2009 foi um ano conturbado: brigas, depressão, morte, doença, barracos, processo, correria, insegurança, medos, prejuízos...
2009 foi um ano agradável: Formatura, lucros, namoro, amizades, revitalização, momentos divertidos, conhecer coisas novas, reacendimento da paixão profissional, motivação para todas empreitadas que me ocorressem, felicidade enfim...
2009 foi um ano intenso: Sejam de momentos bons, momentos maus, momentos onde precisei lembrar de respirar... aliás, momentos onde o que havia de melhor era parar dois minutos para apenas respirar.
Não existiu muito espaço pro velho conhecido "Tédio" neste ano. Quando passava um acontecimento logo vinha outro. Ou vinham ao mesmo tempo. Especialmente acontecimentos azarados, que amam bater à minha porta de bando. Enfim, quando eu finalmente conseguia subir à superfície para dar uma respirada, uma tempestade me atingia.
Neste ano bizarro consegui um estágio improvável e pelo qual fiquei muito grato, apesar de ter me rendido muita dor de cabeça.
Consegui um segundo estágio, quase tão improvável quanto o primeiro, que logo se mostrou uma armadilha.
Só após conseguir ambos que pude pensar "agora estou tranqüilo". A primeira vez que pensei isso no ano, porém não foi a última vez que acabei por me enganar com tal frase.
Consegui terminar meu Trabalho de Conclusão, e de uma forma infinitamente melhor do que eu imaginava que conseguiria. Uma coisa que deveria ter vindo antes na minha vida acadêmica, pois jamais imaginei que teria tanto prazer em fazer um trabalho gigantesco. Mas tive, e fiquei querendo mais. Sim, eu, sim, mais.
Terminando, adivinha? Pensei "agora estou tranqüilo".
É... ou não.
Férias sem descanso, me sentia como na música do Simon e Garfunkel: "In restless dreams I walk alone". Uma indefinição que não me permitia aproveitar o tempo que tinha nas mãos. Ora, que sequer me permitia descansar nos meus sonos.
Enfim, consegui a tão esperada troca de estágio. "Foi fácil demais, DEVE ser 'cilada'", pensei. Ora, se não é o bom e velho 2009 me pregando mais uma peça? Foi a melhor supresa em termos de estágio! Foram apenas quatro meses, errei bastante, houveram percalços e desacertos, ainda assim me apaixonei pela escola e pelo serviço prestado. Ora, pelo visto achei outra coisa que eu gostaria de fazer!
Então veio a burocracia, minha velha inimiga. Nada servia, nada entrava no sistema, tudo demorava para sair certificado, tudo foi uma dificuldade. Tudo foi uma dificuldade até que forças maiores desejaram que tudo fosse facilidade. É a única explicação que me parece plausível. Enfim, forças burocráticas com quem sempre lutei, obrigado por esse presente de natal adiantado. O gás que eu tinha para queimar já tinha há muito tempo sido queimado além de sua capacidade.
Aliás, 2009 queimou além de sua capacidade em quase todos os sentidos. Overburn é o termo, certo?
Tive que lutar com meus problemas e encarar meus erros e minhas limitações. Tive que transformar ar em paciência, água em compreensão, até o arroz de todo dia foi forçado a virar uma coisa que aprendi ser muito importante: diplomacia. E agora procuro comer "diplomacia" todo dia no almoço.
Aguentar idas e voltas. Sejam figurativas ou não.
Aprendi o que significa cautela. Mas bem pouquinho.
Aprendi que ansiedade e nervosismo só atrapalham. Que um pouco de paciência e um bom uso dos instintos pode gerar bons lucros. Mesmo lucros financeiros.
O dia virou ginasta. Tinha dias que era em torno de 2:30h de viagem, estágio pela manhã e tarde, almoçar com alguém, aula, outra aula, ver atividades complementares, acompanhar a bolsa de valores, conversar com amigos, negociar uso de testes, marcar consulta, ir na minha consulta e ainda sobrava um tempinho para namorar. Dormir?
Descobri que existem amigos que vejo e até falo uma vez que outra durante o ano mas que vão dar tudo de si quando eu precisar. Assim como descobri que tem amigos que só querem a amizade nas horas boas, deusolivre fazer algo para ajudar.
É... 2009 foi o ano da reciclagem. Não digo no sentido de "vamos salvar o planeta". Quer dizer, neste também! Mas no sentido de reciclar pessoas. Quem vale a pena na vida e quem pode muito bem ser deixado de lado. E, olha: 99% daqueles deixados de lado não fazem mais falta alguma! E certamente tem o grupinho dos que deveriam ter sido reciclados em 2009, mas estes terão a oportunidade de trocarem de grupo ou poderão desfrutar de uma nova onda de reciclagem que está sendo agora mesmo agendada para 2010.
2009 certamente não foi o ano para fazer minhas paixões. Não tinha nem tempo nem cabeça para, por exemplo, desenhar. Nem sei como este humilde blog foi capaz de sobreviver. Enfim, algumas coisas tiveram de ser deixadas de lado.
E isto abre a próxima aprendizagem de 2009: Que não tenho como fazer TUDO que gostaria. Que preciso abrir mão de algumas coisas. Sim, parece banal, mas experimenta se dedicar intensamente a dois ou três planos ou sonhos para ver o que acontece com o resto das coisas que tanto se ama!
Sinceramente, tal descoberta me entristeceu muito.
Eu queria um dia maior! Queria mais tempo para fazer as coisas!
Mas este ano me mostrou que tempo é relativo. Eu fazia tanta coisa quando não tinha tempo para nada! E agora, férias, tanto tempo, nada sendo feito.
Maldita preguiça!
Será preguiça? Ou será ressaca de um ano agitado demais?
É, 2009 me tirou o fôlego.
Não posso dizer que foi ruim, apesar de terem acontecido muitas coisas ruins.
Está mais para bom. Bem mais para bom!
Foi o ano que mais cresci, mais conquistei coisas, mais amadureci, mais fiz a vida acontecer, mais fui à luta, mais me motivei, mais me dediquei, mais sonhei!
E isso tudo certamente pesa mais na balança que os contras, que o sufoco.
Foi um ano bipolar. E eu digo no sentido patológico da coisa. Mas foi mais para feliz do que para triste.
É... foi um ano bom.
Que venha 2010!
Mas, que por favor, venha um 2010 calmo, com tempo para respirar, sem tanta intensidade ou eventos. Um 2010 para me recuperar desse 2009 que quase acabou comigo. Um 2010 para descansar e recuperar o gás!
...
Duvido (MUITO)...
Postado por Ricardo Ceratti.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
O preço de uma consulta.
Chegando a hora da formatura, terminando os últimos compromissos relacionados com a faculdade.
Eis que começo a refletir sobre o percurso.
Além do preço a ser pago mensalmente, além do transporte, além de precisar pagar caro para comer mal, existiram outros tantos fatores a serem levados em conta.
Tudo começa com uma aparência de que vai ser muito diferente do coleginho. Tolice.
Logo no início nos deparamos com nossa insignificância em relação à instituição. Experimente estar certo e verá o imenso custo de provar e modificar o que está errado.
Muito se tenta, muito se desgasta, pouco se conquista.
Na sala de aula existem muitas disciplinas a serem vencidas ao longo dos semestres. Cada professor com a fé de que nossas vidas se resume a ir na faculdade e ler os textos que nos pedem para ler. Afinal de contas, que mais um estudante poderia ter para fazer? Dinheiro cai do céu, só se faz umas duas ou três cadeiras, teletransporte está sempre disponível, vida social é um mito e o dia tem 37 horas e meia. Fácil, bem fácil...
Mas isso não basta! Ainda durante as aulas é preciso agüentar a matação, trabalhinhos cada vez mais infantiis, colegas que não são capazes de somar 1+1, pessoas inconvenientes, etc.
Tudo passa.
Então, os estágios!
"Tem vaga para todo mundo".
Naquelas.
Muita briga para conseguir trabalhar sem receber, muitas vezes mal apredendo (ou aprendendo mal?), acatar regras sem cabimento, e o bônus de ter a chance de ser tratado feito lixo.
Logicamente não é generalizado. Só quase.
O tempo passa, e quanta abobrinha precisamos ouvir.
1, 2, 3... o 10 parece tão distante...
E mais aulas. Vai começando a ficar comum perder-se tempo nas mesmas. Em algumas o objetivo maior é lanchar.
Mais estágio.
Ok, muito se aprende. Por bem ou por mal.
Eis que temos que colocar o que aprendemos em prática.
Certamente que não cobraremos. Afinal, quem aprende tem uma conta infinita de dinheiro... de banco-imobiliário.
Mas, obviamente, a mentalidade reduzida das pessoas não permite que tal etapa passe sem tropeços.
Se é de graça, não vale nada.
Eis que nosso tempo mais uma vez vira... Sabe aquela música da Rita Lee? "Tudo vira ..."? Pois é.
Marca, espera, "toma cachorro", marca, espera, se desaponta, marca, consegue.
Fazer favor hoje em dia é subestimado.
Quando tudo termina, aqueles que te sorriam prestativos passam a te fazer cara de... e tratar de má vontade. Claro, acabou o que era de graça, por que motivo no universo a colaboração continuaria?
Nem por questão de solidariedade, bom senso, respeito. Poderia seguir com a colaboração em proveito próprio. Firmar uma parceria.
Não, mentes miudas sequer são capazes de pensar no dia de amanhã.
Depois as pessoas se queixam de seus salários, mas não fazem por merecer um salário maior.
Reclamam da falta de respeito, mas elas mesmas a propagaram.
Acham o fim do mundo o quanto pagam por um profissional da saúde, que muitas vezes nem os trata decentemente. Bem, complicado reclamar do monstro que nós mesmos ajudamos a criar.
Longe de mim concordar ou justificar o péssimo atendimento que anda se propagando, mas...
Então, já pagou bastante pela faculdade? Já trabalhou de graça o suficiente? Já se sujeitou e humilhou o suficiente?
Ainda falta depender de mais umas quantas boas-vontades. De regras que não parecem abrangir a todos, de depender de uma péssima comunicação interna dentro da faculdade.
Ok, agora pague mais um monte para se formar e depois corre atrás de emprego, se sujeitando a péssimas condições até que tenha experiência (leia "QI" na maioria dos casos) suficiente para estar trabalhando em algo decente.
Cansativo?
Agora vamos pensar.
Paga-se o tempo perdido, seja aprendendo, sendo enrolado, ouvindo abobrinha, tendo que esperar a boa vontade; o dinheiro gasto, seja pagando o curso, os transportes, a necessidade de sobreviver; a dignidade; e o mais insubstituível de todos: a paciência.
Guarde esse número com carinho.
Agora vamos abrir um consultório?
Vamos pensar em quantos atendimentos teremos pela frente, contando maré alta ou baixa, transtornos, doenças, aposentadoria, dividiremos pelo númerozinho dali de cima, somamos com os gastos (aluguel, transporte, etc) e aí está!
Encontramos finalmente o preço da "hora" de cinquenta minutos!
É caro?
Caro é relativo. Como demonstrei, que seja bem pago!
Postado por Ricardo Ceratti.
Eis que começo a refletir sobre o percurso.
Além do preço a ser pago mensalmente, além do transporte, além de precisar pagar caro para comer mal, existiram outros tantos fatores a serem levados em conta.
Tudo começa com uma aparência de que vai ser muito diferente do coleginho. Tolice.
Logo no início nos deparamos com nossa insignificância em relação à instituição. Experimente estar certo e verá o imenso custo de provar e modificar o que está errado.
Muito se tenta, muito se desgasta, pouco se conquista.
Na sala de aula existem muitas disciplinas a serem vencidas ao longo dos semestres. Cada professor com a fé de que nossas vidas se resume a ir na faculdade e ler os textos que nos pedem para ler. Afinal de contas, que mais um estudante poderia ter para fazer? Dinheiro cai do céu, só se faz umas duas ou três cadeiras, teletransporte está sempre disponível, vida social é um mito e o dia tem 37 horas e meia. Fácil, bem fácil...
Mas isso não basta! Ainda durante as aulas é preciso agüentar a matação, trabalhinhos cada vez mais infantiis, colegas que não são capazes de somar 1+1, pessoas inconvenientes, etc.
Tudo passa.
Então, os estágios!
"Tem vaga para todo mundo".
Naquelas.
Muita briga para conseguir trabalhar sem receber, muitas vezes mal apredendo (ou aprendendo mal?), acatar regras sem cabimento, e o bônus de ter a chance de ser tratado feito lixo.
Logicamente não é generalizado. Só quase.
O tempo passa, e quanta abobrinha precisamos ouvir.
1, 2, 3... o 10 parece tão distante...
E mais aulas. Vai começando a ficar comum perder-se tempo nas mesmas. Em algumas o objetivo maior é lanchar.
Mais estágio.
Ok, muito se aprende. Por bem ou por mal.
Eis que temos que colocar o que aprendemos em prática.
Certamente que não cobraremos. Afinal, quem aprende tem uma conta infinita de dinheiro... de banco-imobiliário.
Mas, obviamente, a mentalidade reduzida das pessoas não permite que tal etapa passe sem tropeços.
Se é de graça, não vale nada.
Eis que nosso tempo mais uma vez vira... Sabe aquela música da Rita Lee? "Tudo vira ..."? Pois é.
Marca, espera, "toma cachorro", marca, espera, se desaponta, marca, consegue.
Fazer favor hoje em dia é subestimado.
Quando tudo termina, aqueles que te sorriam prestativos passam a te fazer cara de... e tratar de má vontade. Claro, acabou o que era de graça, por que motivo no universo a colaboração continuaria?
Nem por questão de solidariedade, bom senso, respeito. Poderia seguir com a colaboração em proveito próprio. Firmar uma parceria.
Não, mentes miudas sequer são capazes de pensar no dia de amanhã.
Depois as pessoas se queixam de seus salários, mas não fazem por merecer um salário maior.
Reclamam da falta de respeito, mas elas mesmas a propagaram.
Acham o fim do mundo o quanto pagam por um profissional da saúde, que muitas vezes nem os trata decentemente. Bem, complicado reclamar do monstro que nós mesmos ajudamos a criar.
Longe de mim concordar ou justificar o péssimo atendimento que anda se propagando, mas...
Então, já pagou bastante pela faculdade? Já trabalhou de graça o suficiente? Já se sujeitou e humilhou o suficiente?
Ainda falta depender de mais umas quantas boas-vontades. De regras que não parecem abrangir a todos, de depender de uma péssima comunicação interna dentro da faculdade.
Ok, agora pague mais um monte para se formar e depois corre atrás de emprego, se sujeitando a péssimas condições até que tenha experiência (leia "QI" na maioria dos casos) suficiente para estar trabalhando em algo decente.
Cansativo?
Agora vamos pensar.
Paga-se o tempo perdido, seja aprendendo, sendo enrolado, ouvindo abobrinha, tendo que esperar a boa vontade; o dinheiro gasto, seja pagando o curso, os transportes, a necessidade de sobreviver; a dignidade; e o mais insubstituível de todos: a paciência.
Guarde esse número com carinho.
Agora vamos abrir um consultório?
Vamos pensar em quantos atendimentos teremos pela frente, contando maré alta ou baixa, transtornos, doenças, aposentadoria, dividiremos pelo númerozinho dali de cima, somamos com os gastos (aluguel, transporte, etc) e aí está!
Encontramos finalmente o preço da "hora" de cinquenta minutos!
É caro?
Caro é relativo. Como demonstrei, que seja bem pago!
Postado por Ricardo Ceratti.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
O Segredo.
Por favor, sente-se. Precisamos conversar.
Sabe... assim como existem várias formas de se chegar a um destino, existem várias formas de se significar a vida, os acontecimentos.
E, sinceramente, estive observando a forma que tens encarado tudo que acontece a tua volta.
Conheço teus sonhos de fama e fortuna, e não pense que estou aqui para julgar tais sonhos.
Muito pelo contrário, acho sonhos perfeitamente bons.
Ao meu ver os sonhos servem para motivar-nos, traçando um objetivo a ser alcançado, inspirando para que encontremos o caminho a ser seguido, e dando-nos forças para percorrermos tal caminho.
Porém, tem algo errado.
Há anos que sonhas com as mesmas coisas e, ainda assim, não te vi saindo do lugar.
Queres dinheiro. Muito dinheiro.
Mas te assombra a idéia de trabalhar, de ter um emprego fixo, uma rotina, horários para cumprir, etc.
Ok, assombra a mim também.
Caso tenha acumulado algum dinheiro, já pensastes em investir?
“Não, investir não é para mim”, é o que me dizes.
Ou ainda, outro você me diz que não tem dinheiro para investir, ou sequer forma de conseguí-lo.
Tudo bem, realmente não é todo mundo que tem esse interesse, assim como realmente poupar é uma coisa um tanto difícil mas, mais que difícil, desagradável para muitos.
O que gostas de fazer?
“O que eu gosto não dá dinheiro!”, apressa-te a me informar.
Tai algo novo para mim. Algo que não dê dinheiro.
Num mundo onde pessoas lucram com a expectativa de vida alheia, vendendo seus próprios dejetos, criando bens completamente inúteis que serão a próxima sensação, inventando, praticamente do zero, novos mercados a serem explorados, não consigo imaginar o que exatamente tu gostes que seja tão sem retorno financeiro assim.
“Ah, até dá dinheiro, mas muito pouco”.
E este muito pouco, se me permite a curiosidade, é ainda menos do quanto tu geras de renda fazendo o que fazes atualmente, ou seja, nada?
...
Imaginei.
Não fazer por que então?
E então começa o arsenal de desculpas a serem disparadas.
De preguiça à vergonha. De muito difícil à não saber por onde começar.
Muito bem, ninguém aqui está te obrigando a nada!
Muito longe disso! A vida é tua, e quem deve escolher o que fazer dela é somente tu!
Agora, se não queres emprego fixo, não queres investir, não queres criar ou inovar, não queres sequer fazer o que gostas, então... COMO?
Olha que engraçado! Tu também não sabes!
Deixe-me ver se entendi.
Queres a vida que pediste aos céus, mas não queres te esforçar para alcançá-la?
Ah, muito bem! Quem sou eu pra tirar as ilusões alheias?
Senta-te observando os céus que um dia tua vida encantada cairá junto com a chuva.
Sim, eu já previa que a idéia te agradaria.
Agora, um detalhe apenas.
Consegue nomear tuas ações ao agradar?
Calma, eu explico.
Andei percebendo, também, que, enquanto esperas tua chuva mágica cair, te pões a invejar a vida alheia.
Tentas destituir o valor de todo e qualquer esforço alheio.
Aliás, tentas, com todas tuas forças, não ver o esforço alheio.
Pensas que aquela pessoas faz aquelas coisas por prazer. Claro, ela adora carregar peso, se expor, passar calor, caminhar para cima e para baixo. Certamente não o faz por ter um objetivo, né?
Ou então destituis o mérito alheio. Afinal, só pode ter conseguido isso se engajando em atividades ilegais, se vendendo, pisando nos outros...
Ah, não! Nada disso! Esta pessoa é iluminada! Siiim! Exatamente como tu estás por ser! Para esta pessoa a sorte bateu na porta, avisando do presente que a chuva havia lhe trazido. Tudo cai do céu! Muita sorte e muita facilidade.
E, caso precise de mais alguma coisa, esta pessoa fora abençoada com uma inteligência muito além da normal.
Não, esta pessoa não se esforçou, não quebrou a cabeça tentando encontrar uma idéia que pudesse dar certo, não correu riscos ao tentar por a idéia em prática, não se esforçou em nada para que a idéia desse certo.
Nada disso!
Tudo desceu prontinho dos céus. Que maravilha!
Como é mesmo?
“Para estas pessoas é fácil”.
É, parece que o mundo dos bem-sucedidos está dividido entre os desocupados que conseguem as coisas misteriosamente, e os iluminados, a quem o próprio Deus veio dos céus para entregar algum presente supremo.
Agora, digamos que consigas ultrapassar tais pensamentos.
Que deixes de culpar o sucesso dos outros pelos teus estáticos fracassos.
Vais à luta?
Não... ainda?
Ah, claro! Se fosse tão realizável assim a maioria das pessoas não viveria do jeito que vive.
Tu só te esqueceste de contar com UMA única coisa.
A coisa mais importante do mundo!
O verdadeiro segredo!
Esta maioria das pessoas é tão cheia de subterfúgios para não serem vitoriosos em suas próprias vidas quanto tu és!
Postado por Ricardo Ceratti.
Sabe... assim como existem várias formas de se chegar a um destino, existem várias formas de se significar a vida, os acontecimentos.
E, sinceramente, estive observando a forma que tens encarado tudo que acontece a tua volta.
Conheço teus sonhos de fama e fortuna, e não pense que estou aqui para julgar tais sonhos.
Muito pelo contrário, acho sonhos perfeitamente bons.
Ao meu ver os sonhos servem para motivar-nos, traçando um objetivo a ser alcançado, inspirando para que encontremos o caminho a ser seguido, e dando-nos forças para percorrermos tal caminho.
Porém, tem algo errado.
Há anos que sonhas com as mesmas coisas e, ainda assim, não te vi saindo do lugar.
Queres dinheiro. Muito dinheiro.
Mas te assombra a idéia de trabalhar, de ter um emprego fixo, uma rotina, horários para cumprir, etc.
Ok, assombra a mim também.
Caso tenha acumulado algum dinheiro, já pensastes em investir?
“Não, investir não é para mim”, é o que me dizes.
Ou ainda, outro você me diz que não tem dinheiro para investir, ou sequer forma de conseguí-lo.
Tudo bem, realmente não é todo mundo que tem esse interesse, assim como realmente poupar é uma coisa um tanto difícil mas, mais que difícil, desagradável para muitos.
O que gostas de fazer?
“O que eu gosto não dá dinheiro!”, apressa-te a me informar.
Tai algo novo para mim. Algo que não dê dinheiro.
Num mundo onde pessoas lucram com a expectativa de vida alheia, vendendo seus próprios dejetos, criando bens completamente inúteis que serão a próxima sensação, inventando, praticamente do zero, novos mercados a serem explorados, não consigo imaginar o que exatamente tu gostes que seja tão sem retorno financeiro assim.
“Ah, até dá dinheiro, mas muito pouco”.
E este muito pouco, se me permite a curiosidade, é ainda menos do quanto tu geras de renda fazendo o que fazes atualmente, ou seja, nada?
...
Imaginei.
Não fazer por que então?
E então começa o arsenal de desculpas a serem disparadas.
De preguiça à vergonha. De muito difícil à não saber por onde começar.
Muito bem, ninguém aqui está te obrigando a nada!
Muito longe disso! A vida é tua, e quem deve escolher o que fazer dela é somente tu!
Agora, se não queres emprego fixo, não queres investir, não queres criar ou inovar, não queres sequer fazer o que gostas, então... COMO?
Olha que engraçado! Tu também não sabes!
Deixe-me ver se entendi.
Queres a vida que pediste aos céus, mas não queres te esforçar para alcançá-la?
Ah, muito bem! Quem sou eu pra tirar as ilusões alheias?
Senta-te observando os céus que um dia tua vida encantada cairá junto com a chuva.
Sim, eu já previa que a idéia te agradaria.
Agora, um detalhe apenas.
Consegue nomear tuas ações ao agradar?
Calma, eu explico.
Andei percebendo, também, que, enquanto esperas tua chuva mágica cair, te pões a invejar a vida alheia.
Tentas destituir o valor de todo e qualquer esforço alheio.
Aliás, tentas, com todas tuas forças, não ver o esforço alheio.
Pensas que aquela pessoas faz aquelas coisas por prazer. Claro, ela adora carregar peso, se expor, passar calor, caminhar para cima e para baixo. Certamente não o faz por ter um objetivo, né?
Ou então destituis o mérito alheio. Afinal, só pode ter conseguido isso se engajando em atividades ilegais, se vendendo, pisando nos outros...
Ah, não! Nada disso! Esta pessoa é iluminada! Siiim! Exatamente como tu estás por ser! Para esta pessoa a sorte bateu na porta, avisando do presente que a chuva havia lhe trazido. Tudo cai do céu! Muita sorte e muita facilidade.
E, caso precise de mais alguma coisa, esta pessoa fora abençoada com uma inteligência muito além da normal.
Não, esta pessoa não se esforçou, não quebrou a cabeça tentando encontrar uma idéia que pudesse dar certo, não correu riscos ao tentar por a idéia em prática, não se esforçou em nada para que a idéia desse certo.
Nada disso!
Tudo desceu prontinho dos céus. Que maravilha!
Como é mesmo?
“Para estas pessoas é fácil”.
É, parece que o mundo dos bem-sucedidos está dividido entre os desocupados que conseguem as coisas misteriosamente, e os iluminados, a quem o próprio Deus veio dos céus para entregar algum presente supremo.
Agora, digamos que consigas ultrapassar tais pensamentos.
Que deixes de culpar o sucesso dos outros pelos teus estáticos fracassos.
Vais à luta?
Não... ainda?
Ah, claro! Se fosse tão realizável assim a maioria das pessoas não viveria do jeito que vive.
Tu só te esqueceste de contar com UMA única coisa.
A coisa mais importante do mundo!
O verdadeiro segredo!
Esta maioria das pessoas é tão cheia de subterfúgios para não serem vitoriosos em suas próprias vidas quanto tu és!
Postado por Ricardo Ceratti.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Quedas.
Em meu ímpeto de ajudar, de cuidar, de proteger, acabe não permitindo uma caminhada com as próprias pernas.
Mesmo me esforçando para não fazê-lo, para não ocupar tal papel.
Não vi. Entrou no meu ponto-cego. Não me via fazendo isso.
Mas fiz.
Quem sabe agora ela caia.
O que eu não deixava acontecer.
Quem sabe caia e aprenda a se levantar.
Quem sabe com a queda aprenda a não cair mais. Aprenda a se equilibrar.
Quem sabe?
Talvez minha ajuda, atrapalhava.
Não sei.
Cedo demais para saber.
Tarde demais para meu gosto.
Tempo, faz um favor pra mim?
Nunca te pedi nada (fora voltar no tempo, coisa que não ganhei!!).
Te peço isso: Passa rápido, ok?
Só dessa vez.
Passa rápido, faça o aprendizado acontecer num instante, faça a dor não precisar mais doer, faça com que tudo funcione, volte a ser bom. Melhor!
É... agora é ver cair... de braços cruzados.
Cruel.
Postado por Ricardo Ceratti.
Mesmo me esforçando para não fazê-lo, para não ocupar tal papel.
Não vi. Entrou no meu ponto-cego. Não me via fazendo isso.
Mas fiz.
Quem sabe agora ela caia.
O que eu não deixava acontecer.
Quem sabe caia e aprenda a se levantar.
Quem sabe com a queda aprenda a não cair mais. Aprenda a se equilibrar.
Quem sabe?
Talvez minha ajuda, atrapalhava.
Não sei.
Cedo demais para saber.
Tarde demais para meu gosto.
Tempo, faz um favor pra mim?
Nunca te pedi nada (fora voltar no tempo, coisa que não ganhei!!).
Te peço isso: Passa rápido, ok?
Só dessa vez.
Passa rápido, faça o aprendizado acontecer num instante, faça a dor não precisar mais doer, faça com que tudo funcione, volte a ser bom. Melhor!
É... agora é ver cair... de braços cruzados.
Cruel.
Postado por Ricardo Ceratti.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
A mais incumprível das promessas.
Fiz uma promessa impossível.
Uma promessa que sei que não poderei cumprir.
Me achei muito forte e muito capaz quando a fiz.
Agora vejo que não sou nem um, nem outro.
Prometi, por orgulho, que de meus olhos não verteria sequer uma lágrima por ti.
Cada minuto que passa fica mais difícil de continuar honrando minha palavra.
O mais duro é ver teu rosto no lugar do meu quando as lágrimas clamam por liberdade.
Minha dor?
Tua dor?
Dor...
Lágrimas teimosas, não sabem que sou homem de palavra?
Me deixem em paz.
Me deixem...
É, acho que não seguirei sendo tão de palavra assim...
"Broken roses on the steps
Like promises I never kept.
Promisses I never made
But could have honored anyway."
(Nada Surf - Troublemaker)
Postado por Ricardo Ceratti.
Uma promessa que sei que não poderei cumprir.
Me achei muito forte e muito capaz quando a fiz.
Agora vejo que não sou nem um, nem outro.
Prometi, por orgulho, que de meus olhos não verteria sequer uma lágrima por ti.
Cada minuto que passa fica mais difícil de continuar honrando minha palavra.
O mais duro é ver teu rosto no lugar do meu quando as lágrimas clamam por liberdade.
Minha dor?
Tua dor?
Dor...
Lágrimas teimosas, não sabem que sou homem de palavra?
Me deixem em paz.
Me deixem...
É, acho que não seguirei sendo tão de palavra assim...
"Broken roses on the steps
Like promises I never kept.
Promisses I never made
But could have honored anyway."
(Nada Surf - Troublemaker)
Postado por Ricardo Ceratti.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Travesseiro.
Hoje não dormirei abraçado no travesseiro.
Acostumado com tua ausência que tanto me dói, encontrei neste objeto inanimado o conforto que tanto tive sede por encontrar em teus braços.
Hoje sem travesseiro!
Não dormirei abraçado nesta representação quase infantil minha da tua pessoa.
Hoje não!
Sem ti. Sem te ter mais, sem poder te dizer ‘minha’.
Nem o travesseiro quero mais.
Aquele que tanto me fez companhia, que tanto serviu para ocupar teu lugar, enquanto eu ficava ansioso para que tu tomasses logo o lugar que é teu por direito!
Não, não quero o travesseiro-tu hoje!
Hoje durmo sozinho. Tantas noites já foram assim, tantas voltarão a ser assim!
Sem tua companhia, real ou imaginária.
Não quero mais, como uma criança com um bico que imagina o seio da mãe, fingir que aquele objeto, tão sem valor ou personalidade, na realidade é a tua pessoa, e me acompanha nessas torturantes horas enquanto me reviro na cama, o que eu chamo de “dormir”.
Não, hoje eu durmo sozinho! Hoje durmo na cama do solteiro!
Aquela cama, tão acompanhada quanto antes, quando tu a ela pertencias.
Tão vazia de significado.
Tão igual de calor e carne.
Tão dolorida.
Tão acinzentada.
Esta cama já se cansou de iludir-me.
Esta cama agora me diz “dormes numa cama de solteiro agora!”.
Esta cama me diz “percebes a diferença?”.
Eu teimo em brigar com esta cama, “não sei do que estás falando!”.
A cama, sempre sábia, sempre com razão, “não percebes, então?”.
Ora, cama maldita! Do que te pões a falar?
“Percebes que nada mudou? Percebes que ao teu lado não há ninguém? Como nunca teve?”
Sábia, maldita, cama.
Ela tem razão.
Nada mudou.
Adeus travesseiro. Cansei do bico.
Adeus, companheiro ilusório.
Nunca fostes quem eu queria.
Estás liberado de tentar sê-lo.
Travesseiro... vá em paz, para o mesmo caminho seguido pela dona da imagem que te faço assumir.
Meu companheiro. Meu substituto tão insuficiente.
Não tens mais lugar em minha cama.
Travesseiro.
Adeus.
Postado por Ricardo Ceratti.
Acostumado com tua ausência que tanto me dói, encontrei neste objeto inanimado o conforto que tanto tive sede por encontrar em teus braços.
Hoje sem travesseiro!
Não dormirei abraçado nesta representação quase infantil minha da tua pessoa.
Hoje não!
Sem ti. Sem te ter mais, sem poder te dizer ‘minha’.
Nem o travesseiro quero mais.
Aquele que tanto me fez companhia, que tanto serviu para ocupar teu lugar, enquanto eu ficava ansioso para que tu tomasses logo o lugar que é teu por direito!
Não, não quero o travesseiro-tu hoje!
Hoje durmo sozinho. Tantas noites já foram assim, tantas voltarão a ser assim!
Sem tua companhia, real ou imaginária.
Não quero mais, como uma criança com um bico que imagina o seio da mãe, fingir que aquele objeto, tão sem valor ou personalidade, na realidade é a tua pessoa, e me acompanha nessas torturantes horas enquanto me reviro na cama, o que eu chamo de “dormir”.
Não, hoje eu durmo sozinho! Hoje durmo na cama do solteiro!
Aquela cama, tão acompanhada quanto antes, quando tu a ela pertencias.
Tão vazia de significado.
Tão igual de calor e carne.
Tão dolorida.
Tão acinzentada.
Esta cama já se cansou de iludir-me.
Esta cama agora me diz “dormes numa cama de solteiro agora!”.
Esta cama me diz “percebes a diferença?”.
Eu teimo em brigar com esta cama, “não sei do que estás falando!”.
A cama, sempre sábia, sempre com razão, “não percebes, então?”.
Ora, cama maldita! Do que te pões a falar?
“Percebes que nada mudou? Percebes que ao teu lado não há ninguém? Como nunca teve?”
Sábia, maldita, cama.
Ela tem razão.
Nada mudou.
Adeus travesseiro. Cansei do bico.
Adeus, companheiro ilusório.
Nunca fostes quem eu queria.
Estás liberado de tentar sê-lo.
Travesseiro... vá em paz, para o mesmo caminho seguido pela dona da imagem que te faço assumir.
Meu companheiro. Meu substituto tão insuficiente.
Não tens mais lugar em minha cama.
Travesseiro.
Adeus.
Postado por Ricardo Ceratti.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Objetivos.
É genial como um objetivo na vida é capaz de motivar.
Ter planos (e batalhar por eles!!!), sonhos, objetivos a curto E a longo prazo, nos dão um gás enorme.
Uma energia que transborda pro outras áreas da vida.
Tudo fica mais agradável, mais leve, mais fácil.
Um emprego chato, um trabalho maçante, longas jornadas de esmagação no transporte público, uma pessoa desagradável, a rotina...
Tudo fica mais suportável, assim como todas coisas já agradáveis por natureza ficam muito mais prazerosas, próximas, aproveitáveis.
Conseguimos fazer mais coisas. Nossa mente se abre e vemos coisas que antes passavam desapercebidas. Aproveitamos melhor as oportunidades. Vivemos melhor.
Quando não se possui um objetivo, quando se vive por viver, quando se vive para que o dia passe trazendo consigo um amanhã igual, desesperançoso, vazio, acaba-se por entendiar-se com qualquer instante vago ou com qualquer atividade a ser realizada. Acaba-se por, literalmente, morrer de tédio, já que pode não modificar o corpo (duvido), mas certamente mata um pedaço da alma.
Não só mata, como aprisiona. Trancafia a mente num labirinto inescapável de tédio, preguiça e desmotivação.
Logo se passaram anos da vida "mesmissica", trazendo consigo seus lamúrios e invejas.
E agora é culpa de quem? Cada um controla seu destino. Cada um CRIA seu destino.
Sinceramente, após o prazer imenso (e relacionado) do auto-conhecimento, vem o insubstituivel prazer da luta, do sentimento de realização, do sonho, da conquista.
Ter objetivos não é viver melhor. Menti antes.
Ter objetivos na vida É VIVER!
Postado por Ricardo Ceratti.
Ter planos (e batalhar por eles!!!), sonhos, objetivos a curto E a longo prazo, nos dão um gás enorme.
Uma energia que transborda pro outras áreas da vida.
Tudo fica mais agradável, mais leve, mais fácil.
Um emprego chato, um trabalho maçante, longas jornadas de esmagação no transporte público, uma pessoa desagradável, a rotina...
Tudo fica mais suportável, assim como todas coisas já agradáveis por natureza ficam muito mais prazerosas, próximas, aproveitáveis.
Conseguimos fazer mais coisas. Nossa mente se abre e vemos coisas que antes passavam desapercebidas. Aproveitamos melhor as oportunidades. Vivemos melhor.
Quando não se possui um objetivo, quando se vive por viver, quando se vive para que o dia passe trazendo consigo um amanhã igual, desesperançoso, vazio, acaba-se por entendiar-se com qualquer instante vago ou com qualquer atividade a ser realizada. Acaba-se por, literalmente, morrer de tédio, já que pode não modificar o corpo (duvido), mas certamente mata um pedaço da alma.
Não só mata, como aprisiona. Trancafia a mente num labirinto inescapável de tédio, preguiça e desmotivação.
Logo se passaram anos da vida "mesmissica", trazendo consigo seus lamúrios e invejas.
E agora é culpa de quem? Cada um controla seu destino. Cada um CRIA seu destino.
Sinceramente, após o prazer imenso (e relacionado) do auto-conhecimento, vem o insubstituivel prazer da luta, do sentimento de realização, do sonho, da conquista.
Ter objetivos não é viver melhor. Menti antes.
Ter objetivos na vida É VIVER!
Postado por Ricardo Ceratti.
domingo, 25 de outubro de 2009
Nós e Eles.
Os abutres não tem nada melhor para fazer.
Não incomodam-se com o calor escaldante, o sol cegante, o cheiro de queimado.
Estão por ver o que acontece.
Estão por ver desgraça.
Para ver o cirgo pegar fogo (às vezes, literalmente).
E nós, valorosos cidadões trabalhadores, com nosso tempo corrido, obrigações e horas marcadas, julgamos que nossa pressa é mais importante.
Mais importante que a pressa alheia. Que a saúde alheia. Que a vida alheia.
Vivemos a achar que nossas tarefas e rotina são muito mais urgentes do que qualquer acontecimento que venha a cruzar nosso caminho. Que os imprevistos.
Postado por Ricardo Ceratti.
Não incomodam-se com o calor escaldante, o sol cegante, o cheiro de queimado.
Estão por ver o que acontece.
Estão por ver desgraça.
Para ver o cirgo pegar fogo (às vezes, literalmente).
E nós, valorosos cidadões trabalhadores, com nosso tempo corrido, obrigações e horas marcadas, julgamos que nossa pressa é mais importante.
Mais importante que a pressa alheia. Que a saúde alheia. Que a vida alheia.
Vivemos a achar que nossas tarefas e rotina são muito mais urgentes do que qualquer acontecimento que venha a cruzar nosso caminho. Que os imprevistos.
Postado por Ricardo Ceratti.
sábado, 17 de outubro de 2009
Educação "superior".
Chegando ao final do curso, chegando a hora do ENADE, terminando estágios, olhando para o futuro... olhando para a profissão a ser exercida. Com sorte, exercida por muitos anos.
Olho para o presente, vislumbro o que deverá ser meu futuro, e resolvo analisar o passado.
Admito, houve uma porção de coisas que eu poderia ter aproveitado melhor. Ainda assim, no caminho havia uma pedra. Uma gigantesca pedra chamada burocracia. E outra chamada má vontade. Não quero generalizar, existiram facilitações, bem como pessoas bem dispostas. Assim como existiram seres que iluminaram meu caminho, que me deram forças para que eu continuasse. Alguns nem devem saber do bem que me fizeram. Mas, feitos os cálculos, o que se sobressaiu foi a burocracia e má vontade mesmo.
Em alguns momentos cheguei a ter o irônico pensamento de que as pessoas gostavam demais de mim para permitirem que eu terminasse a jornada, ou não precisasse mais estar pendurado naquele balcão, os incomodando.
De qualquer forma, sobrevive-se.
Olhando para trás também percebi as matações de tempo.
Cadeiras inúteis, professores sem o menor preparo para dar aula (ou vontade... muito fácil encher os alunos de trabalhos a serem apresentados em aula, poupando assim o esforço de planejar as aulas a serem dadas), regras sem sentido prático, e, o pior de tudo, a perversidade de agir como se não hovesse mais o que aprender, sobrando tempo de aula.
Como assim, "sobrar tempo"? Como assim "não tem o que aprender"?
Me assusta isso, na verdade. Tive cadeiras nas quais as aulas foram ficando cada vez mais curtas com o passar do semestre. Tive aulas em que o professor se repetia numa freqüência insuportável. Tive aulas onde o silêncio permitiu a desordem, e a desordem serviu como desculpa para não ensinar.
Podemos entender a repetição, uma vez que alguns colegas se mostravam de uma inesperada incapacidade de absorver o que era ensinado e encontravam-se totalmente desprovidos de bom-senso para repetir pela centésima vez a mesma dúvida ao FINAL da aula, permitindo que todos outros alunos (os abençoados com uma capacidade de aprendizagem mínima) pudessem ter a tão esperada continuidade da aula.
Este, aliás, é outro aspecto triste. Um que outro que aprende muito rapidamente, a maioria com aprendizagem "normal", e um que outro que simplesmente não entende. E a aula ando no ritmo de quem? Pois é... tortura.
Bom, os outros mata-tempo eu, sinceramente, não consigo ver explicação.
Mas, não é só isso (nunca é...)! Cadeiras repetitivas! Algumas áreas do conhecimento tinham tanta carga ao longo do curso que simplesmente era uma sobreposição de muitos conhecimentos antigos com poucos novos.
E temos nossas eletivas, onde nos é requerido que aprendamos coisas de outros cursos. Quaisquer coisas! Sem o mínimo pré-requisito, cabimento ou relação. Não dá para ser algo da própria linha de conhecimento, para que eu me torne um profissional melhor? Não, nem pensar!
Ok, então. Agora eu coloco coisas de informática, saúde, escrita, línguas, SUS, etc. na minha carga de conhecimentos. Tudo muito legal, porém nem tanto interessante. Mais legal seria aprender mais sobre o curso que estou cursando! Mais legal seria aprender coisas que estão faltando nessa minha educação formal!
Quer algo mais? Vá atrás por conta própria! Com seu dinheiro próprio (de onde sai o tal do dinheiro é um mistério, já que não nos sobra lá muito tempo para um emprego e os estágios raramente pagam, e quando o fazem, são migalhas)!
Então, pé na porta, saidera.
E agora?
E agora, seu quase-psicólogo?
Vai se virar com aquelas duas ou três cadeiras da linha com a qual mais se identifica?
Vai sobreviver sem ter sequer ouvido falar sobre como separar o que é seu do que é do paciente/cliente?
Sabe cobrar?
Sabe bem a linha que seguirá?
Sabe bem as técnicas?
HEM? Como assim, "não"? Que diabos você fez nesses cinco (ou mais) anos??
Ah, tive uma formação generalista... se dependesse da faculdade eu seria uma espécie de clinico geral que entende um bocado de psicanálise (numa época BEM propícia para psicanálise, né?).
E daonde sai o conhecimento?
Sai da busca pessoal. De leituras, projetos, vivências paralelas. De correr atrás por conta.
Agora, eu pergunto: Se o que foi ensinado foi "matadinho" assim. Foram coisas que, em grande parte, poderiam ser aprendidas em casa, lendo bons livros (excessão disso são os estágios, que voto por um currículo com muito mais carga de estágios e menos carga de abobrinhas). Se a experiência veio da busca pessoal (sim, admito minha porção de culpa: me ofereceram o modelo mastigadinho e eu o engoli), alguém poderia me explicar o motivo de tanto dinheiro e tempo (e, especialmente, paciência) investidos?
Não é culpa nossa, são determinações do MEC (sempre se passa a bola pra quem está longe).
Olha, disso não entendo nada. Não sei quem determina o quê. Mas, se realmente são determinações do MEC, eu, novamente, questiono: O que o MEC sabe? É o seu MEC que está na sala, que tem que pegar presença, que faz provinha, que atura ouvir 10 vezes a mesma coisa, que está pagando e que vai trabalhar com isso? Não que eu saiba. Mas EU SOU! O seu MEC poderia pelo menos pedir minha opinião, na minha opinião...
Se realmente é do MEC que vem este formato, se estes são seus poderes supremos, então, lamento em dizer, mas o MEC é um velho gagá que não sabe de nada a respeito da realidade e das necessidades!
Lamentável... (curioso a respeito do ENADE)
Postado por Ricardo Ceratti.
Olho para o presente, vislumbro o que deverá ser meu futuro, e resolvo analisar o passado.
Admito, houve uma porção de coisas que eu poderia ter aproveitado melhor. Ainda assim, no caminho havia uma pedra. Uma gigantesca pedra chamada burocracia. E outra chamada má vontade. Não quero generalizar, existiram facilitações, bem como pessoas bem dispostas. Assim como existiram seres que iluminaram meu caminho, que me deram forças para que eu continuasse. Alguns nem devem saber do bem que me fizeram. Mas, feitos os cálculos, o que se sobressaiu foi a burocracia e má vontade mesmo.
Em alguns momentos cheguei a ter o irônico pensamento de que as pessoas gostavam demais de mim para permitirem que eu terminasse a jornada, ou não precisasse mais estar pendurado naquele balcão, os incomodando.
De qualquer forma, sobrevive-se.
Olhando para trás também percebi as matações de tempo.
Cadeiras inúteis, professores sem o menor preparo para dar aula (ou vontade... muito fácil encher os alunos de trabalhos a serem apresentados em aula, poupando assim o esforço de planejar as aulas a serem dadas), regras sem sentido prático, e, o pior de tudo, a perversidade de agir como se não hovesse mais o que aprender, sobrando tempo de aula.
Como assim, "sobrar tempo"? Como assim "não tem o que aprender"?
Me assusta isso, na verdade. Tive cadeiras nas quais as aulas foram ficando cada vez mais curtas com o passar do semestre. Tive aulas em que o professor se repetia numa freqüência insuportável. Tive aulas onde o silêncio permitiu a desordem, e a desordem serviu como desculpa para não ensinar.
Podemos entender a repetição, uma vez que alguns colegas se mostravam de uma inesperada incapacidade de absorver o que era ensinado e encontravam-se totalmente desprovidos de bom-senso para repetir pela centésima vez a mesma dúvida ao FINAL da aula, permitindo que todos outros alunos (os abençoados com uma capacidade de aprendizagem mínima) pudessem ter a tão esperada continuidade da aula.
Este, aliás, é outro aspecto triste. Um que outro que aprende muito rapidamente, a maioria com aprendizagem "normal", e um que outro que simplesmente não entende. E a aula ando no ritmo de quem? Pois é... tortura.
Bom, os outros mata-tempo eu, sinceramente, não consigo ver explicação.
Mas, não é só isso (nunca é...)! Cadeiras repetitivas! Algumas áreas do conhecimento tinham tanta carga ao longo do curso que simplesmente era uma sobreposição de muitos conhecimentos antigos com poucos novos.
E temos nossas eletivas, onde nos é requerido que aprendamos coisas de outros cursos. Quaisquer coisas! Sem o mínimo pré-requisito, cabimento ou relação. Não dá para ser algo da própria linha de conhecimento, para que eu me torne um profissional melhor? Não, nem pensar!
Ok, então. Agora eu coloco coisas de informática, saúde, escrita, línguas, SUS, etc. na minha carga de conhecimentos. Tudo muito legal, porém nem tanto interessante. Mais legal seria aprender mais sobre o curso que estou cursando! Mais legal seria aprender coisas que estão faltando nessa minha educação formal!
Quer algo mais? Vá atrás por conta própria! Com seu dinheiro próprio (de onde sai o tal do dinheiro é um mistério, já que não nos sobra lá muito tempo para um emprego e os estágios raramente pagam, e quando o fazem, são migalhas)!
Então, pé na porta, saidera.
E agora?
E agora, seu quase-psicólogo?
Vai se virar com aquelas duas ou três cadeiras da linha com a qual mais se identifica?
Vai sobreviver sem ter sequer ouvido falar sobre como separar o que é seu do que é do paciente/cliente?
Sabe cobrar?
Sabe bem a linha que seguirá?
Sabe bem as técnicas?
HEM? Como assim, "não"? Que diabos você fez nesses cinco (ou mais) anos??
Ah, tive uma formação generalista... se dependesse da faculdade eu seria uma espécie de clinico geral que entende um bocado de psicanálise (numa época BEM propícia para psicanálise, né?).
E daonde sai o conhecimento?
Sai da busca pessoal. De leituras, projetos, vivências paralelas. De correr atrás por conta.
Agora, eu pergunto: Se o que foi ensinado foi "matadinho" assim. Foram coisas que, em grande parte, poderiam ser aprendidas em casa, lendo bons livros (excessão disso são os estágios, que voto por um currículo com muito mais carga de estágios e menos carga de abobrinhas). Se a experiência veio da busca pessoal (sim, admito minha porção de culpa: me ofereceram o modelo mastigadinho e eu o engoli), alguém poderia me explicar o motivo de tanto dinheiro e tempo (e, especialmente, paciência) investidos?
Não é culpa nossa, são determinações do MEC (sempre se passa a bola pra quem está longe).
Olha, disso não entendo nada. Não sei quem determina o quê. Mas, se realmente são determinações do MEC, eu, novamente, questiono: O que o MEC sabe? É o seu MEC que está na sala, que tem que pegar presença, que faz provinha, que atura ouvir 10 vezes a mesma coisa, que está pagando e que vai trabalhar com isso? Não que eu saiba. Mas EU SOU! O seu MEC poderia pelo menos pedir minha opinião, na minha opinião...
Se realmente é do MEC que vem este formato, se estes são seus poderes supremos, então, lamento em dizer, mas o MEC é um velho gagá que não sabe de nada a respeito da realidade e das necessidades!
Lamentável... (curioso a respeito do ENADE)
Postado por Ricardo Ceratti.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Pensamento Aleatório XII.
Não sei o que os outros sabem.
Mas, tudo bem, eles também não sabem o que eu sei.
Postado por Ricardo Ceratti.
Mas, tudo bem, eles também não sabem o que eu sei.
Postado por Ricardo Ceratti.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Cara de pau.
Duas coisas sempre me causam espanto.
Ainda mais quando relacionadas:
Sempre abusar da boa vontade;
E sempre ter uma explicação para tudo.
Um espanto, da minha parte, no mínimo irônico.
Postado por Ricardo Ceratti.
Ainda mais quando relacionadas:
Sempre abusar da boa vontade;
E sempre ter uma explicação para tudo.
Um espanto, da minha parte, no mínimo irônico.
Postado por Ricardo Ceratti.
Tempos modernos.
Houve o tempo no qual a falta de códigos éticos permitiam tudo em nome da ciência.
Atualmente a ausência de escrúpulos permite tudo em nome do entretenimento.
Postado por Ricardo Ceratti.
Atualmente a ausência de escrúpulos permite tudo em nome do entretenimento.
Postado por Ricardo Ceratti.
sábado, 26 de setembro de 2009
Convívio
Condomínio.
Tarde da noite,
Ou cedo da manhã.
Não se escuta a chuva,
E sim o funk dos vizinhos.
Nada como aglomeramento humano.
Postado por Ricardo Ceratti.
Tarde da noite,
Ou cedo da manhã.
Não se escuta a chuva,
E sim o funk dos vizinhos.
Nada como aglomeramento humano.
Postado por Ricardo Ceratti.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Ser resolvido.
Pessoas que não são bem resolvidas geralmente compartilham um hábito: Descontar a raiva e as frustrações naqueles que não podem se defender apropriadamente.
Estas pessoas não são capazes de resolver seus "incômodos" diretamente com a fonte causadora do mesmo. E isto pode acontecer por vários motivos, que pode variar da covardia até a própria incapacidade de se defender.
Uma vez que se cala quando se deve falar, se torna passivo num momento em que deve lutar, se imobilizado quando deve agir, se encolhe quando deve estufar o peito, se retira quando deve fincar pé, se cria, dentro de si, uma ferida. Não se trata de qualquer ferida, e sim, da mais dolorida delas: Uma ferida no ego!
Esta ferida vai se tornando em um ódio que vai cegando a pessoa e, cada vez mais, vai gerando na pessoa um desejo de vingança, de desferir o "golpe" que tanto queria dar.
Até que chega o momento da explosão. Da explosão covarde. Covarde, pois, não podendo lutar com a fonte, de igual para igual, se encontra uma boa forma de catarse no descarrego sobre os indefesos.
E é aí que os novos personagens entram em cena.
Crianças, animais de estimação, estagiários...
O importante é atacar em alguém mais fraco ou alguém que esteja preso por algum vínculo que o impeça de reagir.
Vejo por aí patrões que torturam estagiários.
Maridos que chegam frustrados em casa e batem na mulher.
Mulheres descontentes com a própria vida que batem nos filhos.
Crianças aliviando a angústia batendo em seus cães.
E... ei! Virou um ciclo isto ou é impressão minha?
Enquanto a "bomba" não cai no colo de alguém que saiba se impor e se resolver, a coisa parece seguir, se alastrando feito epidemia.
E não passar adiante, não descontar no outro não é questão louvável, e sim o mínimo esperado de qualquer pessoa que se diga civilizada, de qualquer um que se considere por "gente".
É hora de parar para refletir com quem se está realmente brabo. Com suas vítimas, ou consigo mesmo?
Afinal, é culpa do cachorro que você pisou na merda?
É culpa da criança que você não aceita a própria idade?
É culpa do seu estagiário que você gostaria de receber mais?
Ou qualquer outro tipo de relação neste sentido.
É importante levar em conta outro porém. Este tipo perverso de satisfação da agressividade acaba fazendo mal também para aquele que descarrega. É como tentar se satisfazer tomando refrigerante quando se quer tomar um suco natural, ouvindo uma música calma quando se deseja ouvir uma baladinha, ir para a praia quando se quer ir para a serra, etc. Disfarça, mas não resolve.
No final das contas uma coisa muito esquecida me parece ser a mais relevante:
Vergonha na cara não é de graça, mas vale muito mais do que se paga!
Postado por Ricardo Ceratti.
Estas pessoas não são capazes de resolver seus "incômodos" diretamente com a fonte causadora do mesmo. E isto pode acontecer por vários motivos, que pode variar da covardia até a própria incapacidade de se defender.
Uma vez que se cala quando se deve falar, se torna passivo num momento em que deve lutar, se imobilizado quando deve agir, se encolhe quando deve estufar o peito, se retira quando deve fincar pé, se cria, dentro de si, uma ferida. Não se trata de qualquer ferida, e sim, da mais dolorida delas: Uma ferida no ego!
Esta ferida vai se tornando em um ódio que vai cegando a pessoa e, cada vez mais, vai gerando na pessoa um desejo de vingança, de desferir o "golpe" que tanto queria dar.
Até que chega o momento da explosão. Da explosão covarde. Covarde, pois, não podendo lutar com a fonte, de igual para igual, se encontra uma boa forma de catarse no descarrego sobre os indefesos.
E é aí que os novos personagens entram em cena.
Crianças, animais de estimação, estagiários...
O importante é atacar em alguém mais fraco ou alguém que esteja preso por algum vínculo que o impeça de reagir.
Vejo por aí patrões que torturam estagiários.
Maridos que chegam frustrados em casa e batem na mulher.
Mulheres descontentes com a própria vida que batem nos filhos.
Crianças aliviando a angústia batendo em seus cães.
E... ei! Virou um ciclo isto ou é impressão minha?
Enquanto a "bomba" não cai no colo de alguém que saiba se impor e se resolver, a coisa parece seguir, se alastrando feito epidemia.
E não passar adiante, não descontar no outro não é questão louvável, e sim o mínimo esperado de qualquer pessoa que se diga civilizada, de qualquer um que se considere por "gente".
É hora de parar para refletir com quem se está realmente brabo. Com suas vítimas, ou consigo mesmo?
Afinal, é culpa do cachorro que você pisou na merda?
É culpa da criança que você não aceita a própria idade?
É culpa do seu estagiário que você gostaria de receber mais?
Ou qualquer outro tipo de relação neste sentido.
É importante levar em conta outro porém. Este tipo perverso de satisfação da agressividade acaba fazendo mal também para aquele que descarrega. É como tentar se satisfazer tomando refrigerante quando se quer tomar um suco natural, ouvindo uma música calma quando se deseja ouvir uma baladinha, ir para a praia quando se quer ir para a serra, etc. Disfarça, mas não resolve.
No final das contas uma coisa muito esquecida me parece ser a mais relevante:
Vergonha na cara não é de graça, mas vale muito mais do que se paga!
Postado por Ricardo Ceratti.
Terapia.
Antes de ontem estava acompanhando minha supervisora no atendimento a uma aluna quando tentei explicar da maneira mais palpável possível o que era uma terapia, seus altos e baixos:
Imagine uma caixa de um quebra-cabeça. As peças, de certa forma, estão organizadas dentro da caixa, porém não formam figura alguma.
Quando começou tua terapia tu espalhaste todas peças numa mesa. A mesa ficou tapada pelas peças, ficou bagunçada.
De início pareceu que tu não terias como dar conta, parecia trabalho demais, bagunçado demais.
Aos poucos foste juntando as peças, colocando uma do lado da outra, posicionando as que tu sabias onde iam, encaixando as mais fáceis.
Uma por uma, todas iam sendo encaixadas para formar a figura.
Ao final, todas estavam organizadas, formando um lindo quadro. Um quadro de quem tu és. Formando a tua imagem.
É isso que é a terapia. Pode gerar sofrimento por olhar para todas aquelas peças espalhadas, mas vai te ajudando a colocar cada coisa no seu devido lugar.
Postado por Ricardo Ceratti.
Imagine uma caixa de um quebra-cabeça. As peças, de certa forma, estão organizadas dentro da caixa, porém não formam figura alguma.
Quando começou tua terapia tu espalhaste todas peças numa mesa. A mesa ficou tapada pelas peças, ficou bagunçada.
De início pareceu que tu não terias como dar conta, parecia trabalho demais, bagunçado demais.
Aos poucos foste juntando as peças, colocando uma do lado da outra, posicionando as que tu sabias onde iam, encaixando as mais fáceis.
Uma por uma, todas iam sendo encaixadas para formar a figura.
Ao final, todas estavam organizadas, formando um lindo quadro. Um quadro de quem tu és. Formando a tua imagem.
É isso que é a terapia. Pode gerar sofrimento por olhar para todas aquelas peças espalhadas, mas vai te ajudando a colocar cada coisa no seu devido lugar.
Postado por Ricardo Ceratti.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Reflexão XXVI.
O maior e menos valorizado tesouro que existe nesta vida é o silêncio.
Postado por Ricardo Ceratti.
Postado por Ricardo Ceratti.
domingo, 6 de setembro de 2009
Reflexão XXV.
Palavras são falhas.
São castrantes.
Não contemplam a infinidade de sentimentos que desejam ser expressados.
Postado por Ricardo Ceratti.
São castrantes.
Não contemplam a infinidade de sentimentos que desejam ser expressados.
Postado por Ricardo Ceratti.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Conceitos.
Quem diria que seria possível ser mais autêntico com alguém do que sozinho?
Que tal autenticidade fosse tão benéfica. Tão libertadora.
Uma pessoa que, “meramente” por existir e estar ao teu lado já te faça tão bem, já te beneficie desta imensa liberdade de ser. Ser a si mesmo. Ser quem já se é, mas não sabia, até então, sê-lo.
Uma pessoa com quem simplesmente estar junto já baste, já satisfaça, dispensando uma conversa interessante, uma festa divertida, fazer algo legal,, etc.
Como pode, ao entender de alguém, acabar entendendo a si mais que qualquer reflexão introspectiva havia possibilitado?
Conhecer tanto de si próprio no tentar descobrir a outra pessoa.
Como pode existir um desejo tão sedento por expansão quanto o desejo de saber mais e mais daquela pessoa?
Ser tão feliz e completo ao se dar conta de que é incompleto sozinho e que há, ainda, muita felicidade a ser buscada e alcançada.
Ter muitos objetivos que motivam a alcançar objetivos.
Enfim, uma pessoa que nos faz repensar todos nossos conceitos. Se aquilo era amor, se aquilo era felicidade, se aquilo era motivação, se aquilo era sabedoria, se aquilo era crescimento, se aquilo era desejo, se aquilo era eu, então, o que é isto que é tão maior e mais intenso??
Postado por Ricardo Ceratti.
Que tal autenticidade fosse tão benéfica. Tão libertadora.
Uma pessoa que, “meramente” por existir e estar ao teu lado já te faça tão bem, já te beneficie desta imensa liberdade de ser. Ser a si mesmo. Ser quem já se é, mas não sabia, até então, sê-lo.
Uma pessoa com quem simplesmente estar junto já baste, já satisfaça, dispensando uma conversa interessante, uma festa divertida, fazer algo legal,, etc.
Como pode, ao entender de alguém, acabar entendendo a si mais que qualquer reflexão introspectiva havia possibilitado?
Conhecer tanto de si próprio no tentar descobrir a outra pessoa.
Como pode existir um desejo tão sedento por expansão quanto o desejo de saber mais e mais daquela pessoa?
Ser tão feliz e completo ao se dar conta de que é incompleto sozinho e que há, ainda, muita felicidade a ser buscada e alcançada.
Ter muitos objetivos que motivam a alcançar objetivos.
Enfim, uma pessoa que nos faz repensar todos nossos conceitos. Se aquilo era amor, se aquilo era felicidade, se aquilo era motivação, se aquilo era sabedoria, se aquilo era crescimento, se aquilo era desejo, se aquilo era eu, então, o que é isto que é tão maior e mais intenso??
Postado por Ricardo Ceratti.
Pensamento Aleatório XI.
As mesmas idéias batidas
Propagadas por mentes nada criativas
Por tantos são
Repetidas à exaustão.
Postado por Ricardo Ceratti.
Propagadas por mentes nada criativas
Por tantos são
Repetidas à exaustão.
Postado por Ricardo Ceratti.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Envelhecendo.
Me entristece que muitos anos de nossa juventude, anos de energia, disposição, auge físico, agilidade intelectual, enfim, anos de possibilidades quase infinitas a serem aproveitadas, sejam gastos em solucionarmos nossos problemas, em nos resolvermos, em lidarmos com nossos traumas e com os conflitos do nosso mundinho ideal (iRReal?) com o mundo real.
Tanta coisa melhor pra aproveitar. Tanta coisa que depois não terá como aproveitar. Tanta coisa que vai ficar tão difícil depois.
Tanto tempo... em busca da tal 'maturidade'.
Mas nem tudo são lástimas! Vale a pena, vale MUITO a pena!
Agora, o que me deprime profundamente é ver pessoas que já passaram da juventude, já passaram até um bocado, e ainda assim continuam a viver numa confusão pré-adolescente, continuam a não se aceitar (aceRtar?), continuam perdidas.
Tirar o peso de um lado da balança para por no outro, tudo bem. Tirar e não repor é cruel.
É... acho que está batendo um certo medo de envelhecer. Crise do quarto de idade?
Postado por Ricardo Ceratti.
Tanta coisa melhor pra aproveitar. Tanta coisa que depois não terá como aproveitar. Tanta coisa que vai ficar tão difícil depois.
Tanto tempo... em busca da tal 'maturidade'.
Mas nem tudo são lástimas! Vale a pena, vale MUITO a pena!
Agora, o que me deprime profundamente é ver pessoas que já passaram da juventude, já passaram até um bocado, e ainda assim continuam a viver numa confusão pré-adolescente, continuam a não se aceitar (aceRtar?), continuam perdidas.
Tirar o peso de um lado da balança para por no outro, tudo bem. Tirar e não repor é cruel.
É... acho que está batendo um certo medo de envelhecer. Crise do quarto de idade?
Postado por Ricardo Ceratti.
Reflexão XXIII.
Por um lado saber psicologia é parte da solução.
Por outro lado é parte do problema.
Postado por Ricardo Ceratti.
Por outro lado é parte do problema.
Postado por Ricardo Ceratti.
domingo, 30 de agosto de 2009
Carne.
Carne, ossos, órgãos e, enfim, pele.
Não vamos muito além disto.
Insignificante, não?
Pois demos um jeito de criar significados. Inventamos coisas, sentimentos, artes, objetivos, enfim, inventamos até palavras para chamar nossas invenções significantes.
Porém, com o passar do tempo as invenções cessaram de bastar e abastar-nos. Tratamos de inventar novos significados para nossas vidas. Nossas vazias vidas. Porém, nossa criatividade encontrou barreiras e, conforme nossa espécie ia se deparando com barreiras de criatividade, as chances de solucionadores de segunda serem exaltados aumentava. Tais solucionadores, que se propagavam na mesma velocidade que suas criações eram copiáveis, fáceis ou faltosas, acabaram por desenvolver invenções cada vez mais banais, superficiais.
Até q justamente, o que era erro virou acerto, e ser banal virou moda.
O que carne, ossos, órgãos e pele construíram para darem algum sentido pra suas vazias existências, agora estava sendo desconstruído.
A falta de sentido é o sentido.
A falta de originalidade é a originalidade.
A destruição dos valores é a edificação do indivíduo.
A busca por soluções imediatas, que, após o imediatismo deixam de ser soluções. As soluções que sentem-se à vontade de devolver, ao partirem, tudo que tomaram no momento de sua chegada.
Pôs-se, então, a reclamar. Reclamar da falta de recompensas ofertadas pela vida. Reclamar que nada muda, mesmo quando tudo muda. Reclamar das incertezas, da falta de propósito, do vazio...
Carne, ossos, órgãos, pele. Brinquedo. Solidão.
Não sou contra a criação de significados, nem a busca por inovações.
Sou contra a pressa, o desespero pelo surgimento de coisas novas. Pelo atropelamento que não permite que nada se estabeleça, crie raízes, que se desenvolva apropriadamente.
Que esta criação deformada acabe tomando lugar de onde poderiam nascer lindas criações. Abafe o ar e a terra que poderiam gerar sentidos solidificantes.
Abafe a alma. E cegue a alma! Tornam-na míope. Castram, com sua pressa por encontrar logo o que buscam, as chances de encontrar o que realmente precisam.
Carne, ossos, órgãos e pele.
Tenra pele.
Não tão mais tenra.
Fortes ossos.
Não tão mais fortes.
Vigorosos órgãos.
Não tão mais vigorosos.
Carne com tanta vitalidade, energia, aspirações, amores, vontades, coragem.
Então, adubo.
Postado por Ricardo Ceratti.
Não vamos muito além disto.
Insignificante, não?
Pois demos um jeito de criar significados. Inventamos coisas, sentimentos, artes, objetivos, enfim, inventamos até palavras para chamar nossas invenções significantes.
Porém, com o passar do tempo as invenções cessaram de bastar e abastar-nos. Tratamos de inventar novos significados para nossas vidas. Nossas vazias vidas. Porém, nossa criatividade encontrou barreiras e, conforme nossa espécie ia se deparando com barreiras de criatividade, as chances de solucionadores de segunda serem exaltados aumentava. Tais solucionadores, que se propagavam na mesma velocidade que suas criações eram copiáveis, fáceis ou faltosas, acabaram por desenvolver invenções cada vez mais banais, superficiais.
Até q justamente, o que era erro virou acerto, e ser banal virou moda.
O que carne, ossos, órgãos e pele construíram para darem algum sentido pra suas vazias existências, agora estava sendo desconstruído.
A falta de sentido é o sentido.
A falta de originalidade é a originalidade.
A destruição dos valores é a edificação do indivíduo.
A busca por soluções imediatas, que, após o imediatismo deixam de ser soluções. As soluções que sentem-se à vontade de devolver, ao partirem, tudo que tomaram no momento de sua chegada.
Pôs-se, então, a reclamar. Reclamar da falta de recompensas ofertadas pela vida. Reclamar que nada muda, mesmo quando tudo muda. Reclamar das incertezas, da falta de propósito, do vazio...
Carne, ossos, órgãos, pele. Brinquedo. Solidão.
Não sou contra a criação de significados, nem a busca por inovações.
Sou contra a pressa, o desespero pelo surgimento de coisas novas. Pelo atropelamento que não permite que nada se estabeleça, crie raízes, que se desenvolva apropriadamente.
Que esta criação deformada acabe tomando lugar de onde poderiam nascer lindas criações. Abafe o ar e a terra que poderiam gerar sentidos solidificantes.
Abafe a alma. E cegue a alma! Tornam-na míope. Castram, com sua pressa por encontrar logo o que buscam, as chances de encontrar o que realmente precisam.
Carne, ossos, órgãos e pele.
Tenra pele.
Não tão mais tenra.
Fortes ossos.
Não tão mais fortes.
Vigorosos órgãos.
Não tão mais vigorosos.
Carne com tanta vitalidade, energia, aspirações, amores, vontades, coragem.
Então, adubo.
Postado por Ricardo Ceratti.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Reflexão XXII.
Numa coisa amigos e inimigos concordam:
Suas vidas sem mim seria bem mais fácil.
Postado por Ricardo Ceratti.
Suas vidas sem mim seria bem mais fácil.
Postado por Ricardo Ceratti.
sábado, 22 de agosto de 2009
Assassinos da mente.
Malditos sejam os assassinos da mente!
Esta corja imunda que passa corrompendo e destruindo tudo e todos que mais amo e prezo. Bem como tudo que há de belo, de puro, de bondoso, de honesto, de saudável neste mundo.
Estes covardes que escondem-se atrás de suas imortalidade, de seus invitáveis golpes, de sua incorporiedade que os impede de serem alvejados, de serem golpeados da mesma forma que golpeiam!
Frustram-me a vida, tentam, a todo custo, tirar-me tudo. Tentam tornar tudo vazio, morto por dentro.
Invulneráveis golpeadores de golpes inesquiváveis, sorriem da própria sorte. Usam seu poder para tornar em pântano toda floresta que avistam. Divertem-se. Divertem-se constantemente, cada vez mais e mais, de seu doentio ‘hobbie’.
Assassinos da mente, que vivem aqui e ali. Que vivem no bom e no mau, no próximo e no distante, no dia e na noite, que vivem em ti hoje, amanhã, até, em mim.
Ah, não! Afasta-te que em mim não deverás estabelecer moradia! Agora foste longe demais! Será? Será longe demais? Para quem não conhecer, sequer perto, apenas colado, apenas um onde pensam dois. Onde eu penso “dois!”!
Pois bem, que venhas! Não posso impedi-lo! Posso apenas lutar para ficar acordado e não deixar que eu seja fantoche.
Pois bem, que venhas! Venha de uma vez, em mim e no outro. Venha em todos, espalha-te, corrompa! Que venhas!
Conheço tua podridão, o que há de mais profano no mundo. Mas quero que saibas que conheci a maior beleza, o que há de mais puro no mundo.
Então, que venhas! Venhas, mas saibas de uma coisa. Saibas que até o maior dos monstros possui um medo escondido, possui os seus monstros!
Se devo me sujar com tua inquilinês, com tua vizinhança, ah! não penses duas vezes se hesitarei em me sujar mais para buscar os teus monstros!
Postado por Ricardo Ceratti.
Esta corja imunda que passa corrompendo e destruindo tudo e todos que mais amo e prezo. Bem como tudo que há de belo, de puro, de bondoso, de honesto, de saudável neste mundo.
Estes covardes que escondem-se atrás de suas imortalidade, de seus invitáveis golpes, de sua incorporiedade que os impede de serem alvejados, de serem golpeados da mesma forma que golpeiam!
Frustram-me a vida, tentam, a todo custo, tirar-me tudo. Tentam tornar tudo vazio, morto por dentro.
Invulneráveis golpeadores de golpes inesquiváveis, sorriem da própria sorte. Usam seu poder para tornar em pântano toda floresta que avistam. Divertem-se. Divertem-se constantemente, cada vez mais e mais, de seu doentio ‘hobbie’.
Assassinos da mente, que vivem aqui e ali. Que vivem no bom e no mau, no próximo e no distante, no dia e na noite, que vivem em ti hoje, amanhã, até, em mim.
Ah, não! Afasta-te que em mim não deverás estabelecer moradia! Agora foste longe demais! Será? Será longe demais? Para quem não conhecer, sequer perto, apenas colado, apenas um onde pensam dois. Onde eu penso “dois!”!
Pois bem, que venhas! Não posso impedi-lo! Posso apenas lutar para ficar acordado e não deixar que eu seja fantoche.
Pois bem, que venhas! Venha de uma vez, em mim e no outro. Venha em todos, espalha-te, corrompa! Que venhas!
Conheço tua podridão, o que há de mais profano no mundo. Mas quero que saibas que conheci a maior beleza, o que há de mais puro no mundo.
Então, que venhas! Venhas, mas saibas de uma coisa. Saibas que até o maior dos monstros possui um medo escondido, possui os seus monstros!
Se devo me sujar com tua inquilinês, com tua vizinhança, ah! não penses duas vezes se hesitarei em me sujar mais para buscar os teus monstros!
Postado por Ricardo Ceratti.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Reflexão XXI.
A esperança é a última que morre, diz o ditado.
O problema é quando a sobrevida da esperança acaba tornando outras coisas morimbundas.
Postado por Ricardo Ceratti.
O problema é quando a sobrevida da esperança acaba tornando outras coisas morimbundas.
Postado por Ricardo Ceratti.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Vil e asqueroso.
Está se aproximando. Está começando a me infectar. Já sinto sua imundícia começando a roçar na minha pele.
Finalmente começa a me atingir esta doença que tanto rastejou na minha volta.
Cada dia que passa se alastra mais, força-me a sentir sua presença.
A cada momento me consome a energia, me drena as forças, me nubla o pensamento, me enfraquece a convicção, me desanima, me cansa.
E sei bem que existe cura para esta doença.
Eu sinto a cura.
Sei que não está longe. Talvez esteja até perto.
Sinto, mas não consigo vê-la.
Não consigo alcançá-la.
Agarrá-la.
De que adianta estar perto se não tem como ter uma idéia de quando verei a luz no fim do túnel?
Não poder contar os dias para encontrar essa nova vida.
Não poder se organizar, se preparar para quando se libertar.
Não poder segurar a cura com todas as forças.
É... acho que devo me contentar com a sutil esperança trazida por senti-la indefinidamente próxima.
E esta esperança que se contente com a companhia da minha indignação e da minha obstinação.
Postado por Ricardo Ceratti.
Finalmente começa a me atingir esta doença que tanto rastejou na minha volta.
Cada dia que passa se alastra mais, força-me a sentir sua presença.
A cada momento me consome a energia, me drena as forças, me nubla o pensamento, me enfraquece a convicção, me desanima, me cansa.
E sei bem que existe cura para esta doença.
Eu sinto a cura.
Sei que não está longe. Talvez esteja até perto.
Sinto, mas não consigo vê-la.
Não consigo alcançá-la.
Agarrá-la.
De que adianta estar perto se não tem como ter uma idéia de quando verei a luz no fim do túnel?
Não poder contar os dias para encontrar essa nova vida.
Não poder se organizar, se preparar para quando se libertar.
Não poder segurar a cura com todas as forças.
É... acho que devo me contentar com a sutil esperança trazida por senti-la indefinidamente próxima.
E esta esperança que se contente com a companhia da minha indignação e da minha obstinação.
Postado por Ricardo Ceratti.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
A águia e o galinheiro.
Oi pequena águia.
Vejo que nasceste em um galinheiro. Que lugar estranho de se encontrar uma pequena águia!
Como esta vida tem te tratado?
Difícil?
Sofres com as chacotas das galinhas, com as privações que te são impostas, com o riso debochado – o cacarejo -, com tua liberdade minúscula, com as críticas destrutivas que anseiam por chegar aos teus ouvidos, com as intrigas, com o cerco constante que objetiva a manutenção de tua prisão invisível, com as agressões físicas que nada são comparadas com as constantes agressões psicológicas.
Percebo bem teu sofrimento. Não preciso que me contes, me mostre. Aliás, nem preciso ver muito. Não te preocupes, percebo teu sofrimento.
Saibas que o fazem por inveja. Sim, as galinhas te invejam.
“Por que haveriam de invejar-me?” me perguntas. “Não tenho nada demais, não sou nada demais. Pelo contrário, sou muito inferior a estas galinhas!”.
É onde engana-te, pequena águia. Engana-te tanto quanto seria possível que alguém possa estar enganado!
Estas galinhas invejam-te, tenha certeza! Pois elas enxergam muito além do que teus pequenos olhos podem ver. Estas galinhas sabem muito sobre sina. Sabe que não podem mudar o que são, para sempre serão galinhas. Assim como sabem que para sempre tu serás uma águia.
Mas não se conforma com isto! Não acham que merecem ser apenas galinhas. Não acham que tu mereces ser uma águia.
Desejosas de mudar o futuro, de manipular as sinas para satisfazerem suas próprias vontades, resolvem que, se não podem elevar-se da condição de galinha, que, ao menos, tu não possas jamais alcançar teu elevado destino.
Então dedicam suas vidas a convencer-te de mentiras. Convencer-te de inferioridade, insignificância, de hierarquia. Convencer-te de lodo.
Tais galinhas jamais encontrarão felicidade em suas existências minúsculas. Ignoram o fato de que podem sim elevarem-se. Que podem modificar a própria sina e tornarem-se grandiosas. E o que há de errado em ser uma galinha grandiosa? Não é vergonha alguma.
Porém sequer consideram a existência de tal possibilidade. A busca por crescimento se faz muito trabalhoso para mentes minúsculas. Tão mais ao alcance da mão é reduzir alguma existência superior.
Mais ao alcance da mão, sim. Satisfatório, jamais. Enganam-se constantemente de que isto as trará a felicidade que acreditam merecer. A felicidade não vem. Pelo contrário, afundam pouco a pouco no lodo que criaram especialmente para ti. Mas não percebem! Continuam a afundar. Afundar e se enganar.
Com o passar do tempo nem todos os esforços de todas as galinhas do mundo bastarão para castrar-te. Crescerás e inevitavelmente tomarás conhecimento (mesmo que reduzido) de sua própria natureza.
Crescerás e aprenderás a estufar o peito e a alçar vôo mesmo no lodo. Enquanto isto, as galinhas, que cada vez mais se atolam no lodo, percebem que não podem fazer o mesmo que tu fazes. Acabam por encontrarem cada vez mais dificuldade de sobreviverem nas armadilhas que criaram para te prender.
E, um dia, tu alçarás vôo e deixará para sempre este ninho que tanto trabalhou para te tornar as asas curtas. Poderás, então, voar livremente na altura que bem desejares. Afinal, és uma águia!
Eu imagino o que estejas a pensar, pequena águia. “Como ele poderia saber destas coisas? De certo inventa o que fala! Impossível que veja tanta coisa com tanta clareza enquanto eu não vejo nem uma mínima porção do que fala! Como poderias ver o que diz ver?”.
Ah, a resposta é bem mais simples do que possas imaginar, pequena águia! Ora, não percebes que também sou uma águia? Que consigo perceber um membro de minha espécie? Que também tive meus dias de galinheiro? Que, do meu vôo alto consigo enxergar infinitamente mais que estas galinhas ou que tu enxergas com esta tua venda?
Ora, minha pequenina, percebes quem eu sou? Quem nós somos? Percebes para que estou aqui? Percebes meu papel nesta história?
Eu sou aquele que veio te estender a mão, te ajudar a sair do galinheiro e que te empurrarás do abismo de onde tu certamente te erguerás triunfante apoiada meramente na tua confiança e nas tuas asas.
Voe, minha cara.
Postado por Ricardo Ceratti (inspirado no texto da águia no galinheiro).
Vejo que nasceste em um galinheiro. Que lugar estranho de se encontrar uma pequena águia!
Como esta vida tem te tratado?
Difícil?
Sofres com as chacotas das galinhas, com as privações que te são impostas, com o riso debochado – o cacarejo -, com tua liberdade minúscula, com as críticas destrutivas que anseiam por chegar aos teus ouvidos, com as intrigas, com o cerco constante que objetiva a manutenção de tua prisão invisível, com as agressões físicas que nada são comparadas com as constantes agressões psicológicas.
Percebo bem teu sofrimento. Não preciso que me contes, me mostre. Aliás, nem preciso ver muito. Não te preocupes, percebo teu sofrimento.
Saibas que o fazem por inveja. Sim, as galinhas te invejam.
“Por que haveriam de invejar-me?” me perguntas. “Não tenho nada demais, não sou nada demais. Pelo contrário, sou muito inferior a estas galinhas!”.
É onde engana-te, pequena águia. Engana-te tanto quanto seria possível que alguém possa estar enganado!
Estas galinhas invejam-te, tenha certeza! Pois elas enxergam muito além do que teus pequenos olhos podem ver. Estas galinhas sabem muito sobre sina. Sabe que não podem mudar o que são, para sempre serão galinhas. Assim como sabem que para sempre tu serás uma águia.
Mas não se conforma com isto! Não acham que merecem ser apenas galinhas. Não acham que tu mereces ser uma águia.
Desejosas de mudar o futuro, de manipular as sinas para satisfazerem suas próprias vontades, resolvem que, se não podem elevar-se da condição de galinha, que, ao menos, tu não possas jamais alcançar teu elevado destino.
Então dedicam suas vidas a convencer-te de mentiras. Convencer-te de inferioridade, insignificância, de hierarquia. Convencer-te de lodo.
Tais galinhas jamais encontrarão felicidade em suas existências minúsculas. Ignoram o fato de que podem sim elevarem-se. Que podem modificar a própria sina e tornarem-se grandiosas. E o que há de errado em ser uma galinha grandiosa? Não é vergonha alguma.
Porém sequer consideram a existência de tal possibilidade. A busca por crescimento se faz muito trabalhoso para mentes minúsculas. Tão mais ao alcance da mão é reduzir alguma existência superior.
Mais ao alcance da mão, sim. Satisfatório, jamais. Enganam-se constantemente de que isto as trará a felicidade que acreditam merecer. A felicidade não vem. Pelo contrário, afundam pouco a pouco no lodo que criaram especialmente para ti. Mas não percebem! Continuam a afundar. Afundar e se enganar.
Com o passar do tempo nem todos os esforços de todas as galinhas do mundo bastarão para castrar-te. Crescerás e inevitavelmente tomarás conhecimento (mesmo que reduzido) de sua própria natureza.
Crescerás e aprenderás a estufar o peito e a alçar vôo mesmo no lodo. Enquanto isto, as galinhas, que cada vez mais se atolam no lodo, percebem que não podem fazer o mesmo que tu fazes. Acabam por encontrarem cada vez mais dificuldade de sobreviverem nas armadilhas que criaram para te prender.
E, um dia, tu alçarás vôo e deixará para sempre este ninho que tanto trabalhou para te tornar as asas curtas. Poderás, então, voar livremente na altura que bem desejares. Afinal, és uma águia!
Eu imagino o que estejas a pensar, pequena águia. “Como ele poderia saber destas coisas? De certo inventa o que fala! Impossível que veja tanta coisa com tanta clareza enquanto eu não vejo nem uma mínima porção do que fala! Como poderias ver o que diz ver?”.
Ah, a resposta é bem mais simples do que possas imaginar, pequena águia! Ora, não percebes que também sou uma águia? Que consigo perceber um membro de minha espécie? Que também tive meus dias de galinheiro? Que, do meu vôo alto consigo enxergar infinitamente mais que estas galinhas ou que tu enxergas com esta tua venda?
Ora, minha pequenina, percebes quem eu sou? Quem nós somos? Percebes para que estou aqui? Percebes meu papel nesta história?
Eu sou aquele que veio te estender a mão, te ajudar a sair do galinheiro e que te empurrarás do abismo de onde tu certamente te erguerás triunfante apoiada meramente na tua confiança e nas tuas asas.
Voe, minha cara.
Postado por Ricardo Ceratti (inspirado no texto da águia no galinheiro).
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Pára-choque do caminhão do Tio Ricardo XV.
O que é almejado não pode ser encontrado ao trilhar a direção contrária.
Postado por Ricardo Ceratti.
Postado por Ricardo Ceratti.
terça-feira, 14 de julho de 2009
Auto-sabotagem.
É de se impressionar o quanto as pessoas não se consideram merecedoras de felicidade.
Não admitimos isso nem para nós mesmos, obviamente.
Mas, no fundo nos sabotamos de forma a estragar as coisas boas que surgem em nossas vidas.
Sem hipocrisia aqui, eu devo ter ganhado medalhas e mais medalhas em auto-sabotagem. Ao menos se estas medalhas tivessem algum valor...
Depois que a sabotagem passa, que o pensamento muda, que os interesses são outros, são de progresso e de felicidade e não mais de atraso e continuar na miséria, que nos damos conta do absurdo. Muito comum neste momento é o pensamento "mas, que diabos eu tinha na cabeça?" ou "sinceramente não consigo entender por que eu fiz isso".
Realmente, um mistério. E, para mim, até bem pouco tempo atrás realmente foi um mistério.
O fato é que acabamos por não nos amarmos e respeitarmos o suficiente para permitir que nossa vida se torne algo realmente bom.
Baixa auto-estima, culpa, traumas. O sentimento de não merecimento é constante e, muitas vezes, oculto.
Nos punimos. Não, obrigado, eu não mereço.
Talvez parte da culpa seja dessa nossa cultura controversa, onde precisamos sempre estar competindo com os outros, sempre precisando ser os melhores, ao mesmo tempo que "é feio" desfrutar do nosso lugar ao sol, é feio ter dinheiro, ser bem sucedido, ser feliz... sucita inveja.
E inveja sucita ataques, sejam abertos ou camuflados.
Alguns podem sucumbir aos ataques. Outros podem não achar que resistiriam aos ataques. Outros podem simplesmente achar melhor evitá-los.
O que melhor para evitar tais ataques do que a mediocridade? Ficar "fora do radar".
Outra explicação pode ser o que nos foi ensinado. Ora, alguém que é convencido de ser um monstro, causador da infelicidade alheia, certamente não se sentirá com direito algum de ser feliz. Muito pelo contrário, deve ser infeliz, pagar pelos pecados que o convenceram de que cometeu. A "rendição" só vem através da clara demonstração de submissão e demonstrar visivelmente o sofrimento e infelicidade. Talvez assim, um dia, venha a terminar de cumprir sua pena, sua dívida, e poder construir algo para si.
Existe, também, aqueles que conseguem disfarçar a humildade. Aqueles que se sabotam enquanto fingem se sentirem superiores, que não se importam com nada, que os outros que sairam perdendo, quando, no fundo, sentem a dor de nunca construir nada para si, de nunca se permitir construir ou se deixar merecer.
Obviamente que existem aquelas pessoas que realmente não merecem. Não que eu conheça gente assim, mas tenho a imagem de que estas pessoas se permitem mais do que as outras, talvez por não saberem o que significa "consciência", talvez por eu ser enganável o suficiente para acreditar.
O fato é que perdi muito tempo me odiando, afastando as pessoas da minha vida, destruindo as oportunidades que me surgiam, me flagelando.
Agora percebo que realmente foi perda de tempo. Foi por tolice. Tolice que seria facilmente dissipada se eu tivesse, na época, a coragem suficiente para olhar para mim com sobriedade, ver o que estava errado e ter a vergonha na cara de lutar para mudar, para melhorar.
Acho que esta coragem e vergonha na cara me tardaram demais para darem sinal de vida.
Espero que as outras pessoas tenham mais "sorte". Espero ter incentivado, pelo menos uma pessoa, a desperdiçar pelo menos 1 minuto a menos de sua vida.
Vamos deixar que nos punam quem tem o direito de nos punir. Sem essa de fazer o trabalho dos outros, ok?
Postado por Ricardo Ceratti.
Não admitimos isso nem para nós mesmos, obviamente.
Mas, no fundo nos sabotamos de forma a estragar as coisas boas que surgem em nossas vidas.
Sem hipocrisia aqui, eu devo ter ganhado medalhas e mais medalhas em auto-sabotagem. Ao menos se estas medalhas tivessem algum valor...
Depois que a sabotagem passa, que o pensamento muda, que os interesses são outros, são de progresso e de felicidade e não mais de atraso e continuar na miséria, que nos damos conta do absurdo. Muito comum neste momento é o pensamento "mas, que diabos eu tinha na cabeça?" ou "sinceramente não consigo entender por que eu fiz isso".
Realmente, um mistério. E, para mim, até bem pouco tempo atrás realmente foi um mistério.
O fato é que acabamos por não nos amarmos e respeitarmos o suficiente para permitir que nossa vida se torne algo realmente bom.
Baixa auto-estima, culpa, traumas. O sentimento de não merecimento é constante e, muitas vezes, oculto.
Nos punimos. Não, obrigado, eu não mereço.
Talvez parte da culpa seja dessa nossa cultura controversa, onde precisamos sempre estar competindo com os outros, sempre precisando ser os melhores, ao mesmo tempo que "é feio" desfrutar do nosso lugar ao sol, é feio ter dinheiro, ser bem sucedido, ser feliz... sucita inveja.
E inveja sucita ataques, sejam abertos ou camuflados.
Alguns podem sucumbir aos ataques. Outros podem não achar que resistiriam aos ataques. Outros podem simplesmente achar melhor evitá-los.
O que melhor para evitar tais ataques do que a mediocridade? Ficar "fora do radar".
Outra explicação pode ser o que nos foi ensinado. Ora, alguém que é convencido de ser um monstro, causador da infelicidade alheia, certamente não se sentirá com direito algum de ser feliz. Muito pelo contrário, deve ser infeliz, pagar pelos pecados que o convenceram de que cometeu. A "rendição" só vem através da clara demonstração de submissão e demonstrar visivelmente o sofrimento e infelicidade. Talvez assim, um dia, venha a terminar de cumprir sua pena, sua dívida, e poder construir algo para si.
Existe, também, aqueles que conseguem disfarçar a humildade. Aqueles que se sabotam enquanto fingem se sentirem superiores, que não se importam com nada, que os outros que sairam perdendo, quando, no fundo, sentem a dor de nunca construir nada para si, de nunca se permitir construir ou se deixar merecer.
Obviamente que existem aquelas pessoas que realmente não merecem. Não que eu conheça gente assim, mas tenho a imagem de que estas pessoas se permitem mais do que as outras, talvez por não saberem o que significa "consciência", talvez por eu ser enganável o suficiente para acreditar.
O fato é que perdi muito tempo me odiando, afastando as pessoas da minha vida, destruindo as oportunidades que me surgiam, me flagelando.
Agora percebo que realmente foi perda de tempo. Foi por tolice. Tolice que seria facilmente dissipada se eu tivesse, na época, a coragem suficiente para olhar para mim com sobriedade, ver o que estava errado e ter a vergonha na cara de lutar para mudar, para melhorar.
Acho que esta coragem e vergonha na cara me tardaram demais para darem sinal de vida.
Espero que as outras pessoas tenham mais "sorte". Espero ter incentivado, pelo menos uma pessoa, a desperdiçar pelo menos 1 minuto a menos de sua vida.
Vamos deixar que nos punam quem tem o direito de nos punir. Sem essa de fazer o trabalho dos outros, ok?
Postado por Ricardo Ceratti.
domingo, 12 de julho de 2009
Caminhos.
É muito mais fácil se lamentar pelas coisas que não estão boas em nossas vidas, culpar os outros ou ficar achando que não tem solução, do que se reestruturar, se conhecer, mexer em si próprio, nos valores, nos objetivos, enfim, em toda a vida.
Nos fechamos para mudança e colocamos cada vez mais coisas a serem apoiadas pelos nossos já desgastados pilares.
E assim o pensamento vai ficando cade vez mais fechado, mais fundamentalista. Cada vez mais não aceitamos outra opinião, cada vez mais mostramos os dentes para quem nos questiona, cada vez mais sentimos um inexplicável ódio mortal por quem é diferente, ou mais ainda, por que se repensou e agora é bem resolvido.
Quanto mais tempo a mudança é adiada, mais difícil ela se torna, mais medo ela provoca, mais se acha que não vale a pena. Também, maiores vão ficando as frustrações.
Chega um ponto onde simplesmente é tarde demais para mudar. Simplesmente a vida INTEIRA está apoiada sobre aqueles apodrecidos pilares. E agora? Como abrir mão de algo, quando "algo" é tudo e "tudo" é a si próprio? Como mudar algo e ficar sem nada? Ficar nu. Totalmente despido de valores, crenças, conceitos e preconceitos, relacionamentos, etc.
Tarde demais... é como guardar uma fruta para mais tarde, como se fosse o maior tesouro do mundo. E seguir mantendo-a mesmo depois que o tempo a murchou, a apodreceu. Mesmo depois de claramente não servindo de mais nada. Não sendo mais nada, nada além de um símbolo de algo que um dia pareceu bom, certo. Um símbolo para levar consigo para toda vida. Um lembrete eterno de que não saiu do caminho errado, que seguiu obstinadamente em diração ao precipício da própria existência.
E o pior de tudo é que na maioria das vezes as pessoas conseguem enxergar, mesmo que de relance, que tem algo errado, que precisam mudar, mas acabam optando pela mentira para si. Ah, e cada dia que passa deve ser um "e se..." infernal!
Então, para aguentar este "e se" as distorções começam a ocorrer. Aquilo que falei lá no início. As coisas começam a ser culpa dos outros, como as crianças pequenas acreditam. Começa a busca insana para se cegar, para se convencer de que fez a escolha certa, de buscar motivos para continuar no mesmo caminho! Mesmo que no fundo saibam que este caminho não irá adiante, não resolverá nada, nada melhorará.
"O mundo conspira contra mim!"
"As pessoas só podem fazer isso pra me prejudicar!"
Sim, tamanha é a importância de um-sete-bilhões-avos de existência, né?
Ah, se ao menos tivessem feito aquela curva.
Como seria?
Seria muito trabalhoso, isso eu admito!
Daria muito trabalho, seria muito sofrido, exigiria uma imensa força de vontade. muitas coisas e pessoas seriam perdidas no meio do caminho. Toda mudança tem seu preço. TUDO tem seu preço.
Mas a mudança utilizaria as coisas perdidas como adubo, para criar coisas muito melhores! A felicidade de conhecer a si mesmo não tem preço! Fazer o que se quer, entender o motivo do que faz, se entender, se aceitar, se amar.
Não, realmente, não há nada no mundo que pague isto!
Comicamente tenho percebido muita tristeza nas pessoas que olham para si, que pensam a respeito das coisas.
Admito que cheguei a considerar o caminho da ignorância. Os ignorantes parecem tão felizes, convencendo a si próprios de como são bons no que fazem, de como são felizes, de como suas vidas banais são interessantes e divertidas.
Mas, me dei conta de algo muito importante. Enquanto ignorante é possível esconder (especialmente de si) a tristeza, mas nunca se conhecerá a felicidade por não se permitir procurar pelo caminho que leva até ela. Por outro lado, pensar dói, mostra tudo que está errado, dá aquela sensação de estar sozinho, abandonado, de que não dará conta, "é muita coisa", é muito longe... E esta tristeza é muito mais complicada de camuflar. Porém, estes sabem por onde ir e muitos encontram a determinação para trilhar até o fim. Sem olhar para trás.
Realmente, prefiro seguir no caminho, por mais doloroso que seja.
Tenho fé de encontrar a miha felicidade. A felicidade verdadeira.
A encontrando, nem que seja no meu último dia de existência, já me darei por satisfeito com o quanto fui capaz de alcançar.
Postado por Ricardo Ceratti.
Nos fechamos para mudança e colocamos cada vez mais coisas a serem apoiadas pelos nossos já desgastados pilares.
E assim o pensamento vai ficando cade vez mais fechado, mais fundamentalista. Cada vez mais não aceitamos outra opinião, cada vez mais mostramos os dentes para quem nos questiona, cada vez mais sentimos um inexplicável ódio mortal por quem é diferente, ou mais ainda, por que se repensou e agora é bem resolvido.
Quanto mais tempo a mudança é adiada, mais difícil ela se torna, mais medo ela provoca, mais se acha que não vale a pena. Também, maiores vão ficando as frustrações.
Chega um ponto onde simplesmente é tarde demais para mudar. Simplesmente a vida INTEIRA está apoiada sobre aqueles apodrecidos pilares. E agora? Como abrir mão de algo, quando "algo" é tudo e "tudo" é a si próprio? Como mudar algo e ficar sem nada? Ficar nu. Totalmente despido de valores, crenças, conceitos e preconceitos, relacionamentos, etc.
Tarde demais... é como guardar uma fruta para mais tarde, como se fosse o maior tesouro do mundo. E seguir mantendo-a mesmo depois que o tempo a murchou, a apodreceu. Mesmo depois de claramente não servindo de mais nada. Não sendo mais nada, nada além de um símbolo de algo que um dia pareceu bom, certo. Um símbolo para levar consigo para toda vida. Um lembrete eterno de que não saiu do caminho errado, que seguiu obstinadamente em diração ao precipício da própria existência.
E o pior de tudo é que na maioria das vezes as pessoas conseguem enxergar, mesmo que de relance, que tem algo errado, que precisam mudar, mas acabam optando pela mentira para si. Ah, e cada dia que passa deve ser um "e se..." infernal!
Então, para aguentar este "e se" as distorções começam a ocorrer. Aquilo que falei lá no início. As coisas começam a ser culpa dos outros, como as crianças pequenas acreditam. Começa a busca insana para se cegar, para se convencer de que fez a escolha certa, de buscar motivos para continuar no mesmo caminho! Mesmo que no fundo saibam que este caminho não irá adiante, não resolverá nada, nada melhorará.
"O mundo conspira contra mim!"
"As pessoas só podem fazer isso pra me prejudicar!"
Sim, tamanha é a importância de um-sete-bilhões-avos de existência, né?
Ah, se ao menos tivessem feito aquela curva.
Como seria?
Seria muito trabalhoso, isso eu admito!
Daria muito trabalho, seria muito sofrido, exigiria uma imensa força de vontade. muitas coisas e pessoas seriam perdidas no meio do caminho. Toda mudança tem seu preço. TUDO tem seu preço.
Mas a mudança utilizaria as coisas perdidas como adubo, para criar coisas muito melhores! A felicidade de conhecer a si mesmo não tem preço! Fazer o que se quer, entender o motivo do que faz, se entender, se aceitar, se amar.
Não, realmente, não há nada no mundo que pague isto!
Comicamente tenho percebido muita tristeza nas pessoas que olham para si, que pensam a respeito das coisas.
Admito que cheguei a considerar o caminho da ignorância. Os ignorantes parecem tão felizes, convencendo a si próprios de como são bons no que fazem, de como são felizes, de como suas vidas banais são interessantes e divertidas.
Mas, me dei conta de algo muito importante. Enquanto ignorante é possível esconder (especialmente de si) a tristeza, mas nunca se conhecerá a felicidade por não se permitir procurar pelo caminho que leva até ela. Por outro lado, pensar dói, mostra tudo que está errado, dá aquela sensação de estar sozinho, abandonado, de que não dará conta, "é muita coisa", é muito longe... E esta tristeza é muito mais complicada de camuflar. Porém, estes sabem por onde ir e muitos encontram a determinação para trilhar até o fim. Sem olhar para trás.
Realmente, prefiro seguir no caminho, por mais doloroso que seja.
Tenho fé de encontrar a miha felicidade. A felicidade verdadeira.
A encontrando, nem que seja no meu último dia de existência, já me darei por satisfeito com o quanto fui capaz de alcançar.
Postado por Ricardo Ceratti.
sábado, 11 de julho de 2009
A busca pela cegueira.
O maior problema não é não ver a dor alheia, não enxergar pelo que a pessoa está passando, não perceber os pedidos de ajuda, não notar o que há de errado, de injusto, não se dar conta da insanidade, etc..
O maior problema é quando as pessoas não querem ter olhos para estas coisas, quando se opta pela cegueira, já que enxergar é se incomodar, se mobilizar, é ter que fazer algo a respeito.
Tão mais fácil acreditar que tudo está bem, que tudo é banal, exagero...
Só se permitem perceber quando já é tarde demais, depois que alguma desgraça acontece. Só quando não adianta mais nada.
Bonito.
Postado por Ricardo Ceratti.
O maior problema é quando as pessoas não querem ter olhos para estas coisas, quando se opta pela cegueira, já que enxergar é se incomodar, se mobilizar, é ter que fazer algo a respeito.
Tão mais fácil acreditar que tudo está bem, que tudo é banal, exagero...
Só se permitem perceber quando já é tarde demais, depois que alguma desgraça acontece. Só quando não adianta mais nada.
Bonito.
Postado por Ricardo Ceratti.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
País sério.
Eu moro num país muito sério.
Por aqui as pessoas são honestas.
Por aqui o trabalhador é beneficiado.
Por aqui o justo é recompensado.
Por aqui as pessoas se tratam bem.
Por aqui as coisas tem cabimento.
Por aqui as leis são criadas para o progresso.
Por aqui as leis são cumpridas por todos e fiscalizadas adequadamente.
Por aqui tudo funciona como deveria, funciona de maneira suave e eficaz.
Por aqui nosso governo é justo.
Por aqui a democracia está bem estabelecida, não sofre ameaças.
Por aqui os governantes pensam no progresso da nação e no bem da população.
É um país maravilhoso!
Um país onde ser flanelinha foi legalizado como profissão.
Um país onde o diploma de jornalista não vale nada.
Um país onde existem leis contraditórias.
Um país onde o presidente toma atitudes inconstitucionais. Onde as decisões são inconstitucionais. As novas leis decidem ter poder por si próprias e funcionam retroativamente de forma prejudicial.
Um país onde todos são espertos e tentam tirar proveito dos outros.
Um país onde só se constroem obras que terminam em quatro anos. Onde tudo que se faz tem por objetivo de conseguir publicidade política para a próxima eleição.
Um país onde ganhar as eleições nem é tão difícil assim! Basta instaurar um sistema que alimenta a si próprio. Como? Incentive o povão a se reproduzir. Incentive o povão a não estudar ou trabalhar, dando bolsas e mais bolsas. Dê comida, dinheiro, moradia. De graça? Er... mais ou menos. É de "graça" pra mostrar como tu é bonzinho e que "não custa nada receber uns votos em retribuição", né? Quanto mais ignorantes compráveis existirem, melhor!
Um país onde errado é quem trabalha, quem não rouba, não sacaneia.
Um país onde aqueles que estão no poder roubam milhões, debocham de CPI's e saem ilesos. Onde a maior penalidade que se tem para estes sujeitos é perder o cargo, ficar quieto por uns anos e voltar a se candidata uma ou meia década depois. Prisão? Prisão é pra quem quer formar quadrilha, ter celular, controlar um bocado do país, ter luxos, festas que "ninguém viu", ser intocável. E o que acontece com aqueles que roubam um pão e leite na padaria? Levam tiro na cabeça por trás de uma viatura. Justo!
Um país onde se tentou desarmar o cidadão através de plebiscito. Falhou, e agora? Tranqüilo! Basta instaurar na camufla políticas pró-desarmamento.
Aprendeu a lição? Ótimo! Agora aplique para todas áreas que convir. Destruir a liberdade de expressão? Dá também! Conseguir apoio popular com migalhas? BARBADA!
Mas... tudo isso, não entendo. Qual o objetivo?
Será que tirar as armas, liberdade de expressão e ganhar o apoio das massas tem um objetivo?
Já ouvi essa história antes. Quem mesmo? Só não entendendo NADA de história pra não perceber.
Ah, mas isso já temos! A maioria da nação já foi debiloidizada o suficiente!
E quem não foi?
Acabou por aderir a uma mentalidade individualista, de se preocupar somente consigo e de ser totalmente alienado (ora, eu admito, sou bem alienado!).
Sem vínculos, sem união, sem força.
E os que restam? Temos os preguiçosos demais para fazer algo, os que acham que não podem mudar nada, os que são tachados de "paranóicos", os que futuramente sumirão e aqueles que desistem e vão embora do lodo.
É, isso que é país sério! Tenho muito orgulho de ser brasileiro!
Postado por Ricardo Ceratti.
Por aqui as pessoas são honestas.
Por aqui o trabalhador é beneficiado.
Por aqui o justo é recompensado.
Por aqui as pessoas se tratam bem.
Por aqui as coisas tem cabimento.
Por aqui as leis são criadas para o progresso.
Por aqui as leis são cumpridas por todos e fiscalizadas adequadamente.
Por aqui tudo funciona como deveria, funciona de maneira suave e eficaz.
Por aqui nosso governo é justo.
Por aqui a democracia está bem estabelecida, não sofre ameaças.
Por aqui os governantes pensam no progresso da nação e no bem da população.
É um país maravilhoso!
Um país onde ser flanelinha foi legalizado como profissão.
Um país onde o diploma de jornalista não vale nada.
Um país onde existem leis contraditórias.
Um país onde o presidente toma atitudes inconstitucionais. Onde as decisões são inconstitucionais. As novas leis decidem ter poder por si próprias e funcionam retroativamente de forma prejudicial.
Um país onde todos são espertos e tentam tirar proveito dos outros.
Um país onde só se constroem obras que terminam em quatro anos. Onde tudo que se faz tem por objetivo de conseguir publicidade política para a próxima eleição.
Um país onde ganhar as eleições nem é tão difícil assim! Basta instaurar um sistema que alimenta a si próprio. Como? Incentive o povão a se reproduzir. Incentive o povão a não estudar ou trabalhar, dando bolsas e mais bolsas. Dê comida, dinheiro, moradia. De graça? Er... mais ou menos. É de "graça" pra mostrar como tu é bonzinho e que "não custa nada receber uns votos em retribuição", né? Quanto mais ignorantes compráveis existirem, melhor!
Um país onde errado é quem trabalha, quem não rouba, não sacaneia.
Um país onde aqueles que estão no poder roubam milhões, debocham de CPI's e saem ilesos. Onde a maior penalidade que se tem para estes sujeitos é perder o cargo, ficar quieto por uns anos e voltar a se candidata uma ou meia década depois. Prisão? Prisão é pra quem quer formar quadrilha, ter celular, controlar um bocado do país, ter luxos, festas que "ninguém viu", ser intocável. E o que acontece com aqueles que roubam um pão e leite na padaria? Levam tiro na cabeça por trás de uma viatura. Justo!
Um país onde se tentou desarmar o cidadão através de plebiscito. Falhou, e agora? Tranqüilo! Basta instaurar na camufla políticas pró-desarmamento.
Aprendeu a lição? Ótimo! Agora aplique para todas áreas que convir. Destruir a liberdade de expressão? Dá também! Conseguir apoio popular com migalhas? BARBADA!
Mas... tudo isso, não entendo. Qual o objetivo?
Será que tirar as armas, liberdade de expressão e ganhar o apoio das massas tem um objetivo?
Já ouvi essa história antes. Quem mesmo? Só não entendendo NADA de história pra não perceber.
Ah, mas isso já temos! A maioria da nação já foi debiloidizada o suficiente!
E quem não foi?
Acabou por aderir a uma mentalidade individualista, de se preocupar somente consigo e de ser totalmente alienado (ora, eu admito, sou bem alienado!).
Sem vínculos, sem união, sem força.
E os que restam? Temos os preguiçosos demais para fazer algo, os que acham que não podem mudar nada, os que são tachados de "paranóicos", os que futuramente sumirão e aqueles que desistem e vão embora do lodo.
É, isso que é país sério! Tenho muito orgulho de ser brasileiro!
Postado por Ricardo Ceratti.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Algoz.
Só existe uma pessoa que pode te derrotar.
Que pode realmente acabar contigo, te deixar na miséria.
Uma pessoa que sempre pôde e sempre poderá.
Que pode te derrotar sem o menor esforço e, muitas vezes até mesmo sem ter intenção.
Que te derrota de formas indiretas, que te derrota atavés dos outros.
Que te torna um "derrotado" em todos sentidos da palavra.
Uma pessoa de quem jamais conseguirás fugir ou te afastar.
Esta pessoa tão poderosa contra ti não é ninguém além de tu mesmo.
Podes não ser quem mais te fere ou agride, mas és tu o teu maior algoz.
Postado por Ricardo Ceratti.
Que pode realmente acabar contigo, te deixar na miséria.
Uma pessoa que sempre pôde e sempre poderá.
Que pode te derrotar sem o menor esforço e, muitas vezes até mesmo sem ter intenção.
Que te derrota de formas indiretas, que te derrota atavés dos outros.
Que te torna um "derrotado" em todos sentidos da palavra.
Uma pessoa de quem jamais conseguirás fugir ou te afastar.
Esta pessoa tão poderosa contra ti não é ninguém além de tu mesmo.
Podes não ser quem mais te fere ou agride, mas és tu o teu maior algoz.
Postado por Ricardo Ceratti.
sábado, 13 de junho de 2009
Alguém que valha a pena se declarar...
Não há nada nessa vida como ter alguém com quem se pode contar.
Alguém que vai te ajudar quando tu precisar, sem precisar pedir.
Alguém que vai te dar cobertura sempre.
Alguém que vai defender com a própria vida teu flanco mais desprotegido.
Alguém pra quem voltar no final do dia, da batalha, da guerra.
Alguém com quem se possa ter cumplicidade.
Alguém em quem confiar.
Alguém para admirar.
Alguém para amar.
Alguém que vai te curar dos ferimentos.
Alguém com quem compartilhar objetivos, construir algo.
Alguém que é tão a si que acaba sendo tu mais do que tu mesmo és.
Acima de tudo, alguém que mereça retribuição de todas estas coisas, sem a menor indecisão, a menor dúvida, não sendo nem um pouco sacrifício, esforço. Alguém por quem se tem prazer em retribuir a lealdade.
É... alguém para amar, sem dúvida.
E esta pessoa para mim completou mais um ano de vida. É um dia especial pra mim. É o dia que nasceu minha esperança de que o mundo pode ser melhor e a vida pode ser boa independente das inúmeras guerras diárias.
Certamente uma data a se comemorar.
Parabéns, meu amor! (eu não gosto de post-declaração, mas hoje merece)
Postado por Ricardo Ceratti.
Alguém que vai te ajudar quando tu precisar, sem precisar pedir.
Alguém que vai te dar cobertura sempre.
Alguém que vai defender com a própria vida teu flanco mais desprotegido.
Alguém pra quem voltar no final do dia, da batalha, da guerra.
Alguém com quem se possa ter cumplicidade.
Alguém em quem confiar.
Alguém para admirar.
Alguém para amar.
Alguém que vai te curar dos ferimentos.
Alguém com quem compartilhar objetivos, construir algo.
Alguém que é tão a si que acaba sendo tu mais do que tu mesmo és.
Acima de tudo, alguém que mereça retribuição de todas estas coisas, sem a menor indecisão, a menor dúvida, não sendo nem um pouco sacrifício, esforço. Alguém por quem se tem prazer em retribuir a lealdade.
É... alguém para amar, sem dúvida.
E esta pessoa para mim completou mais um ano de vida. É um dia especial pra mim. É o dia que nasceu minha esperança de que o mundo pode ser melhor e a vida pode ser boa independente das inúmeras guerras diárias.
Certamente uma data a se comemorar.
Parabéns, meu amor! (eu não gosto de post-declaração, mas hoje merece)
Postado por Ricardo Ceratti.
Frase
Começando uma série de frases que eu acabo soltando quando converso com pessoas inteligentes.
Algumas vezes acho que me cobro demais, todas outras vezes acho que me cobro de menos.
Postado por Ricardo Ceratti.
Algumas vezes acho que me cobro demais, todas outras vezes acho que me cobro de menos.
Postado por Ricardo Ceratti.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Vida Turbo.
Nossa noção de tempo é tão esquisita.
Passamos 18 anos esperando por ter os tão esperados 18 de uma vez.
Finalmente poderemos entrar nas festas, beber, tirar carteira!!!
Pareceu uma eternidade! Duas, talvez.
E então passa-se dos 18 anos.
Parece que liga um turbo.
Logo já se tem 19. Um pouquinho e 20. Mais um tantinho, 21. Respira mais fundo e já fez 22. Pisca e chegou nos 23. E assim vai. Cada vez mais rápido. Cada vez se sente menos o passar do tempo.
O que antes parecia não querer passar, agora parece desesperado por escoar por entre as mãos.
Não consigo definir o motivo disso, mas consigo imaginar algumas hipóteses.
Talvez seja por não termos mais pressa para tudo. Passamos a fazer as coisas com a calma que a maturidade traz. E, talvez isso faça passar mais tempo.
Talvez não tenhamos mais todo aquele "pique" de antes, aquela energia. A preguiça começa a se aninhar.
Talvez a vida comece a nos cobrar as obrigações. A rotina, as "coisas chatas" acabam nos ocupando boa parte do tempo, que nem sentimos o tempo passar, pelo menos não sentimos ele passar da maneira que gostaríamos, ou seja, fazendo coisas que realmente gostamos, que nos dão prazer.
É... talvez a falta de tempo pra tocar pra frente os projetos paralelos, não vê-los se desenvolver, contribuam para a sensação de que o tempo passou muito rápido. Não ter conseguido fazer o que queria, não ter dado tempo de fazer o que gostaria.
Talvez tenhamos nos acostumados a fazer as coisas no automático, a fazer por fazer, a não ver a hora de tudo terminar. Não ver a hora da semana acabar, pra supercompensá-la no final de semana. Logo, nem durante o final de semana realmente se tem tempo para si. Isso quando não é preciso extender as obrigações da semana para o final de semana.
Talvez a vida esteja nos trazendo tanto desgosto que preferimos não olhar diretamente para ela. Não saborear, e sim, engolir.
Esse desgosto tem uma repercussão bem contraditória. Geralmente o desgosto vem do excesso de trabalho em função de ganhar dinheiro. Enquanto a forma geralmente encontrada para resolver esse desgoto é... gastar! Bem vindo ao Ciclo Vicioso.
Talvez seja falta de tempo, talvez seja conformismo, talvez seja pelo distanciamento com a própria vida, talvez seja a vagareza, talvez seja a falta de fôlego, ou, talvez, seja muito pior, talvez não passe do funeral dos sonhos.
Postado por Ricardo Ceratti.
Passamos 18 anos esperando por ter os tão esperados 18 de uma vez.
Finalmente poderemos entrar nas festas, beber, tirar carteira!!!
Pareceu uma eternidade! Duas, talvez.
E então passa-se dos 18 anos.
Parece que liga um turbo.
Logo já se tem 19. Um pouquinho e 20. Mais um tantinho, 21. Respira mais fundo e já fez 22. Pisca e chegou nos 23. E assim vai. Cada vez mais rápido. Cada vez se sente menos o passar do tempo.
O que antes parecia não querer passar, agora parece desesperado por escoar por entre as mãos.
Não consigo definir o motivo disso, mas consigo imaginar algumas hipóteses.
Talvez seja por não termos mais pressa para tudo. Passamos a fazer as coisas com a calma que a maturidade traz. E, talvez isso faça passar mais tempo.
Talvez não tenhamos mais todo aquele "pique" de antes, aquela energia. A preguiça começa a se aninhar.
Talvez a vida comece a nos cobrar as obrigações. A rotina, as "coisas chatas" acabam nos ocupando boa parte do tempo, que nem sentimos o tempo passar, pelo menos não sentimos ele passar da maneira que gostaríamos, ou seja, fazendo coisas que realmente gostamos, que nos dão prazer.
É... talvez a falta de tempo pra tocar pra frente os projetos paralelos, não vê-los se desenvolver, contribuam para a sensação de que o tempo passou muito rápido. Não ter conseguido fazer o que queria, não ter dado tempo de fazer o que gostaria.
Talvez tenhamos nos acostumados a fazer as coisas no automático, a fazer por fazer, a não ver a hora de tudo terminar. Não ver a hora da semana acabar, pra supercompensá-la no final de semana. Logo, nem durante o final de semana realmente se tem tempo para si. Isso quando não é preciso extender as obrigações da semana para o final de semana.
Talvez a vida esteja nos trazendo tanto desgosto que preferimos não olhar diretamente para ela. Não saborear, e sim, engolir.
Esse desgosto tem uma repercussão bem contraditória. Geralmente o desgosto vem do excesso de trabalho em função de ganhar dinheiro. Enquanto a forma geralmente encontrada para resolver esse desgoto é... gastar! Bem vindo ao Ciclo Vicioso.
Talvez seja falta de tempo, talvez seja conformismo, talvez seja pelo distanciamento com a própria vida, talvez seja a vagareza, talvez seja a falta de fôlego, ou, talvez, seja muito pior, talvez não passe do funeral dos sonhos.
Postado por Ricardo Ceratti.
Relações de Poder.
Relações de poder, por mais duradora que possa parecer, são tênues e finitas.
Eventualmente o jogo irá virar.
E... quando virar, você, que tanto abusou do poder, espera mesmo que aquela pessoa a quem você outrora tratava com tanta tirania irá lhe ser justa? Democrática? Lhe respeitará e pensará no seu melhor?
É, talvez seja hora de pensar melhor.
Talvez seja uma boa idéia pensar duas vezes antes de sair pisoteando pessoinhas.
Como vossa realeza se sentirá quando vossa estátua for derrubada? Quando vosso reinado terminar? Quando a deposição acontecer? Quando os oprimidos clamarem por retribuição ao opressor?
Postado por Ricardo Ceratti.
Eventualmente o jogo irá virar.
E... quando virar, você, que tanto abusou do poder, espera mesmo que aquela pessoa a quem você outrora tratava com tanta tirania irá lhe ser justa? Democrática? Lhe respeitará e pensará no seu melhor?
É, talvez seja hora de pensar melhor.
Talvez seja uma boa idéia pensar duas vezes antes de sair pisoteando pessoinhas.
Como vossa realeza se sentirá quando vossa estátua for derrubada? Quando vosso reinado terminar? Quando a deposição acontecer? Quando os oprimidos clamarem por retribuição ao opressor?
Postado por Ricardo Ceratti.
domingo, 10 de maio de 2009
Liberdade.
Hoje me dei conta da diferença que é fazer algo forçado ou pela própria vontade.
Durante minha infância eu era obrigado a passar, por exemplo, dia das mães com minha avó.
Eu, como bom aborrecente mala, achava aquilo uma tortura, uma tirania.
Então, um belo ano minha mãe falou que dali em diante eu iria somente se eu quisesse. Aproveitou e me explicou da importância que tinha para ela e para minha avó, já bem velhinha.
De lá pra cá, por vontade própria, não teve um ano sequer que eu não fui.
E nunca mais achei uma tortura, passei a achar até legal socializar com primos e tios.
A diferença que faz quando nos dão o direito de decidirmos e nos responsabilizarmos pela nossa própria vida. Quando somos respeitados, tratados como capazes de pensar por si.
E tem gente que ainda acredita que ficar mandando e desmandando é a melhor forma de educar... vai entender.
Postado por Ricardo Ceratti.
Durante minha infância eu era obrigado a passar, por exemplo, dia das mães com minha avó.
Eu, como bom aborrecente mala, achava aquilo uma tortura, uma tirania.
Então, um belo ano minha mãe falou que dali em diante eu iria somente se eu quisesse. Aproveitou e me explicou da importância que tinha para ela e para minha avó, já bem velhinha.
De lá pra cá, por vontade própria, não teve um ano sequer que eu não fui.
E nunca mais achei uma tortura, passei a achar até legal socializar com primos e tios.
A diferença que faz quando nos dão o direito de decidirmos e nos responsabilizarmos pela nossa própria vida. Quando somos respeitados, tratados como capazes de pensar por si.
E tem gente que ainda acredita que ficar mandando e desmandando é a melhor forma de educar... vai entender.
Postado por Ricardo Ceratti.
É proibido sorrir.
Engraçado como os valores são...
Andei reparando nas diferentes reações das pessoas quando o assunto é ter pressa para fazer alguma coisa.
Se temos pressa para fazer algo que gostamos, um lazer, algo bom, que dá prazer, recebemos caras (e às vezes até comentários) de desaprovação. "É um folgado mesmo!" As pessoas reagem à nossa pressa como se ansiar para tomar uma cervejinha com amigos, pegar um cinema com a namorada ou até mesmo dar uma cochilada, fosse uma coisa feia, reservada somente para os infantis ou egoístas. É feio admitir o desejo por estas coisas!
Aah! Mas se a pressa é para coisas desagradáveis todo mundo entende! Todo mundo fica super compreensivo! Precisa sair correndo uns minutinhos mais cedo pra ir trabalhar? Está angustiado por ter que estudar para uma prova? Precisa de um "arrego" por ter "paleteado" peso e mais peso durante todo final de semana? Ora, tudo bem! Não tem problema algum!
Graças à nossa cultura de só valorizar passar dificuldade, se matar trabalhando, fazer coisas não muito agradáveis, acabamos formando uma nação de mentirosos, de distorcedores da realidade.
Como?
Para não sermos "carrasqueados" pelo julgamento alheio, exageramos nossas dificuldades, nos "coitadinhizamos". Tem que dar uma revisadinha antes da prova? "Aaah, tenho uma prova super difícil, vai cair meio mundo nela! Não tive nem tempo de estudar direito!" (Oh, drama, drama).
E, pelo outro lado da moeda, acabamos diminuindo nossos prazeres, os tornando pesares. Vai dar uma volta com um amigo? "Ai, meu amigo está precisando conversar, ele está passando por tanta dificuldade! Não sei o que seria dele sem meu apoio constante! Pena que acaba sendo cansativo pra mim estar sempre presente" (Anmraaaaam).
E, nesse bolão acaba entrando tudo!
Feio é aquele que está bem financeiramente! Bonito é dizer que está passando necessidade!
Errado é aquele que está sem problemas na vida! Invente um, ora bolas!!!
Em alguns surge o sentimento de estar errado por se sentir bem e estar vivendo bem enquanto tantos outros vivem tão mal (ou, pelo menos demonstram estar tão mal). A solução? Ficar menosprezando todos aspectos da própria vida.
E assim acabamos gastando nosso tempo e energias lidando com os problemas reais, inventando problemas, mentindo uns para os outros e nos sentindo culpados pelos momentos de felicidade, por mais breves que sejam.
Eficiente, não?
Postado por Ricardo Ceratti.
Andei reparando nas diferentes reações das pessoas quando o assunto é ter pressa para fazer alguma coisa.
Se temos pressa para fazer algo que gostamos, um lazer, algo bom, que dá prazer, recebemos caras (e às vezes até comentários) de desaprovação. "É um folgado mesmo!" As pessoas reagem à nossa pressa como se ansiar para tomar uma cervejinha com amigos, pegar um cinema com a namorada ou até mesmo dar uma cochilada, fosse uma coisa feia, reservada somente para os infantis ou egoístas. É feio admitir o desejo por estas coisas!
Aah! Mas se a pressa é para coisas desagradáveis todo mundo entende! Todo mundo fica super compreensivo! Precisa sair correndo uns minutinhos mais cedo pra ir trabalhar? Está angustiado por ter que estudar para uma prova? Precisa de um "arrego" por ter "paleteado" peso e mais peso durante todo final de semana? Ora, tudo bem! Não tem problema algum!
Graças à nossa cultura de só valorizar passar dificuldade, se matar trabalhando, fazer coisas não muito agradáveis, acabamos formando uma nação de mentirosos, de distorcedores da realidade.
Como?
Para não sermos "carrasqueados" pelo julgamento alheio, exageramos nossas dificuldades, nos "coitadinhizamos". Tem que dar uma revisadinha antes da prova? "Aaah, tenho uma prova super difícil, vai cair meio mundo nela! Não tive nem tempo de estudar direito!" (Oh, drama, drama).
E, pelo outro lado da moeda, acabamos diminuindo nossos prazeres, os tornando pesares. Vai dar uma volta com um amigo? "Ai, meu amigo está precisando conversar, ele está passando por tanta dificuldade! Não sei o que seria dele sem meu apoio constante! Pena que acaba sendo cansativo pra mim estar sempre presente" (Anmraaaaam).
E, nesse bolão acaba entrando tudo!
Feio é aquele que está bem financeiramente! Bonito é dizer que está passando necessidade!
Errado é aquele que está sem problemas na vida! Invente um, ora bolas!!!
Em alguns surge o sentimento de estar errado por se sentir bem e estar vivendo bem enquanto tantos outros vivem tão mal (ou, pelo menos demonstram estar tão mal). A solução? Ficar menosprezando todos aspectos da própria vida.
E assim acabamos gastando nosso tempo e energias lidando com os problemas reais, inventando problemas, mentindo uns para os outros e nos sentindo culpados pelos momentos de felicidade, por mais breves que sejam.
Eficiente, não?
Postado por Ricardo Ceratti.
domingo, 3 de maio de 2009
sábado, 2 de maio de 2009
Contradição.
Eu amo tudo que amo, mas também amo o oposto de tudo que amo.
Postado por Ricardo Ceratti.
Postado por Ricardo Ceratti.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Ilusões.
O mesmo artifício que permite que levantes todos dias, ou não odiar (tanto) tua existência, é aquele que te adormece as insatisfações, que te castra a revolta e te tira a vontade de mudar, de lutar por uma existência melhor, mais justa, mais válida de ser vivida.
Aquilo que julgas te dar forças é justamente o grilhão de ilusões que te joga num ciclo vicioso de resignação e conformismo.
Não há melhor motivador para a mudança que o sofrimento cru.
Postado por Ricardo Ceratti.
Aquilo que julgas te dar forças é justamente o grilhão de ilusões que te joga num ciclo vicioso de resignação e conformismo.
Não há melhor motivador para a mudança que o sofrimento cru.
Postado por Ricardo Ceratti.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Cerveja e festa, o segredo do brasileiro feliz.
Ainda sobre propaganda.
Esses dias eu estava trocando canais e me deparei com uma propaganda da havaianas.
A cena é mais ou menos assim:
Num bar um ator está numa roda de música com outras pessoas. Pagode, samba, não sei ao certo.
Eis que uma moça chega e os dá um sermão. Diz coisas como "como pode, em plena crise mundial e vocês aí, cantando!".
Então alguém fala algo concordando com ela, mas o que é dito lembra uma música e todos esquecem o que estava sendo falado e se emocionam cantando novamente.
Bem, essa propaganda passa muito bem a mentalidade brasileira de "adaptação". De, ao invés de lidar com a realidade, de buscar soluções, de lutar por algo melhor, preferem ficar bebendo cerveja e cantando.
Claro, por um lado realmente seria estúpido as pessoas abandonarem seus lazeres para se preocuparem desnecessariamente com algo que esteja fora de seu alcance. Mas tamanha a despreocupação.
Acredito que a propaganda faça muito sucesso no exterior e melhore bastante o turismo brasileiro, uma vez que é a imagem que os gringos possuem de nosso povo: um povo que está sempre feliz e festejando não importa a merda em que estejam.
Somando a isso, lembrei-me que vi "Olga" neste final de semana. Durante o filme, ocorrendo perseguições política e com todos motivos para preocupação (como a iminência da segunda guerra mundial), a personagem olha pela janela e vê o povo fantasiado festejando o carnaval, como se nada estivesse acontecendo.
Nisso minha namorada comenta "bem Brasil mesmo" e eu retruco que "a melhor época para dar um golpe ou algo assim no Brasil é em fevereiro que o povão nem liga, afinal, tem carnaval".
Me indago o porquê do país não ir pra frente...
Postado por Ricardo Ceratti.
Esses dias eu estava trocando canais e me deparei com uma propaganda da havaianas.
A cena é mais ou menos assim:
Num bar um ator está numa roda de música com outras pessoas. Pagode, samba, não sei ao certo.
Eis que uma moça chega e os dá um sermão. Diz coisas como "como pode, em plena crise mundial e vocês aí, cantando!".
Então alguém fala algo concordando com ela, mas o que é dito lembra uma música e todos esquecem o que estava sendo falado e se emocionam cantando novamente.
Bem, essa propaganda passa muito bem a mentalidade brasileira de "adaptação". De, ao invés de lidar com a realidade, de buscar soluções, de lutar por algo melhor, preferem ficar bebendo cerveja e cantando.
Claro, por um lado realmente seria estúpido as pessoas abandonarem seus lazeres para se preocuparem desnecessariamente com algo que esteja fora de seu alcance. Mas tamanha a despreocupação.
Acredito que a propaganda faça muito sucesso no exterior e melhore bastante o turismo brasileiro, uma vez que é a imagem que os gringos possuem de nosso povo: um povo que está sempre feliz e festejando não importa a merda em que estejam.
Somando a isso, lembrei-me que vi "Olga" neste final de semana. Durante o filme, ocorrendo perseguições política e com todos motivos para preocupação (como a iminência da segunda guerra mundial), a personagem olha pela janela e vê o povo fantasiado festejando o carnaval, como se nada estivesse acontecendo.
Nisso minha namorada comenta "bem Brasil mesmo" e eu retruco que "a melhor época para dar um golpe ou algo assim no Brasil é em fevereiro que o povão nem liga, afinal, tem carnaval".
Me indago o porquê do país não ir pra frente...
Postado por Ricardo Ceratti.
Banalizando.
Acho que parei no tempo.
Ou os tempos que mudaram rápido demais, não sei.
Fiquei um bom tempo alienado, até gosto.
Esses dias resolvi fazer algo raríssimo na minha vida: abrir o jornal.
Para minha surpresa, o que encontro?
Seios. Nus.
Ok, é bonito e tudo mais. Mas... da última vez que abri o jornal não ficavam aparecendo por aí para qualquer criança de qualquer idade ver.
Aliás, nem nas revistas eroticazinhas (como as VIP da vida) eles apareciam assim, tão direta e descaradamente.
Mas hoje em dia pelo jeito é a coisa mais normal do mundo.
Comentei isso com minha namorada e concluí que, nesse ritmo logo não haverá distinções entre o conteúdo visual da revista citada antes para o das revistas especializadas (como playboy, por exemplo).
E o acesso então, cada vez mais universal.
Não sei, acho que devo ser meio antiquado.
Acho bonito que algumas coisas sejam escondidas, que não possam ser vistas cotidianamente. Ficam banais, sabe?
Não me parece um bom caminho. Duvido que existiriam as belas pinturas e esculturas do corpo humano se sempre tivessemos essa banalização.
E também não me parece muito bom dar esse tipo de acesso a crianças. Crianças que cada dia são menos crianças. Cada dia brincam menos e começam de "ficar" e "transar" mais cedo.
Me parece apenas mais um passo para tornar o mundo um lugar cada vez mais adepto da putaria que a mídia tanto gosta de nos propiciar.
Nisso eu estava vendo umas propagandas antigas. Me deparei com a propaganda do "tio da sukita", lembra?
Lembro que na época aquela propaganda chamava atenção pelos seus teores.
Olhando hoje, 10 anos depois, parece propaganda para infantes.
Como tanto mudou em 10 anos?
Será que isso tudo é culpa de eu ainda ter dificuldade de acreditar que já não estamos mais na década de 90?
Postado por Ricardo Ceratti.
Ou os tempos que mudaram rápido demais, não sei.
Fiquei um bom tempo alienado, até gosto.
Esses dias resolvi fazer algo raríssimo na minha vida: abrir o jornal.
Para minha surpresa, o que encontro?
Seios. Nus.
Ok, é bonito e tudo mais. Mas... da última vez que abri o jornal não ficavam aparecendo por aí para qualquer criança de qualquer idade ver.
Aliás, nem nas revistas eroticazinhas (como as VIP da vida) eles apareciam assim, tão direta e descaradamente.
Mas hoje em dia pelo jeito é a coisa mais normal do mundo.
Comentei isso com minha namorada e concluí que, nesse ritmo logo não haverá distinções entre o conteúdo visual da revista citada antes para o das revistas especializadas (como playboy, por exemplo).
E o acesso então, cada vez mais universal.
Não sei, acho que devo ser meio antiquado.
Acho bonito que algumas coisas sejam escondidas, que não possam ser vistas cotidianamente. Ficam banais, sabe?
Não me parece um bom caminho. Duvido que existiriam as belas pinturas e esculturas do corpo humano se sempre tivessemos essa banalização.
E também não me parece muito bom dar esse tipo de acesso a crianças. Crianças que cada dia são menos crianças. Cada dia brincam menos e começam de "ficar" e "transar" mais cedo.
Me parece apenas mais um passo para tornar o mundo um lugar cada vez mais adepto da putaria que a mídia tanto gosta de nos propiciar.
Nisso eu estava vendo umas propagandas antigas. Me deparei com a propaganda do "tio da sukita", lembra?
Lembro que na época aquela propaganda chamava atenção pelos seus teores.
Olhando hoje, 10 anos depois, parece propaganda para infantes.
Como tanto mudou em 10 anos?
Será que isso tudo é culpa de eu ainda ter dificuldade de acreditar que já não estamos mais na década de 90?
Postado por Ricardo Ceratti.
Fantasias.
Como podemos nos apegar tanto às fantasias?
Já que viver num mundo de fantasia não traz bem ALGUM pra NINGUÉM.
É tão melhor encarar a realidade por pior que esta seja, já que só a encarando que podemos trabalhá-la e torná-la algo melhor.
Só assim podemos fazer nossas vidas melhorarem, resolver o que não está bom, consertar o que está quebrado. Só assim a vida pode se tornar um lugar melhor que a fantasia, de verdade.
Por tempo demais vivi esta vidinha de sonhos e fantasias.
Ah, mas eu me arrependo de cada noite em claro!
De cada dia de "psicose"!
De cada semana sofrendo por me apegar às mentiras que eu contava pra mim mesmo!
Cada mês desperdiçado, sem crescer!
Cada ano que a depressão ficava cada vez pior, quase insuportável!
Até que, um belo dia, resolvi abrir mão deste mundo de fantasias que eu tanto achava que me fazia bem.
Até que eu resolvi encarar a realidade e tornar minha vida algo realmente melhor, ao invés de continuar fingindo que tudo estava bem.
Obvio que no início as coisas foram difíceis!
No inicio foi realmente sofrido suportar o peso da realidade, conviver com ele, aceitá-lo.
Ah, mas as coisas melhoraram tão rápido!
E melhoraram tanto!
E, anets que eu percebesse, a realidade havia superado a fantasia.
E havia superado em tão menos tempo do que aquele tempo em que eu havia me apegado à fantasia!
Tanto tempo perdido, tanto tempo temendo que não conseguiria enfrentar a realidade... e pra quê? Para um conflito que se mostrou tão mais fácil do que eu imaginava que seria? Para uma construção tão bela e recompensadora? Para conseguir uma realidade tão melhor que a fantasia e passar alguns anos não me perdoando pelo tempo perdido, querendo correr atrás do prejuízo (o que nunca dá certo...)?
Sinceramente, se eu pudesse voltar no tempo não me permitiria perder um segundo sequer com aquelas fantasias.
Voltar no tempo não é possível e desejar isso seria mais um apego à fantasia.
Porém, espero que este texto possa poupar que outras pessoas acabem desejando poder voltar no tempo...
Postado por Ricardo Ceratti.
Já que viver num mundo de fantasia não traz bem ALGUM pra NINGUÉM.
É tão melhor encarar a realidade por pior que esta seja, já que só a encarando que podemos trabalhá-la e torná-la algo melhor.
Só assim podemos fazer nossas vidas melhorarem, resolver o que não está bom, consertar o que está quebrado. Só assim a vida pode se tornar um lugar melhor que a fantasia, de verdade.
Por tempo demais vivi esta vidinha de sonhos e fantasias.
Ah, mas eu me arrependo de cada noite em claro!
De cada dia de "psicose"!
De cada semana sofrendo por me apegar às mentiras que eu contava pra mim mesmo!
Cada mês desperdiçado, sem crescer!
Cada ano que a depressão ficava cada vez pior, quase insuportável!
Até que, um belo dia, resolvi abrir mão deste mundo de fantasias que eu tanto achava que me fazia bem.
Até que eu resolvi encarar a realidade e tornar minha vida algo realmente melhor, ao invés de continuar fingindo que tudo estava bem.
Obvio que no início as coisas foram difíceis!
No inicio foi realmente sofrido suportar o peso da realidade, conviver com ele, aceitá-lo.
Ah, mas as coisas melhoraram tão rápido!
E melhoraram tanto!
E, anets que eu percebesse, a realidade havia superado a fantasia.
E havia superado em tão menos tempo do que aquele tempo em que eu havia me apegado à fantasia!
Tanto tempo perdido, tanto tempo temendo que não conseguiria enfrentar a realidade... e pra quê? Para um conflito que se mostrou tão mais fácil do que eu imaginava que seria? Para uma construção tão bela e recompensadora? Para conseguir uma realidade tão melhor que a fantasia e passar alguns anos não me perdoando pelo tempo perdido, querendo correr atrás do prejuízo (o que nunca dá certo...)?
Sinceramente, se eu pudesse voltar no tempo não me permitiria perder um segundo sequer com aquelas fantasias.
Voltar no tempo não é possível e desejar isso seria mais um apego à fantasia.
Porém, espero que este texto possa poupar que outras pessoas acabem desejando poder voltar no tempo...
Postado por Ricardo Ceratti.
Classe Média.
Como este post na verdade foi um comentário que fiz sobre um texto de um amigo, vou aproveitar o gancho para fazer uma propaganda do blog dele.
Para ler o texto dele e meu comentário basta ir no link abaixo:
http://comediaseproverbios.blogspot.com/2009/04/defendendo-minhas-causas.html
Ricardo Ceratti.
Para ler o texto dele e meu comentário basta ir no link abaixo:
http://comediaseproverbios.blogspot.com/2009/04/defendendo-minhas-causas.html
Ricardo Ceratti.
sábado, 18 de abril de 2009
Martha Medeiros
Você é adulto mesmo? Então pare de reclamar, pare de buscar o impossível, pare de exigir perfeição de si mesmo, pare de querer encontrar lógica para tudo, pare de contabilizar prós e contras, para de julgar os outros, pare de tentar manter sua vida sob rígido controle. Simplesmente divirta-se.
Não que seja fácil. Enquanto que um corpo sarado se obtém com exercício, musculação, dieta e discernimento quanto aos hábitos cotidianos, a leveza de espírito requer justamente o contrário: a liberação das correntes. A aventura do não-domínio. Permitir-se o erro. Não se sacrificar em demasia, já que estamos todos caminhando rumo a um mesmo destino, que não é nada espetacular. É preciso perceber a hora de tirar o pé do acelerador, afinal, quem quer cruzar a linha de chegada? Mil vezes curtir a travessia.
Dia desses recebi o e-mail de uma mulher revoltada, baixo-astral, carente de frescor, e fiquei imaginando como deve ser difícil viver sem abstração e sem ver graça na vida, enclausurada na dor. Ela não estava me xingando pessoalmente, e sim manifestando sua contrariedade em relação ao universo, apenas isso: odiava o mundo. Não a conheço, pode sofrer de depressão, ter um problema sério, sei lá. Mas há pessoas queapresentam quadro depressivo e ainda assim não perdem o humor nem que queiram: tiveram a sorte de nascer com esse refinado instinto de sobrevivência.
Dores, cada um tem as suas. Mas o que nos faz cultivá-las por décadas? Creio que nos apegamos com desespero a elas por não ter o que colocar no lugar, caso a dor se vá. E então se fica ruminando, alimentando a própria "má sorte", num processo de vitimização que chega ao nível do absurdo. Por que fazemos isso conosco?
Amadurecer talvez seja descobrir que sofrer algumas peras é inevitável, mas que não precisamos nos agarrar à dor para justificar nossa existência.
Martha Medeiros
12/04/2009
Ao meu ver só faltou mencionar que as pessoas não só cultivam a dor, mas querem que ela dê frutos pro lado do muro do vizinho.
Ricardo Ceratti.
Não que seja fácil. Enquanto que um corpo sarado se obtém com exercício, musculação, dieta e discernimento quanto aos hábitos cotidianos, a leveza de espírito requer justamente o contrário: a liberação das correntes. A aventura do não-domínio. Permitir-se o erro. Não se sacrificar em demasia, já que estamos todos caminhando rumo a um mesmo destino, que não é nada espetacular. É preciso perceber a hora de tirar o pé do acelerador, afinal, quem quer cruzar a linha de chegada? Mil vezes curtir a travessia.
Dia desses recebi o e-mail de uma mulher revoltada, baixo-astral, carente de frescor, e fiquei imaginando como deve ser difícil viver sem abstração e sem ver graça na vida, enclausurada na dor. Ela não estava me xingando pessoalmente, e sim manifestando sua contrariedade em relação ao universo, apenas isso: odiava o mundo. Não a conheço, pode sofrer de depressão, ter um problema sério, sei lá. Mas há pessoas queapresentam quadro depressivo e ainda assim não perdem o humor nem que queiram: tiveram a sorte de nascer com esse refinado instinto de sobrevivência.
Dores, cada um tem as suas. Mas o que nos faz cultivá-las por décadas? Creio que nos apegamos com desespero a elas por não ter o que colocar no lugar, caso a dor se vá. E então se fica ruminando, alimentando a própria "má sorte", num processo de vitimização que chega ao nível do absurdo. Por que fazemos isso conosco?
Amadurecer talvez seja descobrir que sofrer algumas peras é inevitável, mas que não precisamos nos agarrar à dor para justificar nossa existência.
Martha Medeiros
12/04/2009
Ao meu ver só faltou mencionar que as pessoas não só cultivam a dor, mas querem que ela dê frutos pro lado do muro do vizinho.
Ricardo Ceratti.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Pombas...
Cada coisa que me faz pensar...
Esta tarde, enquanto eu lanchava eu observava as pombas.
Pensei "que bicho inútil! Vive de comer o dia inteiro e dormir!". Logo comecei a tentar catalogar o que diabos uma pomba faz.
Lembrei que elas fazem uns barulhos estranhos, ficam em cima dos prédios lagarteando, certamente se reproduzem e... vivem constantemente atentas aos seus predadores.
Nisso me dei conta do meu pensamento automático. Por que "bicho inútil"?
Fiquei pensando em como eram os humanos antes das cidades.
Acredito que éramos semelhantes as pombas. As maiores preocupações eram comer, dormir e não ser vítma de algum predador, no caso, animais.
Eram poucos, esparsos, ariscos, nômades...
Viviam de se alimentar da natureza, do que já existia. Viviam de encontrar um lugar razoavelmente seguro no novo local perto da comida. Viviam de fugir de alguns predadores, produzir algum tipo de arma para lutar contra outros predadores.
Eis que perceberam que poderiam criar uma forma de defesa contra a maioria dos predadores: cidades. As cidades poderiam ter muralhas para deixar do lado de fora quem possa fazer mal. Podiam ter plantações para não precisarem estar sempre de mudança.
Hummm mais eficáz colocar várias pessoas numa mesma cidade, para precisarem construir menos muralhas.
E agora? Razoavelmente protegidos e com uma certa segurança alimentar, o que fazer com o tempo livre?
Ah, o ser humano não se dá ao luxo de "desperdiçar" tempo livre!
Começam a se reproduzir. Começam a inventar moda. Começa a ganância. Começam a fazer novas armas... para lutar contra outras cidades, contra outros humanos.
Qual a necessidade?
Nisso eu tive uma idéia louca.
Se ensinarmos as pombas a criarem um ambiente seguro para elas mesmas, a cultivarem de forma sustentável seu alimento eliminando a necessidade de serem nômades. Elas vão ficar entediadas como os humanos? Elas vão se reproduzir loucamente? Vão inventar moda? Vão vivar gananciosas? Vão aprender formas de serem mais violentamente eficazes? Vão atacar outras "cidades-pomba"? Será que cairiam neste nosso ciclo vicioso? Nesta vidinha de crescer populacionalmente mais do que dão conta? De se colocarem em linhas de montagem? De querer saquear umas as outras? De perder o sentido do que fazem por um "bem maior"? Será que virariam máquinas de propagar o... nem sabem bem o que, mas propagam! Será?
Não consigo entender a necessidade humana de ocupar cada segundo de sua vida, de se propagar epidemicamente, de invejar o que é do outro, de querer controlar os outros, de querer saber o que é melhor para o outro, de criar regrinhas e ficar vigiando os outros com o prazer sádico de apontar quando alguém erra, quando alguém não faz o que é esperado. Esperado e totalmente artificial.
Tenho certeza que o "bicho inútil" é mais feliz que o mais feliz da minha espécie. Ou será que pombas também fofocam? Também ficam fazendo intriguinhas? Também ficam desperdiçando suas vidas com banalidades que foram transformadas em valores?
Cada forma de existir, de organização social, possui suas vantagens e desvantagens. Nos cabe analisar se esta nos é aceitável. Nos cabe lutar para que possamos, ao menos, escolher.
Postado por Ricardo Ceratti.
Esta tarde, enquanto eu lanchava eu observava as pombas.
Pensei "que bicho inútil! Vive de comer o dia inteiro e dormir!". Logo comecei a tentar catalogar o que diabos uma pomba faz.
Lembrei que elas fazem uns barulhos estranhos, ficam em cima dos prédios lagarteando, certamente se reproduzem e... vivem constantemente atentas aos seus predadores.
Nisso me dei conta do meu pensamento automático. Por que "bicho inútil"?
Fiquei pensando em como eram os humanos antes das cidades.
Acredito que éramos semelhantes as pombas. As maiores preocupações eram comer, dormir e não ser vítma de algum predador, no caso, animais.
Eram poucos, esparsos, ariscos, nômades...
Viviam de se alimentar da natureza, do que já existia. Viviam de encontrar um lugar razoavelmente seguro no novo local perto da comida. Viviam de fugir de alguns predadores, produzir algum tipo de arma para lutar contra outros predadores.
Eis que perceberam que poderiam criar uma forma de defesa contra a maioria dos predadores: cidades. As cidades poderiam ter muralhas para deixar do lado de fora quem possa fazer mal. Podiam ter plantações para não precisarem estar sempre de mudança.
Hummm mais eficáz colocar várias pessoas numa mesma cidade, para precisarem construir menos muralhas.
E agora? Razoavelmente protegidos e com uma certa segurança alimentar, o que fazer com o tempo livre?
Ah, o ser humano não se dá ao luxo de "desperdiçar" tempo livre!
Começam a se reproduzir. Começam a inventar moda. Começa a ganância. Começam a fazer novas armas... para lutar contra outras cidades, contra outros humanos.
Qual a necessidade?
Nisso eu tive uma idéia louca.
Se ensinarmos as pombas a criarem um ambiente seguro para elas mesmas, a cultivarem de forma sustentável seu alimento eliminando a necessidade de serem nômades. Elas vão ficar entediadas como os humanos? Elas vão se reproduzir loucamente? Vão inventar moda? Vão vivar gananciosas? Vão aprender formas de serem mais violentamente eficazes? Vão atacar outras "cidades-pomba"? Será que cairiam neste nosso ciclo vicioso? Nesta vidinha de crescer populacionalmente mais do que dão conta? De se colocarem em linhas de montagem? De querer saquear umas as outras? De perder o sentido do que fazem por um "bem maior"? Será que virariam máquinas de propagar o... nem sabem bem o que, mas propagam! Será?
Não consigo entender a necessidade humana de ocupar cada segundo de sua vida, de se propagar epidemicamente, de invejar o que é do outro, de querer controlar os outros, de querer saber o que é melhor para o outro, de criar regrinhas e ficar vigiando os outros com o prazer sádico de apontar quando alguém erra, quando alguém não faz o que é esperado. Esperado e totalmente artificial.
Tenho certeza que o "bicho inútil" é mais feliz que o mais feliz da minha espécie. Ou será que pombas também fofocam? Também ficam fazendo intriguinhas? Também ficam desperdiçando suas vidas com banalidades que foram transformadas em valores?
Cada forma de existir, de organização social, possui suas vantagens e desvantagens. Nos cabe analisar se esta nos é aceitável. Nos cabe lutar para que possamos, ao menos, escolher.
Postado por Ricardo Ceratti.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Ir e Vir.
Ainda da série "inspirado pelo Fórum da Liberdade" lembrei-me que foi comentado da veracidade de nossos direitos fundamentais.
Em especial o direito de ir e vir.
Chega a ser ridículo que um país com tanta criminalidade como o nosso tenha na constituição que "todo brasileiro tem direito de ir e vir dentro do território nacional".
Podemos sair sozinhos na rua durante a noite? Ir em qualquer lugar? Podemos ficar dentro do carro estacionado na rua? Uma garota pode andar sozinha na rua quando escurece? Um grupo pequeno tem um mínimo de segurança para caminhar pela cidade durante a noite? É seguro respeitar o sinal vermelho no meio da madrugada?
E nem é só durante a noite. Eu, por exemplo, moro num bairro tradicionalmente seguro. Ou costumava sê-lo. Outro dia assaltaram uma pessoa que estava saindo de carro do condomínio. Dispararam alguns tiros dentro do condomínio fechado num horaráio em torno de 14h.
O que será que não deve acnotecer naquele campus do vale?
Sequestros de lotação no meio da tarde?
Nas manhãs de domingo? "esperando o gre-nal"...
Temos realmente direito de ir e vir?
Neste país em que vivo existe menos chances de sermos punidos pela lei do que protegidos pela mesma. Ou seja, as chances de escaparmos ilesos caso assaltemos alguém, por exemplo, são maiores do que as chances de escaparmos ilesos caso exerçamos nosso "direito de ir e vir".
Deprimente pensar que, talvez quem desrespeite a lei usufrua mais amplamente do direito de ir e vir do que aqueles que a respeitam...
Postado por Ricardo Ceratti.
Em especial o direito de ir e vir.
Chega a ser ridículo que um país com tanta criminalidade como o nosso tenha na constituição que "todo brasileiro tem direito de ir e vir dentro do território nacional".
Podemos sair sozinhos na rua durante a noite? Ir em qualquer lugar? Podemos ficar dentro do carro estacionado na rua? Uma garota pode andar sozinha na rua quando escurece? Um grupo pequeno tem um mínimo de segurança para caminhar pela cidade durante a noite? É seguro respeitar o sinal vermelho no meio da madrugada?
E nem é só durante a noite. Eu, por exemplo, moro num bairro tradicionalmente seguro. Ou costumava sê-lo. Outro dia assaltaram uma pessoa que estava saindo de carro do condomínio. Dispararam alguns tiros dentro do condomínio fechado num horaráio em torno de 14h.
O que será que não deve acnotecer naquele campus do vale?
Sequestros de lotação no meio da tarde?
Nas manhãs de domingo? "esperando o gre-nal"...
Temos realmente direito de ir e vir?
Neste país em que vivo existe menos chances de sermos punidos pela lei do que protegidos pela mesma. Ou seja, as chances de escaparmos ilesos caso assaltemos alguém, por exemplo, são maiores do que as chances de escaparmos ilesos caso exerçamos nosso "direito de ir e vir".
Deprimente pensar que, talvez quem desrespeite a lei usufrua mais amplamente do direito de ir e vir do que aqueles que a respeitam...
Postado por Ricardo Ceratti.
Cercadinho.
Ainda sobre o Fórum da Liberdade, mas dessa vez tendo tido a decência de anotar o nome de quem trouxe a idéia, podendo dar os devidos créditos.
Durante o discurso de Denis Rosenfield surgiu uma crítica ao Estado decidir sobre a vida do cidadão.
Realmente permitimos ao Estado nos vestir com grilhões, sejam eles visíveis ou não.
De forma visível temos as leis penais, onde fazer determina ação gera uma determinada punição, seja ela multa, serviço comunitário, retenção, o que for.
O problema, ao meu ver são os grilhões invisíveis. Quer dizer, menos visíveis.
O Estado não lhe diz, por exemplo, que não podemos sair de noite e beber.
Porém temos uma lei seca realmente rígida (sem entrar no mérito se é adequada ou não ou se é fiscalizada apropriadamente ou não), associados com uma dificuldade de lomoção em transportes públicos durante a madrugada (eu, por exemplo, só posso voltar para casa de ônibus após 5:40h), preços salgados de táxi, altos impostos tanto para a bebida quanto para o comércio, que são repassados para o cidadão através de uma garrafade cerveja no bar custar algo como 4 reais e dentro de festa custar ainda mais caro.
Do outro "front" temos um dinheiro, um salário cada vez mais desvalorizado, o que não permite que nos demos ao luxo de tais gastos, pelo menos não em condições de não-raridade.
Cada vez se trabalha mais, se tem menos tempo, se ganha menos, se paga mais caro...
O álcool é só um exemplo de como, através de medidas secundárias, o Estado acaba realmente nos dizendo o que fazer mesmo não proibindo.
O mesmo vale para o cigarro com seus impostos e proibições. O que se pode dizer da França neste sentido então?
Não estou aqui apoiando ou criticando que se beba ou se fume, apenas exemplificando.
O palestrante anteriormente citado falou sobre um projeto de que todos carros saiam de fábrica equipados com GPS e que acarretaria um acréscimo de, aproximadamente, 700 reais no custo de um carro novo. E com qual objetivo?
O mais trágico é que, sem pararmos para pensar não vemos como as coisas estão interligadas. Pensamos que "é só uma lei" daqui e outra dali. Porém, com uma visão mais abrangente, como é de quem está "lá em cima", é possível ver claramente que tais leis não passam de cercadinhos aqui e ali para conduzir o gado, ou grande parte dele, a tomar as atitudes que se considera úteis. E para aqueles que não seguem o cercadinho existem punições, também indiretas, como multas e preços abusivos, coisas que, de um jeito ou de outro acabam beneficiando o Estado de qualquer forma.
Avaliando com uma visão abrangente e pensando nas práticas não só no agora como, também, nas suas conseqüências futuras, é possível ver claramente que nosso papel não passa de ser o de animal esperando ser domesticado.
Gado.
Postado por Ricardo Ceratti.
Durante o discurso de Denis Rosenfield surgiu uma crítica ao Estado decidir sobre a vida do cidadão.
Realmente permitimos ao Estado nos vestir com grilhões, sejam eles visíveis ou não.
De forma visível temos as leis penais, onde fazer determina ação gera uma determinada punição, seja ela multa, serviço comunitário, retenção, o que for.
O problema, ao meu ver são os grilhões invisíveis. Quer dizer, menos visíveis.
O Estado não lhe diz, por exemplo, que não podemos sair de noite e beber.
Porém temos uma lei seca realmente rígida (sem entrar no mérito se é adequada ou não ou se é fiscalizada apropriadamente ou não), associados com uma dificuldade de lomoção em transportes públicos durante a madrugada (eu, por exemplo, só posso voltar para casa de ônibus após 5:40h), preços salgados de táxi, altos impostos tanto para a bebida quanto para o comércio, que são repassados para o cidadão através de uma garrafade cerveja no bar custar algo como 4 reais e dentro de festa custar ainda mais caro.
Do outro "front" temos um dinheiro, um salário cada vez mais desvalorizado, o que não permite que nos demos ao luxo de tais gastos, pelo menos não em condições de não-raridade.
Cada vez se trabalha mais, se tem menos tempo, se ganha menos, se paga mais caro...
O álcool é só um exemplo de como, através de medidas secundárias, o Estado acaba realmente nos dizendo o que fazer mesmo não proibindo.
O mesmo vale para o cigarro com seus impostos e proibições. O que se pode dizer da França neste sentido então?
Não estou aqui apoiando ou criticando que se beba ou se fume, apenas exemplificando.
O palestrante anteriormente citado falou sobre um projeto de que todos carros saiam de fábrica equipados com GPS e que acarretaria um acréscimo de, aproximadamente, 700 reais no custo de um carro novo. E com qual objetivo?
O mais trágico é que, sem pararmos para pensar não vemos como as coisas estão interligadas. Pensamos que "é só uma lei" daqui e outra dali. Porém, com uma visão mais abrangente, como é de quem está "lá em cima", é possível ver claramente que tais leis não passam de cercadinhos aqui e ali para conduzir o gado, ou grande parte dele, a tomar as atitudes que se considera úteis. E para aqueles que não seguem o cercadinho existem punições, também indiretas, como multas e preços abusivos, coisas que, de um jeito ou de outro acabam beneficiando o Estado de qualquer forma.
Avaliando com uma visão abrangente e pensando nas práticas não só no agora como, também, nas suas conseqüências futuras, é possível ver claramente que nosso papel não passa de ser o de animal esperando ser domesticado.
Gado.
Postado por Ricardo Ceratti.
Compartilhando Idéias.
Semana passada participei do XXII fórum da Liberdade.
Achei um evento no geral bem interessante, com excessão das dublagens que eram mais confusas do que tentar entender por conta e com excessão de alguns convidados de discurso confuso e repetitivo.
De qualquer maneira, produtivo.
Durante um dos painéis um dos palestrantes (nem sei se é o termo certo para se referir) falou algo que me deixou pensativo.
Foi alguma coisa como exteriorizar idéias é ter idéias. No sentido de que a idéia na cabeça se encontra em fase embrionária e que vai se desenvolvendo na medida que a falamos.
Eu nunca tinha parado para pensar por este ângulo, apesar de já ter reparado tal acontecimento justamente aqui, no blog.
Muitas vezes eu tenho um breve lampejo de idéia. Uma base, um ponto de partida.
Dedicando algum tempo refletindo eu consigo elaborar a idéia um bocado e até chegar a algumas conclusões.
Porém eu notei que nunca consigo trabalhar com as idéias por completo, se é que tal existe, ou, pelo menos, numa quantidade que acho minimamente necessária.
Quando escrevo a respeito do que pensei aqui, as idéias se desenvolvem quase que por conta própria. É como se eu tivesse dialogando com outro Ricardo que me traz outros pontos de vistas e contra-argumenta comigo.
É bem freqüente eu começar com uma idéia e acabar deenvolvendo e finalizando o texto com um assunto bem diferente, uma vez que o caminho tomado na bifurcação acaba me parecendo mais produtivo ou "correto".
E assim o texto nasce com meu esforço, mas se desenvolve quase que por conta própria. Como um filho que cuidamos quando são crianças mas, depois de um certa idade nos basta dar um mínimo de auxílio.
Existem outras vezes, estas raras, em que durante o processo de escrever um texto, no desenvolvimento de uma idéia, eu me deparo com outros argumentos daquele outro Ricardo e acabo até mesmo mudando de idéia completamente. Como que a reflexão individual não tivesse sido o bastante para eu perceber coisas importantes que no meu diálogo solitário eu percebo com clareza.
Então, nem preciso dizer da contribuição existente quando o diálogo não é solitário.
A troca de idéias com outras pessoas, de preferência inteligentes e com vivências que as permitam diferentes pontos de vista ou opiniões das minhas, é algo altamente construtiva para qualquer forma de elaboração de pensamento.
Porém tal construção só pode acontecer quando as pessoas colocam sua abertura a idéias na negociação. Quando uma pessoa escuta o que a outra tem a dizer, reflete, adequa a informação nova e ponto de vista alheio, aos seus pensamentos e acaba criando algo que nenhuma das duas pessoas individualmente seriam capazes de criar.
Como eu opinei em outra ocasião, reforço agora, não consigo entender que vantagens a criação egoista de idéias possa trazer.
Um ambiente livre para coexistirem pensamentos divergentes e, para que os mesmos sejam digeridos... aliás, saboreados, é o melhor nicho para o desenvolvimento de qualquer forma de pensar, sobre qualquer matéria de conhecimento.
Postado por Ricardo Ceratti.
Achei um evento no geral bem interessante, com excessão das dublagens que eram mais confusas do que tentar entender por conta e com excessão de alguns convidados de discurso confuso e repetitivo.
De qualquer maneira, produtivo.
Durante um dos painéis um dos palestrantes (nem sei se é o termo certo para se referir) falou algo que me deixou pensativo.
Foi alguma coisa como exteriorizar idéias é ter idéias. No sentido de que a idéia na cabeça se encontra em fase embrionária e que vai se desenvolvendo na medida que a falamos.
Eu nunca tinha parado para pensar por este ângulo, apesar de já ter reparado tal acontecimento justamente aqui, no blog.
Muitas vezes eu tenho um breve lampejo de idéia. Uma base, um ponto de partida.
Dedicando algum tempo refletindo eu consigo elaborar a idéia um bocado e até chegar a algumas conclusões.
Porém eu notei que nunca consigo trabalhar com as idéias por completo, se é que tal existe, ou, pelo menos, numa quantidade que acho minimamente necessária.
Quando escrevo a respeito do que pensei aqui, as idéias se desenvolvem quase que por conta própria. É como se eu tivesse dialogando com outro Ricardo que me traz outros pontos de vistas e contra-argumenta comigo.
É bem freqüente eu começar com uma idéia e acabar deenvolvendo e finalizando o texto com um assunto bem diferente, uma vez que o caminho tomado na bifurcação acaba me parecendo mais produtivo ou "correto".
E assim o texto nasce com meu esforço, mas se desenvolve quase que por conta própria. Como um filho que cuidamos quando são crianças mas, depois de um certa idade nos basta dar um mínimo de auxílio.
Existem outras vezes, estas raras, em que durante o processo de escrever um texto, no desenvolvimento de uma idéia, eu me deparo com outros argumentos daquele outro Ricardo e acabo até mesmo mudando de idéia completamente. Como que a reflexão individual não tivesse sido o bastante para eu perceber coisas importantes que no meu diálogo solitário eu percebo com clareza.
Então, nem preciso dizer da contribuição existente quando o diálogo não é solitário.
A troca de idéias com outras pessoas, de preferência inteligentes e com vivências que as permitam diferentes pontos de vista ou opiniões das minhas, é algo altamente construtiva para qualquer forma de elaboração de pensamento.
Porém tal construção só pode acontecer quando as pessoas colocam sua abertura a idéias na negociação. Quando uma pessoa escuta o que a outra tem a dizer, reflete, adequa a informação nova e ponto de vista alheio, aos seus pensamentos e acaba criando algo que nenhuma das duas pessoas individualmente seriam capazes de criar.
Como eu opinei em outra ocasião, reforço agora, não consigo entender que vantagens a criação egoista de idéias possa trazer.
Um ambiente livre para coexistirem pensamentos divergentes e, para que os mesmos sejam digeridos... aliás, saboreados, é o melhor nicho para o desenvolvimento de qualquer forma de pensar, sobre qualquer matéria de conhecimento.
Postado por Ricardo Ceratti.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
"Visão".
Depois de algum tempo "psicologizando", observando o comportamento das pessoas, ajudando as pessoas em suas dificuldades, em elaborar seus traumas, as permitindo que se aceitem como são, estudando psicologia, etc. acabamos ficando bons demais em perceber o que se passa com as pessoas.
Não estou dizendo que sou um psicólogo "bom demais" nem nada disso!
Na realidade o que eu quero dizer é que, com minha experiência atual, apesar de limitada, eu acabo enxergando mais do que gostaria das pessoas.
No início é aquela habilidade que a grande maioria tem: de perceber as sutilezas de quem se ama, como a mãe percebe que seu filho chorou ou o amigo que percebe que a amiga não está bem.
Depois de algum tempo a "visão" expande e é possível perceber os detalhes até mesmo daquelas pessoas que não são tão próximas assim. É possível ver que um conhecido, um colega de trabalho, não está bem, apesar de que possivelmente não se entenda as razões para tal.
Com o treino e estudo a "visão" vai ficando cada dia mais aguçada. Uma grande porção das coisas é perceptível, mesmo contra nossa vontade.
E é nesse estágio que me encontro atualmente.
Sei que com mais prática esta visão vai acabar ainda mais eficiente, mas não é disso que quero falar.
O fato é que não há mais como voltar atrás. A experiência permite enxergar mesmo que se deseje ser cego.
É justamente neste momento que a dor do mundo acaba virando a nossa dor individual.
É nesse momento que não conseguimos NÃO perceber o sofrimento alheio. E acredite em mim, existe muito sofrimento por aí!
Não estou dizendo que não existem pessoas felizes ou que não existam coisas boas. Não sou tão pessimista assim!
O problema é perceber toda essa dor. De que adianta? Mesmo a pessoa mais dedicada do mundo, vivendo num mundo onde as pessoas se abrissem para estranhos que os quisessem ajudar (ao invés do atual medo proveniente da crença [justificada] de que não existem pessoas que queiram fazer o bem sem algo em troca), não seria capaz de ajudar todos aqueles que percebe em sofrimento.
Mesmo que esta pessoa que quer ajudar não se destruisse ao tentar curar toda dor do mundo.
Mesmo que esta pessoa não precisasse dormir nem comer. Que tivesse 24 horas de seu dia para "consertar" quem está "quebrado".
Mesmo assim, ainda teria que deixar passar tanto sofrimento, tanta dor.
Chego a me questionar de que adianta esta profissão. Mas obviamente me respondo em poucos segundos de que é melhor ajudar alguns do que não ajudar ninguém.
Queria encontrar uma solução. Uma forma de resolver o problema. Resolver por todos os lados. Menos pessoas passando por situações que as causam sofrimento, bem como mais e mais psicólogos dedicados a "curar" todo mundo.
Mais irrealista, impossível. Infelizmente.
Chega um ponto que esse "dom" da "visão" se torna um fardo.
Não sei se ainda o quero.
Talvez, nem que fosse por alguns meses, alguns dias, algumas horas que seja, eu gostaria de ser "cego". De não enxergar nada disso. De fingir que TUDO está bem, de que o mundo é um lugar maravilhoso para se viver e os outros humanos são excelentes companhias.
Não me olhe assim! Algumas pessoas realmente conseguem! Ou pelo menos elas fingem bem demais para que minha "visão" mediana enxergue através delas...
Será que existe alguma lente que me permita, por alguns momentos, voltar a ser um dos "cegos"? A não ver mais a dor do mundo?
Postado por Ricardo Ceratti.
Não estou dizendo que sou um psicólogo "bom demais" nem nada disso!
Na realidade o que eu quero dizer é que, com minha experiência atual, apesar de limitada, eu acabo enxergando mais do que gostaria das pessoas.
No início é aquela habilidade que a grande maioria tem: de perceber as sutilezas de quem se ama, como a mãe percebe que seu filho chorou ou o amigo que percebe que a amiga não está bem.
Depois de algum tempo a "visão" expande e é possível perceber os detalhes até mesmo daquelas pessoas que não são tão próximas assim. É possível ver que um conhecido, um colega de trabalho, não está bem, apesar de que possivelmente não se entenda as razões para tal.
Com o treino e estudo a "visão" vai ficando cada dia mais aguçada. Uma grande porção das coisas é perceptível, mesmo contra nossa vontade.
E é nesse estágio que me encontro atualmente.
Sei que com mais prática esta visão vai acabar ainda mais eficiente, mas não é disso que quero falar.
O fato é que não há mais como voltar atrás. A experiência permite enxergar mesmo que se deseje ser cego.
É justamente neste momento que a dor do mundo acaba virando a nossa dor individual.
É nesse momento que não conseguimos NÃO perceber o sofrimento alheio. E acredite em mim, existe muito sofrimento por aí!
Não estou dizendo que não existem pessoas felizes ou que não existam coisas boas. Não sou tão pessimista assim!
O problema é perceber toda essa dor. De que adianta? Mesmo a pessoa mais dedicada do mundo, vivendo num mundo onde as pessoas se abrissem para estranhos que os quisessem ajudar (ao invés do atual medo proveniente da crença [justificada] de que não existem pessoas que queiram fazer o bem sem algo em troca), não seria capaz de ajudar todos aqueles que percebe em sofrimento.
Mesmo que esta pessoa que quer ajudar não se destruisse ao tentar curar toda dor do mundo.
Mesmo que esta pessoa não precisasse dormir nem comer. Que tivesse 24 horas de seu dia para "consertar" quem está "quebrado".
Mesmo assim, ainda teria que deixar passar tanto sofrimento, tanta dor.
Chego a me questionar de que adianta esta profissão. Mas obviamente me respondo em poucos segundos de que é melhor ajudar alguns do que não ajudar ninguém.
Queria encontrar uma solução. Uma forma de resolver o problema. Resolver por todos os lados. Menos pessoas passando por situações que as causam sofrimento, bem como mais e mais psicólogos dedicados a "curar" todo mundo.
Mais irrealista, impossível. Infelizmente.
Chega um ponto que esse "dom" da "visão" se torna um fardo.
Não sei se ainda o quero.
Talvez, nem que fosse por alguns meses, alguns dias, algumas horas que seja, eu gostaria de ser "cego". De não enxergar nada disso. De fingir que TUDO está bem, de que o mundo é um lugar maravilhoso para se viver e os outros humanos são excelentes companhias.
Não me olhe assim! Algumas pessoas realmente conseguem! Ou pelo menos elas fingem bem demais para que minha "visão" mediana enxergue através delas...
Será que existe alguma lente que me permita, por alguns momentos, voltar a ser um dos "cegos"? A não ver mais a dor do mundo?
Postado por Ricardo Ceratti.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Insana Vingança.
És arauto de tua insana vingança.
És quem, durante anos, construiu as condições necessárias para que tua vingança um dia ocorresse.
És quem sistematicamente destruiu aquilo a que a ti fôra confiado.
És quem manipulou, distorceu, corrempeu, enfraqueceu, esquizofrenizou; és quem usou todas as forças que tinha para que o alvo de tua vingança jamais tivesse forças próprias.
Forças para se amar, forças para se defender, forças para lutar por si, forças para apreciar a vida. Forças para querer viver.
Então veio o dia em que a mão de tua insana vingança agiu.
O recepiente que cumpriu diretamente tua vingança.
Vingança que só pôde acontecer graças aos teus esforços, graças a tua dedicação de anos.
Agora, diga-me:
Quem faz mais mal? Em quem reside a verdadeira culpa de tua insana vingança?
Na mão da vingança ou na mente que arquitetou a vingança?
Postado por Ricardo Ceratti.
És quem, durante anos, construiu as condições necessárias para que tua vingança um dia ocorresse.
És quem sistematicamente destruiu aquilo a que a ti fôra confiado.
És quem manipulou, distorceu, corrempeu, enfraqueceu, esquizofrenizou; és quem usou todas as forças que tinha para que o alvo de tua vingança jamais tivesse forças próprias.
Forças para se amar, forças para se defender, forças para lutar por si, forças para apreciar a vida. Forças para querer viver.
Então veio o dia em que a mão de tua insana vingança agiu.
O recepiente que cumpriu diretamente tua vingança.
Vingança que só pôde acontecer graças aos teus esforços, graças a tua dedicação de anos.
Agora, diga-me:
Quem faz mais mal? Em quem reside a verdadeira culpa de tua insana vingança?
Na mão da vingança ou na mente que arquitetou a vingança?
Postado por Ricardo Ceratti.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Agradecimentos II.
Queria agradecer aos agricultores da discórdia.
Aquelas pessoinhas que dedicam suas vidas a atrapalhar a vida dos outros, a tentar sabotar a felicidade alheia, criar problemas, fazer fofocas, colocar minhocas em cabeças sãs... enfim, que se dedicam a plantar discórdia.
Pensam que não lhes custa nada tais atitudes. Pensam que ainda possuem muitas décadas de vida pela frente e que isso é tempo mais do que suficiente.
Aliás, é tempo DEMAIS, pois não sabem o que fazer com tanto tempo.
Pouco a pouco tomam atitudes invejosas, de minar a felicidade alheia para não se sentirem tão infelizes. "Não custa nada", pensam, pois o ócio se infiltra em suas vidas e se vêem incapazes de buscarem soluções positivas para o mesmo. Se vêem incapazes de buscar soluções que melhores suas vidas.
Pouco a pouco, o tempo passa.
Algum dia as cabeças amadurecem.
Ou não. Nem todas conseguem tal façanha.
As que conseguem, caem na tristeza de perceber o quanto de sua própria vida abriram mão. Quanto tempo que poderiam aproveitar, mas desperdiçaram na ilusão de imortalidade.
Algumas mudam suas vidas, compensam pelo desperdício. Estas conseguem alguma paz em seu leito final.
Outras acreditam que não há mais conserto, se dedicam a continuar naquele esforço do qual já se tornaram exímios.
De outro lado temos aqueles que chegam ao fim de seus dias sem ter conseguido perceber seu erro. Estas terão a recompensa em seu leito final! A recompensa de seu contador regressivo chegar a zero sem terem realizado nada de que realmente se orgulhem, sem terem SE realizado. A recompensa de viver até seus ultimos dias com aquele sofrimento, aquela angústia que não fazem idéia da causa. A angústia de terem dedicado suas vidas, não ao benefício próprio e daqueles que amam, e sim da destruição de todos que cruzam seu caminho. A angústia de não terem construído nada de positivo para si e, ainda assim, se questionarem "Por que me sinto assim? Sofro assim? Por que minha vida não foi boa comigo, para mim?".
Eu, sinceramente, sinto pena de tais pessoas.
Talvez estas pessoas realmente atinjam seus objetivos, alvejando a vida alheia, muitas vezes de forma irrecuperável.
No fundo me prendo à crença de que não são tão eficientes assim.
Quanto a mim, que disparem seus venenos.
Cada bala que me atinge é uma possibilidade de crescimento.
Cada bala é um convite a pensar, uma caricatura que me mostra o que não quero ser, o que não desejo para mim, do que me afastar.
Cada bala traz consigo uma conversa que melhora e blinda meus relacionamentos, pois, mentiras não ferem aqueles que não devem.
Resumindo, cada bala pode trazer um certo incômodo à minha vida, algum nível de desregulação na minha vida. Mas este período cessa rapidamente e, em seu lugar deixa apenas um reforçado alimento de caráter. No final das contas, todo efeito que encontra é o de fortalecer, a mim e aos meus relacionamentos.
Pois então... obrigado! Sintam-se à vontade para continuar a se matar aos poucos com seus venenos enquanto me fazem grande.
Postado por Ricardo Ceratti.
Aquelas pessoinhas que dedicam suas vidas a atrapalhar a vida dos outros, a tentar sabotar a felicidade alheia, criar problemas, fazer fofocas, colocar minhocas em cabeças sãs... enfim, que se dedicam a plantar discórdia.
Pensam que não lhes custa nada tais atitudes. Pensam que ainda possuem muitas décadas de vida pela frente e que isso é tempo mais do que suficiente.
Aliás, é tempo DEMAIS, pois não sabem o que fazer com tanto tempo.
Pouco a pouco tomam atitudes invejosas, de minar a felicidade alheia para não se sentirem tão infelizes. "Não custa nada", pensam, pois o ócio se infiltra em suas vidas e se vêem incapazes de buscarem soluções positivas para o mesmo. Se vêem incapazes de buscar soluções que melhores suas vidas.
Pouco a pouco, o tempo passa.
Algum dia as cabeças amadurecem.
Ou não. Nem todas conseguem tal façanha.
As que conseguem, caem na tristeza de perceber o quanto de sua própria vida abriram mão. Quanto tempo que poderiam aproveitar, mas desperdiçaram na ilusão de imortalidade.
Algumas mudam suas vidas, compensam pelo desperdício. Estas conseguem alguma paz em seu leito final.
Outras acreditam que não há mais conserto, se dedicam a continuar naquele esforço do qual já se tornaram exímios.
De outro lado temos aqueles que chegam ao fim de seus dias sem ter conseguido perceber seu erro. Estas terão a recompensa em seu leito final! A recompensa de seu contador regressivo chegar a zero sem terem realizado nada de que realmente se orgulhem, sem terem SE realizado. A recompensa de viver até seus ultimos dias com aquele sofrimento, aquela angústia que não fazem idéia da causa. A angústia de terem dedicado suas vidas, não ao benefício próprio e daqueles que amam, e sim da destruição de todos que cruzam seu caminho. A angústia de não terem construído nada de positivo para si e, ainda assim, se questionarem "Por que me sinto assim? Sofro assim? Por que minha vida não foi boa comigo, para mim?".
Eu, sinceramente, sinto pena de tais pessoas.
Talvez estas pessoas realmente atinjam seus objetivos, alvejando a vida alheia, muitas vezes de forma irrecuperável.
No fundo me prendo à crença de que não são tão eficientes assim.
Quanto a mim, que disparem seus venenos.
Cada bala que me atinge é uma possibilidade de crescimento.
Cada bala é um convite a pensar, uma caricatura que me mostra o que não quero ser, o que não desejo para mim, do que me afastar.
Cada bala traz consigo uma conversa que melhora e blinda meus relacionamentos, pois, mentiras não ferem aqueles que não devem.
Resumindo, cada bala pode trazer um certo incômodo à minha vida, algum nível de desregulação na minha vida. Mas este período cessa rapidamente e, em seu lugar deixa apenas um reforçado alimento de caráter. No final das contas, todo efeito que encontra é o de fortalecer, a mim e aos meus relacionamentos.
Pois então... obrigado! Sintam-se à vontade para continuar a se matar aos poucos com seus venenos enquanto me fazem grande.
Postado por Ricardo Ceratti.
Agradecimentos.
O desdém e riso debochado do gado à minha pessoa não passa de sinais claros de que estou no caminho certo e me motiva a continuar fazendo o que faço.
Por isto, sou grato ao gado.
Postado por Ricardo Ceratti.
Por isto, sou grato ao gado.
Postado por Ricardo Ceratti.
Tédio.
Não me permito ao tédio e peço que não se permitam também.
Por mais que ele me procura, por mais que me tente dia após dia, eu sempre invento alguma coisa para fazer.
Tédio é muito perigoso!
Ele mal se instala e já dá um jeito de trazer sua fiel companheira: A Preguiça.
Uma vez juntos, se instaura um ciclo difícil de escapar.
Um ciclo que acaba por corroer a vida aos poucos até não haver mais vida dentro de nossos corpos vazio.
Fujam do tédio com todas suas forças!
Postado por Ricardo Ceratti.
Por mais que ele me procura, por mais que me tente dia após dia, eu sempre invento alguma coisa para fazer.
Tédio é muito perigoso!
Ele mal se instala e já dá um jeito de trazer sua fiel companheira: A Preguiça.
Uma vez juntos, se instaura um ciclo difícil de escapar.
Um ciclo que acaba por corroer a vida aos poucos até não haver mais vida dentro de nossos corpos vazio.
Fujam do tédio com todas suas forças!
Postado por Ricardo Ceratti.
domingo, 22 de março de 2009
"Vida" Noturna.
Outro dia estava conversando com minha namorada a respeito dos horários que temos para fazer as coisas.
Já pararam para pensar que nem todas pessoas funcionam no mesmo horário e que é um tanto sem cabimento que o mundo inteiro funcione das 8h às 18h?
Claro, existem lojas de conveniência, mercados e farmácias 24h, hospitais, bombeiros, polícia, algumas linhas de ônibus, táxis, bares e danceterias...
Eu não consigo entender o motivo de não haver todas formas de trabalho, de produção, durante a noite assim como existe durante o dia.
Uma coisa é pensar neste assunto sob a ótica pré-luz elétrica onde realmente é complicado fazer qualquer coisa a noite.
Mas, uma vez que todos ambientes possam ser iluminados (e a maioria realmente o é), não existe motivo para não termos aula, bancos, julgamentos, restaurantes, terapias, etc. noturnos, na madruga, não é?
Certamente existem pessoas que iriam preferir trabalhar durante a noite e dormir durante o dia.
Qual seria o problema?
As atividades também poderiam ser distribuidas durante a noite.
As noites ficariam mais populosas, que faria com que os governos buscassem uma melhor iluminação pública e aumento da segurança noturna. Logo, a noite ficaria mais segura e não existiria tanto esse nosso "medo do escuro".
Certamente em alguma proporção reduziria o desemprego.
E, como minha interlocutora mesmo falou, reduziria o tráfego diurno. Assim como reduziria o tempo perdido nos trajetos, a dificuldade de encontrar lugar onde estacionar, a poluição, enfim, não somente o engarrafamento de veículos mas, também, o engarrafamento de pessoas.
A mim parece ótimo! As pessoas que não gostam de fazer as coisas durante o dia ou não gostam do calor, poderiam ficar em suas casas relaxando ou dormindo, sem que isso atrapalhasse suas vidas, sem atrapalhar a vida dos "diurnos" e, de brinde, as vantagens acima citadas.
Qual o problema então?
Certamente encontramos o desafio do primeiro passo. É realmente complicado começar a criar empregos para uma hora do dia onde nos sentimos tão inseguro. Precisaria de uma iluminação urbana e policiamento melhores. Porém, uma vez tendo começado o processo, iria se tornar algo natural, afinal de contas, o nicho estaria bem desenvolvido.
E por que não começar? Não dar o primeiro passo?
Talvez o problema esteja mais enraizado do que simplesmente a migração laboral para outra parte do dia.
Por incrível que possa parecer (ao menos para mim foi incrível ter percebido isso) ainda existe muita gente que pensa que quem dorme a manhã inteira o faz por ser vagabundo. Existe esse preconceito, essa tradição do pensar que faz com que as pessoas sequer considerem que o outro pode preferir trabalhar à noite por render mais neste horário. Rapidamente utilizam seu modo de viver e seus esquemas mentais cristalizados para julgar quem é diferente, quem se comporta diferente, de forma negativa.
É... talvez o problema esteja mais longe do que se imagina, uma vez que iluminar as ruas e aumentar o policiamente noturno é ridiculamente fácil ao se comparar com a dificuldade que seria modificar o modo retardado de avaliação cega e não-pensada que as pessoas costumam fazer.
Postado por Ricardo Ceratti.
Já pararam para pensar que nem todas pessoas funcionam no mesmo horário e que é um tanto sem cabimento que o mundo inteiro funcione das 8h às 18h?
Claro, existem lojas de conveniência, mercados e farmácias 24h, hospitais, bombeiros, polícia, algumas linhas de ônibus, táxis, bares e danceterias...
Eu não consigo entender o motivo de não haver todas formas de trabalho, de produção, durante a noite assim como existe durante o dia.
Uma coisa é pensar neste assunto sob a ótica pré-luz elétrica onde realmente é complicado fazer qualquer coisa a noite.
Mas, uma vez que todos ambientes possam ser iluminados (e a maioria realmente o é), não existe motivo para não termos aula, bancos, julgamentos, restaurantes, terapias, etc. noturnos, na madruga, não é?
Certamente existem pessoas que iriam preferir trabalhar durante a noite e dormir durante o dia.
Qual seria o problema?
As atividades também poderiam ser distribuidas durante a noite.
As noites ficariam mais populosas, que faria com que os governos buscassem uma melhor iluminação pública e aumento da segurança noturna. Logo, a noite ficaria mais segura e não existiria tanto esse nosso "medo do escuro".
Certamente em alguma proporção reduziria o desemprego.
E, como minha interlocutora mesmo falou, reduziria o tráfego diurno. Assim como reduziria o tempo perdido nos trajetos, a dificuldade de encontrar lugar onde estacionar, a poluição, enfim, não somente o engarrafamento de veículos mas, também, o engarrafamento de pessoas.
A mim parece ótimo! As pessoas que não gostam de fazer as coisas durante o dia ou não gostam do calor, poderiam ficar em suas casas relaxando ou dormindo, sem que isso atrapalhasse suas vidas, sem atrapalhar a vida dos "diurnos" e, de brinde, as vantagens acima citadas.
Qual o problema então?
Certamente encontramos o desafio do primeiro passo. É realmente complicado começar a criar empregos para uma hora do dia onde nos sentimos tão inseguro. Precisaria de uma iluminação urbana e policiamento melhores. Porém, uma vez tendo começado o processo, iria se tornar algo natural, afinal de contas, o nicho estaria bem desenvolvido.
E por que não começar? Não dar o primeiro passo?
Talvez o problema esteja mais enraizado do que simplesmente a migração laboral para outra parte do dia.
Por incrível que possa parecer (ao menos para mim foi incrível ter percebido isso) ainda existe muita gente que pensa que quem dorme a manhã inteira o faz por ser vagabundo. Existe esse preconceito, essa tradição do pensar que faz com que as pessoas sequer considerem que o outro pode preferir trabalhar à noite por render mais neste horário. Rapidamente utilizam seu modo de viver e seus esquemas mentais cristalizados para julgar quem é diferente, quem se comporta diferente, de forma negativa.
É... talvez o problema esteja mais longe do que se imagina, uma vez que iluminar as ruas e aumentar o policiamente noturno é ridiculamente fácil ao se comparar com a dificuldade que seria modificar o modo retardado de avaliação cega e não-pensada que as pessoas costumam fazer.
Postado por Ricardo Ceratti.
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