quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ser resolvido.

Pessoas que não são bem resolvidas geralmente compartilham um hábito: Descontar a raiva e as frustrações naqueles que não podem se defender apropriadamente.
Estas pessoas não são capazes de resolver seus "incômodos" diretamente com a fonte causadora do mesmo. E isto pode acontecer por vários motivos, que pode variar da covardia até a própria incapacidade de se defender.
Uma vez que se cala quando se deve falar, se torna passivo num momento em que deve lutar, se imobilizado quando deve agir, se encolhe quando deve estufar o peito, se retira quando deve fincar pé, se cria, dentro de si, uma ferida. Não se trata de qualquer ferida, e sim, da mais dolorida delas: Uma ferida no ego!
Esta ferida vai se tornando em um ódio que vai cegando a pessoa e, cada vez mais, vai gerando na pessoa um desejo de vingança, de desferir o "golpe" que tanto queria dar.
Até que chega o momento da explosão. Da explosão covarde. Covarde, pois, não podendo lutar com a fonte, de igual para igual, se encontra uma boa forma de catarse no descarrego sobre os indefesos.
E é aí que os novos personagens entram em cena.
Crianças, animais de estimação, estagiários...
O importante é atacar em alguém mais fraco ou alguém que esteja preso por algum vínculo que o impeça de reagir.
Vejo por aí patrões que torturam estagiários.
Maridos que chegam frustrados em casa e batem na mulher.
Mulheres descontentes com a própria vida que batem nos filhos.
Crianças aliviando a angústia batendo em seus cães.
E... ei! Virou um ciclo isto ou é impressão minha?
Enquanto a "bomba" não cai no colo de alguém que saiba se impor e se resolver, a coisa parece seguir, se alastrando feito epidemia.
E não passar adiante, não descontar no outro não é questão louvável, e sim o mínimo esperado de qualquer pessoa que se diga civilizada, de qualquer um que se considere por "gente".
É hora de parar para refletir com quem se está realmente brabo. Com suas vítimas, ou consigo mesmo?
Afinal, é culpa do cachorro que você pisou na merda?
É culpa da criança que você não aceita a própria idade?
É culpa do seu estagiário que você gostaria de receber mais?
Ou qualquer outro tipo de relação neste sentido.
É importante levar em conta outro porém. Este tipo perverso de satisfação da agressividade acaba fazendo mal também para aquele que descarrega. É como tentar se satisfazer tomando refrigerante quando se quer tomar um suco natural, ouvindo uma música calma quando se deseja ouvir uma baladinha, ir para a praia quando se quer ir para a serra, etc. Disfarça, mas não resolve.
No final das contas uma coisa muito esquecida me parece ser a mais relevante:
Vergonha na cara não é de graça, mas vale muito mais do que se paga!




Postado por Ricardo Ceratti.

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