segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Reflexão XXIII.

Sacrificaremos tudo e todos que for necessário, ou cômodo, para suprir nossos caprichos e sustentar nossos luxos.

E o mais triste é saber que faço parte do ciclo que propicia isto...




Postado por Ricardo Ceratti.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O espírito natalino

Tem datas que marcam.
Noite de natal e tarde do dias das mães sempre me marcou por nunca chover. Dia das mães é sempre ensolarado, mal tem nuvem no céu.
Quer dizer, aqui onde eu moro, obviamente.
Este natal foi diferente. Lá por 1:30h desabou o mundo de chuva. O que tinha uma certa previsibilidade.
Por aqui todo verão é igual: Um calor insuportável durante a semana. Aquela sensação de que vai derreter (o asfalto estava derretendo esses dias), uma dificuldade de respirar (vai ter cidade mais úmida assim lá...). E aí chega o final de semana, sexta, sábado, e chove... ô se chove!
E aí entra a parte complexa: conciliar um dia do ano que nunca chove, com um dia da semana que sempre chove.
Mas que papo mais absurdo é esse, Ricardo?
É só para entrar num outro assunto meio absurdo.
Natal, nascimento de Jesus, época de encher o coração de amor, de lembrar que temos que tratar bem uns aos outros, de comemorar...
E eis que escuto um rapaz, sem camisa e com algumas coisas penduradas no ombro, gritando "vocês... COVARDE! COVARDE! São uns covarde, pegar um cara bebado... vocês são COVARDE!".
Fiquei com pena. Imagino que tenham o assaltado, ou batido nele. Deu vontade de descer para ajudar o cara.
É bacana o espírito natalino, de sacanear um sujeito que meramente exagerou no álcool (outro dilema dos nossos dias), seja por estar feliz com as pessoas que ama, seja por estar deprimido por se sentir o único sujeito sozinho nesta data, seja pelo que seja.
Divertido isso, de se aproveitar da euforia em massa para o benefício próprio (roubar é benefício material, bater em alguém é benefício moral, de não se achar tão lixo).
Muito bonito que não se pode andar pelas ruas com tranqüilidade nem no único dia do ano que a maior parte do planeta prega coisas boas, que todo mundo quer ser legal com todo mundo para compensar por um ano inteiro de passar a perna nos outros, de ser rude, agressivo, intolerante, espertalhão...
E o pior de tudo é que nem sempre (talvez geralmente não seja) por parte daquelas pessoas que mais passam necessidade. Daquelas pessoas que sequer possuem o que comer.
Agora, voltando ao motivo de eu falar de absurdos, me diga: Com apenar esse exemplinho, tem coisa mais absurda que a humanidade?





Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Reflexão XXII.

A loucura possui uma força implacável.
Nela urge o desejo de sair, de ser externalizada.
Se não o fizer de forma saudável, certamente encontrará outras maneiras.
E muitas vezes as outras maneiras acabam atrapalhando nossas vidas. Acabam sabotando nossos interesses, destruindo nossas conquistas, minando nossos sonhos.
É como um ar que não para de inflar um balão. Podemos abrir o bico e deixar o ar vazar controladamente, ou o balão pode explodir.
Somente o autoconhecimento nos permite saber como fazer esse "abrir o bico".

Um agradecimento especial à pessoa que me fez perceber isso (ela sabe quem é, não revelarei minha fonte!).




Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Vícios

Ao longo de nossas vidas desenvolvemos inúmeros vícios.
Dos bons aos ruins, dos úteis aos disfuncionais, dos quais nos livramos facilmente aos que nos acompanham até o fim de nossos dias.
Existem inúmeros tipos, classificações, qualidades e intensidades.
Podemos ter vício por alguma droga ilícita.
Ou por alguma droga lícita.
Esses são os mais fáceis de lembrar, os mais caricaturizados.
Sujeito que fuma um baseado todos os dias. Aquela pessoa que não consegue fazer nada se não toma um gole de cachaça. Aquele conhecido que fuma um cigarro atrás do outro.
Nossa organização como sociedade, bem como seus devidos modismos e regras implícitas, propiciaram novos tipos de vício.
Vício de trabalho: aquela criatura que sai horas depois que o expediente terminou e ainda leva trabalho para casa.
Vício por malhar: o sujeito que é virado em músculos, ou aquele que vai todo dia na academia malhar por horas a fio, sem esquecermos do detalhe que escolheu uma academia longe de casa para aproveitar e dar uma caminhada.
Vício por festas: aquela pessoa que literalmente passa mal se fica em casa numa sexta ou sábado à noite.
Vício por companhia, ou aversão a solidão: sempre saindo, sempre com amigos, sempre ficando, sempre começando um namoro assim que termina o anterior.
Temos uns vícios um tanto complexos também.
Vício por atividade, ou terror de encarar a si mesmo: este tipo é bem comum em nossos dias. A pessoa não se permite parar um instante sequer. Inatividade é pecado. É preciso sempre estar fazendo algo, por mais banal que seja.
Temos o famoso vício em jogos, com o conhecido "vou apostar mais e recuperar tudo que perdi" que nunca dá certo.
Vício em adrenalina, vício em filmes, vício em atenção, vício em dirigir...
Enfim, infinitos tipos, pois já usei o título deste texto por vezes demais.
Mas tem um tipo que muitas vezes não recebe a atenção que merece.
Os vícios de comportamento que "herdamos" ao conviver com as pessoas.
Claro, é normal que com o convívio se passe a usar aquela gíria do amigo, que acabe tendo os mesmos gostos por comida que o namorado, que acredite nos mesmos extremismos dos pais, que se tenha o mesmo fervor de um professor. Enfim, é completamente comum absorvermos um pouquinho do comportamento das pessoas com quem convivemos, que admiramos, que amamos.
Mas isso não é algo lá dos mais funcionais.
Eventualmente se começa a andar muito com outro amigo, com o qual não se pode ter as mesmas intimidades que tinha com o outro amigo.
Ou um novo namorado, com quem os hábitos do antigo relacionamento não se fazem funcionais.
Ou conviver com novas pessoas, de mente mais aberta que nossos pais, e nos darmos conta de que existem tonalidades de cinza, as quais precisamos respeitar para que o convívio seja possível.
O fato é que muitas vezes internalizamos algum comportamento tão fortemente que nem somos capazes de perceber que aquilo não é 100% nosso, 100% funcional ou 100% certo.
Rapidamente "a culpa é do outro", e o status quo é mantido.
Muitos relacionamentos, de todos os tipos e em todos os níveis, são sabotados por tais vícios. Relacionamentos aos quais sequer é dada uma chance verdadeira, pois acabamos tratando a nova pessoa como se fosse a pessoa antiga, sem permiti-la ser a si mesma, nos surpreender ou nos mostrar novas formas de ser, de resolver problemas, de se relacionar, etc.
Porém a experiência vai acabar mostrando que o problema pode muito bem estar conosco. Afinal, não é possível que o mundo inteiro esteja errado. O mundo inteiro, menos eu.
Abrindo a cabeça percebemos que algumas coisas podem mudar para que seja alcançado um melhor convívio, uma interação mais sadia.
Percebemos que as pessoas são diferentes. Que nem toda pessoa deve ser aproximada com facas e escudos, assim como nem toda pessoa deve ser aproximada de coração aberto e com confiança.
Desta forma nos livramos deste maldito vício, nos permitindo aprender a lidar com este monstro assustador que é o novo. Construímos algo do zero com as novas pessoas em nossas vidas, crescendo com esta experiência e abrindo espaço para o desenvolvimento de algo que pode se tornar um relacionamento muito bonito e valioso.




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Reflexão XXI.

Odeio esse mundo de avessos!




Postado por Ricardo Ceratti.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Contágio?

Será que é contagiosa essa mania de fazer tudo com mil planos e objetivos, ocultos e declarados?
Será que, com o passar do tempo e do convívio, se perde aquela naturalidade de simplesmente fazer algo por dar vontade?
De simplesmente passar tempo com um amigo pela companhia.
De simplesmente dar uma caminhada para ajudar a pensar na vida.
De simplesmente... ser.
Será? Será que se perde isso com o convívio? Será que se perde com o tempo?
Será que se recupera isso?
Algum dia volta?
Volta...
... LOGO!




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Educação contra a cegueira intelectual

Se existe um caminho para consertar este país e eventualmente termos um democracia de verdade, este caminho é instituir a leitura obrigatória de George Orwell e Aldous Huxley no ensino fundamental/médio.




Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2

Eu só espero que as pessoas vejam Tropa de Elite 2 e reflitam antes de escolherem em quem votar no segundo turno.

E como eu gostaria que este filme tivesse entrado em cartaz no início de setembro!




Postado por Ricardo Ceratti.

sábado, 18 de setembro de 2010

Reflexão XX.

Vivemos numa sociedade em que todos querem ser diferentes,
Todos fingem ser diferentes,
Mas ninguém aceita quem realmente for diferente.



Postado por Ricardo Ceratti (sim, eu ainda existo).

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O segredo da felicidade.

Mais um dia amanhece.
Tanta tranqüilidade que logo será bruscamente interrompida por nós, humanos.
Pessoas.
Pessoas por toda parte.
Pessoas com pressa.
Pressa de alcançar seus objetivos. Pressa sem ter objetivos. Pressa sem saber que objetivos alguém lhes escolheu. Pressa por pressa. Pressa por não saber outra forma de viver. Pressa de existir e de cessa de existir.
Logo as pombas tomam a cidade.
Os ratos alados.
Os ratos de quatro patas.
Os ratos que andam em duas patas.
Ratos bem ou mal intencionados. Ratos.
A cidade é a mãe de todos os ratos. Dela surgem, a ela alimentam.
O que tanto te dói, Ricardo?
A humanidade. A humanidade me dói.
Ver pessoas boas sofrerem para que pessoas más se favoreçam enquanto pessoas que deveriam ser justas olham para o lado.
Ver o preço da impunidade. Ver as leis que criamos. As leis que escolhemos obedecer. As leis cujo descumprimento se escolhe punir. As leis... piada que nunca perde a graça por sua ironia. As leis, tão corretas, imparciais, constantes, universais... piada. Cumpri-las ou não cumpri-las, o resultado vai mais da sorte. Sorte ou azar se alguém viu. Se viu e resolveu fazer algo a respeito. Ou se avisou alguma autoridade. Se a autoridade quis fazer algo a respeito. Ou preferiu olhar para o lado, fingir que nada está acontecendo. Por não querer arriscar a própria vida, por não querer se dar ao trabalho, por estar tão acostumado a ver o que há de mais podre no mundo que acaba achando que este evento é insignificante.
Leis...
A lei de se convencer de que nada acontece. De que tudo está bem. Nada está errado. De se convencer que as coisas estão certas, de que não precisa mudar nada (ao menos nada de importante, de muito grande ou trabalhoso), de que se está feliz, de que tudo anda bem com o mundo.
E lá vai o exército de pessoas. Nos ônibus, com seus carros, com seus passos apressados, com sua pressa, com seus objetivos, com sua individualidade. Individual em grupo. Cada um finge estar sozinho no mundo enquanto louva a vida em sociedade.
Cada pessoa com seus planos. Umas planejando ajudar alguém. Umas planejando fazer alguma maldade. Umas planejando injustiças. Uma planejando corrigir injustiças. Umas planejando se aproveitar das injustiças. A maioria querendo apenas viver sua vidinha, torcendo apenas para que hoje seja melhor que ontem. Para que hoje nada de ruim lhes aconteça e, de preferência consigam algum benefício além do esperado. Pouco importa quem terá que arcar com o prejuízo de tal benefício. Pouco importa se uma boa pessoa pagar o preço pela vantagem de uma má pessoa. Pouco importa que ninguém faça nada a respeito. Pouco importa que uma pessoa, em busca de algum lucro, fira outra pessoa diretamente. Pouco importa se acabar ferindo indiretamente outras pessoas. Pouco importa iniciar uma reação em cadeia de desgraça e sofrimento. Pouco importa! Só importa meu lucro.
Pouco importam as pessoas. Pouco importa tudo. Só eu importo. Só eu tenho meus anseios, meus sonhos, minhas necessidades...
Cada um olhando para si como sendo o centro do universo, a razão pela qual o mundo existe.
E, enquanto faz isso com extrema habilidade, aproveita para desviar o olhar do outro. Aproveita para cegar a si próprio de tudo que há de errado.
Importa fingir que tudo está bem.
Está tudo bem.
Está tudo tão bem quanto sempre esteve. E tão bem quanto sempre estará.
Fique tranqüilo e não faça nada. Confie em sua capacidade de ignorar os problemas que este é o caminho para fingir que estes não o incomodam, tendo assim uma vida tão feliz quanto possível de convencer a si próprio.




Postado por alguém muito decepcionado com a humanidade. Postado por Ricardo Ceratti.

domingo, 28 de março de 2010

Inteligência e seus tropeços.

Como é a vida de uma pessoa inteligente?
Desde que nasce é diferente. Aprende com mais facilidade e anseia por aprender mais e mais.
Acaba descobrindo e aprendendo antes das outras crianças de sua idade.
Antes dos seus irmãos, primos, colegas.
Isso muitas vezes acaba gerando inveja.
Uma criança inteligente pode acabar sendo sabotada pelas crianças "normais". Ou pode ser excluída do grupo de amizades.
Os pais das outras crianças tendem a alimentar tais comportamentos, direta ou indiretamente. E então, desde cedo já começa o processo de buscar pontos fracos ou explicações desvalorizadoras para explicar o sucesso daquelas criança em particular que entrou mais cedo no colégio e entende tudo antes das outras.
Muitas vezes os professores se encontram completamente sem saber como lidar com tais indivíduos. Acostumados a dar sempre a mesma aula sem grandes surpresas e de ter que lidar com muito mais coisas que uma pessoa sozinha teria como dar conta, acabam se incomodando quando um aluno "quer saber mais que eles", faz de outro jeito, tem suas próprias idéias, ou mesmo terminam muito rapidamente as tarefas. Alguns chegam a adquirir também a inveja e, mal resolvidos, acabam tentando sabotar a criança. Mas, mesmo que o professor não venha a ter tais sentimentos, ainda assim a ele cabe lidar com algumas dúzias de crianças ao mesmo tempo, cada uma no seu ritmo, sua velocidade de aprendizagem e, o principal, cada uma com seus sentimentos e atitudes. A falta de um melhor preparo ou de uma melhor estrutura (seja física ou institucional) acaba levando ao que chamamos de "nivelar por baixo".
E então começa o processo de emburrecimento daquela criança inteligente.
Com o passar do tempo esta criança, que provavelmente está adiantada no colégio, começa a se sentir demasiadamente cobrada. Algo normal. Toda criança vive sobre a pressão das expectativas da família, porém sobre uma criança assim a expectativa costuma ser maior. E a percepção de tal expectativa também costuma ser aumentada.
Inicia-se a busca pela perfeição, por querer agradar a todos, por querer ser o que todos esperam daquele pequeno ser que se sente perdido.
Somado a isto, os colegas vão ficando cada vez mais maldosos em suas brincadeiras, dificultando a socialização da criança justamente na época em que ela aprende como socializar. Acabam propiciando um caminho de timidez, de sentimento de não-pertença, de baixa auto-estima, de inadequação.
E, como a infância é a fase mais importante para o indivíduo conhecer quem é, desenvolver sua auto-imagem e determinar suas aptidões e fraquezas, este acaba geralmente ficando em desvantagem vitalícia, com uma marca permanente em sua mente.
E então vem a adolescência. Agora não é mais uma criança que se sente inadequada. Agora é o adolescente que se sente o ser mais desajeitado e repulsivo do universo. Enquanto todos colegas estão se relacionando, nosso (ou nossa) protagonista se sente cada vez mais distante de tudo e todos. Cada vez fazendo menos parte. Cada vez achando mais difícil de se aproximar das pessoas.
Por essa época a sociedade de maneira geral já deve ter conseguido convencê-lo de que é um nada. Por essa época geralmente surge a depressão ou algum distúrbio.
Mas segue-se em frente (infelizmente nem todos).
Faculdade, emprego, hobbies, amigos. Os "cenários" da vida vão surgindo e, de uma maneira ou de outra, as experiências vão sendo revividas.
Agora é um colega de faculdade que espalha que nosso protagonista colou. Ou uma festa com amigos na qual a pessoa por quem tinha interesse o ridicularizou. Um colega de trabalho só o vê esperando o tempo passar e começa a espalhar que não é trabalhador quando, no fundo, já terminou suas tarefas. E por aí encontramos inúmeras outras situações.
Este indivíduo vai desenvolver sua maneira de lidar com estas situações. Alguns desistem da vida, outros se encolhem em seu canto, há os que decidem optar pelas drogas, os que decidem se emburrecer, aqueles que aprendem a agir como "todo mundo age", aqueles outros que ignoram a realidade, há quem se dedique a algo com afinco e acabe sendo valorizado por sua genialidade, etc. São inúmeras formas de lidar. Infelizmente a maior parte das opções encontradas acabam sendo desadaptadas, deixando um certo vazio de quem acimentou o topo de um buraco para fingir que não há buraco.
A maioria destas pessoas acaba levando uma vida de quem se sente sozinho no mundo. Como se não fizesse parte. Como se fosse um alienígena preso neste planeta.
Raros são os que encontram uma pessoa que outra de sua "espécie". Alguém que os entenda. Alguém com quem possam ter um relacionamento genuíno. Mais raro ainda se tal relacionamento for amoroso.
As histórias dessas pessoas pode mudar aqui ou ali. As marcas deixadas podem ser um pouco mais para um lado ou para o outro. Mas de uma maneira geral a história segue basicamente este roteiro.
Vendo todas dificuldades que alguém inteligente passa, com tudo que marca sua vida e, principalmente, que dificultam sua socialização e, analisando pela Teoria da Evolução de Darwin, eu REALMENTE me espanto que ainda existam pessoas inteligentes no mundo.





Postado por Ricardo Ceratti.

Pára-choque do caminhão do Tio Ricardo XVII.

Via de regra, quem não é péssima companhia nem vale a pena ser companhia.





Postado por Ricardo Ceratti.

sábado, 27 de março de 2010

Relacionamentos

É inevitável que num relacionamento busquemos qualidades que são compatíveis ou superiores às nossas.
Não digo uma "ficada" nem um "namorico". Digo para aquela pessoa que escolhemos passar a vida junto. Nem que não dure nem perto da vida toda, mas que haja a sincera intenção depois do período "fogo de palha".
Desta forma, buscamos, de certa forma, nossas qualidades (ou o que enxergamos como qualidades) nas nossas escolhas.
É narcisista da nossa parte? Certamente.
Mas talvez seja o jeito que funcione. Vai que seja a evolução? A maneira que a natureza encontrou de tornar possível o amor (pelo menos como o conhecemos)? Ou apenas de unir as pessoas por um longo período?
Obviamente toleramos diferenças. Toleramos um menos, desde que seja compensado por um mais. Dois, talvez.
Muita coisa é tolerada, porém me parece que quanto mais prezamos uma qualidade que possuímos, menos toleramos sua discrepância em nossas pessoas escolhidas.
E, de certa forma e em muito menor grau, o mesmo acaba valendo para as amizades.




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Seguidores da Causa Oca.

Em algumas situações da vida é difícil não termos preconceito.
Se sob uma "bandeira" acumulam-se muitos idiotas, e seus sujeitos de maior influência ou importância são completos idiotas, como não achar que se trata de um estandarte da idiotisse e que todos sejam bons discípulos?




Postado por Ricardo Ceratti.

Aqueles que valem a pena.

A minha sorte é ter pessoas inteligentes e de senso crítico na minha vida.
Não estou dizendo que só me relaciono com pessoas inteligentes.
Seria um sonho se tornando realidade.
Mas é sonho.
Não realidade.
De qualquer forma, sei que são estas pessoas que me abastecem.
Que me fazem pensar.
E, mais importante de tudo, que me fazem persistir.
Me fazem perceber que não estou sozinho no mundo e que ainda exista solução.
Mesmo que aparentemente uma solução seja impossível.
Obrigado por existirem na minha vida!




Postado por Ricardo Ceratti.

A Divisão do Mundo.

O mundo está dividido de uma forma relativamente simples.
Existem os que olham para o lado e fingem que está tudo bem.
E os que criam "o lado" a ser olhado.
Esta é a imensa maioria. Algo próximo da totalidade.
Mas existem as exceções.
Delas, a maioria são dos que lucram com a criação e propagação "do lado".
Uma pequena porção é daqueles interessados que exista "o lado".
E uma porção talvez ainda menor seja daqueles que se inconformam com isto tudo.

Vamos simplificar:
Você é assaltado.
Você acha isso ruim. Péssimo.
Mas não é o fim do mundo. Acontece com todo mundo.
Como assim?
Ora, sai toda hora no jornal de alguém sendo assaltado.
Sim, jornalistas são pagos para colocar no jornal que pessoas são assaltadas.
Os donos de jornais querem que as pessoas saibam que isto acontece.
Afinal, se você sabe que isto acontece toda hora, você acaba se acostumando e não acha o fim do mundo. Não se rebela. Se conforma.
Com você conformado, o governo não precisa se esforçar muito para melhorar tal condição.
Tudo fica estável, estamos todos em paz.
Exceto por aquelas pessoas que se incomodam e acham que tal tipo de coisa jamais deveria ser aceito.
Ok, mas tudo fica bem, pois você chega em casa e assiste ao BBB ou ao jogo do seu time favorito e esquece de tudo.
Esquece que está errado. Esquece que as coisas não deveriam ser assim. Esquece do desejo de lutar.
Mas, a vida está começando a ficar entediante. Sempre os mesmos assuntos, sempre as mesmas coisas. Não se abala muito com as tragédias, não comemora tanto se o Fulaninho venceu na casa.
E agora?
Agora surgem as ramificações da distração.
Aquela que saiu da casa vai posar na playboy. Aquele jogador polêmico está envolvido com drogas. Algo assim.
EEeeeeba! Mais uma coisa para me distrair e fingir que está tudo bem!
E vai, e vai.
E, assim como uma droga, você começa a criar resistência. Começa a precisar de doses maiores para sentir o mesmo efeito.
Eis que surge A notícia! Uma notícia polêmica que faz o mundo inteiro só falar daquilo!
Seja atirar uma criança pela janela, uma epidemia mundial, um pai que passou anos estuprando sua filha presa no porão de casa.
Pegue algo bem bombástico e vamos vender!
Pode ser até um ídolo pop que tenha morrido.
Desde que venda bastante.
Desde que distraia bastante.
O importante é que as pessoas não pensem no que está errado. Não se revoltem. Não "chutem o balde".
O importante é lucrar com isto. Pode, ainda, lucrar bancando o bonzinho. "Eu gero emprego".
E assim vai.
A situação é mantida com uma razoável estabilidade.
Quem manda segue mandando.
Quem lucra segue lucrando.
Quem trabalha segue trabalhando.
Quem finge que tudo está bem segue fingindo.
Só há uma parte menos estável desta equação.
Quem não se conforma, depois de tanto tempo e tanto se sentir sozinho a não se conformar, eventualmente acaba se conformando.
...
Triste.




Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 23 de março de 2010

Conto

Ventava muito naquela noite.
O vento gerava um apito agudo, além de seu tradicional uivar.
Havia faltado luz e ainda faltava mais de hora para amanhecer. Ainda assim, de alguma forma havia uma iluminação.
Uma estranha luz rosada me permitia enxergar o prédio da frente. Me permitia enxergar praticamente tudo.
Logo aquele apito virou uma espécie de música. Era harmônico e lembrava muito aquelas músicas de parques de diversões. Isto me fez estremecer.
Sons de madeiras se batendo. O vento as batia. O vento ficava cada vez mais forte.
De tempos em tempos, um raio. Um brilho de intervalo muito curto, e nada de trovões. Apenas o ouivo do vento sacudindo as árvores e aquele assovio. Aquele bizarro assovio, que agora parecia perder seu ritmo, dando sopros mais graves. Passava a impressão de que o causador daquele som estava ficando sem fôlego e entristecido. Como se uma alma se cansara de tanto vagar propagando seu lamento, seu lamúrio.
O céu estava iluminado de um roxo escuro.
Novamente, percebia que o assovio cansava e engrossava o tom pouco a pouco.

Durante todo este tempo estive na sacada da minha casa, acompanhando e descrevendo o lamúrio. Quando este parecia pronto para desistir levanto-me e viro para entrar em casa. No mesmo instante tudo volta como num desespero.
Ouço sons de madeira como que cavalgando. Portões se batendo.
Me sinto tentado a sair de casa para observar melhor. Para descobrir mais. Mas temo pela minha segurança.

Não tenho escolha: sou curioso demais e resolvo descer. Sair.
A luz que eu via quando estava no terceiro andar simplesmente não existe ao nível do solo. Tudo é escuro demais.
Embaixo não escuto apito. Somente árvores. Mas bastam alguns passos e volto a escutá-lo.
Tudo estava deserto. Não há uma luz ou sinal de vida na rua.
Espere... um cachorro... acho. Tento o iluminar, mas ele some.
Esta ficando difícil anotar no celular o que estou presenciando, pois sua luz fecha minha retina, dificultando enxergar na penumbra.
Penso em escalar a caixa d'água para ter uma vista melhor. Mas não sou tão louco assim.
Decido voltar.
Na volta amaldiçoo quem teve a idéia de pintar as árvores de branco. Seus troncos parecem almas aguardando minha passagem.
Conforme subo as escadas noto que os sons diminuem.
Quando finalmente chego em casa só há um leve uivar e raros assovios.
Parece que o vento desistiu de mim. Desistiu de falar comigo.
Quando termino de escrever já parece uma noite normal: Céu preto com nuvens, sem vento, sem uivos ou assovios. A luz ainda não voltou, mas agora ouço o barulho de chaves dos vizinhos que cedo saem para trabalhar, seus passos, suas conversas, o assovio do vigia...
5:35h.
Não havia se passado nem uma hora.
Pareceu uma eternidade.
Cansou feito uma eternidade.




Postado por Ricardo Ceratti.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Escolhas...

Quando uma nova situação se apresenta, somos forçados a tomar uma atitude.
Seja uma atitude de mudar de maneira a acompanhar a nova situação, seja uma atitude do sentido de fincar o pé, não mudar, e fingir que a situação nova não existe.
De qualquer forma, nós, reles mortais, tomamos decisões o tempo inteiro.
Agir ou não agir.
Por mais que a segunda opção possa parecer uma mera ausência de decisão, ela não é menos decisão do que uma mudança. É apenas a escolha de manter as coisas como estão, ou fingir ter o poder de mantê-las como estão.
O fato é que na maioria das vezes não nos compete decidir se algo vai se manter estável ou vai simplesmente dar uma guinada de 180°.
Ainda assim, por mais que pareça termos controle, ou pareça que não temos controle algum, sempre existe o espaço para nossa decisão. A decisão individual, a qual todos e cada um de nós possui direito.
E é por tais decisões - pensadas ou não - que somos julgados e pelas quais nossa vida decide qual trilho seguir.
Muitas de tais decisões acabam parecendo erradas. Mesmo que a curto prazo. Algumas vezes mesmo a longo prazo. O real problema, ao meu ver, é a incapacidade que cada pessoa pode - ou não - experienciar. A incapacidade de pensar rápido o sufuciente - e assim culpar o tempo por não lhe permitir decidir -, assim como a falta de coragem necessária, para, sabendo o caminho correto, fazê-lo ser seguido - por mais doloroso que seja.
Só sei de uma coisa: Todos nós erramos no caminho. Não uma, não duas, não dez vezes. Erramos o tempo todo. E erramos ainda mais um pouco. Cabe a nós a clareza mental de tomar a melhor decisão possível, e a maturidade suficiente para nos responsabilizarmos pelas nossas escolhas - tomadas, ou não.
Fora isso, joguemos a moeda ou o dado para cima.
Boa sorte para todos.




Postado por Ricardo Ceratti.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Reflexão XIX - A invisibilidade do (muito) visível.

Quanto mais uma pessoa chama atenção e é visível, menos se enxerga do seu verdadeiro Eu.



Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Globalização da imbecilidade.

Ok, agora é sério. Alguém pode me explicar o que está acontecendo com a humanidade?
O reino da idiotice está tomando conta.
O banal está sendo valorizado.
Piadinhas infames tomam conta de leituras supostamente sérias.
Nossa língua perdeu todos seus importantes acentos. Gírias e palavras erradas viraram o linguajar padrão. O culto não existe mais.
Se debocha de quem fala ou escreve certo.
O entretenimento virou um exército de cópias e o pior é que quanto mais cópia e menos elaborado é, mais faz sucesso e dura.
Jornalistas estão cada vez mais desleixados, preocupando-se menos se cometem erros ou se falam errado. Aliás, qual o propósito do que fizeram com a profissão de jornalista?
Cada vez mais aparecem novelas repetitivas e banais. Cada ano tem um novo e mais infame big brother. Falando nos reality shows... epidemia?
As pessoas não querem mais pensar. Não gostam. Odeiam quem pensa. Alguém inteligente é inferior. Bom mesmo é quem fala cheio de gírias e só sobre besteiras.
Putaria, crimes, fofocas. O bastante para fazer um jornal. Um jornal muito bem vendido, obrigado.
E os políticos? "Ah, é assim mesmo!". Virou rotina. Estranho seria se fossem honestos.
A banalização não para no sexo e nas distrações. Chega à vida. Assaltos banais terminando em morte. Nas ruas vemos muita violência desnecessária e desmedida. Um acidente de trânsito varia de troca de xingamentos até troca de tiros. Um mendigo do semáforo pode muito bem te "pedir" o celular ou algo assim.
O mais engraçado de tudo é a polícia. Ah, são bons em atolar o carro no Parque Farroupílha, em bater em bêbados, em cobrar propina, em multar coisas banais, em explorar mendigas. Onde estão ou o que fazem quando um veículo é assaltado, uma moça é estuprada, um cidadão recebe uma arma apontada para a cabeça, ou nossas casas são invadidas? O que acontece com aquelas pessoas na sinaleira cheirando cola? O que acontece com aqueles sujeitos que qualquer um percebe que são assaltantes? O que acontece com os pontos de tráfico que até a pessoa mais tapada é capaz de reconhecer?
Como vale a pena pagar impostos.
E nossas escolas e universidades? Onde não existe mais respeito, onde os professores matam aula e ensinam besteiras, coisas óbvias ou simplesmente ficam enrolando? Onde a política se faz presente, onde outros interesses que não o aprendizado se fazem prioridade?
E a personalidade das pessoas? Cada vez mais as pessoas querem ser algo. Emo, patricinha, roqueiro, mauricinho, pagodeiro... sei lá que mais existe! Ok, jovens são jovens. Mas o que se fala quando quem faz isto são pessoas lá dos seus 40 anos? Mães quase na menopausa de barriga de fora, minisaia, allstar. Mães querendo competir com as filhas. Pais querendo as namoradas dos filhos. Senhores já classificados como "idosos" bancando o "cool" para se dar bem com adolescentes. Ah, faça-me o favor!
Vejo pessoas se orgulhando disso! Conheço um rapaz cujo lema é algo como "eu nunca quero agir de acordo com minha idade". Nossa, legal hem!
As festas, as músicas, os assuntos, algumas invenções, as notícias, as leis, as burocracias, os contratos sociais, os abusos financeiros, o dinheiro que não vale nada, o presidente popular que envergonha a nação, países dedicados à abobrinha, as modas, os preconceitos, os males, os pensamentos, os.... AAAAAAAAAAAAAAHHHH! Alguém me tira daqui, faz favor????
O que aconteceu com o mundo?
SÉRIO.
Esses dias li que os relatórios sobre os riscos do efeito global são forjados.
Faça o que for preciso, mas lucre!
Não existe mais honra, não existem mais valores! As pessoas ou não acreditam ou riem de mim quando falo que sou contra traição e não traio. Acham de outro mundo. "Como isso?".
Ou então se chocam quando falo que gosto de música clássica.
Ok, não estou nem falando de respeitar o gosto alheio. Se você gosta de ouvir uma pessoa falando bagaceragem durante 5 minutos numa batida repetitiva, ok. O ouvido é seu (infelizmente muitas vezes é meu também). Agora, achar ouvir musica clássica um absurdo e amar funk. HEM?
Já repararam que quanto menos refinado é o gosto musical de alguém, maiores as chances de compartilhar o mau gosto com os outros? Com vizinhos, com as pessoas do ônibus ou com quem passa na rua?
Eu fico pasmado. De onde vem tanta idiotice?
Será que todos ficaram idiotas? Será que eu fiquei pra trás na "evolução" humana? Será que não percebem como são idiotas? Será que eu sou o idiota em não ver graça em ver a vida alheia, ler os comentários que fazem sobre seu cotidiano, mostrar fotos idiotas para o mundo e contar tudo da minha vida para quem quiser saber?
Será que a mídia nos imbecilizou?
Será que viramos imbecis e a mídia meramente nos acompanha?
O que aconteceu com quem era bom no que fazia? O que aconteceu com quem era genial? O que aconteceu com grandes escritores, músicos, atrizes e atores, jornalistas, mãe e pais, amigos, professores, políticos, policiais, empresas, cientistas....?
Será que aconteceu uma nivelação por baixo massiva?
É a única teoria que consigo formular.
Bom, se este é o cenário atual e não for mudar tão cedo, vou querer cada vez mais que estejam próximas de mim aquelas poucas pessoas que possuem algo dentro da cabeça. Aquelas pessoas que foi como encontrar a agulha no palheiro, de tão raras.
Só torço que a imbecilização não seja contagiosa. Neste caso a eugenia se faria uma obrigação.
E caso nem tais pessoas eu possa manter, talvez o melhor seja a economia de munição mesmo...




Postado por Ricardo Ceratti.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Reflexão XVIII.

É incrível o poder motivador da obstinação. Acaba com qualquer sono, depressão, tédio, fome, solidão, frio, calor...
Só é preciso cuidar para que não acabe conosco.




Postado por Ricardo Ceratti.

Imortalidade

Estive lendo e assistido documentários falando sobre como os avanços da ciência nos farão imortais, ou seja, não morreremos mais de causas naturais.
Confesso que isto me deu muito o que pensar.
Atualmente vivemos numa ambivalência em relação ao tempo.
Por um lado "tempo é dinheiro" e não deve, de maneira alguma, ser "desperdiçado". Não podemos curtir um pôr-do-sol, a natureza, os amigos, os amores, uma boa e bem saboreada refeição, não podemos curtir um minuto de silêncio, um minuto solitário, um minuto para si. Quer dizer... podemos, mas seja lá o que dedirmos fazer deverá ser feito às pressas, sem o "luxo" de curtir apropriadamente ou de ficar algum tempo com aquele "gostinho". Não. Mas se termina algo e já surge uma inquietação para fazermos outra coisa. Qualquer coisa. Como um esfomeado perante um banquete, devoramos tudo com avidez. Comemos com ansiedade (ou comemos A ansiedade?), sem mastigar ou diferenciar doce do salgado.
Por outro lado acredito que a espécie humana nunca foi tão entediado quanto atualmente. Passamos horas na frente da televisão ou do computador sem fazer nada, criamos formas e mais formas de passar o tempo, olhamos muito para as paredes, reclamamos do tédio sem nos darmos conta de que ele não passa de uma criação nossa, que só existe por assim querermos. Reclamamos mas não fazemos nada a respeito. Não fazemos nossas obrigações, não fazemos nossas paixões, não fazemos algo interessante, não lemos um livro que seja, não fazemos algo divertido como sair com os amigos. Deixamos para depois.
Deixamos tudo para depois. Temos até uma palavra para isso: Procrastinação. Estamos entediados e faremos algo a respeito... mas depois. No presente estamos muito ocupados ficando entediados.
Não faz sentido como tais extremos podem coexistir. Agora, sejamos imortais então: Vamos esquecer a pressa e permitir-nos saborear pacienciosamente a vida? Ou vamos acabar jogando ainda mais tempo fora? Nosso prazer de viver será maior ou vamos acabar corroídos pelo tédio?
Obviamente que estas indagações só fazem sentido numa realidade totalmente diferente da atual. Uma realidade onde poderemos escolher. Mas escolher de verdade! Não estou falando de uma escolha ilusória como o tipo que temos atualmente. Poderemos aproveitar nossa vida eterno, ou o custo de vida subirá de forma a continuarmos sendo explorados feito engrenagens? E se pudermos aproveitá-la, será isso não vai acabar assustando mais as pessoas? E a mais pessoas?
Há pouco tempo escrevi sobre termos de abrir mão de muitos sonhos para que possamos realizar poucos. E se isto não for mais necessário? Uma pessoa poderá 'ser' tudo que sonha até enjoar? E se de enjoar ser? Acabaremos nos matando de tédio pois, após vivermos 10 mil anos, como disse Raul Seixas, "não há nada nesse mundo que eu não saiba demais"? Ou será que, tendo todos tempo do mundo, acabaremos tendo tempo para todo mundo?
Se atualmente jogamos tempo fora sabendo de nossa (curta) finitude, não estamos, de certa forma, comentendo suicídio?




Postado por Ricardo Ceratti.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Poesia.

O sorriso,
Antes saía tão facilmente,
Saía tão felizmente.
Agora tarda por aparecer.
Tímido, tem preferido nem sair,
Preferido não se mostrar ao mundo.
Quando o faz é para evitar maiores transtornos,
Para evitar questionamentos,
Para ser deixado no seu canto.
Seu solitário canto,
Que já não se motiva a cantar.




Postado por Ricardo Ceratti.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Escolhas

Quando somos jovens e temos, ou achamos ter, todo o tempo do mundo fica fácil ter vários planos, hobbies, interesses...
Mas, conforme o tempo vai passando, nossa realidade muda. Novas obrigações nascem, crescem, tomam tempo e espaço.
"Tempo" vira justamente o inimigo.
Como a pessoa vai fazer tudo que gosta e correr atrás de todos os sonhos enquanto estuda, estagia, trabalha, namora, se diverte com os amigos, etc?
Não estou dizendo que alguma dessas coisas seja algo ruim, só tomam tempo.
O processo de escolha é doloroso, pois temos que abrir mão das paixões, como quem desiste de uma vida poligâmica para se dedicar àquela pessoa especial.
Algumas coisas são deixadas de lado bruscamente, outras são lentamente esquecidas. Há aquelas coisas que pensamos "agora não tenho tempo, mas assim que der...". Nunca dá. Sempre vai haver algo mais interessante, divertido, lucrativo, fácil ou hipnótico.
Sempre uma coisa. Só mais uma coisa... Última... Penúltima... anoiteceu. Passou a semana. O mês. O ano. Que eu queria fazer mesmo?? Ah, não devia ser importante.
Se serve de consolo, o sofrimento não dura muito tempo.
Logo que abrimos mão de verdade de algo nos conformamos com a nova realidade.
Da mesma forma que mudam nossos interesses de acordo com nossas habilidades. Desde que seja lenta e gradativamente, não sentimos e até nos convencemos que foi uma escolha consciente ou, simplesmente, "cresci".
É, chega uma hora na vida que precisamos nos defrontar com a triste realidade de que não temos tempo para fazer tudo. Aliás, quase nada.
Mas nem tudo são más notícias!
Se soubermos aproveitar bem a vida e investirmos de verdade nas coisas que nos motivam a levantar da cama todos os dias, o pouco que faremos será incrívelmente compensador.
Através de escolhas, de abdicações, de esforço e investimento, aprendemos a valorizar nossas conquistas.
Talvez seja essa a única forma de verdadeiramente valorizarmos algo.




Postado por Ricardo Ceratti.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Pára-choque do caminhão do Tio Ricardo XVI.

Sábio é aquele que encontra formas de extrair da tecnologia o provento necessário para crescer.




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Atores.

Na vida assumimos muitos papéis. Para cada pessoa e situação temos um papel diferente, mesmo que a diferença seja pequena. Mesmo que nem percebamos que exista diferença.
Em maior ou menor intensidade, amplitude ou até mesmo talento, somos todos atores.
Mas, parando com a obviedade, é interessante perceber o quanto isso nos afeta.
Um papel que interpretamos por muito tempo ou com muita dedicação pode acabar nos convencendo de que é quem realmente somos.
Em alguns casos chegamos a esquecer quem realmente somos, perdemos o caminho de volta para o "Eu (mesmo)".
Existem pessoas que, por não gostarem de quem são ou por temerem olhar para si próprias, acabam "pulando" de papel em papel constantemente. Trocando a maquiagem, escolhendo uma nova máscara, enganando, enganando a si.
Claro que esta poligamia de personalidade possui sua utilidade: Pode servir para se defender, para conseguir algum benefício, para não se incomodar, para fazer amigos, conseguir um emprego, conquistar romanticamente alguém... Mas me parece um caminho muito perigoso para ser levado como profissão, estilo de vida e hobbie ao mesmo tempo.
Se perder nas próprias mentiras, nas próprias máscaras, pode se tornar um desafio imenso para que se encontre o caminho de volta. Pode ser tornar uma tática evasiva cujo efeito colateral é a perda da própria sanidade.
E, na minha humilde opinião, dinheiro se ganha, amores se conquista, amizades são recuperadas ou novas são feitas, emprego se consegue outro, mas a sanidade, uma vez perdida, pode, com facilidade, se tornar um "bem" irrecuperável.




Postado por Ricardo Ceratti.