Envelhecer é esconder os sentimentos.
Quando somos crianças falamos o que nos passa pela cabeça. Somos sinceros até demais. Não deixamos de falar o que pensamos ou achamos.
Com o tempo aprendemos que falar tudo que vêm na cabeça pode ser prejudicial. Pode magoar os outros ou fechar portas.
Começamos a medir as palavras, pensar antes de agir.
Conforme nos aproximamos da adolescência vamos aprendendo que as coisas que falamos ou como agimos são motivo de piada, de sermos ridicularizado.
Vamos desenvolvendo um senso crítico absurdo. Que nos trava para fazer as coisas mesmo quando ninguém está vendo.
Com os relacionamentos amorosos aprendemos que não devemos nos expor. Dizer o que sentimos ou agir duma determinada maneira tem hora. Cedo demais pode encurtar a vida útil do relacionamento.
Logo aprendemos a ficar na defensiva.
Nas amizades muitas vezes confiamos nas pessoas erradas. O que contamos nem sempre fica entre as pessoas para quem contamos.
Aprendemos a segurar nossos desabafos. Que nem sempre se pode confiar nas pessoas. E que nem tudo pode ser contado.
Aprendemos que nossas idéias "geniais", por mais bobas que sejam, sempre podem ser roubadas. Às vezes por pessoas que achávmos poder confiar.
Que pensar diferente pode trazer problemas. Por exmeplo, já fui avacalhado em aula por resolver um problema matemático de uma outra maneira, que me parecia mais prática.
Que agir diferente pode trazer problemas. Dançar em público não estando em danceteria geralmente lhe faz virar assunto e motivo de risos, por exemplo.
Teorias, fisolosofias, religiosidade, enfim, qualquer forma de pensamento ou crença, são atacadas.
Com o tempo vamos sendo podados de tantas direções que acabamos desistindo de nos expressar.
Vamos sistematicamente acabando com toda nossa própria liberdade, as chances de sermos nós mesmos, de expressarmos nossa criatividade, demonstrar nossa felicidade. Enfim, de demonstrar nossos sentimentos, como eu comecei este texo.
Que evolução, hem?
Postado por Ricardo Ceratti.
sábado, 7 de junho de 2008
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Um comentário:
depressão pós-leitura.
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