quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Virtualidade

Estive observando como existem diferenças gritantes entre como é uma pessoa na vida real, e como esta mesma pessoa é no espaço virtual.
Na internet as pessoas são, pelo que pude observar, menos tímidas, mais ousadas, engajadas. Defendem suas causas, discutem, brigam, criticam, ironizam, tudo mais. Se impõem mais, se expõem mais.
Não quero, neste momento, entrar no mérito do quanto estas ações são providas ou desprovidas de valor ou de interesse genuíno.
Vejo casos até extremos: Pessoas que brigam online com furor, de chegar ao máximo do rompimento virtual - o ato de remover a pessoa de sua lista, de seus "amigos" -, se relacionarem normalmente quando se encontram. Assim como pessoas que sequer se olham ou se cumprimentam pessoalmente, acham o fim do mundo serem excluídas da amizade virtual.
Existe uma cisão com sutis, porém presentes, notas psicóticas destas "duas vidas".
Entendo como o conforto da distância e impessoalidade facilitem decisões e atitudes incompatíveis com a vida "cara-a-cara", mas vejo neste movimento uma banalização de caráter doentio, um movimento que, desprovido de significado, não gera nada por si só.
Por outro lado, vejo nesta mesma facilitação um espaço rico para o crescimento.
Ora, as pulsões e os desejos existem em ambas vidas. Porém o que se poda e é podado em uma, é extrapolado em outra. Quão mais saudável é a aproximação destes dois extremos?
Podemos aprender com nossas experiências virtuais a aderirmos atitudes mais autênticas em nossas vidas reais. A começarmos a lutar mais, em nosso cotidiano, pelo que acreditamos, pelo que achamos certo, pelo que pensamos e sentimos.




Postado por Ricardo Ceratti.

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