segunda-feira, 26 de maio de 2008

Vagais...

Eu gostaria de entender o motivo da raiva dos "esforçados" contra os "vagais".
Sabe aquela pessoa que vive estudando, chega antes na aula, não sai, não faz festa, dificilmente namora, passa os finais-de-semana estudando (semanas antes)? Aquela pessoa que "puxa o saco" do professor, que faz perguntas no finalzinho da aula? Chamarei estes de "esforçados" (para não ser algum termo prejorativo).
Os esforçados costumam julgar as pessoas que não se dedicam como eles. Estas outras pessoas são consideradas vagais, vagabundos, pelos esforçados. Pessoas que não ficam muito tempo em aula, vivem saindo, bebendo, namorando, fazendo festa quase todos os dias da semana, não sabem quando terá prova e muito menos estudam para esta.
Os esforçados gostam de mostrar para o mundo como são melhores (se saem melhor, na verdade) que os vagais. Gostam ainda mais de jogar na cara dos vagais. Porém existem casos, não raros, em que os vagais se saem tão bem quanto ou até mesmo melhor que os esforçados.
E quando tal acontecimento ocorre os esforçados geralmente ficam furiosos. Arranjam meios para diminuir os vagais, xingam, criticam.
Ok, é compreensível se frustrar ao ver que alguém que não se esforça acabar tendo um desempenho equivalente ao de quem tanto se esforçou e usou seu tempo para melhorar. Mas, isso lá é motivo para criar antipatia pela pessoa?
Ora, não somos todos iguais. Não obtemos resultados de formas iguais. Não aprendemos de formas iguais.
Uma pessoa pode ter maior facilidade para determinado conhecimento, uma facilidade de aprendizagem deste conhecimento ou mesmo uma forma de aprender que aparentemente é "não estar prestando atenção". Não pode?
Se somos tão diferentes uns dos outros, qual o motivo de se comparar?
Ah! O motivo está na competitividade insana que a maioria das pessoas vem demonstrando. Não basta ser bom, é preciso ser melhor do que os outros. Não basta conseguir o que se almeja, é preciso conseguir mais que os outros almejam.
Hummm... pelo jeito não é possivel ser feliz, apenas menos infeliz que a pessoa ao lado.
Se nosso precioso tempo e preocupações fossem dedicados à nós mesmos, talvez fôssemos melhores do que já somos. Não seria melhor compertimos com nós mesmos? Sofreríamos menos e teríamos mais tempo e ocupação mental para evoluirmos.
Será que não seria este o trunfo do vagal? Não se importar com o resultado do outro? Não fazer as coisas preocupado, não se estressar?
Uma mente tranquila e despreocupada funciona muito melhor que uma mente com vendas que a impedem de olhar para todos horizontes possíveis.




Postado por Ricardo Ceratti.

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