segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Reflexão XXIII.

Sacrificaremos tudo e todos que for necessário, ou cômodo, para suprir nossos caprichos e sustentar nossos luxos.

E o mais triste é saber que faço parte do ciclo que propicia isto...




Postado por Ricardo Ceratti.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O espírito natalino

Tem datas que marcam.
Noite de natal e tarde do dias das mães sempre me marcou por nunca chover. Dia das mães é sempre ensolarado, mal tem nuvem no céu.
Quer dizer, aqui onde eu moro, obviamente.
Este natal foi diferente. Lá por 1:30h desabou o mundo de chuva. O que tinha uma certa previsibilidade.
Por aqui todo verão é igual: Um calor insuportável durante a semana. Aquela sensação de que vai derreter (o asfalto estava derretendo esses dias), uma dificuldade de respirar (vai ter cidade mais úmida assim lá...). E aí chega o final de semana, sexta, sábado, e chove... ô se chove!
E aí entra a parte complexa: conciliar um dia do ano que nunca chove, com um dia da semana que sempre chove.
Mas que papo mais absurdo é esse, Ricardo?
É só para entrar num outro assunto meio absurdo.
Natal, nascimento de Jesus, época de encher o coração de amor, de lembrar que temos que tratar bem uns aos outros, de comemorar...
E eis que escuto um rapaz, sem camisa e com algumas coisas penduradas no ombro, gritando "vocês... COVARDE! COVARDE! São uns covarde, pegar um cara bebado... vocês são COVARDE!".
Fiquei com pena. Imagino que tenham o assaltado, ou batido nele. Deu vontade de descer para ajudar o cara.
É bacana o espírito natalino, de sacanear um sujeito que meramente exagerou no álcool (outro dilema dos nossos dias), seja por estar feliz com as pessoas que ama, seja por estar deprimido por se sentir o único sujeito sozinho nesta data, seja pelo que seja.
Divertido isso, de se aproveitar da euforia em massa para o benefício próprio (roubar é benefício material, bater em alguém é benefício moral, de não se achar tão lixo).
Muito bonito que não se pode andar pelas ruas com tranqüilidade nem no único dia do ano que a maior parte do planeta prega coisas boas, que todo mundo quer ser legal com todo mundo para compensar por um ano inteiro de passar a perna nos outros, de ser rude, agressivo, intolerante, espertalhão...
E o pior de tudo é que nem sempre (talvez geralmente não seja) por parte daquelas pessoas que mais passam necessidade. Daquelas pessoas que sequer possuem o que comer.
Agora, voltando ao motivo de eu falar de absurdos, me diga: Com apenar esse exemplinho, tem coisa mais absurda que a humanidade?





Postado por Ricardo Ceratti.