sábado, 5 de abril de 2008

Vida do avesso.

(Aproveitando o ânimo)
Uma constatação breve.
Já perceberam como temos o costume de não brincar direito com a vida?
Mal nasce e temos que estudar, escola. Escola, pfff. Escola é barbada. É, mas nos dias de hoje "temos que capacitar nossos filhos, os futuros profissionais". Então lá vai a criança para curso de lingua estrangeira e esporte e junior achievement e arte marcial (meninos) / dança (meninas) (ou ignora o parênteses) e aula de música e e e e... AAAAAAAAAAAAAAAAAAH!
Mas, ok. Se tudo passa...
Então é faculdade. Faculdade é barbada. É mas precisamos fazer estágios voluntários para formarmos currículo e estágios obrigatórios e entrar em grupo de pesquisa (mesmo não querendo ser pesquisador) e atividades extra-curriculares com suas semanas de palestras e e e... preciso repetir a expressão?
Terminou a faculdade! Pós ou emprego? Bem, do pós não precisa se afastar muito dos "e" da faculdade.
Emprego então. Especializações e se informar das inovações e treinamentos e cargos de chefia e ficar a mais no emprego e levar trabalho para casa (afinal, tem que impressionar para subir no cargo) e...
Humm. Difícil não ver um padrão.
Então a tão esperada aposentadoria! Aeeee!
Nada para fazer (ou não, todas generalizações não devem ser consideradas como generalizações, ok?) e quase (ou totalmente) sem círculo social (uns morrem, uns se mudaram, uns não deu tempo de manter o contato...) e sem hobbies (uma vez li uma tirinha genial. No início é uma criança que se encanta com um rapaz preparando cachorro quente se não me engano. Nos outros quadrinhos ele aparece estudando e a memória de fazer cachorro quente vai se apagando. No último está ele como astronauta. Triste e sem aquele sonho simples. Entenderam meu argumento? Passa tanto tempo fazendo coisas para se dar bem na vida que perde de vista os sonhos) e...
"Se liga aí que é hora da revisão."
Quase a vida inteira correndo para conseguir emprego, estabilidade financeira, dinheiro, dinheiro, dinheiro. Almejando o dia que se aposentará ("o dia em que seremos felizes"). Se aposentará e se entediará. E se encontrará com tempos demais em mãos.
Depois de quase a vida inteira correndo é ganho o direito de não fazer nada. E morrer.
Não seria melhor fazer as coisas com menos pressa ao longo do tempo? Aproveitar melhor todas fases da vida? Ter tempo para fazer o que dá prazer mesmo que não traga nenhum lucro ou melhoria no emprego? Poder curtir com os amigos (ahh se eles parassem um pouco também)?
Sinceramente não mes desce.
Me deixa que não sou uma máquina de produção em massa.




Postado por Ricardo Ceratti.

Ps.: Antes que alguém seja imbecil suficiente de perguntar. Eu SEI usar vírgulas SIM!

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