sábado, 18 de novembro de 2017

Ignorancia é uma bênção

A ignorância é uma bênção - provavelmente a frase mais clichê da humanidade.
Mas há uma certa verdade por trás dela.
Uma criança pequena em condições normais vê o mundo de uma forma quente, otimista, esperançosa. Ela acredita que o desconhecido será positivo quando se revelar a ela, e é excitante a infinidade do que há para descobrir, comparado ao pouco que já descobriu. Nem toda criança é um feixe de alegria, obviamente, mas a maioria de certa forma é.
Um idoso em condições normais vê a vida de forma fria, cansada, pessimista. A não ser que tenha sido sábio o suficiente para se proteger da realidade através do foco no positivo enquanto ignora todo o resto. Ele já experienciou coisas demais e seu cérebro estatístico se deu conta de que a maioria das coisas que descobriu são negativas, que há uma razão não tão bonita mesmo por trás das coisas belas, que o mundo não é justo, que as regras não são para todos, que a ilusão e falsidade estão mais para regra que exceção (nem sempre intencional ou consciente). Ele enxerga a realidade e percebe que não é uma cena lá muito agradável.
O que diferencia drasticamente estes dois grupos? A experiência, o conhecimento. O primeiro é ignorante, enquanto o segundo sabe mais do que gostaria de saber.
Mas a ignorância é uma falsa felicidade, baseada em devaneios com pouco ou nenhum contato com a realidade. Não conheço um realista ranzinza que gostaria de abrir mão do que sabe em troca de um pouco mais de ilusória felicidade.




Postado por Ricardo Ceratti.

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