada das espécies.




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Correlação?

Será que é possível medir o quanto se gosta de alguém pelo quanto ficamos mexidos ao ver esse alguém chorar?
Até então parece ser o caso...




Postado por Ricardo Ceratti.

sábado, 16 de novembro de 2013

Exercitai vossa cacholinha

Hoje em dia tudo é virtual, tudo pela praticidade, tudo sem preocupação com o jeito certo, tudo pode.
Estamos lendo cada vez menos, estudando cada vez menos, nos importando cada vez menos.
Acabamos emburrecendo e isso é fato.
Inteligência, linguística, capacidade argumentativa, senso crítico... tudo isso é como músculo: é preciso utilizar para mantê-lo em forma. Do contrário definha.
Volta e meia podemos nos achar imunes ao descondicionamento mental, mas, com um pouco de sorte, bate um senso crítico, ou alguém mais atento nos chama atenção, e nos damos conta de nossa fragilidade.
Só assim podemos dedicar esforços para mantermos o bom funcionamento das nossas cabecinhas.
No meu caso foi vir aqui postar algo e me deparar com o título do texto anterior (que, por um mínimo de vergonha necessária, já corrigi). Olhei aquela palavra grotescamente escrita e fiquei "não é possível que tal anomalia tenha sido parida por mim!".
Hora de, no mínimo, ler mais...




Postado por Ricardo Ceratti.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Inalcançável

De que adianta conseguir um "fim" desejado, se os "meios" utilizados alteram a essência do "objeto" almejado?
É uma situação paradoxal na qual nunca se alcança aquilo que se realmente quer.
Para conquistar A, se usa o método Z, que faz com que, no final, A esteja mais para B que para A, mas B não é o que se quer. B não é aquilo pelo qual valha a pena correr atrás, valha a pena se valer de Z...




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O que fazer?

O que fazer com a vontade de ser além do sincero??




Postado por Ricardo Ceratti.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O errado que defende o certo

O uso de falácias para defender uma causa correta é válido agora?




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Nômade?

Quando você, viajante de alma nômade, meramente de passagem por uma cidade pequena e de pouca graça, decide se candidatar a prefeito, sejamos sinceros: Sua alma fincou raízes e você dificilmente será livre de verdade novamente.




Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Acomodado

Nossa busca muitas vezes se mostra demasiada longa, ou sofrida, por vezes até ingrata, e acabamos nos forçando a acreditar que qualquer punhado de moedas é nosso pote de ouro no final do arco-íris, e nos contentamos com a acomodação no meio do caminho.




Postado por Ricardo Ceratti.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

"Nada" nem sempre é ruim

É preferível nada ter, do que preencher reduzidas vagas com paliativos insatisfatórios de difícil remoção.




Postado por Ricardo Ceratti.

Mídia e saúde mental

Estava lendo isto:
http://zeitenderliebe.blogspot.com.br/
E desenvolvi um pouco (e meio de qualquer jeito) uma visão e opinião que há muito tenho.
Vou tentar explicar:

O que foi mostrado no texto só mostra o quão perdida é essa luta, a qual travo há muitos anos.
Conheço pessoas razoavelmente inteligente e esclarecidas (daí pra mais), que repetem estas asneiras de televisão como se fossem verdades.
Acabo me irritando ao conversar destes temas com estas pessoas. Não pelas pessoas, mas pelo que passou a existir em suas cabeças.
Partem do completo desconhecimento, aliado ao saudabilíssimo desejo que mudar esta condição, e focam sua atenção para aprender o máximo possível do conhecimento que a televisão se diz oferecer. Tomam por certo tais "verdades", o que não é nenhum espanto, uma vez não possuírem contrapontos para questionar (veja bem que esta frase abrange a imensa maioria daquilo que é passado para a imensa maioria de nossa população).
Eis que acontece a coincidência de falarem comigo sobre algum assunto que "aprenderam" na televisão e que eu aprendi por estudo, por correr atrás, ou pela vida mesmo. Na divergência de versões, desacreditam no que eu falo (compreensível, já que a televisão hoje em dia é a maior autoridade em qualquer assunto, né?), se negam a olhar para o que tento mostrar, para o que tento abrir os olhos.
Acabo me irritando por completo. Longe de fazê-lo com meu interlocutor (que, em parte admiro, pois um dos pilares da vida inteligente já possuem: o desejo de se informar), me irrito com as grandes mídias brasileiras - as quais há muito declarei guerra abertamente.
Minha guerra é pelo vil papel que exercem, ao estupidificar nossa população.
Há mais de década que digo que seria muito interessante se fizessem novelas ou minisséries dos grandes clássicos de nossa literatura, a serem exibidos ao invés dessas novelas que só incentivam a falta de moral, a supervalorização de bens materiais e símbolos de status, a violência, a discriminação, a mentalidade retrógrada, ao despudor, etc.
Assistíamos - já que ninguém se presta a ler - a uma obra de Machado de Assis, por exemplo,  no lugar de grã-finas chafurdando em luxo, enquanto destratam seus empregados, seus filhos e filhas se entregam às mais variadas putarias, ou se envolvem com o tráfico e criminalidade, que são supervalorizados e pintados como algo que até que é bacana.

Outra briga que tenho há anos é pela discrepância que existe entre as informações relativas ao corpo, e a DESinformação generalizada que existe sobre a mente.
Todos temos alguma ideia do que é e o que fazer com uma gripe, uma tuberculose, uma dengue, uma parada cardíaca. Mas somos todos completos imbecis preconceituosos com Síndrome de Down, psicóticos, esquizofrênicos, que olham feio para quem faz terapia, e saímos rotulando todos de bipolar ou défict de atenção.
O pouco de conhecimento que circula sobre transtornos mentais é parte de um grande desserviço.

Mas nada é de graça.
Seja o pouco (ok, nem tão pouco) de informações que temos de um lado, com o tanto de desinformação que temos do outro lado, são mero resultado de uma prática persistente, de longa duração.
Parte de uma complexa e multi/interdisciplinar engenharia social com fins bem definidos. Com interesses bem delineados, favorecendo interesses que certamente não são pelo bem-estar e erradicação de patologias.




Postado por Ricardo Ceratti.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Réplica

Se tudo com o qual entramos em contato (objetos, pessoas, palavras, ideias...), já foi nomeado ou definido antes que pudéssemos fazer isto por nós mesmos.
Se basicamente qualquer interação que temos já foi mediada por milhares de pessoas.
Se até em nossa originalidade nos utilizamos, em maior parte, de repetições, tradições, traduções alheias.
Não será, então, o bebê pré-mediação terceira (ou seja, em seu primeiro e solitário contato com qualquer "objeto"), o ser mais criativo e original do mundo?




Postado por Ricardo Ceratti.

sábado, 7 de setembro de 2013

Me perdi

Estava pensando num tema super sério, que eu considero importante.
Queria elaborá-lo bem dentro da minha cabeça para, depois, tranformá-lo num texto.
Eis que me distraio com o canto dos passarinhos.
Me dou conta de como as redondezas estão silenciosas hoje, como está raro ouvir barulho de carro, como não tem música ou vozes. Isso tudo permite ouvir melhor o doce canto dos passarinhos.
Rapidamente sou jogado para um momento marcante da minha infância. Não tenho ideia em que ano, que ocasião, ou o motivo de ter me marcado, mas eu sou assim, às vezes as coisas criam uma marca permanente em mim.
Este momento em específico é o descanso pós almoço, sentado "deitadamente" no banco do carro, com meu pai no outro banco, ambos só esperando o tempo passar, a comida baixar, enquanto ouvíamos o silêncio humano e cantarolar dos pássaros, naquela rua lateral de onde meus pais trabalhavam, onde estávamos estacionados. Lembro de tudo. Lembro das folhas, do seu verde, da temperatura, do ar, da umidade, de como estava me sentindo, do tempo que tínhamos.
Este conjunto fechado de lembranças então me invade. Me alegro em ser transportado para aquele momento.
Eis que me dou conta: "Estava pensando algo importante... me perdi".
Rapidamente respondo para mim mesmo: "Não quero me achar", me dando conta de que pela primeira vez em muito tempo eu estava realmente só aproveitando o momento de cabeça limpa, sem a necessidade de estar exercendo alguma ação ou de estar pensando em algo.




Postado por Ricardo Ceratti.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Meu processo

Você pode opinar ou sugerir algo sobre minha vida. Alguma mudança.
E eu posso concordar.
Mas não se engane: sua opinião não valeu de nada. Não teve peso no resultado final.
O que acontece entre sua sugestão e minha decisão final é um extenso processo de assimilar uma informação nova, um outro ponto de vista, uma nova "imagem" a ser observada, refletir a seu respeito, fazer infinitas combinações, levantar uma imensidade de hipóteses, selecionar as mais interessantes, descartar as mais irrealistas, testá-las o mais fidedignamente possível, e então decidir se é algo aplicável ou não.
Caso seja aplicável, deverá ser decidido se será prolongado ou apenas experimental.
Caso seja prolongado, durará até a próxima ideia surgir, a próxima hipótese parecer boa o suficiente para ser testada.




Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Reflexão XXXII

Olhando para trás vejo o quanto eu desperdicei da minha vida, da minha auto-estima, da minha sanidade, da minha confiança, do meu tempo, da minha inteligência, etc. por tomar por verdade o que me ofereciam como verdade.
Uma vida sem questionar, é uma vida sem enxergar, e uma vida sem enxergar é uma vida que não se vive para si.




Postado por Ricardo Ceratti.

Cinesia

Sabe quando você sente que em algum lugar caiu a primeira peça de um gande dominó que, não importa o quão distante, fez tudo entrar em movimento?




Postado por Ricardo Ceratti.

E esse ciclo, serve pra que?

Talvez a causa, ou boa parte da mesma, de nossa angústia e sentimento de inadequação, seja por absorvermos um estilo de vida que é incompatível com nossa personalidade.
É tentar comprar algo genérico, e que pode até funcionar para muitos, mas certamente, e por melhor que possa vir a ser, não é capaz de dar conta da demanda individual de todas as singularidades existentes.
O exagerado (mesmo que não visto como tal) dispêndio de energia para alcançar tal incompatível modelo não resulta em nada que não fracasso - um fracasso desnecessário. Este não deveria contar, em grau algum, na personalidade como derrota. Porém, ao fazê-lo, torna-se retroalimentável, gerando uma angústia que, por reflexo, tende a gerar uma maior necessidade, bem como maior empenho, na tentativa desenfreada de fazer justamente o que tanto colaborou para esta angústia: a busca pelo enquadramento, por se moldar a servir no tão difundido (talvez até industrial) modelo.

(Textinho antigo que eu tinha escrito no celular e sempre esquecia de postar aqui)




Postado por Ricardo Ceratti.

sábado, 3 de agosto de 2013

"Não depende de mim..."

É altamente angustiante e ansiogênico estar com problemas, situações e anseios que estão além do seu próprio querer, conhecer e fazer para serem solucionados.




Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Reflexão XXXI

As pessoas se ofendem se não nos ofendemos quando nos ofendem.




Postado por Ricardo Ceratti.

Reflexão (aleatoríssima) XXX

Mente e ouvidos,
Antes de penis e olhos.

Reflita...




Postado por Ricardo Ceratti.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

E o que se faz com o povo?

Cada dia que passa constato mais do que há muito notei, há muito me sufoca e entristece.
Se propagam, em proporções no mínimo geométricas, os avanços do vácuo.
Pipocam televisões por todas as partes. Sempre com o intuito de desinformar.
Multiplicam-se os planos de telefonia móvel "fale ilimitado", para satisfazer aqueles que não têm nada a falar.
Leis, normas, costumes, moda, modinhas ("hits" do momento que são monoassunto por uns poucos meses, e depois são esquecidos para dar lugar aos novos monoassuntos), consensos, prioridades, assuntos... sempre com o interesse de desinformar, encaixotar, alienar, padronizar, arrebanhar.
Vazio, vazio, vazio.
Um poder de tornar importante algo completamente banal, de propagar a normatização através da própria população que só comenta de determinado assunto que foi absorvido, sem um mínimo de reflexão, como sendo crucial, bem como quase exigindo que os outros se dediquem ao mesmo assunto (mas somente com o máximo de profundidade que é permitida pelo máximo de superficialidade e mínimo de reflexão).
Por onde se vai, se ouve algum comentário incessante sobre algo bem bobo, alguma propaganda. Por onde se vai se é forçado a olhar para coisas inúteis, a acompanhar os movimentos em uma tela onipresente e desprovida de conteúdo. Por onde se vai, se é abarrotado de sonhos impostos e que lhe são desnecessários.
E tudo com muita convergência, óbvio.
Já explico.
Com o advento das mídias de massa, passamos a outorgar-lhes o papel de desalienadores. Condição imprescindível para entender o mundo em que vivemos, para estarmos informados, para podermos nos posicionar. Televisão, rádio, outdoor, música, novela, futebol, jornal, panfletos, comerciais, filmes, seriados, etc., todos grandes redentores da tão temida alienação.
É?
É o que consideramos, pelo jeito.
Porém são estes mesmos os maiores alienadores que encontramos nos dias de hoje. Não estão interessados em nos propiciar entendimento, reflexão, conhecimento. Buscam, na verdade, vender uma barulhenta ignorância. Tão barulhenta, tão cheia de vida, empolgante, contagiante, móvel, tão... assunto, que ocupa nossas mentes e nos convence de que estamos nos instruindo, nos informando. Não passa de jogar infinitos fogos-de-artifício e despejar chamarizes para que nos distraiamos e tornemo-nos incapazes de olhar para o que está à nossa frente, de olhar o que pode ser relevante;
E a convergência?
Um exemplo bem simples e aparentemente inocente que vivenciei hoje.
Fui a dentista. Para chegar lá, peguei um ônibus. Obviamente com aquela repetitiva televisão que se dispõe a dizer como devo me vestir, o que devo achar importante, me informar do horóscopo e das novidades das novelas, vida dos artistas, esportes e vida dos atletas, chegando ao ponto de dizer até o que eu devo achar engraçado e "curtir" no facebook.
Acho estranho, mas ok.
No caminho, na rua, muitos outdoors vendendo um estilo de vida que a mim não interessa, mas que posso notar que é convincente para muitas das pessoas que vejo pelas ruas.
No consultório, uma novidade. Agora existe uma televisão, de tela bem grande, na sala de espera. Falando da clínica e de certos produtos relacionados. Coisa que poderia muito bem (e mais economicamente) ser feita através de folhetos, mas muito mais eficiente um trambolho daquele tamanho numa sala de espera minúscula onde mal se tem como desviar o olhar. Além do mais, com os folhetos se teria a escolha de se "informar", com a televisão não.
Na própria sala em que eu seria atendido, outra novidade. Junto da luz que permite o profissional trabalhar em meus dentes, agora temos o que? Uma televisão, é claro! Esta, mais amena, nos permite escolher na internet o que assistir. E eu que achei que só iria obturar um dente, e não ir para um local de entretenimento.
Na volta pego aquele ônibus tão legal, todo decorado para a copa (muito questionada desde mês passado, diga-se de passagem). Dentro dele não se enxerga quase nada para fora, pois a decoração é colada inclusive nos vidros através de pequeníssimos aros coloridos (forma tipo de uma teia). Ônibus escuro e sem vista, o que fazer para passar o tempo? Mas é claro! Temos televisões no ônibus! Que coincidência que no momento que mais me agrada somente olhar a paisagem e pensar, me é proibido olhar para fora e me é quase que obrigado assistir a programação que certamente não escolhi. De brinde, é um ônibus com ar condicionado, ou seja, todo lacrado em suas janelas, apesar da temperatura na rua estar mais agradável que a de dentro.
Mas, dentro deste inferno sobre rodas, obviamente encontro um exemplar tão comum hoje em dia. Uma senhora de idade que ficou metade da linha (sim, eu percorri quase ponta a ponta da rota deste ônibus) no mais furado dos papinhos, através de seu celular. E quem é que teve que ouvir por tabela?
Desço na minha parada e "liberdade!". Podia respirar, podia enxergar! Vou para casa.
É sempre bom abrir a caixinha de correio, afinal, não quero atrasar minhas contas. E o que encontro? Propagandas e mais propagandas que, não importa a frequência com que eu me livre delas, sempre estarão ali.
Agora eu pergunto. Em que momento pude pensar? Na vida, no que tenho pra fazer, na novela, que fosse o caso! O tempo todo bombardeado visual e auditivamente.
Como que se vive assim? Como que se vive sem poder pensar? Sem poder estar a sós com sua própria cabeça?
Mas me dou conta que houve um tratado muito bem feito e lucrativo para ambas partes.
De um lado, a população, com sua fobia a pensar, a questionar, desejosa que algo mostre como ser, no que acreditar, com o que sonhar.
De outro, a mídia das massas, com sua lucrativa máquina de justamente, dizer como a população deve ser, com o que deve se importar, o que deve desejar.
É um par prefeito!
Concluo que o errado sou eu. O desadaptado dessa história toda. O cara que não quer o mesmo que se costuma querer e, portanto, a quem não satisfaz o que costuma ser oferecido.
Até aí a solução é simplíssima.
Porém o que me preocupa é o fato de eu ser psicólogo.
Vejo uma luta inglória e fadada à derrota por parte da psicologia.
Uma área que busca despir o ser de todas as bengalas que só servem para esconder, amenizar e distrair da dor, de forma a encontrar a fonte dos sofrimentos e angústias, acaba por se ver de pouca força contra todo um sistema baseado em colocar atadura em cima de atadura, distraindo de todas dores com soluções imediatistas, irrealistas ou completamente superficiais.
A mim, sei como escapar desta realidade que foi tragicamente prevista por George Orwell principalmente (não esquecendo de outros, como Aldous Huxely, por exemplo). O que me entristece é não ver possibilidade de escapar para as massas (ou seria uma massa-alvo?).




Postado por Ricardo Ceratti.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sobre psicólogos analisando Deus e o Mundo

Daquelas coisas faladas com uma elegância que só eu consigo...
Para aquelas pessoas que pensam que psicólogo (no caso eu) está sempre analisando todo mundo com quem fala, pergunto:
Fosse eu proctologista, vocês achariam que eu quereria enfiar o dedo no cu de todo mundo com quem eu falo?




Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Dor da cidade

Passando pela cidade hoje senti uma dor. Aquela dor constante, um amargo no fundo da garganta, um "cabisbaixismo".
Vendo as evidências da minha cidade ter sido violentada, sinto a mim, também, violentado.
Acho que ainda pior que ver o que segue destruído e pichado, é ver o que já foi reposto, consertado, limpo.
A falta de evidências de uma ferida tão recente, que sinto ainda aberta, dói ainda mais que o ferimento exposto, ou que o gás fizera 24 horas atrás...




Postado por Ricardo Ceratti.

Sobre Anarquismo

Houve um semestre que conversei muito com um cara muito esclarecido. Em meio a troca de ideias ela me falou que eu tinha muitos pensamentos de anarquista. De início fiquei ressabiado, pois eu tinha um grande preconceito com a palavra. Com o passar do tempo busquei algumas leituras a respeito e passar a achar a ideia interessante pelo pouco que li.
Mas, após ver as atitudes e as pichações que acompanhavam o símbolo da anarquia, passei a sentir a necessidade de uma nova palavra para falar do que eu acredito.
Não tenho, nem quero ter, nada a ver com a mentalidade que foi expressa pelos mesmos na noite de ontem.




Postado por Ricardo Ceratti.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Sobre o protesto de 17/06/2013

Antes de mais nada quero deixar bem claro algumas coisas.
Eu só posso falar do que EU presenciei, e só posso acreditar naquilo que EU vi. Cada um tem seu ponto de vista, e o ponto de vista de TODO MUNDO é incompleto.
Vi de tudo hoje. Coisas admiráveis e coisas vergonhosas dos dois lados.
Quero explicar que minha “porta-voz”, a Renata, repassou por mim (ainda nem li nada) o que eu narrava para ela. Foi num momento em que vi muita baderna acontecendo, e foi exatamente isso que contei para ela. Depois, após tantas fotos, vídeos e mensagens, a memória do meu celular simplesmente foi pro saco. Tive que ficar meio de longe para me concentrar um pouco em deletar músicas e sms. Após isso ela já tinha ido dormir. Após isso também vi muita coisa louvável do povo, e que acabou que não tive quem falasse por mim até eu chegar em casa. Acredito que possa ter parecido que eu estava com uma visão peleguista. Não é o caso. Repito, só conto o que EU presenciei, seja a favor da polícia, ou a favor do povo.
Então lá vamos nós.
O protesto estava LINDO. Só consegui chegar uma hora depois, e me juntei ao movimento na Salgado Filho com a Borges. Tinha uma dúzia de PM apé e uma dúzia a cavalo marcando a linha de fundos da passeata. Todos estavam pacíficos, cantando músicas de movimento, estendendo seus cartazes, tirando fotos, etc. Muita gente dava apoio das janelas de suas casas, jogando papel picado, estendendo panos brancos, batendo palmas. A coisa estava no caminho certo e tínhamos a aprovação unânime da população.
Tudo foi tranqüilo até chegarmos na Ipiranga, quando finalmente alcancei o que devia ser mais ou menos os 20 ou 30% da linha de frente do movimento. Fiquei em dúvida para onde iríamos, pois não me informei o suficiente e, até onde eu sei, neste tipo de manifestação é combinada uma rota a ser seguida com a polícia. Tinha muita gente ainda vindo no sentido centro-bairro pela João Pessoa,  a maioria parou no meio da rua, na esquina da Azenha com Ipiranga, e um pequeno bolo rumou na direção oeste, para o lado da RBS. Neste momento houve pânico, quando tropas a cavalo atravessaram a Ipiranga, perto de onde estávamos. Acredito que todos tememos que viria truculência, mas não foi o caso. Me aproximei, apesar do medo, e vi que o vidro (que é a parede) da Estação H (revenda da Honda) tinha sido estraçalhado, e a polícia foi meramente se posicionar para defender a loja. Se por falta de informação, por ódio, ou meramente por querer baderna, muita gente começou a vaiar, alguns atiraram pedra na polícia, uns foram tentar conversar com os PM, e algumas pessoas gritavam que a polícia só servia para defender as lojas. Neste ponto me posicionei, falando que a loja não tinha nada a ver com o protesto, e todos gostaríamos de uma atitude similar da polícia se fossem com nossas casas ou pontos de comércio.
Vi ao longe uma movimentação da polícia aproximadamente da RBS, e um tempo depois vi, quase simultaneamente, bombas de gás sendo lançadas contra as pessoas que estavam do lado da rua no sentido Oeste-Leste (do lado da rua da RBS e da estação H), assim como vi gente, deste mesmo lado, destruindo os “guard-rail” da ciclovia. Do outro lado da rua o protesto seguia pacífico de ambos lados. Inclusive teve gente, como eu, que gritavam para não destruírem as coisas e não vandalizar. Um tempo depois me afastei e vi ao longe que a polícia estava avançando na direção de empurrar as pessoas devolta para a Azenha, e mais um tempo depois começaram a voar bombas de gás no lado pacífico da rua. Neste ponto confesso que não entendi. Os mais enraivecidos dizem que a polícia foi ignorante quando se aproximaram da RBS, e aí que tudo descambou. Não sei, não vi. Quando rolaram bombas do lado pacífico, eu, muito animal, fui pra perto, ver o que estava acontecendo. Com os olhos ardendo e tendo que chutar bombas para longe, vi que tinha gente subindo a Lima e Silva e derrubando, quebrando e queimando lixeiras. Voltei com receio pois começaram a jogar muitas bombas ali, e, sem conseguir enxergar direito, fiquei com medo que o avanço dos PM, incluindo cavalaria, estaria mais rápido ou próximo que eu daria conta de recuar.
A polícia eventualmente conteve todos de volta para o cruzamento com a Azenha, enquanto boa parte da manifestação estava na João Pessoa, MUITA gente ainda estava no cruzamento com a Gerônimo D’Ornelas, e fiquei sabendo que estava rolando algo na própria Lima e Silva (e depois soube que tinha choque na Loureiro também). Com medo da polícia, recuei até metade da quadra na direção da João Pessoa, ainda pela Ipiranga. Voltei para ver o que estava acontecendo, e novamente começou a chover bombas. Comecei a recuar e uma bomba caiu do meu lado, me deixando meio desnorteado e sem conseguir enxergar quase nada. Desci as pressas quase rolando para a parte baixa do dilúvio. Um pessoal que estava no cruzamento da Azenha gritava para mim tentando me mostrar o caminho. Pedi que esperassem eu me recuperar, e depois fui para junto deles. Fui com muito medo, pois tinha muitos BM (que depois entendi que a função era para conter curiosos apenas), tinham viaturas (que vi prendendo algumas pessoas, jogando elas no porta-malas da caminhonete), e tinha cavalaria. Achei que iam me trucidar por estar ali. Muito pelo contrário. Os policiais de conter curiosos só diziam para não chegarmos mais perto (nos mantendo a uns 10m da cavalaria), sendo bem educados e não agredindo ninguém.
Eu queria saber o que estava acontecendo nos outros lugares, mas também queria saber o que estava acontecendo ali. Na direção da Gerônimo eu pude ver que levantavam uma fogueira (não conseguia ver se era no chão ou em algum ônibus...depois vi que era em lixeiras), e sacudiam um ônibus parado. Talvez por curiosidade, talvez por medo mesmo, ou talvez por não querer me juntar ao pessoal que estava depredando um ônibus (o que eu não concordo), fiquei por ali, junto dos policiais, filmando prisões, avançando com eles para poder filmar as inúmeras lixeiras tombadas e queimadas (que num certo ponto eu desisti de fotografar). Quem passou trabalho neste dia foram os bombeiros. Não os vi parando um instante.
Chegando perto da Venâncio Aires, vi um ônibus COMPLETAMENTE destruído, coisa que também não concordo para um protesto pacífico. Também vi a Secretaria de Segurança completamente aniquilada, com porta inteiramente quebrada (era de vidro), bancos amontoados, pedaços para todos os lados. Como eu queria ir no posto de gasolina comprar alguma coisa, fiquei perto da Venâncio por um tempo. Vendo que ia demorar, voltei e fui pela Lima. Mas uma vez um rastro de lixeiras tombadas e pegando fogo. Vi algumas pessoas pedindo “sem violência” para os próprios manifestantes, pessoas dizendo para não destruírem com tudo, tentando argumentar com os mais caóticos (e quase apanhando por isso), vi gente sendo debochada por levantar e apagar fogo de lixeiras, enfim... vi muita gente de bem, querendo manter a ordem do protesto. Vi claramente que não era a maioria que queria instaurar o caos. Infelizmente a maioria perdeu.
Chegando na Loreiro, tarde, acho eu, tinha uma multidão ocupando a rua, descansando, comprando uma cervejinha, um cigarro, fechando seus baseados. O único incidente tinha sido um suposto atropelamento por parte de uma taxista. Um grupo de umas 30 pessoas estava em volta de um táxi do aeroporto, enquanto a motorista, ao que me pareceu, tentava achar uma solução, ao mesmo tempo que parte queria acabar com ela e seu idoso passageiro, e, do outro lado, um grupo tentava dizendo que ninguém tinha se machucada, e deveríamos deixar ela ir embora. Neste meio tempo xingaram a taxista, esvaziaram os pneus do carro, sacudiram o carro, brigaram (só bate-boca, nada físico) com os que defendiam a extradição da motorista. Só sei que eu não queria ser nem aquela taxista, nem aquele senhor idoso. Sei também que os que se diziam vítimas estavam sem nenhum ferimento aparente. Inclusive os questionei sobre isso, e recebi um “de que lado tu está?”, quando eu retruquei que não sabia que existiam lados, e achava que o objetivo do protesto era algo muito mais interessante que acabar com uma taxista (uma vez que a turma do “deixa-disso” já tinha sugerido “pega a placa e deixa ela ir”). Não sei o que estava acontecendo pro lado da João Pessoa, só sei que alguns começaram a tentar inflar a idéia de irmos para a Câmara. Nisso, da direção da João Pessoa, a cavalaria começa a vir com velocidade e tocando bomba. Esta ação, sinceramente, me pareceu completamente desnecessária. Não sei se queriam meramente abrir caminho na marra (afinal subindo pro centro vi muita merda rolando), ou se estavam só sendo ignorantes mesmo. Tivemos que sair correndo, uns subindo a José do Patrocínio, outros indo na direção do Açorianos. Nessa hora tive que correr de verdade, pois achei que seria atropelado pela polícia montada.
Após minha fuga, notei um movimento na direção do centro, e subi a Borges. Lixeiras e mais lixeiras em barricadas incandescentes pela rua, um carro com os vidros completamente quebrados, além das inúmeras pichações e focos de fogo espalhados pela rua. Neste momento vi que eu não era o único a discordar dos rumos do movimento. A população, que antes nos saudava, agora nos vaiavam, jogavam garrafas com água na tentativa de apagar os fogos, e voavam algumas garrafas. Este seria um bom indício que a coisa já tinha ido longe de mais, na minha opinião. Não bastou.
Quando me aproximei do cruzamento com a Riachuelo, vi a polícia atravessando na parte elevada do viaduto. Cavalos e mais cavalos num movimento que me pareceu de cercar os manifestantes. Na Riachuelo vi o povo recuando (estavam na direção da praça Matriz). Mais uma vez, o animal aqui avançou quando todos recuavam. No caminho vi bancos, orelhões, lojas depredados.  A população xingava os manifestantes de suas janelas. Rolavam bate-bocas que se estenderiam. Muita gente tentava apagar os fogos e conter os ânimos, mas enquanto ficavam atrás tentando conter danos, o povo da baderna avançava destruindo mais e mais. No final da rua a cavalaria chegou, e avançou. Tive que sair correndo e dizer para um cara que estava começando fogo, assim como para uma moça que estava apagando um fogo (ironias da vida) “corre que a cavalaria ta vindo”. Corri em pânico, atravessando a Borges e dando a volta. Agora eu estava naquela parte elevada (que nunca sei o nome) por onde eu tinha avistado antes a cavalaria passar. As pessoas estavam dispersas e os números estavam muito reduzidos. Neste momento me pareceu bastante que ali só tinha o pessoal da baderna. Parei naquele lugar lindo, no alto da Borges, onde podia se enxergar a mesma ao longe, e vi uma cena muito triste de um lado, onde a rua estava vazia, com lixeiras pegando fogo e carros soavam alarme, e de outro, uma cena questionável, onde estavam gritando de cima xingamentos a polícia que passava por baixo, clamando que não eram vagabundos, que trabalhavam (confesso ter tido a impressão de que alguns diziam que a polícia ali só estava fazendo seu trabalho... não sei se entendi errado). Neste momento conversei com algumas pessoas, com medo do que eu ia dizer, já que em alguns momentos parecia que quem não era a favor da depredação, era inimigo. Por sorte encontrei uns rapazes mais ou menos da minha idade que pensavam o mesmo que eu. Que o pessoal tinha exagerado, que precisávamos nos definir, se era protesto pacífico, ou quebra-pau, que meio a meio não dá certo, e que não acham que esta seja a hora de partir para a ignorância.
Perambulei mais um pouco pelo centro, e tudo que vi foi pessoas fora do movimento na rua com olhares decepcionados, pessoas de suas casas batendo boca com manifestantes, e manifestantes que destruíam tudo que se encontrava em seu caminho.
Decepcionado com o que eu estava vendo, voltei para casa.
O que eu concluí, ao menos até agora disso tudo:
Do ponto que eu vi, ambos lados estavam se excedendo, mas o lado agressivo do movimento foi mais sem razão. Se eu ver filmagens de quem estava na RBS (o considerado começo de tudo, quando supostamente a polícia partiu para a ignorância com medo que encostassem na RBS) de que realmente a polícia começou, ok, vou em entender a indignação das pessoas. Porém, até o presente momento, não penso que isto justifique sair destruindo tudo... não só patrimônio da cidade, mas também de empresas e até de particulares (que culpa tem quem deu o azar de deixar seu carro estacionado na rua?). Claro que é fácil pensar assim não tendo sido tão cercado de bombas, nem tendo apanhado (até o momento não sei de balas de borracha nem de gente que apanhou, apesar de que bombas não faltaram).
Sei também que o movimento é legítimo e a sua maioria não estava participando do vandalismo. Chuto (é puramente chute) que uns 15% estavam por quebrar tudo, uns 15% estavam por colocar razão na cabeça das pessoas e amenizar danos, e o resto estava perdido, só querendo seguir o que tinha sido planejado (uma caminhada para mostrar indignação, e nada mais).
Se existem policiais infiltrados que começaram a guerra, também não sei. Vi sim o vídeo do policial que quebra o vidro de sua própria viatura. Mas não posso falar nada além de mera especulação vazia se o estopim foi dos manifestantes ou de PMS disfarçados de manifestantes (apesar de eu ter achado estranho um carro civil passando com um fardado dentro).
Confesso que, assim como a violência policial em São Paulo motivou muita gente a participar dos movimentos, a imensa violência de PARTE da população hoje ME fez repensar se quero fazer parte deste movimento.
O meu ponto de vista é, e sempre será de que não devemos perder a razão e o apoio do povo. Devemos deixar o governo ou a polícia (neste caso representando o governo) perder a razão, e mostrar para o mundo como eles estão fora dos limites. E NÃO nós perdermos a razão e o apoio, e sairmos dos limites.
Acredito SIM que existem motivos infinitos para se revoltar e se manifestar. Acredito que a manifestação é um DIREITO e que temos o DEVER de colocar ordem neste nosso país com sua corrupção, sua segurança, educação e saúde de LIXO, com impostos e mais impostos, com transporte sem qualidade, com grandes empresas pintando e bordando desde que dêem banho de dinheiro nos nossos governantes, com políticos se dando salários, verbas disso e daquilo, e décimos-terceiro-quarto-quinto salários a perder de vista (a função é nos representar e melhorar o país ou enriquecer?), com estatutos do nascituro tirando liberdades femininas, com leis para proibir manifestações, ou terminar investigações de corrupção em pizza, com mídia pelega, com castração de direitos de liberdade de expressão e de ir e vir, enfim, com esse cerceamento completo dos direitos dos cidadãos e encaminhamento para uma ditadura. Só não acho coerente quebrar tudo, e, quando a polícia vem para cima, berrar que isto é um ato ditatorial. Gente, por favor, tanta coisa errada, pra quê brigar pelas causas erradas e ser propagador de MAIS coisas erradas?
Acredito, também, que manifestação violenta É justificada. Só não acho que seja o momento. Por mais cansados que estejamos com toda essa palhaçada, e por mais que existam manifestações há anos, só agora que começou a haver manifestações expressivas e organizadas. Dava para tentar mais um punhado ou dois de manifestações pacíficas, aproveitando os olhares internacionais como forma de constranger nossos governantes, ANTES de partir para uma guerra civil, não acham?

Esta é a MINHA opinião, com base no que EU acredito e no que EU pude ver. Sintam-se livres para discordar, afinal de contas, todo mundo tem direito a ter sua opinião.




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sábado, 27 de abril de 2013

Reflexão XXIX

Aprenda a aprender e nada será em vão.




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terça-feira, 23 de abril de 2013

Reflexão XXIII

Sempre que houver mulher na história, homens farão merda.




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quinta-feira, 21 de março de 2013

Riso

Algumas pessoas têm o riso tão gostosa que é impossível não ter vontade de se empenhar para fazê-las rir.
É quase um egoísmo bom.




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Uma frase que saiu esses dias...

Nos tornamos agora parte do que nos assustou antes.




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terça-feira, 5 de março de 2013

Memórias

Engraçado parar para pensar que as coisas que fazemos hoje, as vivências, os sentimentos, as pessoas, as coisas... enfim, tudo do presente, são as lembranças que teremos daqui a anos, décadas.
Estamos diariamente construindo as memórias que guardaremos ao longo de nossas vidas e relembraremos com carinho em nossa velhice.
E o mais importante, que agora parece ser o mais cruel, mas eventualmente será o que dará mais brilho e graça, está no fato de que não seremos capazes de lembrar de nem 1% sequer.
Então somente o que há de mais marcante, de melhor, de mais importante, ficará no fundinho de nossos pensamentos por quase um século (se tivermos sorte).
Acho interessantíssimo pensar assim, de trás pra frente. Parece dar mais cor aos dias, mais graça aos acontecimentos do cotidiano.
Um brinde a tudo e todos que merecerem a permanência na memória.




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segunda-feira, 4 de março de 2013

Obsoleto

Engraçado como as coisas são.
Mais cedo ou mais tarde tudo se torna obsoleto.
Então olhamos para trás e pensamos "como eu era bobo de me preocupar tanto com determinada coisa".
Não é bem assim. Naquela época não se conhecia algo melhor, naquela época era importante.
Porém passou. Perdeu o valor.
Isso me faz pensar até que ponto é importante tanto empenho, tanto estresse, tanto gasto, seja de dinheiro, de tempo, de energia, de planejamento.
Pensando assim as situações parecem se relativizarem. Uma certa sensação de que tudo se ajeitará por conta própria, de perda do controle.
O resultado é momentâneo, as condições são permanentemente cambiantes, o desgaste talvez seja vão.
Deixar passar, lutar com unhas e dentes, fazer algum esforço, recusar.
Nossa, tudo isso parece tão insignificante quando visto de longe! De longe seja no tempo, seja no espaço.




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sábado, 2 de março de 2013

O que me serve

Cada vez mais tenho reparado na existência daquilo que não me serve.
Conforme vão se dando vivências e conforme vou refletindo a respeito da minha pessoa e da minha vida, vou me dando conta de que existe muita coisa que simplesmente não basta para mim.
Sejam pessoas, vivências, atividades, trabalhos, objetos...
Este sujeito não serve para ser meu amigo próximo.
Esta moça não serve para ser minha namorada.
Este objeto não serve para ocupar espaço na minha casa.
Este programa não me serve como forma de diversão.
Este bico não me serve como forma de complementar a renda.
E não importa o quanto as coisas sejam boas. O quanto o sujeito seja bacana, a moça seja encantadora, o objeto seja interessante, o programa seja divertido, o bico seja lucrativo.
Se não me serve, simplesmente não serve.
Com o tempo surge a necessidade de aprender a dizer "não", a recusar.
Para alguns trata-se de uma atitude bem difícil, pois existe o medo de magoar ou de ser esquecido pelas pessoas, de algo vir a fazer falta, de acabar queimando pontes.
Sinceramente, quanto mais reflito a respeito, mais me dou conta de que este medo é infantil e só se torna algo concreto num meio infantil.
Se colocamos firmemente nossa recusa, e demonstramos que ela é fruto de nossa experiência e objetivos, e não uma afronta, algo pessoal, e a pessoa "recusada" tem maturidade para não se sentir ofendida ou menosprezada com esta recusa, jamais ocorrerão problemas.
Infelizmente maturidade não é algo tão comum de ser encontrado, e muitas vezes algumas portas realmente se fecharão.
Mas que fechem sem medo!
Não cabe a cada um de nós regular nossas vidas para colocar a vida alheia numa redoma de vidro.
E as pessoas que realmente valem a pena, certamente virão a se dar conta de que interpretaram de maneira demasiadamente pessoal, e retomarão contato.
De qualquer forma, o resultado acaba sendo um certo isolamento.
Um isolamento que logo passa a ser desejado, pois é justamente ele quem possibilita a reflexão, o encontro de 'insights'.
Acaba por tornar-se um ciclo vicioso de seletividade, uma vez que se prefere a própria companhia do que alguma companhia não tão apropriada ou suficiente.
Muitos certamente argumentarão até que ponto a seletividade é algo positivo. Se não seria melhor aceitar o meio termo, ou 10% de termo, digamos assim. Se não é melhor estar mal acompanhado do que só no final das contas.
A minha única pergunta para este tipo de pensamento é:
Até que ponto você não está apenas com medo de si mesmo? Medo de encarar sua realidade, suas potencialidades, suas fraquezas, seus pensamentos mais assustadores, ou até mesmo de olhar de frente para seus medos?
É tão fácil fugir nos outros e se perder...




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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Profissionalismo

Ser um bom ou mau profissional é algo quase que exclusivamente dependente de cada um.
Na imensa maioria dos casos não existem punições suficientemente significativas para o mau profissional, da mesma forma como não encontramos recompensas suficientemente significativas para o bom profissional.
Depende de cada um o quanto leva a sério, dá valor, e entende a importância daquilo que faz, pesando contra sua imensa gama de desejos, sentimentos ou outras atividades de sua preferência.
Ao meu ver depende também da capacidade de empatia, para agir de acordo com a forma como gostaria que agissem consigo.

(post de agosto de 2012 que, por algum motivo, não tinha sido publicado)




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Enfraquecido

Lento.
Cada vez mais lento.
Dificuldade de sair da cama.
Lerdeza pra lavar o rosto, pra comer algo, pra se vestir, pra caminhar, pra trabalhar, para interagir com as pessoas, para entender sutilezas, para pensar.
Até o coração parece bater mais devagar. Parece já sem animo de fazê-lo. Um fardo, uma obrigação. Como um emprego em que se vai, como um zumbi, esperando apenas o fim do expediente, da semana, do mês, da vida... Batendo apenas no aguardo da hora que seja dito "deu, pode parar já".
Banhos quentes em dias quentes. Um friso de aconchego nessa sensação de desconexão de tudo e todos.
Sensação de morto por dentro. Já não tem sonhos, já não se empolga, já não almeja.
Vontades contraditórias perturbando a alma.
Desejo de dormir. Só dormir. Sem hora pra acordar. Sem dia pra acordar. Sem acordar. Só dormir.
Por outro lado aquele fiapo de inconformismo que grita, já sem voz, um "mexa-se!". Que tenta sacudir, que tenta acender um fósforo numa geleira, na esperança de iniciar um incêndio.
Aquele desespero por sumir, estar sozinho, não ver mais pessoas, carros, postes, fios, semáforos, casas... Por não ouvir barulho algum, ser surdo, nem que seja por uns dias. Sem nada. Sem luz, sem movimento, sem sons, sem grandes cheiros, sem toque. Sem toque algum.
Refletido nisso está o desejo de ter amigos próximos, de ganhar colo, de namorar, de conversar com as pessoas, de trocar abraços, de falar e ouvir bobagens.
Amanhã é sexta. Não vou precisar conviver com ninguém por uns dias.
Amanhã é sexta. Não vai ser tão simples poder conviver com alguém por uns dias.
Um dia para segurar as lágrimas. Logo o dia acaba. Quem sabe amanhã elas não sintam toda essa necessidade de diáspora.
A cabeça doendo de tanto ouvir o grito das lágrimas aprisionadas.
E esse grito infinito, que se encontra aprisionado no peito? Aprisionado pelo receio que sua infinidade, se liberta, causará desintegração completa. Receio misturado com esperança que seja o caso...
Letargia maldita! Tantos e mais tantos abandonos, mas logo a letargia resolve ser fiel companheira.
E essa gravidade que está cada vez mais pesada?




Postado por Ricardo Ceratti.

Expectativas

É importante alinhar as expectativas de acordo com a margem de possibilidades (plausíveis) da realidade.
Do contrário é pedir para se deparar com frustração, angústia, ansiedade, decepção.
Difícil é aceitar que certos sonhos morram, é se propor um contentamento com algo muito aquém do desejado.




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sábado, 19 de janeiro de 2013

Reflexão XXII


A vida é uma constante e sem fim construção que, de tempos em tempos, gera resultados preciosos.
Mas tudo não passa do caminho que vamos construindo através de nossas escolhas.




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Mudança

Sinto uma imensa necessidade de mudança.
Uma força me empurrando.
Porém, não consigo identificar o que ou para onde mudar.
E esta cegueira torna a necessidade por mudança algo angustiante.
Sendo arrastado por uma onda para algum lugar que não sabe, e cravando o pé no chão para não ir, por não saber onde vai parar, ou se é pra onde quer rumar.
A onda te leva, querendo ou não.
Cada vez mais forte, se impõe.
Na falta de um rumo, o jeito, ao menos por enquanto, é fazer algumas mudanças aleatórias e torcer que alguma tenha sido no caminho certo. Torcer que alguma dê dicas para descobrir qual o caminho certo.




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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Trilha sonora

Tenho uma dúvida.
A trilha sonora:

A) Acompanha o momento vivido.

B) Define os momentos que serão vividos nos próximos dias.

C) Prevê os momentos que serão vividos nos próximos dias.

É muita coincidência para não ser um desses três.




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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Primeiras vezes

Acredito, baseado em experiências alheias, que seja possível traçar um paralelo entre o nível de, digamos, "aproveitamento" das primeiras experiências de ambos os sexos.
Assim como é frustrante para o homem ser a primeira experiência sexual de uma mulher;
É frustrante para a mulher ser a primeira experiência de relacionamento sério de um homem.




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sábado, 12 de janeiro de 2013

Reforço e punição

É impressionante como "reforço e punição" acontecem a todo momento em nossas vidas.
Mas o que realmente me intriga é o fato da aversão à mudança aprisionar as pessoas em comportamentos repetitivos, cujos resultados já são bem conhecidos, e que não melhoram a vida de quem os faz. Pelo contrário, só os deixa estagnados em frustração e desprazer.
Não seria melhor arriscar outros comportamentos? Ter curiosidade de testar coisas novas e ver o que acontece? Agir diferente, nem que seja pela diversão? Arriscar, de repente, ser a si mesmo, se preocupar menos com tudo, e simplesmente "ser"? Imagina, que louco isso!
Pois é. Mas tudo isso é bem possível, e mais fácil do que parece. Basta apenas um pouco de coragem para arriscar.
E então tudo que se sucederá será meramente "reforço e punição" outra e outra vez, como forma de nova parametrização e de fazer um ajuste, uma sintonia fina.




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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Orgulho

O mais legal é que não importa o extrato social. Sempre vai existir a possibilidade de explorar um nicho, investir, ganhar dinheiro, ser criativo, pesar o agora contra o depois, fazer sacrifícios para um bem maior...

Ainda existem umas poucos coisas que me dão orgulho da humanidade.




Postado por Ricardo Ceratti.

As regras do jogo

Você se junta com um monte de pessoas e combinam um conjunto de regras que vão seguir.
Não necessariamente precisam estar juntos, ou sequer se falarem, verbalizarem. É combinado sem combinar.
Decidem o que vai ser importante, valorizado, o que é bom, mau, válido, ridículo, etc.
Dão signos para as coisas. Dão significados.
Isso se chama "cultura".
Este conjuntos de regras variam de região para região. Às vezes se separam pela distância geográfica. Às vezes não.
O advento da globalização, especialmente da mídia global, tornou possível padronizações e normatizações destas a nível global.
Em maior ou menor escala, algumas destas normas passam a valer para vários agrupamentos. No geral, os mais suscetíveis a influência.
E assim, pontos distantes, cidades, países, continentes inteiros, passam a acreditar num mesmo conjunto de regras. Regras estas que passam a ser "globais".
O que aparentemente ninguém se dá conta é que isto tudo foi criado, que não possui valor REAL intrínseco.
Acabamos nos esquecendo do que realmente importa, perdemos o olhar "cru" das coisas, nos tornamos cegos e desesperados se não temos essas "lentes" que foram definidas - muitas vezes sem que sejamos consultados, e sem levar em conta nossas opiniões, necessidades, valores, estilo de vida, etc.




Postado por Ricardo Ceratti.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Reflexão XXI

Acabamos com a infância;
Ou a tornamos permanente?




Postado por Ricardo Ceratti.