sábado, 9 de abril de 2016

Contingências

O quanto nossas avaliações das situações vividas são realistas?
Existem tantas variáveis, tantas coisas que poderiam ser diferentes, que um evento, acontecido numa outra das mil variáveis maneiras, passaria a ter uma significação completamente distinta.
Aquele emprego detestável seria uma salvação se viesse no momento em que suas economias estavam quase esgotadas e por meses você não obtinha sucesso na busca por qualquer ocupação que gerasse renda.
Aquele relacionamento morno e tedioso poderia ter sido a melhor experiência afetiva de sua vida caso ambos possuíssem tempo e dinheiro para atividades de lazer que ambos gostam, o que desencadearia em descobrir excitantes facetas da outra pessoa, propiciando conversas inspiradoras e compartilhamento de hobbies extremamente gratificantes.
Aquele reinado de boa fortuna, na qual todas pessoas achavam você interessante, e inúmeras portas se abriam, poderia nunca ter existido não fosse o bom humor e confiança inspirados pelo sucesso daquela idéia inovadora na qual você decidiu investir.
O nascimento de seu filho não planejado pode vir ser a única forma de motivação para estudar para um concurso público, ou demonstrar empenho e ser promovido no seu emprego.
Sua melhor amiga poderia não ocupar o posto que ocupa não fosse estar na hora e local certo quando você estava no dia mais triste da sua vida, precisando de um ombro (e ouvido!) amigo.
A situação define a interpretação da experiência.
Mais do que isso, a situação define como, quais, quantas experiências serão vividas. E seus possíveis resultados. E a interpretação destes resultados. E a reação que damos a estes resultados. Um ciclo sem fim!

Pensando no âmbito das possibilidades, não existe, salvo exceções, situação intrinsecamente boa ou ruim. É apenas tida como tal para aquele momento, naquelas condições, com aquela mentalidade, desejos e sonhos que você possuía na época.



Postado por Ricardo Ceratti.

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