domingo, 12 de janeiro de 2014

Dinheiro

De que adianta o salário mínimo aumentar uma determinada porcentagem se quase instantaneamente todos produtos e serviços passam a custar mais caro numa porcentagem maior?
Que babaquisse é essa?
Adiantaria ganharmos um milhão por mês se o litro de leite custasse 500 mil?

A concessão desenfreada de crédito, demandada por um povo convencido de fúteis necessidades consumistas, não unicamente duas coisas: o empobrecimento/endividamento eterno da população; e uma densa distorção de mercado.
O primeiro se dá através de um novo paradigma de vida, onde se vive a pagar juros, a deixar para os próximos meses, e se conta sempre com o dinheiro de quase um ano à frente. Um ciclo que jamais será rompido pela sua saturação auto-perpetuante, na qual é virtualmente impossível passar um mês com os rendimentos do mesmo, por estarem (quase) integralmente comprometidos com dívidas (e juros) de gastos (na maioria das vezes dispensáveis, mas nem sempre) passados.
O segundo é mais simples ainda: Se existe mais dinheiro em circulação do que dinheiro existindo, é óbvio que a valorização dos bens (bem como da própria moeda) não possui uma estrutura coerente. É como se existisse dinheiro para comprar tudo, mas o preço de tudo requeresse um complemento de dinheiro de Banco Imobiliário (o jogo). Além do fato de que, com mais dinheiro (fictício neste caso), mais se compra. Quanto mais se compra, mais a balança pende pro lado da procura e não da demanda. Uma vez existindo a impressão de que há maior interesse pelos bens que os próprios bens, seu preço sobe e, se isso persistir de maneira consistente e desenfreada, a produção dos próprios bens trata de sofrer um incremento de forma a dar conta de suprir este lucrativo mercado.

Tudo isso é bem óbvio, né? Estou sendo maçante e "chovendo no molhado", certo? Pois então, não ando com a impressão de que as pessoas estão entendendo este conceito... e isso, meus caros, me preocupa.




Postado por Ricardo Ceratti.

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