A ignorância é uma bênção - provavelmente a frase mais clichê da humanidade.
Mas há uma certa verdade por trás dela.
Uma criança pequena em condições normais vê o mundo de uma forma quente, otimista, esperançosa. Ela acredita que o desconhecido será positivo quando se revelar a ela, e é excitante a infinidade do que há para descobrir, comparado ao pouco que já descobriu. Nem toda criança é um feixe de alegria, obviamente, mas a maioria de certa forma é.
Um idoso em condições normais vê a vida de forma fria, cansada, pessimista. A não ser que tenha sido sábio o suficiente para se proteger da realidade através do foco no positivo enquanto ignora todo o resto. Ele já experienciou coisas demais e seu cérebro estatístico se deu conta de que a maioria das coisas que descobriu são negativas, que há uma razão não tão bonita mesmo por trás das coisas belas, que o mundo não é justo, que as regras não são para todos, que a ilusão e falsidade estão mais para regra que exceção (nem sempre intencional ou consciente). Ele enxerga a realidade e percebe que não é uma cena lá muito agradável.
O que diferencia drasticamente estes dois grupos? A experiência, o conhecimento. O primeiro é ignorante, enquanto o segundo sabe mais do que gostaria de saber.
Mas a ignorância é uma falsa felicidade, baseada em devaneios com pouco ou nenhum contato com a realidade. Não conheço um realista ranzinza que gostaria de abrir mão do que sabe em troca de um pouco mais de ilusória felicidade.
Postado por Ricardo Ceratti.
sábado, 18 de novembro de 2017
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