domingo, 17 de fevereiro de 2008

Desavenças em corrente.

É incrivel como a felicidade pode ser fugaz. Uma coisa aparentemente banal pode desencadear uma série de eventos desagradáveis que virão por por um fim na amizade.
Mais incrivel ainda é nossa constante habilidade de só percebê-la quando ela se vai.
No meu ver respeito e lealdade são fundamentais numa amizade, porém são fáceis de serem perdidos. Uma pessoa pode acabar por decidir algo que é melhor para si sem se importar muito com as repercussões para o amigo, este por sua vez pode deixar passar numa boa, pode entender os motivos do amigo, etc. Afinal, geralmente não causa lá muito dano e a amizade é mais importante. Amizades antigas então nem se fala, as pessoas criaram uma intimidade tão grande que elas se entendem facilmente neste tipo de situação.
Mas e quando a coisa começa a se repetir? Se o amigo pisa na bola e se explica ou então verifica com o outro se tem problema de determinada atitude, tudo bem. Totalmente compreensivel. E quando a coisa fica repetitiva e não existe uma demonstração de arrependimento, preocupação ou, e isso me parece o mais importante, empatia (aquela capacidade que, de forma simplificada, é saber se colocar no lugar do outro). É possível manter uma amizade destas? Vale a pena? Ou melhor, a amizade realmente existe?
Uma amizade assim pode durar por tempo indeterminado, ou seja, enquanto o outro lado aguentar estas atitudes, enquanto segurar a barra. Mas toda paciência tem limite. Por mais insignificante que uma pessoa possa vir a se sentir ela ainda possui alguma auto-estima e não tolerará ser tratada assim para sempre. Todo mundo tem seu "basta". E é então que a coisa pode tomar os mais variados caminhos.
O "amigo" pode se dar conta e investir na relação como deveria. Raramente ocorre e quando ocorre mais raramente ainda é durável.
O "amigo" pode se sentir a vítma da história. Nesses casos é aconselhável ter a mão muitos analgésicos!
Ou eles simplesmente vão se afastado aos poucos já que o "amigo" não faz questão de tentar resolver, enquanto o desiludido desistiu de tentar.
Triste não? Pode ser pior. Ah, sempre pode!
Pode acontecer o efeito de ação e reação. Faz uma "cagada", recebe uma de volta. Pode ser inicialmente como uma forma de punição para tentar ensinar. Mas logo vira, se já não era, apenas uma completa falta de respeito. E é isso que acontece mesmo, o respeito vai indo embora (muitas vezes em velocidade alarmante) vai dando lugar a pequenas retaliações, falta de consideração (inclusive estas de modo premeditado) e quando vê? Guerra.
Era ruim que a outra pessoa tenha que tentar compensar? Era ruim ter que ouvir o outro bancando a vítma? Era ruim ver a amizade se distanciando aos poucos? Tenha certeza de que a "amizade"-guerra é muito pior.
E ela tem uma coisa "maquiavélica" (no sentido que nos acostumamos a utilizar esta palavra) que consegue ser ainda pior! Este tipo de relacionamento de brinde arrasta outras pessoas para a guerra. Legal não? É...inda tem como piorar. As pessoas podem conviver tanto tempo neste tipo de relacionamento deturpado e arrastar tanta gente para este que acabam por se acostumar com ele. Acabam o tendo por normal, por certo. Acreditam que todo mundo é assim, que não existe outra forma. E isto não é de sacanagem da pessoa! Este tipo de coisa realmente acontece e não possui intencionalidade (na maioria das vezes claro). Já pensou? Conhece uma pessoa nova, é muito legal com a pessoa e tudo mais, mas logo já começa aquele inferno. Ninguém aguenta. Quem tem visão, foge. Quem não tem visão (seja pelo sentimento bom que nutre pela pessoa, pela insatisfação com outros relacionamentos ou qualquer outro motivo) entra no jogo, acaba se assemelhando.
E este comportamento se espalha para outros relacionamentos. (só essa expressão visual para explicar o sentimento) Óh meu Deus! A pessoa acaba sendo assim com a família, namorada(o), colegas. Todos relacionamentos em maior ou menor grau de intensidade.
Epidemia!!! Tem cura doutor? Tem sim. A cura é se afastar de relacionamentos doentios, conviver com gente sadia, pedir para que estas pessoas sadias lhe lembrem do que tu está fazendo ou apliquem alguma punição (pra facilitar né?) e especialmente, abrir bem o olho para fugir o mais rápido que puder de relacionamento com pessoas assim (eu sou da teoria que antes uma pessoa sadia do que a possibilidade de duas doentes).
Vamos torcer para que nunca esbarremos neste tipo de pessoa ou que nossos relacionamentos nunca se deteriorizem desta forma. Boa sorte para todos nós, certamente precisamos.



Postado por Ricardo Ceratti.

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