quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Teoria das Teias.

Estive pensando sobre o que "protege" a pessoa de ficar mal, de "cair".
Imaginei a pessoa como se fosse uma pequena bola de gude posicionada em cima de uma teia que, por sua vez encontra-se no alto duma torre imensa.
A idéia da teia é literalmente não deixar a bolita cair.
Com o passar do tempo a bolita terá de enfrentar vendavais, terremotos, tempestades, etc... Provações de toda sorte.
Cabe à teia manter a bolita lá, em cima, onde ela pertence.
Porém é uma teia e não um piso. Existem furos por entre os fios da teia. Por exemplo, se existissem apenas dois fios, horizontal e vertical, a teia possuiria quatro grandes buracos em formato triangular. Mas, e se houvessem quatro fios? Haveriam oito buracos, porém seriam muito mais estreitos que no exemplo anterior. E se fossem oito fios? Teríamos 16 buracos absurdamente mais estreitos que no caso dos dois fios.
Perceba que, quanto menor o vão, menores as chances de a bolinha cair. E maiores as chances de ela se apoiar em um ou, geralmente, mais de um fio da teia.
Agora pense que estes fios na verdade são aquelas coisas que são importantes para nossa "pessoa-bolita".
Um fio representa o vínculo familiar.
Um fio representa o emprego.
Um fio representa os amigos confiáveis.
Um fio representa os hobbies prazeirosos.
Um fio representa um namorado, uma esposa ou assemelhados.
Um fio representa o senso de realização da pessoa.
Enfim, representa o que for valioso para a pessoa.
Claramente alguns fios não são tão separados assim uns dos outros. A pessoa pode tirar seu senso de realização do emprego. A esposa pode ser a família mais próxima ou importante.
De qualquer forma, cada pessoa tem seus fios, uns mais, outros menos.
Só por essa analogia já podemos perceber que quanto mais fios, quanto mais "coisas pra se agarrar", melhor para a pessoa.
Porém, acumular vários fios não é a única (e às vezes pode até não ser a melhor) forma de protegermos a bolita.
Podemos reforçar os fios, torná-los mais grossos e resistentes. Ocupando mais espaço e reduzindo o tamanho do buraco. Assim como menos provável que eles venham a se partir.
Fios reforçados são mais confiáveis e mais eficientes.
Reforçamos os fios quando nos aproximamos mais de nossa família, quando estamos contentes com nosso atual emprego, quando aumentamos a cumplicidade com nosso cônjuge, quando nos divertimos com nossos hobbies, quando completamos objetivos que propomos a nós mesmos, etc.
Agora, vamos imaginar. Nossa bolita encontra-se acima de uma teia cheia de fios reforçados e belamente trançados entre si. Fios que dificilmente se partirão. Eis que surge um terremoto! A bolita treme, é jogada para um lado, para o outro, passa por uns momentos bem desagradáveis. Mas não cai.
E se o terremoto for muito violento? A bolinha será atirada para todos lados com muita intensidade. Alguns fios não aguentarão a pressão e arrebentarão. Realmente uma situação crítica para a bolinha. Mas ela terá boas chances de sobreviver o terremoto, pois ainda poderá contar com uns resistentes fios que agüentaram durante todo processo.
Vamos pensar por outro ângulo. E se a teia desta bolinha tivesse apenas dois frágeis fios? Um vento que muitas bolinhas considerariam como "brisa" poderia ser o suficiente para derrubar a bolinha e/ou romper fios.

Vamos buscar formar cada vez mais e mais fortes vínculos para nós mesmos.
Vamos ser fios resistentes daqueles que amamos, das pessoas a quem prezamos.
Não existe de necessidade de não enfrentarmos as intempéries sozinhos ou com poucas teias.




Postado por Ricardo Ceratti.

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