quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Águia.

Uma águia (acho que é a águia...), quando tem filhotes, se esforça para ensiná-los a serem independentes, que se virem sozinhos.
Então ela os empurra da beira de um penhasco para que aprendam a voar por conta própria.
Porém os filhotes não estão completamente abandonados à própria sorte.
A águia se mantém atenta para impedir que sofram algum ferimento fatal, os resgatando em caso de falharem na tentativa de vôo.

Penso que esta deveria ser a melhor forma de definir a função dos pais:
Educar os filhos para o mundo. Lançá-los para enfrentar o mundo, para aprenderem na prática, ganhar experiência. Mas estar próximo para que nada de realmente grave os aconteça.

É uma pena ver tantas pessoas educando seus filhos para serem eternamente dependentes, ou completamente abandonados a própria sorte.
Os depentendes, se conformados com sua situação, nunca realmente crescem. Logo, ou pulam de dependência (passam a depender do cônjuge) ou ficam completamente desnorteados quando os pais não se fazem mais presentes para lhes dizerem o que fazer.
Os abandonados a própria sorte ou se tornam duros demais para a vida, muitas vezes se encontrando forçados a apelar para algo não muito aceito social ou legalmente, ou acabam por não resistir e perecer.
Dois extremos disfuncionais.
Disfuncionais, porém, na maioria dos casos, seriam tão facilmente evitados.
Triste...




Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Para onde vamos?

Em alguns momentos de nossas vidas nos focamos exclusivamente no presente e acabamos esquecendo que as ações de agora certamente trarão conseqüências, sejam boas ouas más, no futuro.
Não estou insinuando que seja mais interessante viver de olho no futuro do que no presente. Jamais! Assim como certamente não vejo utilidade alguma a se prender no passado para algo mais do que tirar lições ou ter boas memórias para lembrar.
Estou dizendo que muitas vezes o presente pode exigir muito da gente, nos levando a despender grande energia para o "vencermos". Até aí tudo bem. O problema vem quando nos emocionamos com essa "luta", quanto estamos vencendo e ficamos sedentos por "sangue".
São casos em que gratificações instantâneas são priorizadas de forma pouco refletida. Casos em que não pensamos no que nossas ações de hoje causarão no amanhã.
Alguns exemplos para ilustrar o que eu quero dizer:
Podemos pensar que sai em conta pagar 50 reais a hora de uma babá para cuidar de nossa prole se, neste mesmo tempo estivermos fazendo uma hora-extra que nos renderá 200 reais. Pode ser inevitável pensar que é um lucro de 150 reais. Assim como podemos estar nos deparando com uma situação onde esse dinheiro extra será vital. O problema é se isso vira um costume. Então lucraremos um imensa quantidade de "150 reais", abrindo mão de um bom relacionamento com nossos filhos, que, no futuro, terão de acertar essa conta por terem crescido num ambiente sem os pais, possivelmente com falta de carinho e atenção, etc.
E então eu pergunto, vale a pena?
Ou um exemplo mais infantilizado. Um rapaz pode achar que está num tremendo lucro por trair sua atual namorada com metade da cidade. Porém ele certamente pagará o preço disso quando estiver solteiro, com uma mentalidade diferente, buscando uma moça decente para ter uma vida fiel e aconhegante. Provavelmente sua reputação terá se espalhado de uma forma que ele acertará suas contas.
Ou um exemplo material. Podemos nos deixar vencer pela tentação e comprar alguma coisa que gostamos e que não nos é tão urgente logo que ela é lançada, mesmo sabendo que, em poucos meses este objeto de desejo custará muito menos. Podemos pensar que não irá fazer falta esse dinheiro, por exemplo. E, se algum tempo depois passarmos por uma urgência e o tal fizer falta? Ou se surgir no mês seguinte, na nossa frente uma oportunidade única e não termos como aproveitar por faltar justamente aquela quantia que exageramos no mês anterior?
Nosso modernismo nos tornou tão fácil pensarmos somente no presente.
Tão fácil esquecer que existe um amanhã.
Tão tentador viver despreocupadamente o presente.
Talvez um dos maiores desafios seja saber pesar o agora com o depois.
Mas, o maior certamente é o de pararmos um segundo para pensar, vermos o que estamos fazendo e onde nosso caminho está nos levando. Não permitir que a correnteza nos leve cegamente para onde bem desejar.


"Our heads all full of bother
We can't look, we can't stop
We can't think, we can't stop
Because we're stuck in our own paths
And it's the way it always lasts
But I need something more from you"

(Algo como:
"Nossas cabeças cheias de preocupações
Não podemos olhar, não podemos parar
Não podemos pensar, não podemos parar
Por que estamos presos em nossos próprios caminhos
E é o jeito que sempre dura
Mas eu preciso algo mais de você")
Nada Surf - Paper Boats





Postado por Ricardo Ceratti.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Pensamento Aleatório IX.

Nada como a experiência para confirmar a teoria:

Escrever é terapêutico SIM!




Postado por Ricardo Ceratti.

Finitude.

Algumas vezes as pessoas se prendem a alguns valores por acreditar que é o que devem fazer. Em outras vezes se prendem ao medo da mudança. Existem os que se prendem a opinião alheia. Ou os que constróem impérios às custas de seus relacionamentos, tempo ou até mesmo vontade. Há quem evite viver. Assim como há quem não permite que os outros vivam. Enfim, existem inúmeras atitudes improdutivas e existem mais pessoas ainda que assumem tais atitudes.
Até consigo entender fazer essas coisas de forma inconsciente, por não pensarem a respeito das mesmas.
Mas, não consigo entender pessoas que são capazes de questionar essas suas atitudes. Ou pior, pessoa que se sabe que já pensaram a respeito de tais atitudes.
O que as prende? O que as cola no chão? O que as impede de seguirem em frente, de mudar... pra melhor?
Talvez seja minha falta de religiosidade, somada com alguns encontros cara-a-cara com a morte que tive, mas não consigo deixar de pensar na finitude de nossa existência, da minha existência.
Talvez eu seja um chato enjoado que não consegue suportar a idéia de levar arrependimentos para o túmulo.
Não tenho certeza dos motivos. Só sei que eu estou ciente de que posso morrer a qualquer momento e que isso me deixaria triste pelo pouco que conquistei dos meus objetivos, pela quantidade de coisa que deixaria por fazer.
Obviamente que sempre existirão objetivos e coisas por fazer. Já foi dito que o ser humano é um eterno insatisfeito. Eu então...
Mas existem coisas. Coisas tão importantes. Muitas vezes tão pequenas ou fáceis de resolver. Coisas que podem passar batido, mas na hora que a pessoa se dá conta de que pode ser "isso", pode ser agora o acerto de contas, as coisas se agigantam. Agigantam e incomodam. Incomodam não, nos causam aquela angústia de rasgar ao meio.
Quem sabe não seria saudável pararmos de tempos em tempos e pensarmos "e se eu morresse agora? O que me incomodaria?".
Certamente mais saudável do que precisar estar perto de morrer de fato.
Acho essa uma boa forma de dar abertura praquela vozinha que nunca fala poder se manifestar. Aquela vozinha que é totalmente sincera mas geralmente é ignorada, soterrada por tantas outras vozes que parecem mais importantes, mais urgentes, afinal, estamos sempre correndo.
Ouvir a vozinha por mais que nos sintamos ridículos pelas coisas que ela pede. As vezes é uma bobagem. Mas, pode ter certeza, é uma bobagem que, no fundo, lhe é importante!




Postado por Ricardo Ceratti.

Chamado de atenção.

Por que as preocupações e problemas só me atacam quando deito para dormir?
Tudo isso é covardia?
Precisam da escuridão. Precisam formar um bando.
Sou tão defensivo assim?
Me indago se é só comigo, ou se isso acontece com outras pessoas também.
Será que todos os cérebros foram programados para nos dizer ao leito coisas como "isso está errado" ou "isso não está bom"?
Pensando por outro lado, não tenho do que reclamar. Ao menos não na maioria dos casos.
Nem é preciso esforço (consciente) para ser informado do que precisa mudar em minha vida.
Já entendi. Deu? Não precisa ser tão enfático assim. Não grita que já escutei.



Postado pelo insône Ricardo Ceratti.

Reflexão XIX.

Não existe nada mais fácil no mundo que (tentar) fugir de si mesmo.
Conseguir escapar já é oooutra história...



Postado por Ricardo Ceratti.

Tortura auto-infligida.

Por que as vezes meu cérebro se fixa em certos pensamentos contra minha vontade?
Como se tivesse uma arma apontada para mim, me ordenando o que fazer.
Só sem arma, e sem o que fazer.
Só a cabeça pensando e pensando sem parar em alguma(s) coisa(s) que eu não quero pensar.
Custa pensar no que eu quero? Em qualquer outra coisa? Ou ainda, o mais irrealista, não pensar em nada?
Eu precisava dum botão de liga/desliga pros meus pensamentos... eles estão me cansado já.




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Olhos...

Como provar a um cego que existe o sentido da visão?
Ou mostrar a alguém que nasceu escravo e só conheceu escravidão, que existe vida livre?

Como abrir olhos que sempre foram fechados?
Como abrir olhos cujas forças próximas usam toda sua energia para mantê-los fechados?
Como abrir olhos que se conformaram em estar fechados?
Como abrir olhos que foram convencidos que sua função é ficar fechados?




Postado por Ricardo Ceratti.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O que falar...

Eu tinha muito para falar.
Acabei vomitando palavras.
Acabei falando do jeito errado.
Acabei usando o lado afiado das palavras.
Acabei causando mal.
Acabaram não servindo a sua real função.
Eu tinha muito para falar.
Estava angustiado.
Estava nervoso.
Estava explodindo.
Estava me fazendo mal.
Eu tinha muito para falar.
Mesmo já tendo falado.
Eu tinha que falar do jeito certo.
Eu tinha que consertar o erro.
Eu tinha que usar as palavras para construir.
Ao invés de destruir.
Eu falei o que tinha para falar.
Falei do jeito certo.
Minha tristeza se dispersou.
Minhas energias voltaram.
Minha motivação se ergueu.
Meu otimismo tomou conta do que, por breves momentos fora pessimismo.
Eu falei o que tinha para falar.
E agora voltei a ter fé.
E agora estou pronto para o que vier.
As palavras possuem muito mais força do que eu imaginava...




Postado por Ricardo Ceratti.

Reflexão XIII.

Só merece respeito quem oferece respeito.




Postado por Ricardo Ceratti.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

A Bolha.

Estava conversando com um amigo e me dei conta de que eu devia ter algum tipo de fobia social.
Como eu nunca tinha percebido isso antes me assusta.
Eu lembro que eu sempre me sentia como se as pessoas fossem envolvidas por uma espécie de bolha, uma esfera.
Essa bolha variava de tamanho de acordo com a importância que eu acreditava que essas pessoas tinham.
Ou, o quanto essas pessoas eram tão melhores do que eu (auto-estima nas alturas...).
E essa bolha me empurrava pra trás. Me repelia de perto das pessoas.
Essa bolha me prensava contra as paredes.
Essa bolha me sufocava.
Tudo que eu enxergava era turvo, borrado, iluminado demais, perto demais, assustador demais.
Eu buscava me afastar das pessoas numa tentativa de escapar da bolha delas.
Elas me intimidavam. Sem fazer nada além de dividirem o mesmo espaço físico.
Até que um dia aconteceu um milagre. Só posso chamar assim.
Sem fazer absolutamente nada diferente do que eu fazia nos outros dias. Sem sequer pensar a respeito. Sem fazer realmente nada, eu enxerguei o mundo como ele realmente era (ou, no mínimo, como eu atualmente acho que ele realmente é).
Era como se eu estivesse assistindo minha vida de fora. Como se aquelas pessoas não me afetavam, não me geravam sentimentos.
Eu simplesmente percebi que não existia bolha alguma. Que ninguém me empurrava contra a parede. Que nada daquelas distorções eram reais.
Era como se eu tivesse nascido míope. Vivido toda minha vida míope. E, do nada, alguém tivesse me colocado um óculos.
Admito que não perceber que eu era "míope" é uma coisa que realmente me assusta. Que outros "aleijamentos" não terei que não percebo?
Sem enxergar as coisas distorcidas, sem enxergar com sentimento, meramente ver "friamente", me fez tão bem.
Como mágica eu não me achava mais o ser mais inferior do mundo que obviamente não seria visto por aquelas pessoas que estavam no alto dos mais altos pedestais.
Como mágica eu não me sentia mal perto dos outros.
Como mágica eu conseguia socializar.
Socializei com moderação.
Então fui percebendo que não precisava tanta moderação.
Quando vi eu estava socializando com todo mundo, como se eu nunca tivesse enxergado bolhas nas pessoas.
Tenho que confessar que acredito que nunca deixarei de me admirar com a intensa capacidade que os seres humanos possuem de criar obstáculos para si próprios.
Águias são exímias em voar, baleias são exímias em nadar, tubarões são exímios em matar... e os seres humanos são exímios em se sabotar.




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O príncipe e a donzela.

Percebi uma coisa.
Uma coisa que agora me parece tão óbvia.
Mas, concluí que os príncipes encantados buscam donzelas em apuros. E vice e versa.
Cada pessoa tem suas características e busca por pessoas que complementem suas características.
O príncipe encantando tem uma necessidade de heroísmo.
Ele não se contentaria com a moça de classe média que tem uma rotina bem definida e nunca sofreu nenhuma tragédia.
Ele precisa de uma moça que necessite do seu heroísmo. Precisa pô-lo em prática. E precisa ser reconhecido como herói, ao menos pela donzela em perigo.
O mesmo vale no outro sentido.
A donzela em apuros não se contentaria com um cara legal, trabalhador, que quer o bem dela e tenta agradá-la.
Se o cara não fizer gestos heróicos, ela provavelmente não se interessará. Por melhor que o rapaz seja.
Da mesma forma são nossos relacionamentos não-fictícios.
O homem submisso só vai se contentar quando estiver com uma mulher dominadora, que mande e desmande nele.
Assim como a mulher dominadora não terá paciência para manter uma relacionamento com um homem com vontade própria.
Um homem adepto dos "prazeres" da infidelidade irá buscar uma mulher que finge não ver as escapadas.
E a mulher com vocação para "corno manso" provavelmente achará que "falta algo" naquele homem tão fiel e dedicado à ela.
Uma mulher masoquista vai buscar ser "mulher de brigadiano".
Assim como um homem que acha que bater na mulher é a solução dos problemas, não vai se interessar por uma mulher que se imponha.
Claro que não é uma regra.
As pessoas dos exemplos podem se dar muito bem com outros "tipos" de pessoas.
Mas não acredito que se dariam tão bem quanto com seus "pares".
É...
As pessoas não são tão imprevisíveis no final das contas.



Postado por Ricardo Ceratti.

Reflexão XII.

A maior derrota
É abrir mão de quem se é
Para satisfazer os caprichos de outra pessoa.



Postado por Ricardo Ceratti.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Auto-Confiança.

Há algum tempo ando observando como a confiança em si mesmo é importante.
Não digo no sentido quase "livro auto-ajuda", e sim ao observar seus efeitos práticos no cotidiano. Seja em coisas importantes ou banais.
Uma vez, eu e um amigo resolvemos pular uma cerca de arame farpado. A cerca era razoavelmente pequena e de poucas farpas.
Meu amigo, assim como eu, era um cara alto, porém ele era mais magro que eu, mais ágil que eu e um tanto mais forte do que eu.
Na hora de pular a cerca eu pus o pé esquerdo no arame mais alto que pude, impulsionei o corpo para a frente, passei a perna direita por cima e pulei, caindo acocado no chão.
Já meu amigo, apesar de ser fisicamente melhor preparado que eu, não estava tão munido de confiança em si.
Ele colocou o pé esquedo da mesma maneira que eu havia feito, porém foi de forma insegura, vagarosamente. Resultado? desequelibrou-se, teve de apoiar a mão no arame, a rasgando, e caiu deitado no chão. Além de rasgar o fundilho das calças.
Esse é apenas um exemplo bobo para exemplificar como nossos cérebros podem nos atrapalhar ou impedir de fazer coisas das quais somos plenamente capazes.
Da mesma forma encontramos inúmeras situações em nossas vidas nas quais devemos tomar decisões, devemos nos impor, devemos erguer a cabeça ou estufar o peito... e simplesmente não conseguimos.
Cada pessoa tem seus motivos para confiar pouco em si própria. Seja por experiências fracassadas no passado, seja por acreditar quando os outros lhe dizem que é incapaz, seja por medo de arriscar, etc. Seja pelo que for, no fundo é pelo fato de a pessoa não se conhecer o suficiente, afinal de contas quando se sabe do que é capaz não existem experiências negativas, desmoralização ou mesmo medo no mundo que a impeçam de alcançar seu potencial.
É incrível de observar o quanto um pouco de moral pode fazer por uma pessoa que confia pouco em si mesma.
Ou o quanto uma pessoa pode crescer se estiver livre para acreditar em si.
Isso me lembra de uma frase que ouvi uma vez, acredito que foi um personagem da série "Lost". Ele disse algo como "Nunca me diga o que eu não posso fazer".
E é justamente este o caminho acertado. Não devemos deixar que nada nem ninguém nos coloque um "teto", nos diga até onde podemos ir e a partir de onde vamos estar além de nossa capacidade.





Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Teoria das Teias.

Estive pensando sobre o que "protege" a pessoa de ficar mal, de "cair".
Imaginei a pessoa como se fosse uma pequena bola de gude posicionada em cima de uma teia que, por sua vez encontra-se no alto duma torre imensa.
A idéia da teia é literalmente não deixar a bolita cair.
Com o passar do tempo a bolita terá de enfrentar vendavais, terremotos, tempestades, etc... Provações de toda sorte.
Cabe à teia manter a bolita lá, em cima, onde ela pertence.
Porém é uma teia e não um piso. Existem furos por entre os fios da teia. Por exemplo, se existissem apenas dois fios, horizontal e vertical, a teia possuiria quatro grandes buracos em formato triangular. Mas, e se houvessem quatro fios? Haveriam oito buracos, porém seriam muito mais estreitos que no exemplo anterior. E se fossem oito fios? Teríamos 16 buracos absurdamente mais estreitos que no caso dos dois fios.
Perceba que, quanto menor o vão, menores as chances de a bolinha cair. E maiores as chances de ela se apoiar em um ou, geralmente, mais de um fio da teia.
Agora pense que estes fios na verdade são aquelas coisas que são importantes para nossa "pessoa-bolita".
Um fio representa o vínculo familiar.
Um fio representa o emprego.
Um fio representa os amigos confiáveis.
Um fio representa os hobbies prazeirosos.
Um fio representa um namorado, uma esposa ou assemelhados.
Um fio representa o senso de realização da pessoa.
Enfim, representa o que for valioso para a pessoa.
Claramente alguns fios não são tão separados assim uns dos outros. A pessoa pode tirar seu senso de realização do emprego. A esposa pode ser a família mais próxima ou importante.
De qualquer forma, cada pessoa tem seus fios, uns mais, outros menos.
Só por essa analogia já podemos perceber que quanto mais fios, quanto mais "coisas pra se agarrar", melhor para a pessoa.
Porém, acumular vários fios não é a única (e às vezes pode até não ser a melhor) forma de protegermos a bolita.
Podemos reforçar os fios, torná-los mais grossos e resistentes. Ocupando mais espaço e reduzindo o tamanho do buraco. Assim como menos provável que eles venham a se partir.
Fios reforçados são mais confiáveis e mais eficientes.
Reforçamos os fios quando nos aproximamos mais de nossa família, quando estamos contentes com nosso atual emprego, quando aumentamos a cumplicidade com nosso cônjuge, quando nos divertimos com nossos hobbies, quando completamos objetivos que propomos a nós mesmos, etc.
Agora, vamos imaginar. Nossa bolita encontra-se acima de uma teia cheia de fios reforçados e belamente trançados entre si. Fios que dificilmente se partirão. Eis que surge um terremoto! A bolita treme, é jogada para um lado, para o outro, passa por uns momentos bem desagradáveis. Mas não cai.
E se o terremoto for muito violento? A bolinha será atirada para todos lados com muita intensidade. Alguns fios não aguentarão a pressão e arrebentarão. Realmente uma situação crítica para a bolinha. Mas ela terá boas chances de sobreviver o terremoto, pois ainda poderá contar com uns resistentes fios que agüentaram durante todo processo.
Vamos pensar por outro ângulo. E se a teia desta bolinha tivesse apenas dois frágeis fios? Um vento que muitas bolinhas considerariam como "brisa" poderia ser o suficiente para derrubar a bolinha e/ou romper fios.

Vamos buscar formar cada vez mais e mais fortes vínculos para nós mesmos.
Vamos ser fios resistentes daqueles que amamos, das pessoas a quem prezamos.
Não existe de necessidade de não enfrentarmos as intempéries sozinhos ou com poucas teias.




Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Ciclos.

Tudo na vida é um ciclo.
Precisamos encontrar forças e formas de sair dos ciclos que nos fazem mal e entrarmos nos ciclos que nos fazem bem.
Sair da inércia é difícil. Se manter o movimento é fácil.




Postado por Ricardo Ceratti.

Trabalho.

Cada vez mais tenho notado as pessoas trabalhando até mais tarde (o tráfego é mais intenso pelas 19h do que pelas 18h, por exemplo), levando o trabalho para casa, para seus finais de semana, abrindo mão de suas férias, as vendendo ou as deixando para depois.
Não estou dizendo que trabalhar não é importante... nem que é. Não vem ao caso.
Mas não acho necessário tanto empenho assim.
Claro, faz isso para ganhar aquela promoção, para aumentar a produtividade de um mês de aperto, para fazer a empresa crescer, ou até mesmo para ajudar algum colega, cliente, etc.
De vez em quando é normal!
O problema é que as pessoas acabam se acostumando com esses excessos. Acaba sendo esperado delas nada menos do que isto. Ou acabam esperando de si próprias nada menos...
Resultado?
Passam menos tempo com a família.
Deixam de lado seus hobbies.
Começam a se estressar com o trabalho.
Ciclo vicioso.
Levam o estresse pra casa, brigam com a família, afastam os vínculos. Logo o tempo com a família não é mais tempo de qualidade. Algumas vezes é tortura.
Se esquecem do que gostavam de fazer. E se lembrarem, não terão mais paciência para aquilo.
Fecham o apoio que poderiam receber da família.
E agora?
Amigos!
Nenhum amigo agüenta muito tempo só ouvir uma pessoa estressada reclamando.
Ah, tem um amigo que sempre agüenta! Álcool!
Bela saída. Belíssima!
Não tem mais coisas que gostam de fazer, que vida sem graça! Vou trabalhar mesmo, melhor ganhar dinheiro do que perder mais do meu tempo com essas bobagens que eu gostava!
Começa a virar rotina.
Trabalho. Casa. Briga. Álcool. Dormir. Trabalho. (pode não ser exatamente esses itens ou nesta ordem, assim como pode não ser sempre... mas não costuma diferir muito disto)
Rotina mata a alma da pessoa.
Não existe mais prazer nessa vidinha. Não existem mais amigos. Não dá pra conversar com a família. E essa maldita rotina todo santo dia!
Quando vê a pessoa surta. Ou entra em depressão. Burnout, talvez?
Não tem problema! Trabalhou o suficiente para bancar seu tratamento! Seu longo e caro tratamento!
Aos poucos vai se sentindo um pouco melhor.
O médico aconselha a trabalhar menos, a melhorar seus vínculos, a encontrar algo que traga prazer.
Se aposenta quase que à força. A vida vira um vazio (só restou o trabalho, lembra?).
O vazio vai sendo preenchido. Vai se sentindo mais um pouco melhor.
É... pena. Pena que não vai ter mais muito tempo para aproveitar.
Realmente uma pena.

Aconselho que tenhamos a capacidade de parar de vez em quando para analisarmos nossas próprias vidas. Ver que rumo estamos seguindo. Para onde vamos. Se vale realmente a pena.
Pode ser mais interessante não comprar o carro do ano, não se mudar para um bairro chique ou até mesmo dar uma apertada no orçamento do que é necessário, do que entrar nesse ciclo vicioso, nessa vida loucura.
A longo prazo pode sair mais economicamente válido trabalhar menos do que se afastar de quem se ama, gastar com tratamentos e até mesmo encurtar uns bons anos de vida por causa do estresse.

Vagabundo não! Atento à qualidade de vida, isso sim!




Postado por Ricardo Ceratti.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Heróis.

Comecei escrevendo um texto sobre a dificuldade que as pessoas encontram de sair da inércia, de passar de "reclamar" para "agir".
Eis que me dou conta de que já havia escrito um texto muito semelhante.
Me indaguei dos motivos que me levaram a querer escrever um texto muito semelhante a um outro que eu já havia escrito, quando me dei conta de que tudo que eu queria era agradecer aos nossos heróis por simplesmente existirem.
Motivação é o artigo mais raro nos dias de hoje. Muito mais valioso do que o petróleo quando estava em alta, ouro ou sei lá o que está valioso hoje em dia.
E nossos heróis fazem justamente isso, nos motivam!
Basta sabermos de suas histórias para ganharmos alguma força.
Estarmos perto para ganharmos forças.
Estarmos juntos ou termos laços com os heróis para ganharmos muita força.
Realmente queria agradecer, mesmo que não se considerem fazendo nada demais (heróis costumam ser humildes...), mesmo que tenham passado por tempos de desesperança, mesmo que não acreditem na sua própria força, mesmo com todas adversidades.
Mesmo com tudo isso, eles seguem! Eles sofrem, eles pensam em desistir, eles cansam, eles ficam tristes, eles choram, eles anunciam que talvez não aguentem mais, mas eles seguem.
Mais uma vez, agradeço aos meus heróis, que tanto me dão forças, alguns, inclusive, sem saber. Agradeço AOS heróis... heróis de qualquer pessoa que busque por um.





Postado por Ricardo Ceratti.