segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O risco é necessário à vida

A vida é um tanto surpreendente do ponto de vista humano. Humano é aquele que vive numa casa, trabalha pra obter dinheiro, obtém dinheiro pra sobreviver e manter a casa em pé; poucos saem desse ciclo. Os que saem da comodidade geralmente são aqueles vistos como loucos, inconseqüentes, impulsivos e, veja só, gênios.
Sair da sua comodidade já é um grande passo para o humano, imagine só se ele sai da comodidade e ainda adiciona risco a essa saída! É, esse realmente é louco varrido.
O mundo virtual realmente trouxe vários benefícios. Um deles é o de aproximar as pessoas, mesmo que mentalmente, seja lendo palavras, admirando fotos ou até repugnando determinadas características, que por ventura, não é do agrado de quem observa.
Há muito que agradecer aos inventores do computador, aos inventores dos sistemas operacionais e aos inventores dos sites e softwares responsáveis por aproximar estas pessoas. Aproximar não somente no âmbito virtual, mas também do real. Agradeço a esse pessoalzinho tão legal e criativo.

Pois bem! Agora pense numa pessoa que há muito nem conversava pelo MSN com uma pessoa. Pense que, aparentemente do nada, essa pessoa começa a sentir ‘coisas’ que nem pensava que um dia fosse sentir com uma força tão intensa e que essa força fosse capaz de tirá-lo do seu lugar cômodo e nada arriscado! Ele foi atrás daquilo que acreditava existir além das teclas do computador, do monitor 17 polegadas e dos emoticons engraçadinhos.

A palavra ‘ventura’ quer dizer acaso. Acaso nos remete a idéia de sorte. A sorte só existe se for adicionada a ela uma dose de risco, podendo levar a uma má-sorte ou boa-sorte. Dentro da minha visão –pouco- filosófica da vida, a existência humana não existe plenamente se à ela não for adicionada uma boa dose de risco. A vida não existe se a pessoa não sair de dentro do seu casulo quentinho e ir enfrentar as intempéries do mundo, que muitas vezes se mostra muito hostil.

Ir atrás do trabalho para se alimentar e manter a casa é vital à existência, porém existe algo que o ser humano ainda não conseguiu sobreviver nem adquirir apenas com dinheiro e trabalho; o amor.
A plenitude da pessoa só existe se ela encontrar alguém pra se dividir, seja qual for o tamanho da fatia de si que precisa ser dividida com a pessoa que você ama.
Sair do Rio Grande do Sul e ir arriscar a sorte em São Paulo é pouco perto do que o meu Eu é capaz de arriscar e alcançar pra se sentir merecedor dessa vida. Se é preciso ultrapassar adversidades, trabalhar duro, suportar a saudade de quem eu amo e regar todo dia a semente, isso será feito da melhor maneira pra que eu saiba e sinta que sou uma pessoa completa.

Giovanna, todas estas palavras são em tua homenagem, em homenagem ao nosso primeiro mês junto e a tudo que ainda teremos pra viver lado-a-lado.



(...)Diz quem é maior que o amor!?
Me abraça forte agora que é chegada a nossa horaVem, vamos além, vão dizer que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela...
Vai cair




Artigo carinhosamente escrito por Ivan Pielke.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Vale a pena?

Analisando relacionamentos, tanto meus, quanto de pessoas que posso observar, percebi o quanto as pessoas sentem necessidade de estar "no controle" da relação.
Chega a me assustar a freqüencia que isto ocorre, não somente falo da quantidade de pessoas que age assim, mas, também das quantidade de ações que cada pessoa faz nesse sentido. Os chamados "se fazer" das pessoas conhecidas por "fazidas".
O pior de tudo são as conseqüências. Digamos que A e B namoram. B não "se faz", mas A sim. Chega um momento que B percebe sua situação, nota que cada vez está se esforçando mais e obtendo menos resultados, vai reparar que aparentemente quanto mais tenta agradar, quanto mais tenta que o relacionamento seja feliz, puro, bom, mais A "se faz". O que B acaba por fazer? Começa a investir menos, a "se fazer também". B entra no jogo.
E é então que o ruim piora, pois nenhum dos dois tem a capacidade de perceber que ambos perdem ao jogar. Que quanto mais jogam, pior a coisa fica. Torna-se um jogo onde o mais importante é estar no poder. Não importando se a vitória é permanente ou apenas temporária. O importante é estar "na situação".
Estar no controle é tão importante assim? Não parei para refletir muito teoricamente sobre isto mas, será que não é alguma carência de infância? Uma possessividade, uma valorização do ter, uma analidade (de 'provinda da fase anal' da psicanálise)?
Este controle tem mais valor que a naturalidade de cada um? De ser a si mesmo, de curtir a vida de forma verdadeira, de dizer o que sente, de ligar quanto bate saudade, de aproveitar cada segundo, etc.
Será que tem mais valor não ligar, deixar com ciúmes, não ver a pessoa para gerar saudade do que se verem, estar juntos e juntos bem, de trocar deliosos beijos, afáveis abraços, carinhos, do que deixar que o outro, ao começar a adormecer, veja em seus olhos o brilho do sentimento, enquanto lhe faz um carinho na cabeça?
Eu não acredito que esse poder tenha mais valor do que a real felicidade. E acredito haver uma cura para este "mal" (assim o considero). A sinceridade. Sim! Aquela nossa amiga que ultimamente anda bem escanteada da nossa vida. Ser sincero com a pessoa, mostrar o que esta faz, abrir-lhe os olhos para o ridículo de suas atitudes, mostrar que não tem necessidade para este jogo, enfim, ser sincero. Sincero e direto.
Se sinceridade não adiantar, lamento meu amigo ou amiga, o jeito é abandonar a pessoa. Sei que parece drástico mas, como o dito popular, é perdendo que se dá valor. Talvez a pessoa se dê conta de que suas atitudes são infantis demais para um relacionamento sério. Talvez volte para você. Talvez não. Pelomenos você saberá que está ajudando a combater a epidemia e que, no futuro aquela pessoa pensará duas vezes antes de lidar de forma tão imatura com um relacionamento. Quem sabe, ela ensine outra pessoa. Quem sabe o ensinado um dia será o "ser verdadeiro" e, não mais o "ser fazido"?

Por Ricardo Ceratti.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Jogos que ensinam.

Muitas pessoas criticam jogos, os consideram alienantes, responsáveis pela violência, etc.
Agora que a ciência começa a dar os primeiros passos em provar sua utilidade.
Sempre gostei de jogos e sempre aprendi com eles. Acredito que se tu for prestar atenção em qualquer coisa que esteja fazendo na vida, mesmo que isso seja ficar na frente dum computador jogando, tu é capaz de aprender, tirar valiosas lições.
Vamos analisar meu caso para exemplificar apenas.
Aprendi quase todo meu vocabulário de inglês para ser capaz de jogar FallOut.
Desenvolvi o pensar em inglês, sua velocidade e gírias jogando StarCraft pela internet.
Em jogos online fiz amizades que pude trocar experiências, incluíndo amigos de outros países, o que ajudou-me a manter meu inglês em forma.
Aprendi uma imensidão de coisas de história e geografia jogando Civilization.
Aprendi a ser mais criativo, de bem com a vida e sociável jogando RPG com amigos.
Aprendi sobre cultivo jogando Trópico.
Aprendi sobre pensamento estratégico jogando jogos como WarHammer Dark Omen.
Os relacionamentos instáveis entre pessoas ficaram caracterizados jogando Seven Kingdoms.
Me considero com alguma capacidade de saber como agir num tiroteio pelas experiências de BattleField.
Compreendi como nações se formam vendo na prática isso se formar jogando Tribal Wars.
Desenvolvi um pensamento empreendedor jogando Kapilands.
Aprendi algo sobre funcionamento e peças de carros jogando Need For Speed: Porsche.
Isso são só os exemplos que rapidamente pude lembrar, sem grandes esforços mentais.
Jogos de tiro incitam violência? Acredito que só façam isso em quem já tem problemas. Não tem coisa mais relaxante para mim (agora que parei de fumar) do que, quando estou irritado, atirar em soldados inimigos no Battle Field.
RPG forma sociopatas. Discordo. RPG te oferece a oportunidade de viver uma vida com regras diferentes, onde lhe é permitido experimentar coisas que na vida real não seria muito legal. Ok, é fuga da realidade, mas as músicas também não são? E que mal há em fugir da realidade? Quem nunca pensou "Estou cansado hoje! Gostaria de morrer só por uns dias e depois voltar." É, a vida algumas vezes nos esgota as forças. Brincar de ter outra vida alivia essas tensões e dão gosto para a criatividade. Quem joga RPG mata os colegas da faculdade? Não. Psicóticos que não sabem distinguir realidade de fantasia o fazem.
Crianças não aprendem com brincadeiras? Na faculdade de psicologia muito escuto dizer que é fundamental que as crianças tenham tempo para brincar, pois isso as desenvolve. E quem não é criança, não pode aproveitar isso também? (moderadamente, obviamente)
Devemos é explorar esta área! Buscar criar jogos mais divertidos e mais instrutivos. Aprender não precisa ser chato ou para quem realmente gosta do que aprende. Desde cedo aprendemos a desvalorizar o aprender. Querer criar leis proibindo jogos, RPG ser ilegal, carmagedom com zumbis, etc. Bobagens antiquadas de quem pensa pequeno demais.
"Disculpa a sinceridade."
Já devem imaginar o que vem por aí da minha parte, né?


Postado por Ricardo Ceratti.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Viver na Ilha ou no Continente?

Um terreno no qual por vários anos consecutivos a mesma planta é cultivada, vira terra infértil.
Resumindo o fruto de uma conversa que tive com o Ivan (que alias essa comparação é merito dele).
Será que o mesmo não ocorre com pessoas?
Estava pensando. Se passar anos com a mesma pessoa, acabará se moldando a esta pessoa. Sendo um pouco (cada vez mais e mais) o outro. Sendo cada vez menos a si mesmo.
Se parar pra pensar, quem somos? Nada muito além do resultado dos que nos rodeiam. Somos influência(tanto no sentido direto quanto no indireto[sendo o oposto]) de pai e mãe, de irmãos, tios, amigos, vizinhos, pessoas que namoramos, etc.
Isso é um fato normal, porém, quando a pessoa se dedica com quase (ou total) exclusividade em uma área, um grupo, uma pessoa, as influências acabam por tomar conta de mais do que o que lhe seria coerentemente distribuido. No gráfico da pizza a fatia acaba virando duas, três, meia pizza, pizza e meia...
Isso geralmente ocorre especialmente em relacionamentos amorosos, o que, por sua vez é o foco de minha análise: o namoro.
Uma pessoa passa anos namorando a mesma pessoa e, por mais que tente manter a pessoa com sua fatia, ela, na imensa maioria dos casos, acaba tomando conta de muito mais da pizza do que essa uma mísera fatia.
E é no decorrer e manutenção desse movimento, dessa tomada (quase militar) de espaço na vida alheia, que acaba por exercer mais influência do que qualquer pessoa deveria influenciar na vida de uma outra pessoa.
As pessoas acabam misturando os moldes, o que é uma acaba sendo a outra e vice e versa. As manias, deficiências e até as qualidades (sim, o efeito não é somente negativo) acabam sendo mútuas. A separação de egos, a individualidade se perder tanto que as pessoas acreditam que tal característica é parte de si. Sempre foi. Ou não? Então as coisas começam a serem aceitas com mais facilidade. As divergências diminuem. Ô beleza! A terra já está até arada para o plantio da cana-de-açúcar! Porque não?
Realmente, esse acontecimento, assim como tudo que nos acontece, tem seus por quês. Já pensou estar há 10 anos casado com a mesma pessoa e ainda se irritar om algum detalhe bobo? Ainda reparar em todas coisas não tão agradáveis daquela pessoa? Talvez o Ser Humano tenha sido criado para ser monogâmico...
E as outras pessoas? O que acham disso? Geralmente não vem a ser complicador. Com o cônjuge ocupando tanto da pizza, sobra pouco para dividir entre tantas outras pessoas. E, justamente devido ao pouco tempo que isso passa "batido".
Mas... E se a pessoa tiver que dividir seu tempo de forma mais competitiva com outra pessoa? pode até não atrapalhar no início, mas logo se demonstrará um problema. Os costumes e regras da "ilha" não dão os mesmos do "continente". Uma coisa tão normal, uma regra (de qualquer instância) tão internalizada ou um comportamento tão aceito e natural pessoa seu "outro eu", pode ser extramente fora da realidade para o resto da sociedade. Aí entra o conflito. A pessoa já se acostumou demais com aquela forma de viver, é difícil demais de se adaptar. É difícil demais ser aturada. É cansativo e o esforço geralmente não compensa.
Será que isso quer dizer que o Ser Humano nasceu para ser poligâmico? Solitário? Nômade "relacional"?
Acredito que o problema esteja na visão AINDA ultrapassada de relacionamento que a imensa maioria das pessoas possui. É como eu aprendi nas minhas aulas de Psicoloia do Trabalho. Pode ser lucrativo para a empresa enviar um trabalhador para o estrangeiro para que ele volte com novas idéias, mais criativo, etc. novos horizontes são importantes. Não quero dizer q não devam existir relacionamentos sérios ou fixos, e sim, acredito que as pessoas, por mais que se amem ou possuam algum sentimento do gênero, devam ser capazes de conseguir manter um certo distanciamento entre elas, uma certa capacidade de "olhar para fora", de passar um mês de féria longe, sabendo que quando voltar o relacionamento terá se renovado e, com ele, a saúde social da pessoa terá melhorado infinitamente (não afastando as outras pessoas de si). E, vejam só! Se a plantação tiver algum rodízio, o terreno não perderá seus nutrientes!
Obviamente que para este tipo de movimento acontecer muitas premissas devem ser estabelecidas e cumpridas. Confiança, respeito, capacidade de saber que a pessoa ainda existirá (para você), quando o mês acabar, entre outras. Obviamente não cabe a mim (muito menos neste momento) dizer (ditar?) como se alcança tais ideais. Isso vai de cada um. E sei bem que em alguns (ou muitos) casos isso jamais se concretiza.
Qual a solução então? Eu acredito, que a pessoa manter sua individualidade, intelectualidade, jeito, é o melhor caminho. Neste ponto me vejo obrigado a me posicionar sobre esse "amoldamento". Me posiciono, então, contra. Ao meu ver as pessoas não devem se acostumar umas as outras. Acostumar-se ao outro é resignar-se. É contentar-se com um salário mínimo. É não aspirar uma promoção. É aceitar a corrupção porque "sempre foi assim". É se acomodar na vida, é parar de lutar, é desistir de evoluir. É aceitar virar as costas para o resto do mundo e aceitar a criação de regras próprias (muitas vezes absurdas). É se fechar culturalmente. É viver no seu mundinho. Mundo que, na minha opinião, de dentro parece muito lindo, quando na verdade é sem cor.
Termina o namoro. Que acontece. Tudo será estranho. Vai achar alguém que te "aguente", vai! Vai ver se aquelas regras ainda são funcionais! Um sentimento de deslocamento surgirá e, com este deslocamento a pessoa passará a enxergar cor no mundo uma vez mais. Verá que existem outras formas de ser feliz. Verá como eram absurdas aquelas regras. Verá que se sujeitou a coisas demais. E, talvez, com um bocado de azar, poderá, no futuro, vir a se arrepender de ter plantado a mesma cana por tanto tempo naquele solo que agora não possui nutrientes, sais minerais, solo que deve ser adubado, recondicionado, solo que levará muito tempo até voltar a ser produtivo novamente.

Postado por Ricardo Ceratti.

domingo, 23 de setembro de 2007

É no não que se descobre de verdade

Olhos cansados da noite clara. Eu lembro, por alguns instantes, os meus momentos diurnos onde eu achava que via algo. Quando percebo que a pessoa que há poucas semanas era alguém tão, mas, tão próxima e eu não mais teria alguma importância, percebi que a noite era mais clara do que qualquer tarde ensolarada.

Surgiam pessoas que eu nunca supunha que pudessem sorrir. Algumas davam um ar de psicose, e eu mal sabia que elas estavam sabendo viver e que não havia nada que pudesse dar motivos pra se preocuparem. Não havia ninguém te jogando pra baixo tentando tomar o controle sobre mim. Dentre estas pessoas, não apareceu diante de mim uma pessoa sequer que não me mostrasse o lado bom das coisas vividas. Todas, digo: todas olharam para mim -mesmo que pela primeira vez- mostrando que o que foi vivido foi pra aprender e sentir. Logo após o olhar sempre veio “tu é uma pessoa boa e ninguém pode te deixar assim. Tu és maior do que qualquer maldade”. Obviamente não foi exatamente com essas palavras, mas sempre veio algo em torno disso.

Isso tudo remete a idéia de que, às vezes, as pessoas que mais gostamos precisam te deixar pra baixo pra te ter por perto, porque é nelas que sempre procura algo bom e fica esperando, mesmo que tudo nela aponte para o lado oposto. Mesmo aparentando que tudo está contra, é nelas que sempre pensamos. Para manter o controle de alguém que gosta da gente façamos o quê? A jogamos pra baixo, resgatamos o passado bom vivido e damos um breve adeus. Obviamente esta pessoa –se não for uma psicopata ou alguém parecido com a pessoa que está lhe aplicando a técnica- vai voltar a tentar de todas as maneiras se levantar e mostrar que o futuro pode ser melhor.

Os lugares acabam se ampliando a cada dia que passa após a pessoa não estar sufocada ou sendo jogada pra baixo. Surgem pessoas novas –inclusive algumas que passavam ao seu lado, e você não percebia, por estar preocupado com aquela pessoa que te jogaria pra baixo mais tarde-, filmes de comédia romântica misturados com humor negro acabam fazendo mais sentido, nas festas acaba parecendo que existem mais pessoas –porque você, obviamente, estava mais preocupado com aquela pessoa que daqui a 1 hora te jogaria pra baixo-.

Então o milagre da vida acontece. Você encontra alguém decente e que não fica alimentando de coisas ruins a relação, olha pra frente, faz planos e prefere te encher de beijos ao invés de ficar dizendo aquelas frases tão legais pra vocês cujas você sabe quais são.

O poder do olhar é o maior de todos.

Fim.


Postado por Ivan Pielke

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Descartáveis Solúveis

Como todos sabemos, o mundo está cada vez mais se aproximando de um lugar inabitável. Cada vez mais criamos mais lixo e não cuidamos com o destino dele. Sabemos como e porque reaproveitar o que é reaproveitável, mas pouco é feito quanto a isso.

Talvez o maior perigo para a espécie humana tenha sido a invenção do plástico. Este material feito através de vários processos. Processos estes que deixam resíduos e consomem por ano quantias imagináveis de petróleo.

Quando dizemos que vamos comprar algo falamos como: “Vou comprar água mineral”ou dizemos “Bah, véio! Vô ali no super comprá uma garrafinha de água mineral!”? Os produtos precisam de embalagens para serem comercializados. Essas embalagens quase sempre são descartáveis.

O termo descartável inevitavelmente nos leva a palavra descartar, que remete ao significado de deixar de usar e ter. O tempo do processo de fabricação dos produtos descartáveis é igual ou muito parecido com o tempo que se leva pra descartar este produto.

Talvez a facilidade de fabricação e o tempo que é gasto para o descarte seja a principal variável pra que essa prática seja tão usada.
Agora pensamos na situação que os relacionamentos acontecem atualmente. Um paralelo pode ser facilmente traçado entre as relações sociais e os produtos descartáveis – é quase que redundantes estas duas questões -.

Em menos de cinco minutos compramos um salgadinho e consumimos o que há dentro da embalagem. Em cinco minutos conhecemos mais uma pessoa e já nos despedimos dela. Adquirimos um produto e uma amizade já pensando na sua finitude. Os namoros e casamentos têm durado muito menos do que na época em que a conquista era mais difícil de ser alcançada. Existiam mais floreios, mais caminhos e muito mais romantismo envolvido no processo de conquista da pessoa desejada. Talvez esse trabalho que era preciso ser feito dava a idéia às pessoas de que se foi difícil de ser conquistado, também deveria ser bem cuidado depois de conquistado.

Pensava-se em namorar, noivar, casar, ter uma fonte de renda estável - que desse o sustento suficiente - , uma casa e também ter filhos com o sobrenome do pai. Hoje até se pensa em namorar, porém, os outros processos são bem mais difíceis de acontecer. Penso que isso se deve ao fato do seguinte pensamento: “Se não der certo, não deu. A vida continua e outras pessoas entrarão na minha vida”. Por um lado, isso é muito saudável a saúde mental, por outro, penso que poderia ser bem diferente se as pessoas começassem e não pensassem num possível fim.

As pessoas não mais se dispunham tanto em trabalhar pra uma “eternidade”. Parece-me que é muito difícil ceder, se sensibilizar com o outro, pensar que não existe somente o próprio lado da moeda. Acredito que isso acontece pelo fato de que: “se vai acabar, porque eu vou lutar e arriscar pra que isso dure?”. É muito mais cômodo ficar de braços cruzados, sem fazer nada do que acreditar que pode dar certo e lutar pra isso. Marcelo Camelo já disse: “(...)é a solução de quem não quer perder aquilo que já tem e fecha a mão pro que há de vir”.

Enquanto a pessoa for útil – como a garrafa de plástico -, ela está nas nossas vidas, depois que ela não mais satisfaz as minhas necessidades e anseios, ela deixa de existir sem pensar nas conseqüências que o descarte ocasiona. “(...)que seja infinito enquanto dure” - Vinicius de Moraes -.

"O mundo e o coração – de quem sente e luta – chora pedindo ajuda".

Por Ivan Pielke

segunda-feira, 18 de junho de 2007

O consumidor é inteligente?

Muitas pessoas costumam gastar grandes quantias em dinheiro com roupas, acessórios, aparelhos eletrônicos e etc. O consumo faz parte das últimas etapas do processo produtivo precedido pelas etapas de fabricação, armazenagem, embalagem, distribuição e comercialização.

O comportamento do consumidor é determinado por uma série de variáveis. Este comportamento é fundado pelos processos mentais e emocionais realizados no processo de seleção de produtos e/ou serviços que buscam atender e saciar desejos e necessidades do indivíduo.

Na sociedade capitalista o perfil do consumidor é altamente influenciado pelo status projetado sobre determinado produto ou serviço. Nos dias atuais a imagem e popularidade são dois dos indicativos de sucesso e bem-estar de uma pessoa. Quanto mais a pessoa tiver amigos em sites de relacionamento, maior for a lista telefônica do celular -de último modelo- e quanto maior o número de acessórios caros e supérfluos, a imagem deste indivíduo diante da sociedade vai ser bem-sucedida e bem quista.
Este fato se deve –em grande parte- por influência da cultura americana consumista. Ou seja: quanto maior for o poder de consumo maior é a sua popularidade entre os membros do meio em que se vive. De certa forma, uma grande fragilidade das mentes humanas em quererem gastar grandes quantias para ser melhor visto.

Estudos realizados por psicólogos, publicitários e economistas, reafirmam que o comportamento de adquirir um produto está ligado diretamente as necessidades e desejos do consumidor. A fragilidade se mostra através da falta de êxito com a própria personalidade da pessoa. Tenta-se projetar o sucesso e boa imagem em produtos, já que, não se pode ser “auto-sustentável” através do que é, simplesmente. Tem-se que atribuir status a si mesmo através de gastos que nem sempre estão ao alcance ou que desprenderão de muita energia psíquica e física pra ser alcançada.

Um belo exemplo são os produtos falsificados de marcas cujos valores monetários não são acessíveis as classes com menor poder aquisitivo. Esse fato se deve a necessidade de querer ter o produto que não se pode ter, mesmo que, tendo que comprar um “genérico” mal feito –muitas vezes- pra poder chegar perto daquilo que se almeja.



Quem nunca ouviu falar dessa frase: “o som é mais caro que o carro do cara”? Já que não posso ter um carro caro, eu compro um som potente pra poder chamar atenção, já que, tem muitos carros caros que não têm um som potente.









Rappers com seu estilo pimp exaltam o poder aquisitivo em seus clipes contendo carros de luxo, muitas mulheres –leia-se putas-, correntes de ouro mais grossas que o próprio... ãm... digamos... é isso mesmo. Já que nunca tive nada, agora mostro pra todo mundo que eu tenho e estou esbanjando. A briga entre estes rappers só mostra a gana em querer ser mais popular que o outro.



Gastos feitos são inteligentes se forem analisadas as proporções entre os produtos de mesma natureza, se o produto é realmente necessário pra saciar alguma necessidade e se o produto tem qualidade suficiente e proporcional ao custo.

Resumindo: a ignorância e falta de confiança em si mesmo –sem ter adquirido produtos caros- é diretamente proporcional a quantidade de dinheiro gasto com produtos e acessórios.



Por Ivan Pielke –doutor em psicologia do consumidor e sexologia-

segunda-feira, 11 de junho de 2007

As dificuldades na organização grupal.

Estava conversando com dois amigos meus e reparamos no funcionamento dos grupos de amizades. Como é do meu objeto de pesquisa resolvi pensar à respeito e escrever mais um artigo aqui, espero que gostem.
Observei que os indivíduos que compõe o grupo parecem fugir a todo custo da responsabilidade de tomar alguma decisão. Mesmo que a decisão seja algo do interesse de cada indivíduo do grupo. Se as pessoas querem sair para fazer alguma festa, por exemplo, ninguém decide onde ir e todos tentam passar a responsabilidade da escolha para o próximo. Quando, finalmente, alguém toma a liderança! Propõe algum lugar e de imediato as pessoas respondem à esta liderança emergente. Alguns concordam de imediato sem sequer analisar prós e contras, outros pelo contrário, se opõe vigorosamente, e alguma parte do grupo se abstêm a qualquer forma de tomada de decisões (dizendo os tradicionais "pra mim tanto faz").
E eis que surge o grande impecilho, pois é neste momento que o andamento poderá ser variado.
Um grupo no qual todos concordam pode gerar uma felicidade por terem decidido os planos da noite, mas assim que o primeiro problema surge as reclamações e culpa recaem sobre o lider recém-formado. É culpa do líder os gastos feitos, o tempo que perderam para chegar, se a festa não estava tão boa, se as músicas não agradaram, se os objetivos da noite não foram cumprido, etc. Ou seja, mesmo ninguém tendo proposto algo melhor, mesmo que alguns fatores, como a música e o preço, sejam de responsabilidade de terceiros, mesmo que possa até mesmo ser culpa de cada indivíduo (por exemplo se o objetivo da noite era arranjar para 'ficar' e, este não buscou com dedicação que isto se sucedesse), ainda assim, a culpa é toda do líder.
Um grupo que a maioria se opõe ao líder pode acabar rapidamente se debandando, devido à dificuldade em chegarem a um consenso. Este caso pode ser o mais complicado para um líder, pois ele deve ao mesmo tempo criar sugestões, manter a atenção das pessoas, convencer e ser rápido ao realizar todas estas tarefas.
Talvez o grupo mais fácil de lidar seja o grupo dos sem decisões. Este tipo de grupo aceita quase qualquer sugestão e tem uma tendência muito menor a encontrar problemas ou culpabilizar o líder por estes. Este grupo conta ou com uma grande disposição que algo (sem importar muito com o 'quê') seja feito, ou com alguma vantagem no grupo em si (em geral é relacionada ao líder esta 'exploração').
Como podemos observar, a posição de líder grupal é altamente frustrante (mesmo tendo seus raros momentos de glória quando, por exemplo, as pessoas se encantam pelo luagr novo apresentado pelo líder), me levando a concluir que talvez este seja o motivo pelo qual o grupo no geral foge desta posição. Porém logo que ocorre um evento de liderança funcional (exceto aquele na qual o grupo debanda), o grupo passa a depender do líder em outras ocasiões e, muitas vezes, este líder nem se dá conta de que as responsabilidades sempre lhe recaem.
Logo acreditei ter chegado a uma brilhante conclusão: ninguém sendo líder. Impossível. Talvez entre duas ou três pessoas seja possível, já em grupos maiores isso não me pareceu realista. Ou uma nova liderança surge, ou o grupo se rompe em pequenos grupos 'manejáveis' ou este grupo simplesmente fica aguardando o retorno do líder ou o surgimento de um novo líder.
Com esta observação pude confirmar a existência de alguns conceitos de Bion sobre os grupos de pressupostos básicos.
Vemos um grupo no estado de dependência, isto é, um grupo que depende de um líder que tome as decisões e resolva os problemas. Segundo Bion para este grupo "existe um objeto externo cuja função é fornecer segurança para o organismo imaturo".
Por sua vez, o segundo tipo de grupo (no qual exsite oposição à figura do líder) encontra-se em luta-fuga, na qual o grupo encontra um inimigo comum ou simplesmente 'foge'. Neste caso o grupo se volta contra o próprio líder (não sendo líder neste caso, e sim fazendo então o papel de bode expiatório, aquele contra o qual devem lutar).
Por fim, na falta de um líder, pode ocorrer um fenômeno de acasalamento, no qual o grupo fica aguardando uma pessoa ou idéia, com uma espernça messiânica de que este salvará o grupo.
Como, então, pensando à luz das teorias de Bion, podemos chegar no chamado 'grupo de trabalho', o qual o grupo se dedica a um objetivo em comum, que tem como função o bem do grupo (e não o bem individual em detrimento do bem-estar grupal). Como seria possível que o grupo do exemplo (decidir uma festa) trabalhe com todos seus indivíduos colaborando entre si, buscando a solução sem esperar dependentemente?
Continuarei a observar os comportamentos dos grupos com o fim de concluir se existe grupo que consiga alcançar esse 'status' ou se alguma solução deve ser criada para motivar o grupo no todo a buscar soluções.


Por Ricardo Ceratti.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Fenômeno no Orkut

Terça, 4 de junho de 2007.
Estava eu e meu colega de pesquisa, o respeitável dr. Ivan Pielke discutindo teorias hoje, quando chegamos a uma conclusão que acreditamos que irá revolucionar a sociedade como a conhecemos.
Caso alguém não saiba o dr. Pielke e eu estudamos com afinco o comportamento humano. Damos continuidade aos trabalhos da então considera moribunda psicologia comportamentalista (também conhecida pelo termo "behaviorismo" do inglês "behave" que significa "comportar-se"), estudando as regras de comportamento dos indivíduos no meio social.
Ultimamente começamos a estudar as interações sociais e comportamentos não só no espaço físico que estamos acostumados. Entramos na era da tecnologia e agora estudamos comportamentos chamados 'on-line'.
O ambiente que encontramos que melhor podemos estudar essas relações humanas é um 'site' de relacionamentos chamado 'orkut' (http://www.orkut.com/).
Depois de exaustantes pesquisas e observações concluimos uma regra que, em maior ou menor intensidade, parece se aplicar para a grande maioria (segundo nossas pesquisas este número seria 97%, sendo obeservados mais de 2500 indivíduos).
A regra é de fácil entendimento: O Orkut comprovadamente faz as pessoas parecerem mais magras. Assim como existe aquele dito popular de que "a camera engorda 10 quilos", nossas pesquisas comprovaram que o orkut faz justamente o contrário.
Nossos próximos passos serão identificar como esse fato ocorre, ou seja, quais as condições necessárias, 'gatilhos' ativadores, etc; e a intensidade que ele ocorre, através de uma tentativa de estabelecer a média de quilos que cada indivíduo reduz no orkut, assim como estabelecer valores que possam determinar mínimo, máximo e anomalias para que seja possível prevenir casos perigosos de redução demasiada ou até mesmo curar casos já existentes do mesmo.

Escrito pelo Doutor em Psicologia Ricardo Ceratti.

Apresentação

Sejam bem-vindos!
The Drunken Scientist é uma revista virtual que tem por objetivo fazer da ciência algo facilmente compreensível! Utilizaremos um linguajar mais acessível e explicaremos complexas teorias de uma forma simplificada e relacionada com o cotidiano de pessoas que não são ligadas a área da ciência para que até mesmo alguém imbecil como você, caro leitor, consiga entender tudo de ciência!
Esperamos que gostem da revista e dos artigos que aqui postaremos, pois pesquisamos com muito afinco e os escrevemos com muito carinho.
Nesta primeira edição teremos a nossa mais recente descoberta que se trata sobre um incrível fenômeno que descobrimos acontecer no 'Orkut'!
Desde já gratos pela atenção.


Ricardo Ceratti.