Cada vez mais tenho notado as pessoas trabalhando até mais tarde (o tráfego é mais intenso pelas 19h do que pelas 18h, por exemplo), levando o trabalho para casa, para seus finais de semana, abrindo mão de suas férias, as vendendo ou as deixando para depois.
Não estou dizendo que trabalhar não é importante... nem que é. Não vem ao caso.
Mas não acho necessário tanto empenho assim.
Claro, faz isso para ganhar aquela promoção, para aumentar a produtividade de um mês de aperto, para fazer a empresa crescer, ou até mesmo para ajudar algum colega, cliente, etc.
De vez em quando é normal!
O problema é que as pessoas acabam se acostumando com esses excessos. Acaba sendo esperado delas nada menos do que isto. Ou acabam esperando de si próprias nada menos...
Resultado?
Passam menos tempo com a família.
Deixam de lado seus hobbies.
Começam a se estressar com o trabalho.
Ciclo vicioso.
Levam o estresse pra casa, brigam com a família, afastam os vínculos. Logo o tempo com a família não é mais tempo de qualidade. Algumas vezes é tortura.
Se esquecem do que gostavam de fazer. E se lembrarem, não terão mais paciência para aquilo.
Fecham o apoio que poderiam receber da família.
E agora?
Amigos!
Nenhum amigo agüenta muito tempo só ouvir uma pessoa estressada reclamando.
Ah, tem um amigo que sempre agüenta! Álcool!
Bela saída. Belíssima!
Não tem mais coisas que gostam de fazer, que vida sem graça! Vou trabalhar mesmo, melhor ganhar dinheiro do que perder mais do meu tempo com essas bobagens que eu gostava!
Começa a virar rotina.
Trabalho. Casa. Briga. Álcool. Dormir. Trabalho. (pode não ser exatamente esses itens ou nesta ordem, assim como pode não ser sempre... mas não costuma diferir muito disto)
Rotina mata a alma da pessoa.
Não existe mais prazer nessa vidinha. Não existem mais amigos. Não dá pra conversar com a família. E essa maldita rotina todo santo dia!
Quando vê a pessoa surta. Ou entra em depressão. Burnout, talvez?
Não tem problema! Trabalhou o suficiente para bancar seu tratamento! Seu longo e caro tratamento!
Aos poucos vai se sentindo um pouco melhor.
O médico aconselha a trabalhar menos, a melhorar seus vínculos, a encontrar algo que traga prazer.
Se aposenta quase que à força. A vida vira um vazio (só restou o trabalho, lembra?).
O vazio vai sendo preenchido. Vai se sentindo mais um pouco melhor.
É... pena. Pena que não vai ter mais muito tempo para aproveitar.
Realmente uma pena.
Aconselho que tenhamos a capacidade de parar de vez em quando para analisarmos nossas próprias vidas. Ver que rumo estamos seguindo. Para onde vamos. Se vale realmente a pena.
Pode ser mais interessante não comprar o carro do ano, não se mudar para um bairro chique ou até mesmo dar uma apertada no orçamento do que é necessário, do que entrar nesse ciclo vicioso, nessa vida loucura.
A longo prazo pode sair mais economicamente válido trabalhar menos do que se afastar de quem se ama, gastar com tratamentos e até mesmo encurtar uns bons anos de vida por causa do estresse.
Vagabundo não! Atento à qualidade de vida, isso sim!
Postado por Ricardo Ceratti.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
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