sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Um posicionamento se faz necessário

Tenho visto uma indignação geral com um certo caso de alguém que matou um cachorro.
Vejo as pessoas se exaltando, e clamando por punição máxima, como linchamento, olho por olho.
Acho estranho esta reação. Até engraçada, de certa forma.
Diariamente acontecem os mais variados tipos de barbáries e ninguém parece se importar.
Ninguém se presta a sequer passar os olhos por cima de outras notícias tão hediondas quanto, ou mais.
Estamos todos acostumados a deixar as desgraças naquela zona de música de elevador, que ouvimos mas não escutamos.
Fiz algumas tentativas amplamente frustradas de dialogar com as pessoas, tentar mostrar que linchar ou matar não é bem a solução, e que a solução está na via educacional.
Antes que eu seja novamente mal interpretado, por educação não quero dizer escolas, faculdades, cursinhos, pós, mestrados, doutorados.
Nada disso.
A educação a qual me refiro é, em essência, a mesma que nos impede de jogar lixo no chão, que fez o povo chinês parar de cuspir na rua, que nos compele a deixar pessoas de idade atravessarem a rua, etc.
Educação moral, educação de bom senso, educação de civilidade e humanidade.
Não quero dizer que esta pessoa deva ficar impune.
Não, que seja punida de acordo com a lei.
Mas quero que tal acontecimento sirva para incentivar políticas públicas de conscientização da população.
Que sirva pra nos abrir os olhos, para sairmos um pouco do nosso status de "eu cuido do meu e o resto é o resto", para nos conscientizar do que é certo, e de fazermos algo quando vemos o obviamente errado acontecendo.
Mas o que me desviei do que realmente me incomoda.
Diariamente acontecem assaltos, homicídios, sequestros, estupros, atos de crueldade, abusos físicos e psicológicos, violência no trânsito e em festas, crueldade e sadismos à flor da pele, desvios de dinheiro, pessoas morrendo na fila do SUS, mendigos sendo queimados, policiais abusando do poder, tráfico, guerras e guerras pelo tráfico, famílias desmanteladas, pessoas recorrendo ao crime para sobreviverem, pessoas recorrendo ao crime para levarem uma vida fácil, vidas destruídas pelo consumo de drogas, pessoas que tiram sua própria vida por não encontrarem alguém que as ajude ou ouça, etc.
Tanta coisa.
TANTA COISA.
E eu só vejo mobilização que não seja de uma meia dúzia em dois casos:
Maus-tratos a animais;
E aquilo que vira moda pela mídia.
"Ah, mas o que podemos fazer nesses casos?"
Muita coisa, minha gente. MUITA coisa!
Vou dar um exemplo simples que de simples não tem nada.
Nossa situação como brasileiros nos acomodou a assistir desvios de dinheiro.
Coisa cotidiana.
Nem pensamos a respeito. Nem achamos que faça mal para alguém.
Vamos por parte.
De quem sai este dinheiro?
Vem do nosso bolso! Sai do nosso salário!
Todos nós, ricos ou pobres (afinal, pagamos imposto até num chiclete que compramos no mercado) pagamos impostos.
E, cá entre nós, a maioria não tem lá dinheiro sobrando, né?
Muitos precisam fazer verdadeiros malabarismos para pagarem as contas e conseguirem se alimentar.
Ok, pagamos impostos abusivos e isso torna impraticável a vida de muitos, muito ruim a vida de outros muitos, e não faz diferença na vida de poucos. Que tanto mal há nisso?
Agora vamos dar uma espiada no outro lado.
Quanto de dinheiro é desviado todo ano?
E o que poderia ser feito com este dinheiro?
Ora, fizemos um contrato com o estado.
Pagamos impostos abusivos e elegeremos pessoas que serão pagas muito além da realidade aceita na maioria dos países que adotam a mesma forma de governo que nós, e em troca estas pessoas formarão o estado e cuidarão de nos prover nossas necessidade básicas.
Saúde, educação, segurança.
Só que nossa saúde é sucateada.
Temos profissionais trabalhando muito além do que um profissional de saúde deveria.
E isso para economizar dinheiro de efetivar outros servidores para dar conta daquela demanda.
Temos salários na saúde que, exceto médicos na maioria dos casos, são desanimadores, especialmente se for pesado com o quanto lhes é exigido.
Temos hospitais e postos caindo aos pedaços.
Temos a falta de equipamentos (eu mesmo já fui atendido por uma ambulância que a paramédica teve que me imobilizar com um papelão que achou na rua, pela simples falta de equipamento no veículo).
Temos a falta de uma melhor qualificação profissional e humana (acha que lidar com gente, ou pior, com gente doente, é fácil? Ambos lados saem perdendo nessa história).
Temos uma fila de espera que muito tarda no tratamento, agravando a situação ou até matando o usuário da nossa saúde.
Temos uma falta de campanhas, de vacinas, de cobertura.
Tudo isso, minha gente, causa morte.
Uma morte, ao meu ver, mais horrível e dolorosa (não só para quem morre, mas para a família e quem vê isso acontecendo e tem um mínimo de empatia) do que ser espancado até a morte.
Temos uma força policial extremamente mal paga e mal preparada.
Sinto informar que uma parcela significativa de nossa polícia é constituída de sujeitos que sem a farda não exitaríamos em chamar de bandidos ou marginais.
E alguém pode culpá-los?
Quem em sã consciência (exceto idealistas, ao meu ver) aceitaria correr o risco de tomar um tiro num país tão corrupto por um salário tão ridículo?
Eu certamente não toparia.
Precisamos também capacitar estas pessoas. Mostrá-las uma outra forma de ver o mundo, uma outra forma de lidar com as situações, outra forma de executar a lei e de tratar o cidadão.
Sem destinarmos verba para uma elevação do padrão de vida para toda a classe policial e numa educação de qualidade para os mesmos, seguiremos vendo policiais matando pessoas algemadas atrás da viatura, espancando pessoas inocentes, estuprando moças, fazendo valer a sua vontade, como se ele fosse a lei, e não alguém que serve para certificar que a lei seja cumprida.
E a educação?
Evasão escolar. Por parte de professores inclusive.
Professores que são terrivelmente mal pagos e, assim como nossos policiais, também são mal preparados.
Não sabem lidar com os alunos, não sabem lidar com as características de cada um, com o modo que cada um aprende, com as diferenças, com as dificuldades.
Muitos professores pegar raiva de alunos, tornam sua vida um inferno, fazem fofoca, debocham dos pais e dos alunos, etc (já trabalhei em escola, ok?).
É culpa dos professores? São pessoas más?
Não!
É só falta de uma capacitação, de uma qualidade de vida, de emprego.
É só falta de material, de apagador, de projetor, falta de uma sala sem goteira, de uma rua decente para chegar no colégio, de cadeiras suficientes na sala dos professores (ou dos alunos), etc.
É falta de coisas que, sinceramente, o dinheiro COMPRA.
Então temos um péssimo ensino que não capacita as pessoas.
Temos um mercado de trabalho com poucas vagas, altamente competitivo.
Quais as chances desses alunos no mercado de trabalho?
Ah, pois é.
Mas é preciso sobreviver, não?
Alguns decidem que roubar é uma maneira perfeitamente viável de garantir sua sobrevivência.
Sua ou de sua família inteira.
Alguns acabam crescendo e se tornando adultos sem nunca sequer terem contato com o termo "moral", passando batido pelo que é certo ou errado.
Pessoas que crescem e fazem o que bem entendem, pois sua família nunca teve condições de aprender costumes minimamente civilizados, e a escola não teve a menor condições ou interesse de ensiná-los isso.
Estas pessoas podem vir a matar alguém por esporte, causando uma tremenda e irreparável dor a uma família inteira.
Ou pode vir a estuprar alguém, causando uma dor psicológica que pode se estender para toda a vida, ou até mesmo gerar um "filho de ódio".
Pode sequestrar uma pessoa que depois desenvolverá transtornos psicológicos severos, a aleijando por toda a vida.
Tudo isso me parece muito pior que um caso ou dois de pessoa espancando um cachorro.
Tudo isso o dinheiro PODERIA, se não resolver, aliviar (se usado corretamente, obvio).
Mas não há dinheiro. Ele foi desviado pois aquela pessoa que elegemos roubou ano passado para comprar uma lancha nova, e roubou este ano para comprar um prédio no centro de uma grande metrópole.
E o que fazemos a respeito?
Absolutamente nada.
Não é problema meu. Não tem o que eu possa fazer.
Mentiras!
Até quando vamos nos esconder atrás destas mentiras?
Até quando vamos nos revoltar só por coisas "fim"? Só por coisas que chocam ou que nos dizem que chocam?
Até quando vamos deixar a mídia nos dizer no que devemos pensar? Pelo que devemos nos rebelar?
Até quando vamos deixar o NOSSO dinheiro escoando pelo ralo enquanto todos NÓS pagamos CARO por isto?
Não, estas coisas as pessoas não se envolvem.
Aposto que quase ninguém vai se prestar a ler isto aqui.
Isto ou qualquer outro texto que tente mostrar que a coisa toda está errada.
Ler ou ver algum vídeo, já que sei que a preguiça impera.
Se conscientizar, pensar por si próprio, questionar, ir além do que simplesmente está nos sendo mostrado, além do que nos enfiam nos olhos.
Aí as pessoas me dizem que a humanidade as enoja.
A mim também.
Dizem que preferem os animais que os humanos. Que os humanos são podres.
São podres por culpa justamente da SUA inércia!
São podres simplesmente porque VOCÊ não luta pelo que é certo para os humanos.
Não luta pela conscientização, pela educação, pela honestidade, pela finalidade correta de dinheiro público, pela manipulação saudável (e não visando lucro em cima de lucro em cima de lucro...) da mídia (que poderia muito bem, se fosse de interesse, ser utilizada para conscientizar e dar bons valores para toda a população).
Estas mesmas pessoas que resolvem descartar a humanidade, jogá-la por inteiro no lixo, "não quero mais brincar", que acham que vale mais a pena viver com um animal ou se preocupar com ele do que com um irmão humano, são as pessoas que condenam, pouco a pouco, a humanidade para justamente o papel que elas usam como desculpa para desprezarem e virarem o rosto para a humanidade.
É UM CICLO VICIOSO!
Tudo nessa vida é um ciclo vicioso!
Mas nada temam! Tudo tem conserto!
Afinal, todo ciclo vicioso ruim pode ser substituído por um ciclo vicioso bom.
Basta querermos. Mas quereremos de verdade. E lutarmos por isso!
A chave para sairmos deste PÉSSIMO ciclo vicioso, para irmos para um que seja bom, que nos traga uma vida mais saudável, mais próxima dos nossos semelhantes, com mais dignidade e com muito menos absurdos e "notícias chocantes" está na educação, na conscientização.
E estas precisam de algo grande para terem boa abrangência.
Quem é grande suficiente? Com dinheiro suficiente?
O governo!
Quem sabe não nos revoltamos para um governo que não seja corrupto, que invista na nossa qualidade de vida, e que invista na conscientização desse povo todo que vive sem ter o que comer mas tem televisão em casa?
A culpa é minha, a culpa é sua, a culpa é nossa!
Nós votamos, nós engolimos quietos, nós permitimos que a coisa continue como está.
Nós podemos mudar isso, seja com o voto, seja com abaixo-assinados, seja com passeatas, seja com impeachment.
Agora, se você prefere olhar pro lado e se preocupar unicamente com um cão que foi espancado (não que eu ache que não deva se preocupar e se revoltar com isso TAMBÉM), que pelo menos tenha consciência de que você é tão culpado quanto quem espanca animais ou faz horrores com pessoas.





Postado por Ricardo Ceratti.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Virtualidade

Estive observando como existem diferenças gritantes entre como é uma pessoa na vida real, e como esta mesma pessoa é no espaço virtual.
Na internet as pessoas são, pelo que pude observar, menos tímidas, mais ousadas, engajadas. Defendem suas causas, discutem, brigam, criticam, ironizam, tudo mais. Se impõem mais, se expõem mais.
Não quero, neste momento, entrar no mérito do quanto estas ações são providas ou desprovidas de valor ou de interesse genuíno.
Vejo casos até extremos: Pessoas que brigam online com furor, de chegar ao máximo do rompimento virtual - o ato de remover a pessoa de sua lista, de seus "amigos" -, se relacionarem normalmente quando se encontram. Assim como pessoas que sequer se olham ou se cumprimentam pessoalmente, acham o fim do mundo serem excluídas da amizade virtual.
Existe uma cisão com sutis, porém presentes, notas psicóticas destas "duas vidas".
Entendo como o conforto da distância e impessoalidade facilitem decisões e atitudes incompatíveis com a vida "cara-a-cara", mas vejo neste movimento uma banalização de caráter doentio, um movimento que, desprovido de significado, não gera nada por si só.
Por outro lado, vejo nesta mesma facilitação um espaço rico para o crescimento.
Ora, as pulsões e os desejos existem em ambas vidas. Porém o que se poda e é podado em uma, é extrapolado em outra. Quão mais saudável é a aproximação destes dois extremos?
Podemos aprender com nossas experiências virtuais a aderirmos atitudes mais autênticas em nossas vidas reais. A começarmos a lutar mais, em nosso cotidiano, pelo que acreditamos, pelo que achamos certo, pelo que pensamos e sentimos.




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ajudar.

Estava chegando num mercadinho perto de casa e sou abordado por uma guriezinha duns quatro anos.
Me pediu se eu compraria pão e leite.
Acostumado com pedintes, mendigos, drogados e flanelinhas, pus um "não" na ponta da língua.
Mas na hora de verbalizá-lo refleti: Ela não está me pedindo dinheiro e sim comida. Não me chamou de mano. Não deixou implícito que ia riscar meu carro ou que minha integridade física estaria em jogo. Não chegou com bafo de cachaça nem de loló. Não tentou intimidar. Não contou uma histórinha, nem dramatizou a situação (que eu sei que é dramática em boa parte das vezes). Não agiu como se fosse minha obrigação dar alguma coisa para ela. Não pediu isso em troca de cuidados imaginários de alguma propriedade minha. Não pediu dizendo que ia comprar comida, ou admitindo que ia comprar drogas.
Só pediu. Pediu com educação. Com aquela educação que não precisa de dinheiro ou de escola para ter. Com respeito. Nem se colocando como inferior, nem como superior. Pediu como igual que é.
Eu disse que compraria uns pães para ela e que me esperasse pois eu ia demorar um pouco, pois tinha minhas compras a fazer.
Me preocupei dela estar ali sozinha, mas me falou que estava com a mãe. Sua mãe não estava jogada na sarjeta, não estava pedindo esmola, não estava sob efeito de drogas, não estava roubando, nem nada. Sua mãe estava trabalhando de juntar coisas para reciclagem, ou, popularmente, era papeleira.
Dei pães, mortadela e bergamotas numa quantidade que sabia que elas duas matariam a fome pelo menos até a próxima noite (se não mais).
E então me dei conta. Não chegou a me custar 3R$. TRÊS REAIS!
Sério, sabendo comprar dá para conseguir alimentar-se com muito pouco dinheiro.
As frutas em dia de feira (no caso, hoje), eram quase de graça.
Comprei coisa para me alimentar durante a semana inteira E as compras para a guriezinha e sua mãe e o total me custou em torno de 15R$.
Agora pense. Quantas vezes se dá esmola em semáforos, para pedintes nas calçadas, parques, para os flanelinhas? Quanto se dá?
Muitas vezes damos quantidades realmente próximas do quanto gastei para ajudá-las.
E qual a utilidade disso? Todos sabemos para onde vai esse dinheiro.
Faça seu dinheiro e sua ação valer. Dê alimento para ajudar a pessoa, mas não dê este coringa que a qualquer fim pode ser utilizado.




Postado por Ricardo Ceratti (com seu estoque de frutas, legumes e verduras).

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Convulsões na sociedade.

Ao assistir este vídeo (http://vimeo.com/27659191) fui obrigado a falar algumas coisas:

O que, ao meu ver acontece?
A mera existência de modos de vida diferente, que podem dar certo e deixar a pessoa realizada, é em si uma ameaça para a estrutura atual em que nos inserimos (estudar, trabalhar, ser explorado, comprar... ou não estudar, trabalhar mais, ser infinitamente mais explorado, e comprar).
Não existe problema algum que alguém saia deste modo de existência, desde que sejam removidos da sociedade fisica ou psicologicamente. Mendigos não são problema, pois ninguém vai deixar de ser explorado na sua força de trabalho para consumir bastante para ser um mendigo. E os tão chamados "loucos" não são problema também, pois são removidos da sociedade através de clínicas, hospícios ou doses debilitantes de remédios. Bandidagem de baixo nível também não se constitui numa ameaça séria, uma vez que influencia uma quantidade muito pequena de membros produtivos da sociedade a buscarem esta forma de vida, se comparado com o imenso ganho social que existe em sua existência, que é gerar medo (e é o medo que nos leva a nos mantermos nesse status quo, a querermos um governo, uma polícia, a pagarmos segurança privada, a comprarmos muitas coisas para nos distrairem da realidade em nossos lares ou "gadgets").
O problema se dá quando vemos pessoas sobreviverem de fazer o que gostam, sem enlouquecerem, sem viverem de uma forma (percebida pelos mesmos como) miserável, de não precisarem entrar no ciclo exploração/consumo.
Já pensou que má influência? Já pensou se todo mundo decide fazer o que gosta e comprar só o que precisa? Se todo mundo achar a idéia bacana e passar a viver assim.
Já pensou?
A sociedade, estruturada da forma em que se encontra atualmente, simplesmente desmorona.




Postado por Ricardo Ceratti.

domingo, 24 de julho de 2011

Refilmagem

Estava conversando com uma amiga sobre o que são os filmes hoje em dia.
Particularmente, sobre refilmagens.
Claro que para tudo existem exceções, mas de maneira geral me parece que hoje em dia as refilmagens se interessam apenas em efeitos especiais, muito chamariz para os olhos, deixando de lado muita coisa importante dos títulos originais, muitos valores e sutilezas, simplesmente para se adaptar à desgostosa atualidade.
O que é um filme clássico?
No geral um sujeito com muito coração, muito gosto pelo que faz, e pouco dinheiro, se esforça para conseguir colaboração necessária para criar um filme no qual coloca o máximo de sua alma possível.
E as refilmagens?
Um sujeito com muito dinheiro nas mãos, nada de criatividade, nada de envolvimento com a história, contrata uns atorzinhos da moda para fazer a tal da refilmagens, em lugares bonitos, com roupas, casas, acessórios bonitos, com o único propósito de conseguir mais dinheiro.
Para conseguir tal proeza, a história passa por uns "retoques", de forma que se adapte à atualidade e ao que a maioria das pessoas gosta, se interessa por ver.
Então temos o problema que a maioria das pessoas tem uma visível tendência para a ignorância e futilidade.
Logo, o filme acaba sendo uma bela nivelada por baixo.
Mas isso não é problema, desde que consiga muita gente para assisti-lo.
Essas pessoas, com quem a refilmagem dialoga, não vai ter interesse em conhecer o original. E se conhecer, não vai gostar.
O filme original não "fala" com estas pessoas. Não fala sua língua. Não é algo com que possam se identificar, tãopouco algo com que desejem sonhar.
O filme original passa a ser uma relíquia de outra era. É um computador de uma sala inteira, é um instrumento indígena, é um revólver de curto alcance e pouca precisão.
É, enfim, uma peça de museu, sem utilidade.
Uma obra de arte para jamais ser compreendida.
Pois isto não ocorre apenas com filmes. É um mero exemplo para ilustrar onde quero chegar.
Esta é a nossa realidade.
A sociedade do consumo. Da produção em massa. Da valorização do status e das aparências. Da "mesmificação". Da falta de profundidade.
Um mundo onde não se vê e certamente pouco se valoriza quem cria algo por achar bom, cria algo para colocar sua alma, cria um pilar a ser deixado no mundo.
Mas vemos toda hora o produzir para produzir mais.
Criar algo com o único objetivo de conseguir vender.
Uma banda, por exemplo, precisa seguir as exigências de sua gravadora. E nessa briga é o que verdadeiramente o artista quis passar que sai perdendo.
É você quem sai perdendo!
Somos todos nós!
Perdemos pois incentivamos o medíocre.
E do medíocre nos cercamos.
Até não existir mais nada além da mediocridade.
Nada além do ciclo vicioso da mídia.
Que nos convence do que é bom,
Para fazer com que desejemos este "bom",
Para produzir este "bom",
Para "agregar valor" em cima deste "bom",
Para que compremos este "bom",
Para lucrarem com este "bom",
Gerando dinheiro para ser investido em "formar opiniões",
Que nos dizem qual é o próximo bom a ser desejado e vendido...
E os economistas me dizem que não existe fórmula para o dinheiro infinito.
Tolos...




Postado por Ricardo Ceratti.

Mundo contra mim.

Muitas vezes criamos essa imagem de que o mundo conspira contra nossa pessoa.
As coisas não dão certo, a pessoa com quem namoramos não é tão legal quanto esperávamos, não dá pra contar tanto com os amigos como gostaríamos, não conseguimos aquele emprego por puro preconceito, o semáforo resolveu fechar justo na nossa vez, o policial inventou de multar só eu dos que ignoraram aquele sinal fechado, etc.
É muito bom e muito fácil fazer este tipo de movimento.
Ele protege nossa auto-estima.
Ele permite que nos mantenhamos naquela posição tão privilegiada dos bebês, nas qual é perfeito e tudo de errado e mau é externo.
É, pode ser boa para não abalar a auto-estima, mas é completamente irreal e paralisante.
Não passa de uma mentirinha que contamos para nós mesmos. Uma mentirinha com suas consequências.
A principal delas é justamente nos impedir que cresçamos. Não enxergar nossos erros e defeitos, não assumi-los, é a certeza de não podermos trabalhar em cima dos mesmos.
É não poder desenvolver uma série de capacidades.
Cada uma na sua área.
É não aprender a ter um bom diálogo nos relacionamentos, é não melhorar como motorista, é não prestar mais atenção no que faz, é não buscar ser um profissional mais capacitado, etc.
Agora, pergunto, o que levaria alguém a escolher ser cego? Ou estancar e não tornar uma pessoa melhor, mais apta?
É preciso buscar as causas em nós mesmos, afinal, já é batido: não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar a nós mesmos.
Porém, muitas vezes é simplesmente impossível enxergar através destes pontos cegos. Precisamos de ajuda.
Precisamos de alguém que nos entenda, que olhe para a mesma direção que olhamos, que seja sincero para dizer o que realmente vê, que tenha paciência com o nosso tempo, que esteja genuinamente interessado na nossa caminhada, que nos acompanhe no sofrido processo de enxergar o que não se quer ver, de conseguir lidar com esta nova descoberta, e, acima de tudo, aproveitar uma fraqueza como uma via que possibilita o desenvolvimento.
Esta pessoa existe.
E é chamado por um nome pelo qual muitos ainda possuem preconceito, e outros tantos ainda não sabem direito o que faz.
Esta pessoa se chama psicólogo.
Não, não serve só para quem é louco, drogado, traumatizado ou suicida.
Serve também para ajudar uma pessoa bem "normal" a se conhecer melhor e obter mais sucesso naquela imensa maioria das situações onde o resultado depende apenas de si.




Postado por Ricardo Ceratti.

Lógica.

Tenho uma curiosidade e a explicarei em forma de um problema de lógica.

Se música é o alimento da alma.

Se somos aquilo que comemos.

Se existem músicas cujo único foco é a putaria, ou a venda pras massas, ou algo para que as pessoas altamente drogadas escutem para dançar, ou uma apologia à violência, às drogas, à promiscuidade, à vida de crimes, à sacanear as pessoas.

E, obviamente, existe público para tais músicas.

Pergunto, o que estas pessoas são?




Postado por Ricardo Ceratti.

Problemas...

Fico pensando.
Se desde em torno dos 20 anos eu já me preocupava e incomodava com a falta de valores do mundo.
Se a coisa tende a piorar.
Se com a idade a tendência é me incomodar mais.
Ok, acho que terei problemas logo logo...




Postado por Ricardo Ceratti.

Ah, modernidade...

O que aconteceu com a humanidade?
O que aconteceu com a sutileza, com valorizar o que é bom, o que é puro, com fazer valer os momentos, com apreciar as pequenas e importantes coisas?
O que aconteceu? Onde nos perdemos?
Onde foram parar... amor, decência, lealdade, honestidade...?
Onde foi parar nossa visão ampla do mundo, da vida?
Só enxergamos o agora, só vivemos para o agora, consumimos tudo, nos consumimos, desvalorizamos tudo.
Nada é bom, nada basta, nada vale a pena parar, nada vale respirar fundo, olhar a paisagem, aproveitar uma boa companhia.
Nada.
Só correr.
Correr e se estressar.
E usar tudo e todos como válvulas de escape para o estresse.
E banalizar as relações.
Banalizar as pessoas.
Banalizar a natureza.
Banalizar... a vida.
A vida não é eterna, sabia?
Uma hora tudo acaba.
Seja para si, ou seja para quem não percebemos no dia a dia que importa tanto assim.
E aí, quando acaba, o que tu faz, espertinho?
Não dá para voltar no tempo.
A vida não é um computador, com seu "undo" facilmente acessível à mão esquerda.
Sabe... me parece que estamos nos acostumando com a idéia de vida eterna, em conjunto com o fanatismo pela competição.
Parece uma corrida.
Uma corrida desenfreada, na qual precisamos de status, de dinheiro, usar todos, comprar tudo.
Um jogo, no qual podemos nos entreter com desavenças, desagrados, desuniões e outros "des".
Um jogo que parece muito interessante e válido.
Agora.
Mas... e a longo prazo, como fica?
E no somar dos anos, de que isso tudo importa?
De que tudo importa?
O que importa?
É bom ir pensando.
Tempo é o bem menos valorizado.
Pense no que quer fazer com o seu.




Postado por Ricardo Ceratti.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Reflexão XXV.

Começar é difícil.
Re-começar é quase impossível.




Postado por Ricardo Ceratti.

domingo, 26 de junho de 2011

Engenharia Social.

Sabe o que é Engenharia Social?
É uma espécie de lavagem cerebral. Só que muito refinada.
É uma lavagem cerebral que não tem fim.
Que está em todos os lugares.
Que está acima e abaixo, na esquerda e na direita. Está por trás de tudo que vemos.
Mais ou menos como as células nos nossos corpos. Não as vemos, até esquecemos que existem, mas elas estão ali, controlando todo esse universo que é nosso corpo.
É responsável pela ordem, bem como pela desordem.
Cria situações e correntes de pensamento, que divergem de outras, afinal, uma distração é sempre bem vinda.
Mas o ponto mais eficaz dela nem é nada disso.
O mais eficaz da coisa é que cada pessoa sobre a influência de tal lavagem cerebral, se torna uma propagadora da mesma. Se torna um pequeno bloquinho que permite que esta grande construção siga existindo.
Um pequeno bloquinho que vê as décadas passarem acreditando que é um ser livre, que suas escolhas e pensamentos são seus.
Um bloquinho sobre esta influência aqui, outro ali, outro lá... todos convencidos de sua liberdade, acabam convencendo outros bloquinhos que esta é a realidade, que é assim que as coisas realmente são, foram e serão.
E não é intencional, por maldade ou bondade, com algum ganhou ou ameaça.
Nada disso é necessário. Nada disso de fato existe.
Os motivos dela existir? Não sei e, sinceramente, tenho a humildade de não acreditar que um dia virei a saber.
Se é para manter um determinado nível de ordem, para preservar a espécie humana, ou se é para obter ganho, para manter poder. Realmente, não sei.
E para falar a verdade nem me interessa.
Quem me garante que não estou desempenhando justamente meu papel de bloquinho manipulado ou pensar assim, ao escrever este texto?
Ainda se eu tivesse alguma certeza.
Ainda se eu acreditasse que eu poderia mudar alguma coisa.
Ainda se eu soubesse o que diabos mudaria.
Não, nada disso está ao meu lado.
Apenas a realidade me parece estranha. Algumas vezes, irreal.
Será que só eu penso assim? Duvido.
Talvez eu tenha mais chances de encontrar quem pense assim em clínicas psiquiátricas do que andando "livremente" nas ruas em sua "normalidade", assim como eu.
Mas, se a realidade não me parece real, se o natural me parece forjado, e as chances de ser diferente não parecem existir, o que me resta?
De onde estou agora, tudo que parece estar ao meu alcance é questionar.
Questionar tudo, questionar o objetivo de tudo, questionar todas obviedades, questionar os "é assim, sempre foi assim".
Pode não parecer muito, mas me traz um certo alívio perturbador.
Pode não parecer útil, mas me permite enxergar mais do que se costuma ver.
Como numa foto de um bom fotógrafo em relação a uma foto que qualquer um de nós tiraria. Temos a mesma paisagem, diferente é o que enxergamos nela, a riqueza que pode ser extraída.
Durante todo nossa existência absorvemos crenças e valores que ditam nossas vidas.
Freud fala do super-ego, que seria, de uma forma bem simplificada, as leis externas (pais, professores, polícia) internalizadas em nossas mentes.
Usando esta maneira de pensar, acredito que não são somente estas "leis" que acabamos internalizando. Os desejos, as regras do mundo, o que podemos e não podemos, como as coisas funcionam, etc. Tudo nos é internalizado.
Constantemente.
Lembra quando eu falei que cada pessoa ajuda na lavagem cerebral? Pois é isto: O... não sei nomear... o "tudo" das pessoas nos transbordam, nos influenciam.
As mil pessoas aleatórias com quem cruzamos caminho a cada dia nos influenciam com seus "tudo".
E os aceitamos como tudo.
Aceitando, propagamos.
Propagado pela quase totalidade, sequer questionamos. Se quer refletimos.
Aceitamos com o que podemos sonhar, quais as formas que podemos lidar com nossos sonhos, quais os caminhos para seguí-los (caso seguí-los seja a forma que lidamos com eles), quando parar...
O que quer, o que vê, o que sente, o que acredita, o como, o onde, o quanto, o quando...
Isso tudo pode ser bobagem da minha cabeça, pode ser que estou ficando louco, pode ser inútil, pode ser bobo, pode ser chato.
Mas uma coisa garanto que não é: não é tão difícil assim.
Mudar a forma de enxergar o mundo é tão difícil assim.
Mudar o que se acredita e tudo o mais também o é.
Mas, o simples ato de questionar, de limpar a mente de coisas pré-determinadas e pré-estabelecidas, e refletir a respeito, mesmo que por uns poucos minutinhos... não é tão difícil assim.
E isso é só o que peço, se é que tenho direito de pedir algo a alguém, se é que alguém aqui quer algum conselho meu, ou quer fazer alguma vontade minha.
Mas, se não for pedir demais, só peço isso: não aceite, questione.




Postado por Ricardo Ceratti.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Promoção clickon no Boteco Wazabi.

Algum tempo atrás comprei uma promoção.
Gosto muito de sushi e não anda sobrando dinheiro, resolvi aproveitar uma promoção do clickon de 26 peças de sushi no Boteco Wazabi.
Pensei que 26 peças seria demais apenas para mim, resolvendo convidar um amigo.
Tudo combinado para sexta, eis que me lembro que precisa reservar.
Ok. Liguei para o local e o telefone estava ocupado.
Normal, pensei.
Mais uma vez. Ocupado.
E outras tantas vezes.
Algumas vezes chamava. Indefinidamente.
Mais de meia hora ligando, resolvi voltar para casa, desistindo do plano para a noite.
Procurando na internet encontro um celular.
Ligando para este número sou rapidamente atendido.
Mal pergunto se estão abertos naquele dia e o sujeito pergunta se é a respeito do clickon.
Falo que sim e ele me diz que não poderá atender as pessoas do clickon nem na sexta, nem no sábado. Que no domingo e segunda não abrem, portanto estenderá a validade do cupom para quarta-feira. Inclusive me sugere que eu já faça minha reserva.
Meio sem saber como serão meus horários para dali quatro ou cinco dias, marco para terça às 21h.
Tudo combinado, chego na data em questão e vejo um bolo de pessoas fora do recinto, mais umas pessoas de pé dentro.
Menciono a promoção e me é sugerido pedir para levar.
Não, obrigado. Parte da graça de comer fora é justamente comer fora.
Eu deveria então aguardar.
Menciono a reserva e, para minha surpresa, meu nome não está na diminuta lista.
Espero um tempo na rua; depois um tempo na espécie de sacada que faz parte do restaurante; depois me indicam para subir, onde espero no sofá; então sou guiado a uma mesa, onde espero ser atendido duas vezes; e, por fim, a normal espera pela comida.
De chegar no local até sentar na mesa esperamos cerca de uma hora.
Estamos decidindo o que beber e vejo que no cardápio há quatro opções de chopp.
"Quero um chopp de..."
E sou interrompido abruta e ironicamente pelo garçom: "Pilsen."
"Err... não... quero de Pale Ale."
"Pilsen."
"Não tem..."
"Só tem de pilsen".
"Ok, então uma garrafa de 600ml de Devassa."
"Só long-neck."
Sinto uma proposta de só vender o que tem maior margem de lucro e desisto de beber qualquer coisa. (No ímpeto de lucrar mais, não lucraram nada.)
O tempo todo parece existir um desgosto da presença dos "clickons" no recinto. Sinceramente, me senti um leproso.
Desde a entrada, onde clientes "normais" entram direto e não encontram grandes dificuldades a receberem uma mesa, passando pela espera que ficou visível que nem toda mesa livre poderia ser utilizada por essas pessoas aparentemente inferiores, culminando na falta de paciência por parte do garçom, bem como falta de opções que eu poderia pedir.
Então finalmente chega a comida.
Os menores sushis que eu já vi na vida. Diâmetro minúsculo e um corte extremamente fino.
Obviamente saímos com fome.
Na saída confirmo minha hipótese das mesas. Um casal espera no sofá enquanto onde eu estava haviam quatro mesas vazias e não-reservadas.

É claro que não tenho como saber como é gerenciar um restaurante, nem como resolver os sufocos.
Falo como cliente, mas acho que o propósito de tais promoções é justamente mostrar o lugar para as pessoas, causar uma boa impressão e, com sorte, fazer uma nova clientela que vai divulgar o estabelecimento através do boca-a-boca.
Com certeza não serei o único a não retornar, tão pouco indicar o Boteco Wazabi.
Já fui pouco arrumado, já tive postura e status incompatíveis com restaurantes que fui. Mesmo assim, nunca me senti tão indesejado com me senti nesta noite.

Quanto às promoções, estou ficando cada vez mais decepcionado.
As compras que realizei geralmente eram menores ou de qualidade inferior ao que eu era levado a acreditar que seria.
Sinceramente não faço idéia se a causa disto é o site de promoções (seja lá qual for), ou do próprio estabelecimento.
A questão que estou me dando conta é que se paga à vista para consumir a prazo, algo que tem um limite de tempo para ser feito, que precisa muitas vezes ser reservado antes, e cuja qualidade muitas vezes é, no mínimo, questionável.






Postado por Ricardo Ceratti.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Reflexão XXIV.

Um mundo que desconhece o silêncio está fadado à insanidade.




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Procrastinação demasiada humana.

Nós, humanos, com nossa procrastinação, somos o oposto de Deus: Folgamos seis dias e compensamos a semana inteira nos matando de trabalhar no sétimo.




Postado por Ricardo Ceratti.

Apatia

Apatia é se render perante a vida.
É capitular...




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Capitalismo absurdo.

Antes de mais nada, tenho que esclarecer que não tenho problemas com o capitalismo em si. Meu problema é com os níveis em que este chegou.
Descobri que na Oi os funcionários competem entre si para ver quem mente mais para o cliente.
Não é apenas aquela coisa de oferecer um produto e, em caso de recusa, oferecer algo melhor.
É o caso de haver conflito de informações entre quem atende na loja, e quem atende por telefone.
Com planos levemente diferentes e cada um com suas peculiaridades desnecessárias.
É uma competitividade que chega a ser ridícula.
ADIVINHA quem sai perdendo? ;)




Postado por Ricardo Ceratti.

Teste do tempo

Na vida acontecem inúmeras coisas que não esperávamos, o até que nos desagradam.
Todo e qualquer acontecimento acaba nos guiando para um determinado caminho.
É como se a pessoa estivesse construindo uma estrada ao longo do continente inteiro. Porém, construindo meio centímetro por vez.
Por onde esta estrada vai passar? Que cidades visitará? Que acidentes geográficos terá de enfrentar? Estará na rota de um furacão devastador? Estará na rota para o ponto turístico mais visitado do mundo?
Não tem como saber.
Não temos como prever o que cada coisa pode mudar em nossas vidas.
Os conhecidos "e se...?".
Bobagem.
Somente o tempo possui o poder de dizer se algo foi para o bem ou para o mal.
Uma coisa pode muito bem parecer uma excelente notícia agora. Mas propiciar uma coisa horrível daqui 10 anos. E acabar que essa coisa horrível evitou algo ainda pior. O que foi uma ótima notícia.
Como saber?
Não tem como.
Só o tempo.
Só ele verá tudo.
Só ele verá todas ramificações de cada acontecimentozinho e decisãozinha.
E, o pior: Nem o tempo pode dizer como as coisas seriam se algo fosse diferente.
Mesmo o tempo não tem o poder de testar alternativas.
Então, sendo bem frio e calculista, cabe mesmo a nós decidir julgar maniqueistamente tudo que acontece?
Vale a pena se entristecer com alguma má notícia? Ela pode virar boa notícia no futuro.
Se bem que o inverso é verdadeiro.
Talvez a melhor filosofia seja a do "whatever".
Não sei. Não decidi ainda.
E também... whatever.




Postado por Ricardo Ceratti.

Funeral de sonhos.

O fim abrupto e inesperado de qualquer coisa na vida traz um luto.
Mas, para mim pelo menos, o luto maior é pelos planos e sonhos que jamais serão realizados, do que por qualquer outro motivo.
Perdas... perdas fazem parte da vida.
E sonhos novos nascem a todo momento.
É questão de desapego.
Nada mais.
Cheers.




Postado por Ricardo Ceratti.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Inércia.

O maior inimigo que temos em nossas vidas é a inércia.
É não fazer as coisas, é não mudar, é não lutar, é não construir, é não questionar, é não arriscar.
Enfim, é se acomodar e deixar tudo como está.
Este inimigo é preocupante por dois motivos:
Primeiro ele preocupa por ser discreto. Começamos com uma preguiça aqui, outra lá, quando nos damos conta (ou não), já estamos de espectadores de nossas próprias vidas.
Lentamente vai tomando conta, ganhando espaço, e nos aprisionando em muros invisíveis. Mesmo quando sabemos o que temos que fazer, sabemos que temos que mudar, mesmo quando tudo é tão óbvio e quando tudo é tão insuportável, não somos capazes de nos mexermos.
E o outro motivo é que nunca sabemos de onde virão seus ataques. O que ou quem irá nos segurar com todas as forças, imobilizando, que lutará para que as coisas continuem do jeito que estão, mantedores do status quo.
Muitas vezes são as pessoas que menos esperamos aquelas que acabam nos impedindo de ir para frente e de colocarmos movimento em nossas vidas.





Postado por Ricardo Ceratti.