Semana passada participei do XXII fórum da Liberdade.
Achei um evento no geral bem interessante, com excessão das dublagens que eram mais confusas do que tentar entender por conta e com excessão de alguns convidados de discurso confuso e repetitivo.
De qualquer maneira, produtivo.
Durante um dos painéis um dos palestrantes (nem sei se é o termo certo para se referir) falou algo que me deixou pensativo.
Foi alguma coisa como exteriorizar idéias é ter idéias. No sentido de que a idéia na cabeça se encontra em fase embrionária e que vai se desenvolvendo na medida que a falamos.
Eu nunca tinha parado para pensar por este ângulo, apesar de já ter reparado tal acontecimento justamente aqui, no blog.
Muitas vezes eu tenho um breve lampejo de idéia. Uma base, um ponto de partida.
Dedicando algum tempo refletindo eu consigo elaborar a idéia um bocado e até chegar a algumas conclusões.
Porém eu notei que nunca consigo trabalhar com as idéias por completo, se é que tal existe, ou, pelo menos, numa quantidade que acho minimamente necessária.
Quando escrevo a respeito do que pensei aqui, as idéias se desenvolvem quase que por conta própria. É como se eu tivesse dialogando com outro Ricardo que me traz outros pontos de vistas e contra-argumenta comigo.
É bem freqüente eu começar com uma idéia e acabar deenvolvendo e finalizando o texto com um assunto bem diferente, uma vez que o caminho tomado na bifurcação acaba me parecendo mais produtivo ou "correto".
E assim o texto nasce com meu esforço, mas se desenvolve quase que por conta própria. Como um filho que cuidamos quando são crianças mas, depois de um certa idade nos basta dar um mínimo de auxílio.
Existem outras vezes, estas raras, em que durante o processo de escrever um texto, no desenvolvimento de uma idéia, eu me deparo com outros argumentos daquele outro Ricardo e acabo até mesmo mudando de idéia completamente. Como que a reflexão individual não tivesse sido o bastante para eu perceber coisas importantes que no meu diálogo solitário eu percebo com clareza.
Então, nem preciso dizer da contribuição existente quando o diálogo não é solitário.
A troca de idéias com outras pessoas, de preferência inteligentes e com vivências que as permitam diferentes pontos de vista ou opiniões das minhas, é algo altamente construtiva para qualquer forma de elaboração de pensamento.
Porém tal construção só pode acontecer quando as pessoas colocam sua abertura a idéias na negociação. Quando uma pessoa escuta o que a outra tem a dizer, reflete, adequa a informação nova e ponto de vista alheio, aos seus pensamentos e acaba criando algo que nenhuma das duas pessoas individualmente seriam capazes de criar.
Como eu opinei em outra ocasião, reforço agora, não consigo entender que vantagens a criação egoista de idéias possa trazer.
Um ambiente livre para coexistirem pensamentos divergentes e, para que os mesmos sejam digeridos... aliás, saboreados, é o melhor nicho para o desenvolvimento de qualquer forma de pensar, sobre qualquer matéria de conhecimento.
Postado por Ricardo Ceratti.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
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