Ó, Deus Televisão,
Ensinai-nos como devemos nos portar, tratar nossos semelhantes, levar nossas vidas, a termos rotinas e como as mesmas devem ser.
Dizei-nos com que eventos devemos nos importar, nos preocupar, ocupar nossas mentes pensando e nossas bocas discutindo com nossos semelhantes.
Mostrai-nos o que almejar, com o que sonhar e pelo que batalhar.
Que tais sonhos sejam irrealistas, para que nos tornemos eternos descontentes.
Que, em nossa condição de eternos descontentes, busquemos a vós para encontrarmos distração, para vivermos tais sonhos nas vidas de personagens fictícios e, por meia hora que seja, meia hora com seus intervalos comerciais, nos sintamos completos e realizados.
Dizei-nos do que precisamos, o que comprar. Apontai-nos as coisas que realmente importam, que nos trarão nosso tão almejado status que precisamos para nos sentirmos superiores aos nossos semelhantes. Necessidade que nos é mais vital do que o ar que respiramos.
Ora, dizei-nos do que precisamos para sobreviver! Mostrai-nos como é impossível viver sem algo que até então não existia. E que seja de uma forma que sequer questionemos como as pessoas viviam com esta abstinência.
Ditraia-nos quando chegamos em casa de nossos longos dias de trabalho tão necessário para sustentarmos o estilo de vida que nos ensinaste a viver.
Que a distração seja grande o suficiente para que não precisemos pensar em nossas vidas, para que não nos questionemos.
Estamos em eterna dívida por nos poupar do fardo que é ter de pensar e tomar decisões por conta própria.
Somos agradecidos pelo nosso tão iluminado objetivo de vida, que é obedecer vossas ordens, fazer vossa vontade.
Que nossas vidas sejam longas e cegas, vivendo sempre na felicidade e conforto de obedecer vossa doutrina!
Amém.
Postado por Ricardo Ceratti.
domingo, 22 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário