terça-feira, 25 de novembro de 2008

Egoísmo

Eu fico realmente impressionado como a troca de idéias é criativa e produtiva.
Outro dia eu estava explicando para uma amiga a minha visão sobre a pesquisa.
Ela havia conseguido me convencer da importância de saber tudo (ou quase) do assunto, para que a teoria não seja refutada, para teoria ser realmente forte pelo seu embasamento.
Realmente, em uma visão individualista isto parece ser o melhor caminho.
O problema é que eu não concordo com a construção "individual".
Acredito que a melhor forma de se construir um conhecimento é grupalmente, através tanto das idéias de cada indivíduo, quanto das idéias que surgem em cada um do estímulo das idéias dos outros participantes.
Esta troca não só proporciona a criação de pensamentos novos, como também facilita que sejam encontradas e consertadas as eventuais brechas, erros.
Mas... esta forma de pensar o pensar não é nada novo. Muito pelo contrário, se trata de algo realmente antigo.
Então, onde nos perdemos? Qual foi o desvio do caminho que nos levou a um método menos eficiente de produzir conhecimento?
Acredito que a resposta deva estar no nosso tão cultuado Individualismo.
A necessidade de reconhecimento, de glórias, nos levou ao egoísmo intelectual.
Queremos todo crédito pelas nossas idéias e invenções.
Precisamo estar o tempo inteiro competindo uns contra os outros.
Talvez nós, humanidade, sejamos uma criança mimada e meio lentinha, que já deveria ter passado da fase de ser egoísta e ter aprendido a dividir os "brinquedos".
Todos lembramos bem do que acontecia com a criança com atitudes de "EU sou o dono da bola!!!", não? Pois parece ser nosso tão produtivo destino.




Postado por Ricardo Ceratti.

Máscaras

Post da Helen e na seqüência minha resposta:

Inconsequente.
Na minha singela opinião, deveríamos 'ser o que somos' todos os dias;
deveríamos mostrar nossa verdadeira face insana, até porque, sem nenhuma exceção, somos seres constituídos de vontades, desejos, utopias e pensamentos indevidamente rotulados.
As pessoas possuem mania de mascarar o que sentem e querem;
obviamente, às vezes temos que nos polir, mas deveríamos ser eternos inconsequentes, deixando o medo, o receio e todas as 'regrinhas' impostas pela sociedade de lado, saciando todas as vontades súbitas, fazendo 'o que dá na telha'.
Porque o ser humano acaba sempre por pensar demais e fazer de menos.

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quer saber? que se danem as consequências, eu quero é ter histórias pra contar!




Postado por Helen.



Minha vez:


Pois é... máscaras são foda.
Estamos sendo constantemente julgados pelos outros.
Muito se pode ignorar esse julgamento, mas eventualmente nos deparamos com situações onde são justamente aqueles julgamentos que vão decidir nossa sorte.
E agora? Agora é hora de manufaturar uma máscara nos mínimos detalhes! Uma obra de arte capaz de convencer os outros de que se trata de nosso real rosto.
No início a usamos apenas em algumas situações e para algumas pessoas.
Mas vamos nos acostumando, vai fazendo parte da gente. Até que chega ao ponto de não sabermos mais diferenciar o natural do artificial.
E ae? E ae FODEO (dispensando o perdão da palavra)! E ae rolam crises de identidade. "quem sou eu? do que eu gosto? por que as coisas são assim? por que não me acerto com ninguém? por que não consigo emprego? por...".
Até que um dia esta maldita choradeira passa e a pessoa percebe (ou não, muitos nunca chegam a perceber) que tudo isso se deve ao fato da confusão identificatória, de personalidade, que ela causou a si própria devido ao uso prolongadííííííssimo da máscara!
A minha solução?
Não usar máscaras! Nunca! Ou evitar usá-la ao máximo!
Utopia?
Certamente!!!
Mas, eu vejo que somente assim é possível que a pessoa construa relacionamentos verdadeiramente autênticos. E somente assim a pessoa consegue ser capaz de se conhecer e aceitar.

Agora... pensar d+ e fazer d- já é um outro probleminha.
Medo de errar e insegurança (em imensamente boa parte proporcionados pelo tal do julgamento) acabam nos travando em rodeios mentais, aumentando a ansiedade e paralisando a naturalidade.


Dois assuntos, uma conclusão: DEPRIMENTE!


(Texto levemente modificado da resposta original)

É justamente por estes motivos que eu prefiro agir no improviso, no instinto.
Me parece infinitamente mais valioso uma amizade (por exemplo) onde as pessoas sejam naturais e se aceitem como são, do que incontáveis "amizades" que só existem e "funcionam" por causa das máscaras, das imagens errôneas que são transmitidas.




Postado por Ricardo Ceratti.

domingo, 23 de novembro de 2008

Dúvida cruel.

Pagar pecado com atraso tem juros?




Postado por Ricardo Ceratti.

Ilha.

Já pensou um lugar isolado do resto do mundo.
Um lugar onde as pessoas são sinceras.
Onde as pessoas agem de maneira natural. Não modifiquem sua maneira de agir para controlar as ações e reações alheias.
Onde as pessoas façam o que dá vontade sem se preocupar com o julgamento dos outros. E que não se preocupem com o mesmo pelo simples fato de que não haverá julgamento.
Onde a vida seja tão declarada que não deixa espaço para segundas intenções.
Onde as pessoas não precisem ficar pensando sobre como agir. Sua forma natural e instintiva de agir será a mais adequada.
Um lugar onde não existam obrigações ou leis que as pessoas não entendam ou concordem.
Que a boa convivência seja motivada pelo respeito e não por leis ou julgamento externo.
Que as pessoas trabalhem pela motivação da busca de seu sentido, do desenvolvimento prazeiroso de suas capacidades e criatividade. E não pela sobrevivência ou acúmulo de riqueza.
Um lugar onde a inveja e a cobiça não existam.
Um lugar onde cada um possa se voltar para si, para o que lhe fará bem, para o auto-conhecimento e, em conseqüência deste foco, aprenda a dar espaço e a compreender os outros. Ou seja, um investimento no individual que se reflita no social, no grupal. E condições da totalidade que encoraje o desenvolvimento da parcialidade.

Talvez um dia exista tal lugar. E tais pessoas...




Postado por Ricardo Ceratti.

Tempo.

Dando minha opinião sobre um post da Helen:
Meu problema com tempo vai um pouco além de as coisas acontecerem quando eu quero.
É mais um problema de sincronia com as pessoas. Especialmente em relacionamentos amorosos.
É incrível a quantidade de pessoas que já passaram pela minha vida que seriam A pessoa da minha vida se nos conhecêssemos algum tempo antes ou algum tempo depois.
Maldito "timing".




Postado por Ricardo Ceratti.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Nômades.

No início o homem era nômade.
Então o homem resolveu firmar moradia.
Logo, por comodidade, o homem ficou dependente de sua moradia. Trazendo o mundo para casa.
Hoje em dia temos cada vez mais coisas para fazer, nos dando menos tempo para as coisas. Estamos cada vez mais carregando a casa conosco, além de nossas bugigangas cada vez mais versáteis.
Ou seja, nossa atual pressa, assim como tecnologia colaboram para que nos tornemos nômades novamente.
Um tipo diferente do primeiro, mas no fundo, igual.
Antes éramos escravos da busca por comida e abrigo. Pela eterna manutenção da sobrevivência.
Atualmente somos escravos do trabalho e da perda de tempo causada por este, como longas viagens, ter que comprar roupas adequadas, aprender a se portar em cada ambiente. Ironicamente esta é a nossa manutenção da sobrevivência.
...
Linha de montagem...
Será que tem como voltar para antes da revolução industrial?



Postado por Ricardo Ceratti.

Um dia a perseverança acaba.

Bom, aconteceu.
Ok, talvez não tenha sido agora, mas acho que agora que percebi.
As pessoas, suas atitudes, situações, compromissos, etc. finalmente me venceram, me dobraram.
Por muito tempo aguentei firme e forte no meu humor, na minha personalidade. Mas isso não dura para sempre.
Há um bom tempo (um bocado de meses) esta cadeira problemática que eu tanto passo tempo sentado, vem prejudicando minha coluna. Resultado? Dor nas costas, má postura e a necessidade de pensamento focado para me lembrar de me endireitar.
Assim como há um bom tempo (um bocado de meses) eu tenho aguentado algumas coisas que eu não creio que deveria. Sinceramente acho que alguns pecados eu já paguei. Mas, ainda assim, ainda chega até a minha pessoa as punições para os mesmos.
E agora noto que fui vencido. Aquele jeito leve não me acompanha mais. Algumas pessoas que eu tanto fiz questão no passado já conseguiram criar um caminho para sair de vez de minha vida, enquanto outras insistem em criar o mesmo caminho. Insistem por mais que eu as tentasse impedir. E agora não impeço mais.
"Viva e deixe viver". É assim a frase, não é? Pois bem. O "tempo" conseguiu transformar um cara insistente e dedicado em um cara que não está nem aí.
E sabe o que é pior? Duas coisas, acredito eu:
1) Eu me sinto mal por esta ausência de luta.
2) Tenho notado que existem cada vez mais pessoas nesta situação.
Vivíamos a tal da gerção do "shit happens". Acredito que estamos virando a geração do "whatever" (além da eterna geração anti-EUA que adora usar termos em inglês, né?).
Espero encontrar uma saída contra este mal do "tanto faz". Toda ajuda será muito bem-vinda.




Postado por Ricardo Ceratti.