terça-feira, 30 de julho de 2013

Reflexão XXXI

As pessoas se ofendem se não nos ofendemos quando nos ofendem.




Postado por Ricardo Ceratti.

Reflexão (aleatoríssima) XXX

Mente e ouvidos,
Antes de penis e olhos.

Reflita...




Postado por Ricardo Ceratti.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

E o que se faz com o povo?

Cada dia que passa constato mais do que há muito notei, há muito me sufoca e entristece.
Se propagam, em proporções no mínimo geométricas, os avanços do vácuo.
Pipocam televisões por todas as partes. Sempre com o intuito de desinformar.
Multiplicam-se os planos de telefonia móvel "fale ilimitado", para satisfazer aqueles que não têm nada a falar.
Leis, normas, costumes, moda, modinhas ("hits" do momento que são monoassunto por uns poucos meses, e depois são esquecidos para dar lugar aos novos monoassuntos), consensos, prioridades, assuntos... sempre com o interesse de desinformar, encaixotar, alienar, padronizar, arrebanhar.
Vazio, vazio, vazio.
Um poder de tornar importante algo completamente banal, de propagar a normatização através da própria população que só comenta de determinado assunto que foi absorvido, sem um mínimo de reflexão, como sendo crucial, bem como quase exigindo que os outros se dediquem ao mesmo assunto (mas somente com o máximo de profundidade que é permitida pelo máximo de superficialidade e mínimo de reflexão).
Por onde se vai, se ouve algum comentário incessante sobre algo bem bobo, alguma propaganda. Por onde se vai se é forçado a olhar para coisas inúteis, a acompanhar os movimentos em uma tela onipresente e desprovida de conteúdo. Por onde se vai, se é abarrotado de sonhos impostos e que lhe são desnecessários.
E tudo com muita convergência, óbvio.
Já explico.
Com o advento das mídias de massa, passamos a outorgar-lhes o papel de desalienadores. Condição imprescindível para entender o mundo em que vivemos, para estarmos informados, para podermos nos posicionar. Televisão, rádio, outdoor, música, novela, futebol, jornal, panfletos, comerciais, filmes, seriados, etc., todos grandes redentores da tão temida alienação.
É?
É o que consideramos, pelo jeito.
Porém são estes mesmos os maiores alienadores que encontramos nos dias de hoje. Não estão interessados em nos propiciar entendimento, reflexão, conhecimento. Buscam, na verdade, vender uma barulhenta ignorância. Tão barulhenta, tão cheia de vida, empolgante, contagiante, móvel, tão... assunto, que ocupa nossas mentes e nos convence de que estamos nos instruindo, nos informando. Não passa de jogar infinitos fogos-de-artifício e despejar chamarizes para que nos distraiamos e tornemo-nos incapazes de olhar para o que está à nossa frente, de olhar o que pode ser relevante;
E a convergência?
Um exemplo bem simples e aparentemente inocente que vivenciei hoje.
Fui a dentista. Para chegar lá, peguei um ônibus. Obviamente com aquela repetitiva televisão que se dispõe a dizer como devo me vestir, o que devo achar importante, me informar do horóscopo e das novidades das novelas, vida dos artistas, esportes e vida dos atletas, chegando ao ponto de dizer até o que eu devo achar engraçado e "curtir" no facebook.
Acho estranho, mas ok.
No caminho, na rua, muitos outdoors vendendo um estilo de vida que a mim não interessa, mas que posso notar que é convincente para muitas das pessoas que vejo pelas ruas.
No consultório, uma novidade. Agora existe uma televisão, de tela bem grande, na sala de espera. Falando da clínica e de certos produtos relacionados. Coisa que poderia muito bem (e mais economicamente) ser feita através de folhetos, mas muito mais eficiente um trambolho daquele tamanho numa sala de espera minúscula onde mal se tem como desviar o olhar. Além do mais, com os folhetos se teria a escolha de se "informar", com a televisão não.
Na própria sala em que eu seria atendido, outra novidade. Junto da luz que permite o profissional trabalhar em meus dentes, agora temos o que? Uma televisão, é claro! Esta, mais amena, nos permite escolher na internet o que assistir. E eu que achei que só iria obturar um dente, e não ir para um local de entretenimento.
Na volta pego aquele ônibus tão legal, todo decorado para a copa (muito questionada desde mês passado, diga-se de passagem). Dentro dele não se enxerga quase nada para fora, pois a decoração é colada inclusive nos vidros através de pequeníssimos aros coloridos (forma tipo de uma teia). Ônibus escuro e sem vista, o que fazer para passar o tempo? Mas é claro! Temos televisões no ônibus! Que coincidência que no momento que mais me agrada somente olhar a paisagem e pensar, me é proibido olhar para fora e me é quase que obrigado assistir a programação que certamente não escolhi. De brinde, é um ônibus com ar condicionado, ou seja, todo lacrado em suas janelas, apesar da temperatura na rua estar mais agradável que a de dentro.
Mas, dentro deste inferno sobre rodas, obviamente encontro um exemplar tão comum hoje em dia. Uma senhora de idade que ficou metade da linha (sim, eu percorri quase ponta a ponta da rota deste ônibus) no mais furado dos papinhos, através de seu celular. E quem é que teve que ouvir por tabela?
Desço na minha parada e "liberdade!". Podia respirar, podia enxergar! Vou para casa.
É sempre bom abrir a caixinha de correio, afinal, não quero atrasar minhas contas. E o que encontro? Propagandas e mais propagandas que, não importa a frequência com que eu me livre delas, sempre estarão ali.
Agora eu pergunto. Em que momento pude pensar? Na vida, no que tenho pra fazer, na novela, que fosse o caso! O tempo todo bombardeado visual e auditivamente.
Como que se vive assim? Como que se vive sem poder pensar? Sem poder estar a sós com sua própria cabeça?
Mas me dou conta que houve um tratado muito bem feito e lucrativo para ambas partes.
De um lado, a população, com sua fobia a pensar, a questionar, desejosa que algo mostre como ser, no que acreditar, com o que sonhar.
De outro, a mídia das massas, com sua lucrativa máquina de justamente, dizer como a população deve ser, com o que deve se importar, o que deve desejar.
É um par prefeito!
Concluo que o errado sou eu. O desadaptado dessa história toda. O cara que não quer o mesmo que se costuma querer e, portanto, a quem não satisfaz o que costuma ser oferecido.
Até aí a solução é simplíssima.
Porém o que me preocupa é o fato de eu ser psicólogo.
Vejo uma luta inglória e fadada à derrota por parte da psicologia.
Uma área que busca despir o ser de todas as bengalas que só servem para esconder, amenizar e distrair da dor, de forma a encontrar a fonte dos sofrimentos e angústias, acaba por se ver de pouca força contra todo um sistema baseado em colocar atadura em cima de atadura, distraindo de todas dores com soluções imediatistas, irrealistas ou completamente superficiais.
A mim, sei como escapar desta realidade que foi tragicamente prevista por George Orwell principalmente (não esquecendo de outros, como Aldous Huxely, por exemplo). O que me entristece é não ver possibilidade de escapar para as massas (ou seria uma massa-alvo?).




Postado por Ricardo Ceratti.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sobre psicólogos analisando Deus e o Mundo

Daquelas coisas faladas com uma elegância que só eu consigo...
Para aquelas pessoas que pensam que psicólogo (no caso eu) está sempre analisando todo mundo com quem fala, pergunto:
Fosse eu proctologista, vocês achariam que eu quereria enfiar o dedo no cu de todo mundo com quem eu falo?




Postado por Ricardo Ceratti.