domingo, 30 de março de 2008

História verídica.

Nesta madrugada (sabado para domingo) eu e o Ivan estávmos indo para a Lima e Silva pela José Bonifácio quando fomos abordados por uma viatura com três policiais.
Um deles ficou apontando uma .12 (espingarda) para mim e para o Ivan enquanto outro reviravam nossos bolsos.
Mesmo verificando que não possuíamos arma alguma a arma continuou apontando para nós.
O Ivan foi interrogado do que fazia com um pedaço de pau. Pedaço mesmo, deve ser 1cm de espessura e uns 30cm de comprimento. Ele disse que aquela era uma rua perigosa mas pareceram não acreditar.
Depois fomos interrogados de supostamente termos derrubado um barril ou sei lá o que é aquilo ou a palavra que usaram. Aqueles latões de lixo que tem por ali, sabe?
Dissemos que não o derrubamos.
Levamos cassetasso.
Disseram para não mentirmos e bateram novamente.
O que aparentava ser o "líder da operação" disse "Junta agora o barril". Não precisou nem terminar a frase e eu pedi licença para ir lá. Fui correndo e juntei como um bom cachorrinho treinado que sou. Minha recompensa? Mais uma cassetada.
Então nos mandaram embora, ao que eu disse "E minha carteira de motorista?". Ele sorriu, levantou a minha carteira com a mão esqueda e posicionou a direita com o cassetete e me disse algo como "vem pegar". Eu parei e disse "tu não vai me bater mais, né?". Sem resposta. Quando fui pegar levei mais uma vez, dessa vez na perna esquerda que até agora me encomoda para andar e ficou com um caroço da largura de uma laranja.
Quando estávamos indo embora eu parei a uns 8 metros deles e disse que era muito bunito o que estavam fazendo, que haviam roubado duas motos minhas e eu fui assaltado no carnaval e, nesta ocasião eu sai correndo atrás de viaturas pedindo ajuda e fui ignorado e apontaram armas para minha cabeça. Continuei dizendo que ao invés de eles estarem atrás de bandidos de verdade eles ficam batendo na gente que não tinha feito nada.
Fui ignorado.
Logo percebi que, veja só, eles haviam levado minha carteira de cigarros.

No carnaval fui abordado na frente da Santa Casa por dois rapazes e uma moça. Um dos rapazes me apontou um revólver enquanto isso esvaziaram meus bolsos. Depois foram embora nos dizendo para ir para outro lado. Eu comecei a seguí-los e o armado começou a voltar. Levei medo e resolvi dar a volta na quadra.
Chegando na Salgado Filho toda hora as pessoas que estavam pela rua assoviavam avisando os ladrões da minha presença.
Desisti e busquei auxílio policial.
Abanei para uma viatura que me ignorou.
Depois abanei para uma viatura no meio da rua e eles pararam. Quando me aproximei o policial do banco da frente e o do banco de trás me apontaram seus revólveres.
Expliquei a situação e eles arrancaram e foram embora. Corri atrás da viatura e eles pararam uma quadra depois. Reclamei que eles poderiam no mínimo mostrar um pouco de preocupação e nos levara para alguma delegacia. Ao ver que não teria resposta eu falei "poderiam então pelo menos nos dizendo onde havia uma delegacia nas proximidades. Rapidamente um deles falou "Tem uma duas quadras daqui." e foram embora. Sem eu sequer saber para que direção a duas quadras.
Resultado: Dependi da caridade de uma vendedora de uma barraca abaixo do viaduto, de um taxista que deu carona até a delegacia da Policia Civil perto do HPS e de um cobrador de ônibus que entendeu a falta de dinheiro.

O que aprendi destas lições? Que tanto a polícia quanto os bandidos usam de violência, sacaneiam e lhe tomam pertences. Porém, eu prefiro com os ladrões, com eles pelo menos não tenho que aguentar o sadismo (ato de uma pessoa ter prazer ao ver outra sofrer ou causar sofrimento).
E pensar que a minha vida inteira eu sempre fui o "careta" por defender os policiais perante meus amigos e colegas.
Deprimente.





Postado p um Ricardo Ceratti indignado e que não quer mais pagar imposto se o seu dinheiro for para polícia.

Pára-choque do caminhão do Tio Ricardo IV.

É através da leitura que se adquire vocabulário.


Eu sei que essa é meio batida, então vo colocar uma de brinde!


Ele é tão filosófico quanto uma pára-choque de caminhão! OPIHEOUIAHOUEHOUEA





Postado por Entediardo... ops Ricardo Ceratti.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Pessoas...

Pessoas me cansam.
"Oh! Que absurdo! E faz psicologia ainda!"
Um dia o cú ainda casa com as calças. Enquanto isso, na sala de justiça.
Sejamos sinceros, o convívio com pessoas cansa. Pessoas cansam.
Podem confessar, prometo que fica só entre nós.
As pessoas incomodam por diversão, fazem gracinhas quando estamos de mal-humor, insistem em fazer algo quando pedimo para não fazer, desconfiam de quem não precisa desconfiar, são feitas de bobas por quem obviamente as enganaria, se acham as maiores sofredoras do mundo não importando o tamanho do seu problema, acham que o ouvido alheio é seu penico privado, abusam da paciência, "dão cachorro", mentem, fofocam, agem pelas costas, traem, humilham, ofendem, "se fazem", incomodam por atenção, etc.
Leia isso em voz alta sem pausa para entender o tamanho do problema.
Agora respira.
Alguém sabe me explicar o motivo de tudo isto?
Põe no nick do MSN "não me incomodem" e pulam 10 perguntando o que foi, bancando psicólogos, se intrometendo (onde muitas vezes não tem nem um pouco de intimidade); outros 10 resolvem fazer gracinha; mais uns 10 xingam pois a pessoa é reclamona... DEPOIS de infernizarem a pessoa para dizer o motivo de não querer ser incomodada (vê o problema? Incomodando quem está quieto). E por aí vai.
Ofereça algo mais barato para as pessoas para ver quantos vão insinuar que é falsificado, adulterado, com defeito, roubado, etc. E se passa pela cabeça das pessoas que é apenas o caso de estar tentando ganhar uns poucos reais ao vender algo que conseguiu barato para a pessoa, possibilitando que ela poupe uns reais, é rapidamente chamado de "mercenário"! Ora, que absurdo alguém querer lucrar dois reais vendendo algo que poupe quatro reais da pessoa. ABSURDO!
Pessoas que percebem que o outro não gosta se ser cutucado, cutucam mais.
Se tu reclama de alguém estar falando demasiadamente, é provável que esta pessoa acabe falando ainda mais. Só pelo gostinho de incomodar.
Algumas pessoas combinam coisas e não cumprem, mesmo promessas, mesmo sabendo da dificuldade que foi para a outra pessoa fazer aquilo.
Algumas pessoas fingem não estarem interessadas só para ver o quanto o outro corre atrás.
Fofoca então? O vício da humanidade. Aposto que a cobra do paraíso só tentou Adão e Eva por ter cansado de ouvir um de cada vez vir lhe fofocar defeitos e ações do outro. Pobre cobrinha indefesa.
O mais legal são as manias de pobre:
Tu é médico? Que legal! Olha só to com um "pobreminha" aqui...
Tu que faz engenharia, tem como olhar a planta da minha casa? - Faço engenharia mecatrônica. - Ah! Olha mesmo assim.
Mas o pior é quando descobrem que a pessoa tá no mesmo ramo que estou tentando me formar: Psicologia.
Ninguém acha necessário "pagar alguém para ouvir meus problemas", mas não podem saber que alguém é psicólogo ou estudante de psicologia que já vão logo contando toda vida.
Cinco palavras simples: Tua Vida Não Me Interessa.
Resumindo, as pessoas sentem um certo (eu diria grande para ser bem sincero) prazer em incomodar o próximo.
Será que não sabemos ser gente? Não sabemos viver em sociedade? Não aguentamos a vontade de tirar uma lasquinha (seja de conhecimento, dinheiro ou paciência)?
Modo simples de provar meu ponto: Perceba que, quanto mais estressado você estiver, mais pessoas testarão sua paciência.
Eu acho que todos precisamos de férias. Férias de viver em sociedade. Bora uma vez a cada certo tempo se isolar em algum lugar, dar uma pausa para respirar, preparar sua comida, observar o pôr-do-sol e, mais do que tudo, apreciar o silêncio ("Enjoy the silence").
Posso tirar as minhas férias agora??




Postado por um Ricardo Ceratti tentando controlar o mal-humor.

quarta-feira, 26 de março de 2008

O modo Preguiçoso de Ser.

Sem querer chamar ninguém de idiota aqui mas eu tenho que perguntar.
Já perceberam que a nossa forma atual de viver é baseada em se especializar em algo para ganhar dinheiro para, com este dinheiro, comprar coisas que pessoas especializadas em outro "algo" produzem?
É mas nem sempre foi assim. Há muuuuito tempo atrás numa terra distante o ser humano era praticamente um "faz-tudo". Planta sua comida, cuida do seu gado, bate seu couro, corta sua madeira, tece, forja, constrói, etc. Sinceramente invejo essa época. Eu gostaria de saber fazer mais coisas. Seria tão legal plantar a própria comida, fazer o próprio tapete, construir a própria casa e todas outras atividades, com apenas suas mãos e suas ferramentas.
Não preciso nem dizer que nosso modo de subsistência industrializado é o que nos permite termos avançado tanto quanto avançamos hoje. Como alguém poderia ser um cientista genial, um grande neurocirurgião ou até mesmo um latifundiário, se tivesse que fazer também todas outras atividades necessárias para sobreviver e ter um mínimo de conforto?
O que consegue me assustar é o ponto que essa diligência de tarefas se expandiu.
Hoje em dia pagamos para engraxarem nossos sapatos, lavarem nossas roupas, arrumarem nossa casa, digitarem nossos trabalhos para faculdade, lavarem nosso carro e toda uma gama de coisas razoavelmente banais que poderíamos fazer sem grandes habilidades ou prejuízo de tempo.
Provavelmente todos estão cansados de saber destas atividades contratadas, mas a coisa vai além.
Agora além de pagarmos pro "muleque" comprar algo para nós (muito ganhei dinheiro na minha infância com essas tarefinhas na praia), pagamos também para alguém escrever sobre como fazer coisas, para ter um personagem de determinado jogo muito "evoluido", para corrigirem nossos sites, até mesmo blogs!
Será que a coisa não está indo meio longe demais?
Daqui a pouco pagaremos para alguém responder nossos e-mails? Para comprarem roupas para nós? Para apontar nossos lápis? Para mastigar por nós??
Eu acho que estou exagerando, admito. Mas não é impossivel né?
Vamos ficando preguiçosos, o dinhero compra o cumprimento dos afazeres. Ficamos entediados, não temos tanta criatividade assim no tempo livre, e não gostamos de simplesmente ficar parados. E, o que na atualidade é o pior, engordamos! Oh! Bate na madeira! Engordamos sim, justamente por fazer de menos.
E então o que se sucede? O dinheiro comprou a possibilidade de não fazer as coisas para sobrar tempo. O mesmo dinheiro paga academia onde perdemos tempo na busca de deixar o corpo em forma para o verão. Subir um andar de escada nem pensar. Arrumar sua própria bagunça, fora de cogitação. Ir apé no mercado? Só pode ser piada!
O mais engraçado (ironico?) é que o rato pára de apertar o botão que dá choque.





Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 25 de março de 2008

O ser mais estabanado.

Para aqueles que ainda duvidam do meu imenso talento para ser estabanado, narrarei a cena que aconteceu alguns minutos atrás.
Estava eu bem faceiro no meu quarto, com as luzes apagadas, vendo o episódio 2 de Californication, quando vejo ele falando uma frase excelente.
Decido anotar a frase, porém meu inglês não é tão bom quanto eu gostaria. Ok, cata no dicionário como se escreve "awkwardness" e "loneliness".
Meu computador fica na altura que eu fico sentado, acima, na estante, tem quatro gavetas e acima destas um espaço de altura aproximada das gavetas (um pouco mais de um palmo) onde eu deixo meu material de desenho, tubo de cds, uns livros inúteis, meu dicionário Português-Inglês, e umas coisas que eu finjo para mim mesmo que estão ali por decoração e não pelo fato de eu ser um "wanna be" lixeiro.
Então, eu, com fone nos ouvidos, pego o dicionário (atrás do tubo de cds) e, numa demonstração nunca antes vista de habilidade, consigo derrubar a tal da "decoração".
Cai um copinho de café (aqueles de isopor) cheio de lascas de madeira e restos de grafite (por algum motivo eu achei que seria uma boa idéia usar esse copinho como lixeirinha do meu "apontador" que na verdade é o estilete), espalhando madeira pela volta do computador. Mas o pior foi uma garrafinha de plástico da coca-cola, aquelas que há alguns anos atrás eles davam de brinde por sei lá eu o que. As coloridas sabe? Tipo do tamanho do minguinho (ou mindinho? Nunca sei). Lembrou né? Então, essa garrafinha, um item de valor inestimável (ou seja, maior que zero, menor que 0,01R$), cai dentro do meu computador. Isso mesmo, por problemas de aquecimento ele fica sem uma tampa lateral, escancarado. A garrafinha pula pra dentro do computador e bate na placa mãe.
Resultado? O pc paraliza e sou forçado a desligar e ligar novamente.
Tudo por causa duma frase.
A frase, para matar a curiosidade desse meu "imenso" público que possa ter ficado curioso, é:
"A morning of awkwardness is far better than a night of loneliness." Dita pelo principal da série, Hank Moody.
A tradução eu deixo por conta do aprendizado de cada um! Afinal, mate seu tédio aprendendo algo novo (ou não).

segunda-feira, 24 de março de 2008

Clima.

Como pode um efeito climático mudar tanto meu humor?
É só esfriar um pouquinho, de preferência ventando, que eu já me sinto bem, em paz.
Hoje, por exemplo, tive uma aula chata, voltei de carona (gosto de dirigir hehe), estava com dor de cabeça, tinha muita louça a ser lavada em casa e eu estava mal dormido. Tudo isso geralmente basta para o véio aqui ficar mal-humorado. Mas não fiquei! Estava uma temperatura agradável (entendam agradável como o habitual "fresquinho" para a maioria e, na minha concepção, vai melhorando conforme a temperatura vai diminuindo), com um chuvisco que nem incomoda e um ocasional ventinho dando aquela sensação "halls preto".
Em compensação em dias abafados e quentes, não precisa muito para que eu fique de mal com a vida.
Outra coisa que eu percebi foi a motivação. Hoje esfriou e eu não me importei de lavar a louça, dei uma organizada na sala, botei fora o habitual lixo que habita meu quarto, me animei a escrever aqui e estou pensando até em desenhar. Não se enganem comigo! Eu não gosto de arrumar a bagunça, quando arrumo é aquele dia especial para arrumar tudo, que sempre termina na metade do esperado comigo perdendo a paciência e jogando tudo numa parte de lixo do armário. Mas, realmente me animei um pouco hoje.
Um médico me falou (como já mencionei em outro texto) que meu problema motivacional é devido ao meu sono do avesso. Me parece mais relacionado a minha aversão ao calor.
Será que todas pessoas, em maior ou menor grau, funcionam assim? Não necessariamente com frio, e sim a qualquer efeito climático?
Eu sinceramente acho até cômico pensar em alguém dizendo "Hoje, nesses 40°C e umidade em torno de 80%, sem nenhum vento, climão de deserto maravilhoso, me sinto motivado para sair bater perna na rua para resolver problemas no banco, de costureira, pesquiaar preços, comprar roupas, etc... Tudo no bom e velho transporte coletivo alternado com uma boa caminhada."
Não me desce. Não MESMO.
Por outro lado sei de pessoas que morrem de preguiça com o frio. Ok, é bom durmir mais debaixo de todas aquelas cobertas. Porém depois de estar devidamente acordado eu não acredito que o frio seja elemento "empreguiçador".
Eu voto por esfriarmos o mundo! Alguém mais?

terça-feira, 18 de março de 2008

A fórmula da discórdia.

Já repararam como as pessoas acham defeito nas outras quando se sentem ameaçadas?
Nem sempre é proposital. Acredito que seja uma ferramente de defesa do Ego ou algo do tipo.
Exemplos:
Se uma mulher vê uma característica em outra mulher que ela considera melhor do que em sí, é bem provavel que ela rapidamente busque por defeitos. Pode não ser proposital, pode não seguir no pensamento ou não comentar, mas que pensa, pensa.
Antes que me chamem de machista: Não é apenas com mulheres.
Homens que vêem outros homens obterem mais sucesso podem, por exemplo, dizer "quem ele está comendo para conseguir isso?"
Se a pessoa A, que tem mais experiência em uma determinada atividade vê que B, até pouco um completo incapaz na tal atividade, encontra-se mais habilidoso, A certamente dará um jeito de encontrar defeitos nesta atividade quando executada por B.
Complicado? Vou tentar expressar em uma fórmula matemática. Sei que pode complicar mais, porém fica mais "palpável".
Temos Vp como "valor pessoal", o que seria o quanto a pessoa se considera boa.
Por outro lado, temos Va como o "valor alheio", que é o quanto a pessoa em questão (a pessoa do Vp) valoriza a pessoa alvo.
Para o primeiro dado usaremos o seguinte: Vp-Va
Atenção para o fato de este ser a única parte em que o 'pessoal' vem antes do 'alheio'.
A outra parte trata-se do atributo em questão sendo analisado (atributo que 'p' percebe ter menor que 'a'), no caso 'Ap' para atributo da pessoa e 'Aa' para o atributo alheio. Porém aqui o alheio vem primeiro na equação: Aa-Ap
Por fim temos o "Desempenho", que se refere ao grau de reconhecimento pelo que é feito (por exemplo uma promoção). Logo 'Dp' para o desempenho pessoal, enquanto 'Da' para o desempenho alheio. Porém eles se encontram elevados "^" (^2=²=quadrado, ^3=³=cubo). Na fórmula fica: ^1+(Da-Dp).
O resultante é "B", a busca por defeitos.
No final temos a seguinte fórmula:
(Vp-Va)*(Aa-Ap)^1+(Da-Dp)= B
Sendo que o resultado da elevação não pode ser zero ou inferior.
Percebam que quanto maior a distância entre o quanto alguém se considera melhor que outra pessoa; Quanto maior a abilidade da segunda pessoa em relação à primeira; E, como agravante, quanto maior o reconhecimento dado à segunda pessoa, maior a possibilidade de a primeira pessoa buscar encontrar defeitos na segunda.
Então se uma pessoa se considera muito boa em seu trabalho, enquanto considera uma outra pessoa como "vagabundo", ao ver a segunda pessoa ser melhor que ela, por exemplo, em preencher formulários e, ainda por cima, a segunda pessoa receber alguma promoção que a primeira não receber, ela quase que certamente buscará inumeros defeitos no "vagabundo".
Admito que preciso achar uma jeito mais simples de dizer as coisas.




Postado pelos pensamentos desorganizados de Ricardo Ceratti.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Cansar por repetição.

Percebi uma coisa hoje. Uma coisa que talvez seja muito óbvia para muita gente, mas que só tive certeza hoje.
Há pouco mais de cinco anos eu fazia direito e, no meu tempo vago, lia sobre psicologia.
Aconteceu algo incrível quando entrei na psicologia! No início eu lia os textos mas logo perdi a vontade de ler aquelas coisas todas. Acabou que por um tempo eu não lia nada.
Nada? Nada! Nem as coisas que eu costumava ler que não tinham a ver com a psicologia.
Agora neste semestre estou fazendo apenas duas cadeiras da psicologia: TCC e Comunitária2. Em TCC eu devo escolher um tema e trabalhar nele. Em Comunitária2 ainda não surgiu nada para ler.
E eis que um milagre aconteceu! Olhei para aquele livrinho do Rogers que há tempo está hospedado no meu quarto e comecei a ler! ALELUIA!
A explicação que encontrei para esta linha de acontecimentos é bem simples: Sobrecarregado de leituras a serem feitas eu me desmotivava. Por outro lado, tendo liberdade e tempo meu desejo de ler voltou, e não apenas para leituras de hobbie mas também para leitura de psicologia.
Obviamente que meu funcionamento não é regra para todos. Alias está cada dia mais longe disso. hehe Mas vamos pensar um pouquinho:
- Já está comprovado cientificamente que as pessoas não são capazes de aprender ao longo de muitas horas. É difícil manter a atenção e é complicado de absorver tudo de forma apropriada.
- Qualquer pessoas sabe que alguém cansado não rende, não aprende.
O que acontece no curso?
Temos uma carga horária maior que a maioria dos cursos. Ao invés de 20 créditos, na psicologia geralmente chegamos próximo dos 30. Apesar disso, infelizmente ainda possuimos cadeiras de pouca ou nenhuma utilidade, além da nunca ausente repetição de conteúdos, tentativa de implantar ideologias e momentos lindos que os professores dedicam àquelas pessoas menos afortunadas ao explicar, quase como historinha para criança, mais uma vez o que está tentando passar, afinal, aquela pessoa paga o mesmo que os outros, logo possui o direito de fazer todos os outros 40 alunos com, pelo menos, dois neurônios terem de ouvir pela milésima vez.
Mas e não é tudo! De brinde você leva praticamente um texto por cadeira para ser lido em, no máximo, duas semanas. Hummm Vamos ver: No segundo semestre são cursadas nove cadeiras. Ok, uma é acompanhamento. Se cada cadeira dá um texto para ler em uma semana (muitas vezes o tempo é menor), os alunos deverão ler textos de, pelo menos, duas disciplinas em ao menos um dia da semana.
Quem não enjoaria assim?
Ah, mas são textos pequenos!
Ok, alguns são, ainda assim logo surgem trabalhos (odeio trabalhos, especialmente em grupo), provas a serem estudadas e, olha só, ter uma vida.
Sim, ter vida também é importante. Aliás, ainda mais importante ao meu ver. De que adianta virar uma máquina infeliz de aprendizagem?
Eu sei que não é pra tanto, mas quase (quase para quem não trabalha né?).
Voltando aos textos, agora que já estamos enjoando de ler, com mais uma desmotivação para ler. Tudo aquilo lido serve basicamente (medo de dizer "apenas") para facilitar no entendimento da matéria que o professor tenta passar naquela aula.
EPA! A aula já não é repetitiva? É sim! Já não é um saco aguentar a aula repetindo pela milésima vez só para aquelas duas ou três pessoas que teimam em não entender? É sim!
Oh...
Haja motivação (em termos chulos: "saco").




Postado por Ricardo Ceratti.

Ps.: Será que alguém poderia dar uma internet discada pra pessoa genial que mudou o site da PUC?

Pára-choque do caminhão do Tio Ricardo. III

O mundo dá tantas voltas que até minhas certezas são incertas.



Postado por Ricardo Ceratti.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Frase apenas.

Nota mental ou passa tempo pros entediados. Já que o tédio é uma coisa inexplicável e sem auge (ou seria "infinicrescível"?)

Ele gosta mais delas que deles, preferindo aquelas que gostam mais deles do que delas.




Postado pelo entediado Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 12 de março de 2008

O Viver e suas razões

Estava juntando alguns pensamentos e vivências e cheguei a uma conclusão que me convenceu (em partes) ao mesmo tempo que me perturbar.
Por partes:
O ser humano é um eterno insatisfeito, como já deve ter ficado bem claro para qualquer um que pare um pouquinho para pensar a respeito.
Nunca paramos. Terminamos algo e já arranjamos algo para fazer. "Estamos sempre num estado de não finaliação". Como eu disse em outro texto, fazer coisas é a melhor forma de não pensar nos problemas.
Para completar temos as relatadas sensações de paz que as pessoas sentem quando vivenciam uma experiência de quase morte. Eu mesmo passei por uma dessas ficando um tempo um tanto excessivo sem respirar. De início não incomodava, depois foi uma agonia quase insuportável, por fim veio uma sensação agradável de paz e tranqüilidade.
Juntando estas três informações me faz pensar que talvez o que chamamos de "vida" seja nossa maneira de cumprir algum tipo de "pena". Se a quase-morte traz paz, enquanto a vida nunca nos satisfaz. Algo pode estar muito errado aí.
Não estou dizendo que morrer seja alguma solução. Certamente que não. Se a resposta fosse tão fácil assim não seríamos sete bilhões. Também não acredito que, se existir algum ordenamento no universo, que ele seja tão falho quanto nossos sistemas de punição (isso se realmente for punição, para o budismo, se não me engano, é uma forma de se evoluir).
Também não sou um pessimista que acha que viver é ruim. Muito pelo contrário! Adoro viver e eu gostaria muito que os dias fossem mais longos, que a vida fosse maior e que a velhisse demorasse mais. Existe tanta coisa que eu gostaria de aprender nessa vida, sinceramente não acredito que exista tempo.
Quando pensei nisso logo surgiu a hipótese de que nossa forma de vida que nos traga essa falta de sentimento de estar completo. Mas não são apenas os problemas das épocas que atrapalham. Estamos acostumados com tantas coisas. Será que não viveríamos melhor se nunca tivéssemos de aguentar a gravidade do nosso planeta? A fome depois de algumas horas sem comer? A necessidade de respirar (não respirávamos no útero e há quem diga que nascer e respirar são nossos primeiros traumas)?
Então o problema está além de nossas mãos.
Existem muitas coisas pelo qual vale a pena viver. Muitas coisas MESMO. Mas vamos subtrair as coisas que nós criamos, pois estas poderiam ser vistas como uma forma de melhorar a própria situação apenas. Podemos diminuir o peso de se relacionar uns com os outros, que pode ser visto tanto como uma outra forma de amenizar a situação quanto visto pelo fato de que praticamente todos relacionamentos não dão certos (se dessem todo mundo se casaria lá pelos seus 15 anos). Sobra as coisas da natureza, quantos de nós realmente prezamos estas coisas, as damos o devido valor e paramos para aproveitá-las? Todos gostamos de ver o sol se por mas com que freqüência costumamos observá-lo? Gostamos da sombra de uma árvore - pof! desmatamento -, de deitar na grama - pof! construido o estacionamento de um shopping -, de tomar um banho de mar - pof! "você quis dizer 'banho de dejetos?' -, etc.
Talvez estejamos no caminho errado. Mas aí não teríamops progresso, nem as coisas que nos facilitam a vida, nem curas de doenças, nem nossos "brinquedos", nem nada.
Não são paleativos para melhorar nossa situação também?





Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 11 de março de 2008

Pára-choque do caminhão do Tio Ricardo. II

Somente em sonhos podemos estar 100% felizes e realizados.



Postador por Ricardo Ceratti.

Eterna Criança

Hoje fui olhar o trote que os bixos levaram e algumas pessoas que fiz amizade me abraçaram, me sujando de tinta.
Sinceramente? Adorei! Eu gosto dessas brincadeira, gosto do trote, gosto de ver a animação das pessoas, se sujando, se divertindo, socializando, etc.
Na volta encontrei um conhecido que está pela metade do curso e ele me reprovou, disse que eu já deveria ter "passado dessa fase".
Sinceramente eu discordo. Não vejo mal algum em gastar o tempo livre socializando com pessoas animadas e dispostas a brincar.
Conforme vamos envelhecendo vamos adquirindo mais e mais responsabilidades, obrigações. E com isso vem estresse, desgosto, preocupação.
Não devemos perder nossa criança interior, mesmo que só a deixemos sair uma vez que outra ao passar dos anos. É isso que nos revitaliza, que nos põe um sorrizo no rosto e dá ânimo.
Sinceramente eu gostaria de tomar trote todos semestres. Pense comigo. Digamos que as pessoas tivessem um mísero dia a cada semestre para relaxarem, brincarem, se sujarem, esquecerem as antipatias, a timidez, passarem por cima de seus receios, do medo de não serem aceitos, etc. Não acreditam que o mundo seria melhor? Menos brigas, menos irritação no trânsito, menos crises depressivas, menos remédios consumidos, etc.
Eu acredito que a felicidade é a chave para se viver bem (e, pelo jeito não só eu, havendo pesquisas comprovando que pessoas felizes tendem a adoecer menos).




Postado por Ricardo Ceratti.

Insônia relativa

A noite é um perigo. Afirmação.
Mais especificamente a cama.
Durante o dia ("dia" aqui é o não estar deitado para dormir) sempre surgem mil e uma coisas para fazer que nos distraem dos problemas. Escanteamos eles, evitamos de pensar. Somos bons nisso. Eu sou pelomenos e, acredito não estar sozinho nessa.
O problema é dormir. No que deita vem aquela onda de coisas não resolvidas. Coisas que evitamos de pensar pois nos causam dor, não somos capazes de resolver ou que, por qualquer motivo que seja, não resolvemos.
E então a pilha começa a crescer. Sinergia. Vai corroendo outros aspectos da vida. A pilha cresce, o sono diminui e sua qualidade desaba.
No auge dos meus infernais 15-16 anos eu chegava a perder quatro horas de sono de tanto que pensava nos problemas não resolvidos.
Para aliviar o problema foi simples. "Só" emagreci 30kgs, deixei de usar óculos, comecei a fazer coisas úteis da vida e abandonei minha então visão de mundo. Foi complicado mas as quatro horas extras de sono compensam. Ok, três horas e meia.
Outras coisa que ajuda é deixar de covardia e parar para refletir e, se possível, solucionar os problemas.
É na noite que eles nos torturam mas é no dia que temos que enfrentá-los.




Postado por Ricardo Ceratti, inspirado por Isa, também conhecida como única-que-comenta-por-aqui e "corretor ortográfico".

Devaneios.

Mais um texto curtinho e irônico só de "réiva".
Pessoas, não deixem de aproveitar a inspiração! Os texto aqui são meu protesto pacífico contra minha idéia genial de ontem. "Ai, seis da manhã. Vo anotar palavra-chave e escrever amanhã". Pof! A inspiração fugiu.
Então, qual a fórmula para se inspirar? Um belo dia chamado "ontem" eu me engajei numa conversa alucinada com uma pessoa que eu quase-idolatrei na hora. Quase, na hora. A hora passou, o quase caiu.
Já reparou como muitas vezes conhecer gente nova refresca nossos pensamentos? Inda mais se a pessoa for inteligente. Pontos de vista diferentes então, nossa. Pessoas que pensam igual se dão bem mas ficam estagnadas. É a mudança que faz o mundo girar (tá, tem outras coisas...).
Eu tenho essa necessidade de conhecer gente nova, de conversar com as pessoas. Só vendo.
Ok, eu conto o que aconteceu. Depois de muita conversa eu não conseguia parar de pensar. Pensar e ter idéias. E ter idéias do que pensar. Resolvi tenatr dormir pelas 5h. Muito levanta-para-anotar depois, acabei domrindo na memorável sétima hora do dia.
Hoje passei o dia desanimado, dor de cabeça por não ter dormido direito. Melhor do que ter dormido e não ter tido idéias, não é? Cérebro é um músculo e a regra do músculo é "use it or lose it". Ou seja, se não usar, acaba definhando. É minha gente, academia por um mês e parar não adianta de nada.
Agradeço a minha "musa" pela inspiração mas eu viciei. Preciso de mais.




Postado por um Ricardo Ceratti que se nega a dormir (e será xingado pela "musa" hehe).

Escalador "humano"

Ô (aquele de que cutuca a pessoa do lado) já viram aquelas pessoinhas (sufixo "inhas" significa diminutivo e a palavra "ironia" todos conhecem né?) que, para subir na vida "escalam" nas outras?
Ao invés de crescer por si, crescem através do movimento de reduzir os outros. Seja reduzir o mais fraco (para iniciantes), qualquer pessoa que se manifeste sem muito respaldo grupal (para intermediários) ou mesmo que reduza todos (ou quase) à sua volta (para experts).
Sinceramente não sei como isso funciona. Que funciona, funciona afinal, para um comportamento se perpetuar ele precisa ser recompensado. Em simplês: Colou, tá valendo.
Querem saber do pior? Muitas vezes quem faz isto tem capacidade de obter a visibilidade desejada sem precisar de tal técnica. Talvez seja mais fácil crescer assim, não sei. Só sei que se um prédio se mantém de pé por se apoiar nos prédios vizinhos, quanto estes caem (ou são derrubados né?), aqueles colidem quase que imediatamente.
Vamos lá pessoal, exercer a inteligência e o carisma é completamente gratuíto e indolor. Eu juro.




Postado por Ricardo Ceratti e seu teclado que come letras.

Desabafo

Ah, só para me lembrar num futuro talvez não tão distante da minha indignação com minha pessoa.
Assim como o prazer só vem depois de 110, a inspiração me sacaneia e só vem depois das 4h da madrugada.
Depois vem médico me dizer: "Tu tem que ter um horário de sono mais próximo da normalidade."
Beleza, farei isso! Como só rendo na madrugada eu não vou mais desenhar, escrever aqui, estudar, ler a super...
Credo, até medo de mim. Todo mundo aqui já viu filme de esquizofrênico né? Foi moda há uns anos atrás. Durmir cedo pra mim é quase como os remédios deles. "O remédio tira minha criatividade, meu prazer de viver."
Exageros à parte vou parando por aqui que estou ficando debochado já.
Falando em deboche, alguém tem um pouco de coordernação pra trocar por alguns centímetros de altura ou de cabelo? Cansei de ser estabando.
Próximo texto seriedade, prometo. Desabafo foi necessário. A catarse necessária à vida, pois rir é o melhor remédio (e esse nem foi um texto de pára-choque).



Postado pelo notívago Ricardo Ceratti.

Carpe Diem

Há tempos muito se tem falado em aproveitar o dia, já que o amanhã não se sabe.
Não me leve a mal, aproveitar o dia é uma coisa ótima. Só acho que o problema aparece quanto se vive única e exclusivamente para o hoje.
Vejo cada vez mais gente tendo essa idéia como objetivo de vida. O problema de viver para o hoje é que não se constrói o seu amanhã. E aí, como fica?
Não me presto a estudar, Papai me dá dinheiro pra festiar todos dias. Trabalhar? Há! Nem pensar! Meu negócio é aproveitar, não sou loser que nem vocês que se preocupam.
Anmram. Papai morre e deixa uma belíssima herança! Dívidas, amantes com rabanho de baú, dívidas, dores de cabeça e mais um pouco de dívidas. E agora, magrão?
Não aprendeu nada do tempo que "estudou", não tem habilidade para emprego algum (pelo contrário, cansa só de pensar em ir trabalhar) e, para piorar, não sabe nem preparar sua própria comida.
É, quem vai trocar a fralda agora?
Mas... não poupou um centavo da grana que o papai dava todos dias? Poupar? Isso é pra fracos! Pra quê preciso guardar dinheiro se amanhã vem mais?
Nessas horas eu penso que ter nascido meio idoso talvez tenha me sido uma benção. A metade idoso se preocupa com o futuro, minha metade pré adolescente (sim, pré, pra compensar os anos e anos de "mão-de-vaquisse" do idoso) sabe como "aproveitar o dia".
Equilíbrio me parece a palavra chave pra vida. Difícil é tê-lo.
Juízo, menino.



Postado por Ricardo Ceratti.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Pára-choque do caminhão do Tio Ricardo.

A felicidade é intransferível, porém transbordável.


(Se deram mal, depois que eu começo com as frasesinhas ninguém me segura.)




Postado pelo feliz do Ricardo Ceratti.

terça-feira, 4 de março de 2008

A dualidade da vida.

A idéia para este texto era de ele ser entitulado de "Pensamentos". Seria tipo de um diário. Mais um lugar para eu jogar as coisas que me passam pela cabeça. Mas, pra variar, a coisa se ligou a outra coisa, foi aumentando e cá estamos com um texto. Ainda não concluí se eu ser assim é bom ou ruim. As vezes eu tenho ótimas sacadas, outras eu sou inconversável.
Mas chega de besteira, vamos ao texto.
Certamente todos nós já percebemos como a vida muda facilmente. Como uma escolha altera o rumo de tantas coisas. Certamente você já deve ter conhecido uma pessoa que veio a ser muito especial apenas por algum "acidente". Seja um engarrafamento, seja por ter que realizar uma tarefa enfadonha, enfim, seja pelo que for, aconteceu. E pode acontecer de nos abismarmos com a fragilidade de tudo. Os "e se" da vida. E se eu fosse por outra rua? E se eu me negasse a levar o lixo pra fora? E se do lado do hotel não fosse uma tabacaria? E se eu preferisse afundar no sofá vendo televisão ao invés de ir naquela festa que tinha tudo para ser chata?
Uma coisa eu posso afirmar: este é o caminho mais curto para enloquecer. Pelomenos para mim seria.
Em alguns momentos as mudanças podem até nem ser tão gradiosas. Podemos não conhecer ninguém. Podemos não encontrar uma nota de cinco reais dando sopa no chão. Podemos não ficar sabendo de alguma coisa do nosso interesse. Nem nada demais. Porém podem acontecer coisas que mudam nossa vida sem nos darmos conta. Isso é o incrível da coisa: TUDO nos afeta e afetamos tudo! E até as menores coisas, as mais imperceptíveis, têm seu peso. Um lixo no chão, cruzar com uma pessoa mal encarada, um caminhão lhe perfumar de diesel, uma leve tropeçada, etc. Ou o outro lado: Ter um trajeto calmo e sem muito barulho, uma pessoa ser simpática com você (ora, pode ser até lhe dar passagem no trânsito ou no corredor para descer do ônibus), uma chuva esperada ou não pegar a tal da chuva. Todas as pequenas coisinhas do dia vão se acumulando, se somando e subtraindo, até mesmo se multiplicam em momentos mais marcantes. O final do dia é o resultado de nossas escolhas e do que nos aconteceu durante o dia.
E estas escolhas? Nós pesamos as coisas muitas vezes de forma tendenciosa. Damos mais valor para o que estamos acostumados, para o que desejamos ou mesmo para nosso costume, rotina.
Um exemplo simples de mim mesmo. Ônibus. Eu odiava andar de ônibus. Quando eu comprei minha moto foi uma alegria só. Quando deu perda total na minha moto foi um inferno. Quando roubaram minha moto foi um inferno. Vezes dois. Mas, hoje eu percebi que existem coisas positivas em andar de ônibus que eu não me permitia ver. A vida toda eu sempre pensei muito nestas longas viagens para casa mas, só atualmente estou dando valor para estes pensamentos. Voltar para casa no veículo particular muitas vezes é missão solo. Ok, algumas vezes se ouve música, outras se dá carona para alguém, mas quando é no transporte público se tem a chance de falar com aquele amigo que há muito vocês não encontravam tempo para trocar uma idéia. Ou ver algo que desperta uma idéia. Apreciar alguma cena que o inspire. Ouvir o papo alheio e acabar se informando de algo que tinha curiosidade.
Bom né? Até deu vontade! Não é bem assim, existem coisas e coisas. Alguns pontos positivos, outros tantos negativos. O que eu quero dizer aqui é que aquele calculozinho dos positivos e negativos da vida não funcionam de maneira linear. Podemos estar nos sentindo um pouco carentes e a conversa com aquele amigo é o que nos abastece de ânimo, mesmo que o cansaço poderia nos fazer preferir voltar sozinho de carro direto para casa por exemplo. Algumas coisas, não importando seu tamanho real, acabam pesando, em determinados momentos, mais que outras. E é exatamente aí que entra o que eu considero o problema. Não só não somos bons o suficiente em saber qual necessidade está (ou estará já que pode mudar muito rapidamente) com peso maior, como também não sabemos o que há de acontecer.
Talvez se pudéssemos prever o que aconteceria, saber o resultado de cada decisão, cada passo, pudéssemos escolher com clareza. Talvez nos conhecendo melhor saibamos qual a melhor escolha. De qualquer maneira não ficaríamos satisfeitos, pois este seria um caminho diferente do nosso caminho atual e, então sentiríamos falta de outra coisa: da surpresa.




Postado por Ricardo Ceratti.

Respostas.

Nos primeiros dias de aula na psicologia os professores perguntam "O que te levou a escolher a psicologia?". Uma turma entre 40 e 50 alunos e as respostas não variam muito mais de cinco. Eu fui um destes, respondi qualquer coisa, afinal eu não sabia bem ao certo meu motivo.
Neste momento estou cursando meu décimo semestre e, apesar de eu já ter suspeitados das minhas motivações, somente agora fui ter certeza: eu simplesmente sou viciado em observar e analisar o comportamento humano. Entender os motivos das pessoas e tentar prever suas ações.
Hoje me preguei altamente distraido refletindo sobre os motivos das pessoas no ônibus.
Uma moça de aparentemente 30 anos, em forma e bem arrumada entrou no ônibus a umas nove paradas do final da linha. Onde eu moro acontece algo que eu considero peculiar. Duas paradas a frente ela estaria a meras duas quadras do final da linha, porém o ônibus faz uma volta primeiro de forma que, quando ele estiver a cinco paradas do final da linha ele estará a o equivalente a umas nove quadras do final da linha. Considerando isto, a moça se encontrava a quatro paradas do ponto mais distante que poderia descer. Ela não aparentava estar com pressa ou cansada. Sua aparência em forma me leva a acreditar que ela não se importaria de caminhar algumas quadras. Ela carregava apenas uma bolsa. Porque pegaria o ônibus? Lembrei-me que estava chuvendo, pouco e fininho, mas chovia há em torno de uma hora. Rapidamente olhei para baixo e lá se encontrava minha possível (possível pois certeza eu só teria se perguntasse. Ou nem assim.) resposta. Estava de salto. Além da possibilidade de estar com os pés doloridos ou machucados havia algo mais importante: O chão estava molhado e o caminho até um pouco depois da distância mais longa era toda em descida.
Ok, para muita gente toda essa ladainha pode ser enfadonha, mas aí é que vem a graça da coisa! Para mim este tipo de coisa é hipnotizante.
Creio ter finalmente encontrado a resposta para a pergunta que me fizeram há cinco anos. Agora basta encontrar uma forma de usar isto profissionalmente.




Postado por Ricardo Ceratti.
Ps.: Este texto tem sua utilidade sim. Ele embasa o próximo que pretendo escrever.