quarta-feira, 2 de julho de 2008

Relacionamento com os costumes.

Somos divididos em três grupos bem distintos de pessoas:
Os que seguem as regras (por regras eu digo convenções sociais e/ou leis e/ou conceitos e/ou costumes ou até mesmo todas anteriores).
Os que são contra a regra.
E aqueles que são uma caricatura oposicionista à regra.
Para facilitar A (regras), B (contra-regras) e C (caricaturas).
E é justamente C quem complica a relação. Enquanto A sabe seu lugar de torcer o nariz para B, que por sua vez critica a imutabilidade de A, C, por sua vez, se acha B.
Complicado? Nem tanto. Um exemplo ajuda:
A moral e os bons costumes nos ensinam que devemos nos portar corretamente, não gritando, sendo polidos, poupando as pessoas de comentários desagradáveis, enfim, uma postura. Uma postura definida e aceita pela sociedade. E é assim que A age ou busca agir.
Por outro lado temos B, que possui crenças internas de como agir. Fazendo o que considera certo. Pode resolver não perder a chance de falar com alguém por falta de chamar a pessoa com um grito. Pode demonstrar afeto com palavras chulas ou com ofensas amistosas sem cunho ofensivo (muito pelo contrário). Pode achar que ser sincero vem acima do bom convívio social, repsondendo assim com sinceridade àquela pergunta "estou bonita?" "tu me acha inteligente?", etc., mesmo que isto possa causar algum mal-estar momentâneo. Resumindo, faz o que acha certo.
Já o tipo C não traz em si as crenças internas bem formadas do tipo B. Porém não deseja se portar como A. São aquelas pessoas que gritam para chamar a atenção, avacalham por avacalhar, falam de coisas desagradáveis, aparentemente apenas pelo prazer de serem desagradáveis. Em suma, buscam gritar ao mundo como são diferentes, como são rebeldes, que pensam fora da casinha, quando, na verdade, apenas fazem, cegamente, o oposto do comportamento de A.
Podemos ver no exemplo de relacionamentos. O costumeiro é o homem se aproximar e a mulher "se fazer". Algumas pessoas acham que qualquer um dos dois deve se aproximar, e fazê-lo com sinceridade (de sincero ao que sente, a sincero como age). Por fim temos aquelas pessoas que chegam "dando no meio" de todos. Todos/as todas/os.
Note as "sutilezas". Ficou mais fácil diferenciar, não?
As ações de A são fortemente influenciadas pela sociedade. As ações de B são fortemente influenciada por suas crenças. As ações de C são fortemente influenciadas pelo sua falta de influência (externa ou interna) e por sua sempre crescente necessidade de aparecer e mostrar para o mundo que não são A.
Não me parecem autenticas as atitudes de C. Quando ninguém os observa, baixam a guarda e mudam suas opiniões, conceitos, atitudes. Pois, no fundo, eles próprios não acreditam em suas crenças.
Me parece uma relação bem simples:
A segue as regras. B contesta. C tenta aparecer.
Tenta aparecer com o que sua visão desfocada o faz crer ser a pedra fundamental na vida de B. No fundo se trata de uma admiração perturbada.
Na minha sincera opinião? C me incomoda, atitudes forçadas simplesmente não me "descem". E não me parece digno de grande confiança, afinal não sabe quem ele mesmo é.




Postado por Ricardo Ceratti.

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