domingo, 31 de janeiro de 2010

Escolhas

Quando somos jovens e temos, ou achamos ter, todo o tempo do mundo fica fácil ter vários planos, hobbies, interesses...
Mas, conforme o tempo vai passando, nossa realidade muda. Novas obrigações nascem, crescem, tomam tempo e espaço.
"Tempo" vira justamente o inimigo.
Como a pessoa vai fazer tudo que gosta e correr atrás de todos os sonhos enquanto estuda, estagia, trabalha, namora, se diverte com os amigos, etc?
Não estou dizendo que alguma dessas coisas seja algo ruim, só tomam tempo.
O processo de escolha é doloroso, pois temos que abrir mão das paixões, como quem desiste de uma vida poligâmica para se dedicar àquela pessoa especial.
Algumas coisas são deixadas de lado bruscamente, outras são lentamente esquecidas. Há aquelas coisas que pensamos "agora não tenho tempo, mas assim que der...". Nunca dá. Sempre vai haver algo mais interessante, divertido, lucrativo, fácil ou hipnótico.
Sempre uma coisa. Só mais uma coisa... Última... Penúltima... anoiteceu. Passou a semana. O mês. O ano. Que eu queria fazer mesmo?? Ah, não devia ser importante.
Se serve de consolo, o sofrimento não dura muito tempo.
Logo que abrimos mão de verdade de algo nos conformamos com a nova realidade.
Da mesma forma que mudam nossos interesses de acordo com nossas habilidades. Desde que seja lenta e gradativamente, não sentimos e até nos convencemos que foi uma escolha consciente ou, simplesmente, "cresci".
É, chega uma hora na vida que precisamos nos defrontar com a triste realidade de que não temos tempo para fazer tudo. Aliás, quase nada.
Mas nem tudo são más notícias!
Se soubermos aproveitar bem a vida e investirmos de verdade nas coisas que nos motivam a levantar da cama todos os dias, o pouco que faremos será incrívelmente compensador.
Através de escolhas, de abdicações, de esforço e investimento, aprendemos a valorizar nossas conquistas.
Talvez seja essa a única forma de verdadeiramente valorizarmos algo.




Postado por Ricardo Ceratti.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Pára-choque do caminhão do Tio Ricardo XVI.

Sábio é aquele que encontra formas de extrair da tecnologia o provento necessário para crescer.




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Atores.

Na vida assumimos muitos papéis. Para cada pessoa e situação temos um papel diferente, mesmo que a diferença seja pequena. Mesmo que nem percebamos que exista diferença.
Em maior ou menor intensidade, amplitude ou até mesmo talento, somos todos atores.
Mas, parando com a obviedade, é interessante perceber o quanto isso nos afeta.
Um papel que interpretamos por muito tempo ou com muita dedicação pode acabar nos convencendo de que é quem realmente somos.
Em alguns casos chegamos a esquecer quem realmente somos, perdemos o caminho de volta para o "Eu (mesmo)".
Existem pessoas que, por não gostarem de quem são ou por temerem olhar para si próprias, acabam "pulando" de papel em papel constantemente. Trocando a maquiagem, escolhendo uma nova máscara, enganando, enganando a si.
Claro que esta poligamia de personalidade possui sua utilidade: Pode servir para se defender, para conseguir algum benefício, para não se incomodar, para fazer amigos, conseguir um emprego, conquistar romanticamente alguém... Mas me parece um caminho muito perigoso para ser levado como profissão, estilo de vida e hobbie ao mesmo tempo.
Se perder nas próprias mentiras, nas próprias máscaras, pode se tornar um desafio imenso para que se encontre o caminho de volta. Pode ser tornar uma tática evasiva cujo efeito colateral é a perda da própria sanidade.
E, na minha humilde opinião, dinheiro se ganha, amores se conquista, amizades são recuperadas ou novas são feitas, emprego se consegue outro, mas a sanidade, uma vez perdida, pode, com facilidade, se tornar um "bem" irrecuperável.




Postado por Ricardo Ceratti.